Um discurso para a capital – Parte 2

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: veja.com/VEJA

 

Para o conhecimento das novas gerações seguem aqui  os trechos finais ou a segundo parte  do discurso feito pelo ex-presidente Juscelino Kubistchek por ocasião do ato  que inaugurava oficialmente a capital de todos os brasileiros em 21 de abril de 1960, ocasião em que eram fundados também o Correio Braziliense e a Coluna Visto Lido e Ouvido. O discurso proferido naquela longínqua  ocasião é até hoje o documento  político mais importante sobre  Brasília, pois registra não só o nascimento de uma cidade especial como marca uma nova etapa na história de nosso país.

“Deste Planalto Central, Brasília estende aos quatro ventos as estradas da definitiva integração nacional: Belém, Fortaleza, Porto Alegre, dentro em breve o Acre. E por onde passam as rodovias vão nascendo os povoados, vão ressuscitando as cidades mortas, vai circulando, vigorosa, a seiva do crescimento nacional.” Ficou patente que a construção de Brasília ia, aos poucos revitalizando a porção interior do país do ficara esquecida por séculos e que agora passavam a ser interligada por estradas de união que estavam sendo abertas. Nesse ponto é necessário acrescentar a colaboração imprescindível de um personagem muito estimado por JK, que era o engenheiro Bernardo Sayão. Graças ao entusiasmo desse colaborador do presidente, foi dado continuidade ao importante processo de integração nacional, inciado ainda com o Marechal Rondon e que tinha como objetivo ligar por estradas o interior do país. Depois de efetivado o programa de construção da nova capital, no interior do Brasil, ligar por rodovias  Brasília  a Belém, ao Acre e a Fortaleza   os próximos desafios a serem cumpridos para dar sentido prático a mudança da capital. Ainda em janeiro de 1960, quatro meses antes da inauguração de Brasília, foram iniciadas as Caravanas da Integração Nacional. Saídas de São Paulo e do Rio de Janeiro, homens e máquinas, sob a liderança de Bernardo, foram rasgando estradas rumo a nova capital.  

“Brasileiros! Daqui, do centro da Pátria, levo o meu pensamento a vossos lares e vos dirijo a minha saudação. Explicai a vossos filhos o que está sendo feito agora. É sobretudo para eles que se ergue esta cidade síntese, prenúncio de uma revolução fecunda em prosperidade. Eles é que nos hão de julgar amanhã.  Neste dia – 21 de abril – consagrado ao Alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, ao centésimo trigésimo oitavo ano da Independência e septuagésimo primeiro da República, declaro, sob a proteção de Deus, inaugurada a cidade de Brasília, Capital dos Estados Unidos do Brasil.”  Nesse trecho final Juscelino Kubitschek fala da  importância da construção de Brasília para as novas gerações que viriam. Seriam elas que iriam ser as maiores beneficiadas com essa obra e com todo o processo de interiorização do país.

Este discurso foi proferido por Juscelino Kubitschek na sessão solene de instalação do governo no Palácio do Planalto, no dia 21 de abril de 1960 e comentado por ocasião dos 64º aniversário de Brasília.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nasceu do gesto primário de quem assinala um lugar ou dele toma posse”.

Lúcio Costa

Sob a batuta de Lúcio Costa, Oscar se diverte grafite e aquarela, 29x21cm, 2010 (evblogaleria.blogspot.com)

 

Dito e feito

Jussara Dutra Ferreira é daquelas pessoas que se empenham aos projetos até vê-los concretizados. Em Brasília desde o tempo da poeira, Jussara é filha de José Dutra Ferreira, garçom e mordomo de JK. Estava com a ideia de escrever um livro compilando as histórias do pai. E conseguiu. Quem quiser ler assuntos inéditos do começo de vida de Brasília é só ver os detalhes no link: @memoriasdutra.

Jussara Dutra. Foto publicada em seu perfil oficial no Instagram

 

O Mar e o mal

Todos conversavam sobre o Arrastão, de Dorival Caymmi. Uma música que consegue colocar ventos nas notas. Ouvindo sobre o assunto, Gilda Elizabeth Nogueira começou a contar as histórias de arrastão que passou na vida. As que viveu e as que ouviu dizer. A confusão com uma palavra tão linda, Gilda mostrou o que o tempo conseguiu fazer para que arrastão se tornasse um fato pavoroso. Mostra que o nosso mundo já não é o mesmo. Os meninos que esperavam, na areia, o arrastão das praias que trazia o peixe bom para a família, com o passar do tempo, transformaram-se nos meninos temidos que, agora sem família, arrastam pela areia a própria dignidade.

 

 

Futuro

DF teve liberação para o funcionamento do primeiro crematório, que fica no cemitério Campo da Esperança. A decisão que a Sejus aguardava veio do Instituto Brasília Ambiental. Isso faz lembrar um cemitério projetado pelo arquiteto Manoel A. Madureira Filho. Apenas umas hastes com neon na ponta contendo o DNA do falecido.

Publicação no perfil oficial da Secretaria de Justiça, no Instagram

 

História de Brasília

Ontem na minha superquadra, houve um atropelamento. Havia dois guardas para orientar as crianças, e a orientação não foi dada. O motorista ainda tentou evitar o acidente e não conseguiu. Socorreu a vítima, o que foi muito lógico. (Publicada em 06.04.1962)

Um discurso para a capital – Parte 1

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Lúcio Costa e presidente JK. Foto: arquivo.arq

 

Para o conhecimento das novas gerações eis aqui trechos do discurso do presidente da República Juscelino Kubitschek, feito há 64 anos, na noite do dia 21 de abril de 1960, durante o ato oficial que inaugurava, comentado pela coluna. Depois de 3 anos de intensa construção, a capital de todos os brasileiros, hoje patrimônio cultural da humanidade, era finalmente entregue ao povo. Trata-se do mais importante documento acerca desse feito histórico.

“Não me é possível traduzir em palavras o que sinto e o que penso nesta hora, a mais importante de minha vida de homem público. A magnitude desta solenidade há de contrastar por certo com o tom simples de que se reveste a minha oração. Dirigindo-me a todos os meus concidadãos, de todas as condições sociais, de todos os graus de cultura, que, dos mais longínquos rincões da Pátria, voltais os olhos para a mais nova das cidades que o Governo vos entrega, quero deixar que apenas fale o coração do Vosso Presidente”. Aqui, mais do que nos trechos de cunho político, a fala do então presidente, como era de seu perfil humano e sensível, deixa expresso toda a sua emoção com a realização da mais gigantesca obra já realizada por mandatário em toda a história do país.    

“Não vos preciso recordar, nem quero fazê-lo agora, o mundo de obstáculos que se afiguravam insuportáveis para que o meu Governo concretizasse a vontade do povo, expressa através de sucessivas constituições, de transferir a Capital para este planalto interior, centro geográfico do País, deserto ainda há poucas dezenas de meses.” Nesse ponto, o presidente, a quem o povo apelidou simplesmente de JK, deixa escapar, em resumo, os diversos obstáculos políticos e de toda a ordem que teve que enfrentar para construir Brasília. “Não nos voltemos para o passado, que se ofusca ante esta profusa radiação de luz que outra aurora derrama sobre a nossa Pátria”. Ele deixa claro que, mesmo esses obstáculos, que se faziam intransponíveis e quase lhe custaram o mandato, tornavam-se ínfimos diante da realização de tão monumental obra.

“Quando aqui chegamos, havia na grande extensão deserta apenas o silêncio e o mistério da natureza inviolada. No sertão bruto iam-se multiplicando os momentos felizes em que percebíamos tomar formas e erguer-se pôr fim a jovem Cidade. Vós todos, aqui presentes, a estais vendo, agora, estais pisando as suas ruas, contemplando os seus belos edifícios, respirando o seu ar, sentindo o sangue da vida em suas artérias.” Inúmeras vezes JK, deixa o Rio de Janeiro, então capital, e voava à noite para Brasília, então um Cerrado imenso, até então intocado pelo homem, apenas para contemplar as primeiras construções que se erguiam solitárias nesse descampado.

Somente me abalancei a construí-la quando de mim se apoderou a convicção de sua exequibilidade  por um povo amadurecido para ocupar e valorizar plenamente no território que a Providência Divina lhe reservara. Nosso parque industrial e nossos quadros técnicos apresentavam condições e para traduzir no betume, no cimento e no aço as concepções arrojadas da arquitetura e do planejamento urbanístico modernos.” Nesse parágrafo, JK deixa claro que a convicção para erguer a capital veio quando ele se certificou que já havia condição estratégica e toda uma infraestrutura nacional para dar início a tão ousada empreitada.

“Surgira uma geração excepcional, capaz de conceber e executar aquela “arquitetura em escala maior, a que cria cidades e, não, edifícios”, como observou um visitante ilustre. Por maior que fosse, no entanto, a tentação de oferecer oportunidade única a esse grupo magnífico, em que se destacam Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, não teria ela bastado para decidir-me a levar adiante, com determinação inflexível, obra de tamanha envergadura”

Obviamente que para levar adiante tamanho desafio, foi fundamental contar com a colaboração de homens excepcionais, dotados também de inteligência e força de vontade. Mais do que cimento e aço, a presença desses homens, entusiasmados como ele, foi fundamental para tal desafio.

“Pesou, sobretudo, em meu ânimo, a certeza de que era chegado o momento de estabelecer o equilíbrio do País, promover o seu progresso harmônico, prevenir o perigo de uma excessiva desigualdade no desenvolvimento das diversas regiões brasileiras, forçando o ritmo de nossa interiorização. No programa de metas do meu Governo, a construção da nova Capital representou o estabelecimento de um núcleo, em torno do qual se vão processar inúmeras realizações outras, que ninguém negará fecundas em consequências benéficas para a unidade e a prosperidade do País.” Com essas palavras, é visível o elemento que caracteriza o homem público e estadista, que é a visão do futuro e a faculdade de pensar no amanhã do país, colocando um ponto final no histórico abandono do interior do Brasil.

“Viramos no dia de hoje uma página da História do Brasil. Prestigiado, desde o primeiro instante, pelas duas Câmaras do Congresso Nacional e amparado pela opinião pública, através de incontável número de manifestações de apoio, sinceras e autenticamente patrióticas, dos brasileiros de todas as camadas sociais que me acolhiam nos pontos mais diversos do território nacional, damos por cumprido o nosso dever mais ousado; o mais dramático dever. Só nos que não conheciam diretamente os problemas do nosso Hinterland percebemos, a princípio, dúvida, indecisão.” Nesse ponto do discurso, JK deixa claro que a construção da nova capital marcaria, doravante, uma nova e definitiva etapa na história do Brasil. Uma etapa, como ele afirma, ousada e, ao mesmo tempo, dramática, tamanho era esse desafio.

“Mas no País inteiro sentimos raiar a grande esperança, a companheira constante em toda esta viagem que hoje concluímos; ela amparou-nos a todos, a mim e a essa esplêndida legião que vai desde Israel Pinheiro, cujo nome estará perenemente ligado a este cometimento, até ao mais obscuro, ao mais ignorado desses trabalhadores infatigáveis que tornaram possível o milagre de Brasília.” Mais uma vez, são mencionados a força e o entusiasmo das pessoas que cercaram JK nesse projeto. Sem esse mutirão humano e cheio de esperança, nada seria possível.

Em todos os instantes nas decepções e nos entusiasmos, levantando o nosso ânimo e multiplicando as nossas forças, mais de que qualquer outro amparo ou guia, foi a Esperança valimento nosso. Um homem, cujos olhos morreram e ressuscitaram muitas vezes na contemplação da grandeza – aludo, novamente, a André Malraux – viu em Brasília a Capital da Esperança. Seu dom de perceber o sentido das coisas e de encontrar a expressão justa fê-lo sintetizar o que nos trouxe até aqui, o que nos deu coragem para a dura travessia, que foi a substância, a matéria-prima espiritual desta jornada. Olhai agora para a Capital da Esperança do Brasil.” O antigo e saudoso presidente alude ao poder mágico e invisível da esperança. Esse sentimento nobre deixou-se transparecer na própria cidade que nascia. Brasília capital da esperança e o Hino à Brasília, que veio mais tarde pelas mãos de Neusa França, eram as músicas mais cantadas diariamente nas rádios da cidade nos primeiros anos de Brasília. Havia, naqueles anos cinquenta e sessenta, uma espécie de esperança no ar, de que o Brasil acordaria de seu sono profundo e seguiria rumo ao futuro. André Malraux (1901-1976) foi um escritor e ministro de assuntos culturais francês, doutor honoris causa pela USP e criador dos centros culturais. Ao visitar Brasília, deu-lhe o título de Capital da Esperança.

“Ela foi fundada, esta cidade, porque sabíamos estar forjada em nós a resolução de não mais conter o Brasil civilizado numa fímbria ao longo do oceano, de não mais vivermos esquecidos da existência de todo um mundo deserto, a reclamar posse e conquista.” A crítica histórica de que os brasileiros não davam a devida importância ao interior do país, limitando-se a imitar os caranguejos que não vão muito além das praias, limitando-se a arranhar as costas do Brasil.

“Esta cidade, recém-nascida, já se enraizou na alma dos brasileiros; já elevou o prestígio nacional em todos os continentes; já vem sendo apontada como demonstração pujante da nossa vontade de progresso, como índice do alto grau de nossa civilização; já a envolve a certeza de uma época de maior dinamismo, de maior dedicação ao trabalho e à Pátria, despertada, enfim, para o seu irresistível destino de criação e de força construtiva.” JK, como todo estadista de seu porte, tinha a clara visão de que a construção da nova capital no interior do país iria chamar a atenção de todo o mundo para as potencialidades e capacidades do povo brasileiro, despertando o país para um novo destino de crescimento e progresso.

Processos de desumanização

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Talvez, o maior problema existente hoje no âmbito da medicina pública não fique por conta apenas do notório sucateamento e superlotação dos hospitais e postos de saúde do Estado, mas na ponta final desse longo processo de descaso, que acaba conduzindo ou empurrando o atendimento médico para o beco sem saída da desumanização das relações entre pacientes e profissionais de saúde.

As cenas de revolta de pacientes nas antessalas de atendimento, querendo invadir os consultórios aos gritos, seguidas de outras cenas que acabam em xingamentos e agressões, repetem-se a cada dia dentro dos hospitais públicos por todo o país. Há uma espécie de revolta no ar toda a vez que aglomerações e filas se formam na frente desses centros de saúde. Culpar unicamente os médicos e os atendentes de nada adianta. Na melhor das hipóteses, contribui para a piora dos serviços. A causa desse caos na saúde, embora seja, em tese, a pasta que mais recebe repasses da União, é mais profunda.

Este ano, segundo fontes do próprio governo, foram alocados R$ 215,2 bilhões, um valor, segundo especialistas nessa área, abaixo do necessário. O que ocorre hoje com a saúde em nosso país é semelhante ao que afeta também as áreas de educação, segurança e outras de interesse direto da população. Não há uma prioridade e uma real concentração de esforços para resgatar esses setores do constante patamar da decadência e do mal atendimento. A má gestão, a falta de reconhecimento à importância dos profissionais da saúde e educação, seguidas de desvios de toda a ordem, é uma doença que vem de cima e contamina todo o restante.

A coisa fica pior quando se verifica que o governo não tem plano consistente algum para essas áreas. Mesmo a indicação dos altos escalões que vão gerir essas pastas obedece não a critérios técnicos, mas a preferências políticas e a outras conveniências estranhas e prejudiciais ao setor. Quando o problema vem de cima, com todo o seu peso burocrático e paquidérmico, aqueles que estão na base e no atendimento ao público é que são esmagados. Obviamente que, nesse processo de enxurrada de lama morro abaixo, os que sofrem por último e de maneira mais trágica são justamente os cidadãos que buscam os serviços públicos.

A desumanização de todo o sistema de atendimento, seja na saúde, seja na educação ou mesmo em outras áreas do atendimento ao público, é, assim, o derradeiro processo que vem para soterrar as relações humanas, tornando todo o sistema gravemente enfermo. Difícil em meio a tantos contratempos é encontrar meios de humanizar adequadamente as relações entre médicos e pacientes, entre professores e alunos ou entre funcionários públicos e a população.

Para o cidadão que arca com todos os altos custos dos serviços públicos prestados à população, a sensação frente a toda a desumanização no atendimento é culpa do primeiro atendente, visto do outro lado do balcão. A ele todos os impropérios e revoltas são dirigidos. O que ninguém parece enxergar é que a causa final de toda essa desumanização não está realmente na ponta do sistema, mas lá distante, na sua origem.

 

A frase que foi pronunciada:

“Na prática…a teoria é outra.”

Roberto Parentoni, advogado criminal

Roberto Parentoni. Foto: Divulgação

 

Pague e pegue

A mais famosa empresa de entrega de alimentos comprados de restaurantes tem uma prática divergente aos direitos do consumidor em sua política de cancelamento de pedidos. Uma taxa pela entrega dentro dos parâmetros. Mas, se por ventura, o cliente não atender a porta ou se o motoqueiro disse que tocou a campainha e ninguém atendeu, a comida volta e o consumidor perde o que pagou.

Foto: entregador.ifood.com

Surreal

Se na capital do país o abandono ao pessoal da Saúde, Educação, Cultura, Segurança está como está, imaginem pelo Brasil afora. O piso da Enfermagem de 4 mil reais ninguém paga, professores que desistem da profissão, teatros fechados. Para se ter uma ideia, enquanto o parlamento aprova o aumento dos proventos de juízes e promotores, um pediatra que trabalhou por 50 anos salvando vidas recebe 7 mil reais de aposentadoria.

 

Alerta

A Neoenergia adverte consumidores para o novo golpe do parcelamento. Se optar por parcelar, é bom que seja pelo site da empresa ou loja de atendimento.

 

Pelas beiradas

Lei do Planejamento Familiar discutida no STF. Dessa vez, o PSB abriu caminho na ADI 5.911. O assunto gira em torno da realização do procedimento de esterilização voluntária com a idade mínima de 21 anos ou dois filhos vivos.

 

Viva a vida

Roseana Murray, escritora que perdeu um braço atacada por pit bulls, recebe alta. O carinho da equipe de enfermagem ajudou a poetisa a enfrentar os 13 dias de agonia.

Escritora Roseana Murray

 

História de Brasília

A solidariedade existente entre os pioneiros de Brasília ainda é um exemplo para os que se mudam para a nova capital. Outro dia, o sr. J. J. Sabriá parou seu carro para retirar uma pedra do meio da rua, e ontem, o Ruy dos Santos, gerente da Satic, achou uma chave próxima a um carro, e deixou o seguinte bilhete para o motorista: “Creio ter o senhor perdido a chave do seu carro. Encontrei-a e coloquei-a no porta luvas”. ? (Publicada em 06.04.1962)

Ordem e Progresso

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Foto: diariodopoder.com.br

 

           Quem diria que, justamente, a entidade máxima que representa os advogados brasileiros, e que, por isso mesmo, tem por obrigação trilhar o caminho reto da ética e das leis, carece, em seu estatuto, do mais comezinho instituto legal, no caso aqui de eleições diretas.

         Surpreende que, mesmo na ausência desse mecanismo primário, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) consiga, legitimidade, para representar, condignamente, os causídicos em nosso país. Mesmo que essa condição sui generis tenha o apoio da maioria da categoria, o que não se comprova, soa estranho que a entidade, fundada em 1930, e que possui em seu currículo vários momentos de lutas valorosas contra o arbítrio e a tirania, menospreze os critérios de uma ampla e irrestrita democracia interna, principalmente com relação a eleições diretas para a escolha do presidente da Ordem.

          É sabido que a eleição nessa instituição é indireta, feita por 81 conselheiros eleitos nos estados e no Distrito Federal. Esse modelo, que parece copiar o que vigorou tristemente na época dos militares, tem trazido prejuízos para a imagem da ordem e dado espaço para que sua presidência venha sendo ocupada rotineiramente por candidatos que dificultam o diálogo com outras correntes.

         É preciso que a OAB altere esse modelo eleitoral, sob pena de ficar parecida com outra entidade, que há décadas também vem sendo dirigida, com mão de ferro, por radicais, como é o caso aqui da UNE. A pouca participação dos advogados ativos na escolha direta do presidente da Ordem, talvez, explique parte do silêncio sepulcral que tomou conta da entidade desde janeiro de 2023, com a prisão, em massa e ilegal de gente que manifestou sua opinião.

         Mesmo os claros desmandos que impedem advogados de acompanharem o tramitar dos processos contra os seus clientes e acusados, não têm tido o condão de fazer com que a OAB proteste contra qualquer arbitrariedade. Também a censura imposta a deputados, jornalistas, blogueiros e outros cidadãos, não tem merecido, por parte da OAB, qualquer reparo, como se isto fosse completamente normal.

         Não estranha, pois, que, diante desse amolecimento e da falta de coragem da Ordem, um protocolo registrado por um grupo de 12 advogados junto à Ordem, que pede, explicitamente, que as eleições sejam diretas para o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB). Para esse e outros grupos de advogados, chega a ser um absurdo que, depois de 40 anos da volta da democracia no país, a OAB ainda mantenha esse modelo nada democrático e que vem dando margem para que a entidade permaneça abduzida por apenas um espectro político.  Para muitos advogados é chegada a hora de a OAB instituir a verdadeira democracia da porta para dentro e não ao contrário. É preciso dar voz e vez para os 1,4 milhões de advogados inscritos na ordem.

A frase que foi pronunciada:

“Na prática…a teoria é outra.”

Roberto Parentoni, advogado criminal

Roberto Parentoni. Foto: Divulgação

 

Pague e pegue

A mais famosa empresa de entrega de alimentos comprados de restaurantes tem uma prática divergente aos direitos do consumidor em sua política de cancelamento de pedidos. Uma taxa pela entrega dentro dos parâmetros. Mas, se por ventura, o cliente não atender a porta ou se o motoqueiro disse que tocou a campainha e ninguém atendeu, a comida volta e o consumidor perde o que pagou.

Foto: entregador.ifood.com

Surreal

Se na capital do país o abandono ao pessoal da Saúde, Educação, Cultura, Segurança está como está, imaginem pelo Brasil afora. O piso da Enfermagem de 4 mil reais ninguém paga, professores que desistem da profissão, teatros fechados. Para se ter uma ideia, enquanto o parlamento aprova o aumento dos proventos de juízes e promotores, um pediatra que trabalhou por 50 anos salvando vidas recebe 7 mil reais de aposentadoria.

 

Alerta

A Neoenergia adverte consumidores para o novo golpe do parcelamento. Se optar por parcelar, é bom que seja pelo site da empresa ou loja de atendimento.

Pelas beiradas

Lei do Planejamento Familiar discutida no STF. Dessa vez, o PSB abriu caminho na ADI 5.911. O assunto gira em torno da realização do procedimento de esterilização voluntária com a idade mínima de 21 anos ou dois filhos vivos.

 

Viva a vida

Roseana Murray, escritora que perdeu um braço atacada por pit bulls, recebe alta. O carinho da equipe de enfermagem ajudou a poetisa a enfrentar os 13 dias de agonia.

Escritora Roseana Murray

 

História de Brasília

A solidariedade existente entre os pioneiros de Brasília ainda é um exemplo para os que se mudam para a nova capital. Outro dia, o sr. J. J. Sabriá parou seu carro para retirar uma pedra do meio da rua, e ontem, o Ruy dos Santos, gerente da Satic, achou uma chave próxima a um carro, e deixou o seguinte bilhete para o motorista: “Creio ter o senhor perdido a chave do seu carro. Encontrei-a e coloquei-a no porta luvas”. ? (Publicada em 06.04.1962)

Articulação e convencimento

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Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

          É notório que a instalação de Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) sempre traz embaraços para o governo, pois quer queira, quer não, acaba despindo o Executivo e colocando-o no olho do furacão. A depender do Palácio do Planalto e do poder de articulação e de convencimento, por meio de liberações de recursos, nenhuma CPI merece ser instalada.

          Como isso nem sempre é possível, mas cabe ao governo se preparar para a possibilidade de o Congresso vir a instalar, não uma, mas cinco Comissões de investigação, conforme informam os principais jornais do país. Nem é preciso dizer aqui que as CPIs, por sua enorme capacidade de bisbilhotar as andanças do governo, conferem ao Legislativo e, sobretudo, aos presidentes das duas Casas, um poder e um instrumento legal extra não só para fustigar o chefe do Executivo e toda a sua equipe, como permite ainda a abertura forçada de canais de negociação dos mais diversos.

         Mesmo sem saber ainda quais CPIs serão instaladas e quando, o certo é que um dessas Comissões irá voltar suas luzes para a delicada questão do crime organizado e todas as suas repercussões. Essa certeza se dá pelo fato de que a violência, conforme todas as pesquisas demonstram, tem crescido assustadoramente, com o aumento exponencial no número de homicídios, tráfico de drogas, roubo a bancos e a carros fortes, preocupando, sobremaneira, governadores e prefeitos por todo o país.

         O fato de a Justiça soltar presos quando a polícia indica a prisão atinge diretamente a paz da população. Exemplo no Recanto das Emas, quando um homem que tinha dezenas de passagens pela polícia estava solto e matou um homem que comprava comida para a mulher que tem câncer e o esperava em casa. Os fatos vão de encontro com a afirmativa de um ministro que apelou para o lado cristão das saidinhas. A diferença é que Dimas se arrependeu de todo o mal que havia feito. Esses bandidos passam longe do arrependimento, mesmo porque não existe empatia com ninguém, não mudam a conduta, nem mesmo o pensamento. Tantos outros crimes poderiam ter sido evitados se houvesse razão para se arrepender. Mas não há. Os casos de vítimas que choram seus entes queridos assassinados contrastam com a liberdade de seus algozes. Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella Nardoni, disse que essa situação só mudaria se os juízes passassem por uma experiência como a que ela passou. Segundo ela, os juízes não podem julgar essa dor se nunca sentiram.

         Se for instalada apenas a CPI tratando do aumento da criminalidade em todo o país, o barulho e os holofotes sobre o governo serão imensos para a imagem do governo, podendo afetar, seriamente, outras pautas de interesse do Executivo. Para piorar essa situação, é sabido que, em época de eleições, tudo o que o governo pretende é se ver fora de confusões e acusações. Para aqueles que irão trabalhar nessa Comissão, a oportunidade de exposição na mídia é tudo o que necessitam para seus currículos. O fato visível e que interessa aos que só têm poder de voto é que o aumento da criminalidade requer providências urgentes. O espraiamento dos crimes organizados nas instituições do Estado hoje é uma realidade das mais perigosas e que precisam ser debeladas o quanto antes.

         Todos os dias, o noticiário vem mostrando que as organizações criminosas brasileiras, à semelhança do que ocorre com as máfias internacionais, diversificaram suas atividades ilegais, investindo grandes somas no controle dos transportes urbanos, na limpeza, na distribuição de gás e energia elétrica, entre outros setores, que antes eram controlados apenas pelos estados.

         Além desse enraizamento em atividades dos estados, o crime organizado investe pesadamente também nas campanhas dos candidatos de sua preferência, penetrando, silenciosamente, no Poder Legislativo, de onde pode vir a dar as cartas, favorecendo as atividades criminais. Além desses crimes, a CPI que poderá cuidar da segurança pública e do aumento das organizações criminosas poderá direcionar seus holofotes para questões ainda mais espinhosas como o tráfico infantil, a exploração sexual, a venda de sentenças, a soltura de criminosos de alta periculosidade pelos tribunais, entre outros assuntos.

         Ainda dentro das investigações dessa CPI, por certo, haverá brechas para que se investigue também o, ainda vivo e atuante, sistema de corrupção, que assola nossas instituições públicas e que é diretamente responsável por todo esse caos instalado em nosso país. Mas tudo vai depender da escolha do relator.

 

A frase que foi pronunciada:

“O MP é parte. O nosso lado é o da sociedade, é o lado da vítima. O réu, com todos os direitos humanos e respeitos que deve ter, tem que ser firmemente apontada a sua responsabilidade e levado aos tribunais superiores para que a sua condenação seja mantida e não gere na sociedade essa sensação de impunidade. Isso desanima as forças policiais, o Ministério Público e o sistema de Justiça.”

Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, Procurador-geral de Justiça de São Paulo

Paulo Sérgio de Oliveira e Costa. Foto: MPSP / Divulgação

 

História de Brasília

O sr. Baeta Neves convidou o sr. Leonel Brizola para se candidatar a deputado ou senador por Brasília. Ainda não foi decidido se haverá eleição em Brasília, e os “donos dos votos” já começam a se manifestar. E o povo? (Publicada em 06.04.1962)

Reforma agrada

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Presidente Lula durante o lançamento do Programa Terra da Gente no Palácio do Planalto, nesta segunda-feira, 15 de abril. Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

Não é de hoje que se discute a questão da reforma agrária. Desde o início do século passado, o problema foi alçado do campo para as pautas de governo. Trata-se, pois, de um assunto de cunho eminentemente oficial, e, como tal, entregue às autoridades e aos governos.

Ao obter esse status, a questão ganhou também matizes políticos e ideológicos, entrando para a pauta das discussões sem fim e para o glossário de promessas de campanha. Na verdade, desde a promulgação da Constituição Federal de 1934, a reforma agrária tem espaço assegurado nos instrumentos legais, recebendo também a atenção de órgãos públicos criados, exclusivamente, para tratar desse processo.

É preciso ressaltar que grandes somas de recursos públicos para a criação de uma pasta ministerial — ou seja, de primeiro escalão — voltada totalmente para a reforma agrária foram gastas. E isso ao longo de quase um século. Institutos como o Incra, composto por pessoal especializado no assunto, vêm, ao longo de décadas, se debruçando sobre essa questão.

O número de títulos agrários entregues oficialmente ao longo desse tempo todo chegou à casa das dezenas de milhões. Portanto, não há que se falar em falta de empenho por parte do poder público. O ponto aqui, diante de todo esse esforço estatal que foi feito e de toda a montanha de dinheiro despendida com essa questão, é saber, exatamente, por que nada desse trabalho hercúleo teve ainda o condão de pacificar, ou mesmo resolver de vez, o problema da reforma agrária em nosso país.

Curioso, também, é saber que foram os governos militares e civis de orientação conservadora que mais distribuíram títulos de terras, assentando centenas de milhares de famílias no campo. Talvez, esteja nesse ponto parte da explicação para o prosseguimento dessa questão. Não se pode cobrir a luz do sol com peneira, assim como não se pode deixar de enxergar que esse é um problema que vai muito além da questão do recebimento de títulos de terra e do assentamento legal de famílias.

A reforma agrária, antes mesmo de ser uma necessidade premente em resolver o problema da posse da terra, é uma questão política. Sem essa questão, esvazia-se o debate e perde-se o rumo. Para um país que vai consolidando sua economia com base no agronegócio, a questão da reforma agrária parece ter perdido a mão e o sentido. Tivessem os governos interesse real em resolver essa questão, o problema do marco temporal das terras indígenas e a criação de reservas gigantescas seria outro.

Do jeito que a questão vem sendo debatida, fica claro que a não resolução do problema é parte de uma estratégia, bem pensada, para perpetuar a questão e, quiçá, forçar outra discussão, relativa à propriedade privada.

O Abril Vermelho, com suas invasões previstas e programadas pelo Movimento Sem Terra (MST), faz sua parte dentro das expectativas e dos projetos de poder. Essa tal de jornada mensal de luta por reforma agrária esconde um propósito que nada tem a ver com a titularidade de terra ou com a consolidação de assentamentos de camponeses.

Não por outra, como parte integrante e paralela do Abril Vermelho, o governo acaba de anunciar o programa Terra da Gente, voltado para o modelo de reforma agrária que acredita. Pelo discurso feito naquela ocasião, ficam claros os dois lados dessa mesma e corroída moeda: “Somente por intermédio de um regime democrático, a gente pode fazer o que a gente quer. Reivindicar, fazer greve, pedir aumento de salário, pedir plano de carreira… O nosso papel é ser honesto com o movimento social, dizendo o que podemos e o que não podemos fazer, utilizando terras sem muita briga. Isso sem pedir para ninguém deixar de brigar.” Acredite se quiser.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Todo e qualquer protesto se aceita. O que não se aceita é a violência”
Presidente Lula

Presidente Lula. Foto: REUTERS/Adriano Machado

 

Acolhimento
Idilvan Alencar, deputado federal cearense, propôs uma audiência pública para discutir a falta de capacitação do corpo docente dos colégios públicos no trato com os alunos com Transtorno do Espectro Autista. Sem ambiente escolar adequado, o aprendizado das crianças autistas é totalmente prejudicado, pontuou.

Deputado Federal Idilvan Alencar. Foto: Câmara dos Deputados

 

História de Brasília

As chuvas de ontem provocaram um desastre numa caixa telefônica subterrânea, que foi invadida pelas águas. Por isto, a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes ficaram sem telefone. (Publicada em 6/4/1962)

Prejuízos de uma manobra mal feita

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Atleta Trans. Foto: oantagonista.com

 

           Nesse mundo que parece ter virado de cabeça para baixo, os cidadãos brasileiros não são chamados a decidir, por meio de consulta popular ou instrumento idêntico, que futuro deseja ver para o país e, principalmente, para si e seus familiares. A cultura Woke, vinda do Norte do continente, contaminou o debate com questões que, até pouco tempo, eram pacíficas.      Existe uma realidade social que, embora muitos políticos tentem escamotear para debaixo do tapete, permeia toda a nossa sociedade, com características nitidamente conservadoras. Não se pode, por meio de decretos e leis superficiais, ditar costumes e práticas próprias para nossa gente, apenas para dar um falso verniz de modernismo ou atualidade, sendo que nosso povo, por sua formação cultural, social e religiosa demonstra a preferência em seguir por caminhos que conservam nossos costumes e tradições e que, ao longo dos séculos, têm-se provados seguros e mais adaptados a nossa realidade.

         Entrevistas com médicos renomados e cientistas diversos por toda parte do mundo indicam, claramente, não por opinião própria, mas em bases científicas, que as questões polêmicas, como aquelas que introduzem diversos novos gêneros entre o masculino e o feminino, nosso povo, mesmo sem criticar ou ofender quem quer que seja, são, unicamente, as opções macho e fêmea, deixando de lado quaisquer outras variantes de gênero. Ao matar uma pessoa, uma criança de 10 anos não pode responder pelo crime como um adulto; não tem discernimento nem para isso e nem para escolher o próprio sexo.

         O caminho da biologia, com suas proposições naturais, dita, ainda entre nós, o modelo a seguir. Aliás, para o brasileiro médio, e todos somos, de uma maneira ou outra, as questões de gênero, com todas suas múltiplas variantes, não interessam, de modo direto, a nossa população. Sobretudo, se discussões como esta ficarem restritas à escolha ou ao interesse pessoal de cada indivíduo. O problema é quando toda essa pseudo evolução da espécie força a barra e passa a invadir e esgueirar-se para dentro do mundo conservador, pretendendo impor novos comportamentos e atitudes, mesmo a contragosto da maioria.

         É nesse ponto que a questão incomoda e passa a gerar atritos, como temos visto frequentemente. Impõem-se, pois, a afirmar, com toda a sinceridade, que não há espaço, no mundo conservador de nosso país, para essas e outras teorias, ditas revolucionárias, que contrariem costumes e tradições históricas. Experiências, das mais diversas, têm constatado que o processo de aculturação do tipo niilista e iconoclasta, trazido pelo movimento Woke, não visa enriquecer ou somar elementos positivos à cultura nacional. Pelo contrário, esse movimento possui, em seu bojo, a estratégia de deformar e mesmo destruir as bases da cultura nacional, pela incorporação de elementos antagônicos aos nossos costumes e tradições históricas. Óbvio que assunto como esse encontra pouca guarida com as elites políticas. Sobretudo aquelas desprovidas da coragem de dizer não ou com medo de parecerem ultrapassadas. Não há modernidade alguma quando o que está em jogo é um processo nítido de destruição da cultura nacional travestido de evolução ou democracia. Modernidade nesse caso é defender o que deseja maioria.

         Os países do Norte, que mais têm sofrido com esse verdadeiro assédio do movimento Woke, parecem estar acordando de um pesadelo e começam a tomar decisões voltadas para o que deseja a maioria, sem se importar em parecer o que quer que seja. A Associação Nacional de Atletismo Intercolegial (NAIA) dos Estados Unidos acaba de aprovar, por maioria absoluta, a proibição de atletas trans em esportes femininos. Isso depois de uma ampla campanha liderada por mulheres atletas iradas com a manobra sexual. Para os membros da NAIA, essa é uma forma de assegurar uma competição justa e segura para todas as estudantes-atletas. Com isso, acabam as vitórias mascaradas de atletas “biologicamente masculinos” sobre as mulheres.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Ora, se é por obrigação, então não é respeito, mas submissão, subserviência. E é desta maneira que funciona a agenda LGBT: o objetivo final nunca foi que o homossexual fosse respeitado como cidadão, mas sim a imposição de uma agenda que obrigue a sociedade (através da legislação) a se sujeitar.”

Jordan Peterson

Jordan Peterson. Foto: Divulgação

 

Fonte da vida

Foi preciso um projeto de lei para tornar dever do Estado o oferecimento de água potável aos alunos da educação pública e obras de infraestrutura física e sanitária adequadas para o acesso e a permanência dos estudantes em ambiente escolar. O texto de autoria do deputado federal Duda Salabert, que teve a sensibilidade de perceber a necessidade dos estudantes, será enviado ao Senado.

Deputado federal Duda Salabert. Foto: camara.leg

 

História de Brasília

As chuvas de ontem provocaram um desastre numa caixa telefônica subterrânea, que foi invadida pelas águas. Por isto, a esplanada dos Ministérios e praça dos Três Poderes ficaram sem telefone. (Publicada em 06.04.1962)

Com as tintas da razão

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Foto: TV Globo/Reprodução

 

         Planejamento é tudo. Seja para o que vier a ser feito. Aliás, essa é uma das principais características a dar status, dentro da criação, diferenciando o ser humano das demais espécies existentes sobre o planeta. Foi justamente esse atributo que possibilitou a sobrevivência da nossa espécie. A capacidade de pensar além do presente, projetando a vida para depois de amanhã.

          Ainda hoje, quando, teimosamente, deixamos de lado essa qualidade e não planejamos nada, deixando o barco ser levado pelos ventos da ocasião, normalmente, deparamo-nos com problemas sérios. Se a capacidade de planejar é importante e vital para cada um de nós, imagina, então, para toda uma cidade, com sua complexidade e tamanho e que vai nos servir de moradia e abrigo por um longo tempo.

         Cidades, desde sempre, não lograram subsistir, ao longo de toda a história da civilização humana, sem o devido planejamento. Não é por outra razão que as melhores cidades do mundo são justamente aquelas que devotam grande importância ao ato de planejar. Aqui mesmo, sob nossos pés, está Brasília, a capital de todos os brasileiros, planejada para ser o centro das mais importantes decisões do país. Uma espécie de torre de comando, nesse imenso transatlântico chamado Brasil.

          Mesmo, antes de chegar ao papel, os principais eixos urbanos, dessa que seria posteriormente um patrimônio cultural da humanidade, já existiam na cabeça de seu idealizador. A razão aliada a um minucioso planejamento fez da cidade o que ela é hoje, ou, na realidade, o que poderia ter sido, caso fossem respeitados e seguidos, ao longo de décadas, os mesmos princípios que nortearam sua concepção primária.

         O crescimento demográfico acelerado, experimentado pela capital, depois da chamada maioridade política, por suas características próprias, muitas delas, embasadas em critérios políticos eleitorais e momentâneos, trouxe sérios problemas não só para o complexo urbano, mas, sobretudo, na infraestrutura da cidade, que teve que ser ligeiramente adaptada ou acochambrada a uma nova realidade criada artificialmente.

         Os seguidos e teimosos processos de moldar a cidade aos desejos da nova elite política no controle da cidade resultou no que presenciamos dia a dia. Hoje, é consenso, entre os urbanistas, que Brasília caminha, a passos largos, para uma espécie de envelhecimento precoce, tornando a cidade idêntica, em problemas, às demais capitais do país. Congestionada em suas vias públicas e em seus serviços à população, a administração da cidade representa, agora, um grande desafio para seus gestores, principalmente, para aqueles munidos da certeza de que sem planejamento é impossível prosseguir.

         As manchetes diárias apresentadas em todos os noticiários locais comprovam que a cidade vive, a cada dia, envolta em problemas de toda a ordem. Na última quinta-feira (11), a chuva volumosa inundou, com uma enxurrada de água e lama, toda a rua da comercial da 202 Norte, causando prejuízos incalculáveis aos comerciantes e para aqueles que estavam naquela localidade. Carros e lojas foram tomados pela lama. Na origem do problema estão as obras feitas nas quadras 100 e acima. Pena que faculdades de arquitetura e urbanismo da cidade não se ocupem de realizar um levantamento sobre os pontos sensíveis e sujeitos a calamidades existentes hoje na capital, fazendo o trabalho em parceria com a secretaria de planejamento. A bem da verdade, a própria UnB foi palco de cataratas com água da chuva empurrando portas das salas avançando pelos corredores.

         Em vários pontos da capital, as chuvas fortes deste ano mostraram a fragilidade da cidade diante desses fenômenos. Na maioria desses casos, a raiz do problema pode ser encontrada em obras emergenciais, realizadas sem a preocupação de um macro e cuidadoso planejamento.

         A extensa avenida W3, Sul e Norte, que poderia ser o cartão de visita e um vigoroso centro da economia do Plano Piloto, estão tomadas por invasões de lata, instaladas não só nas paradas de ônibus como por todas as quadras, criando problemas para a cidade e seus moradores, apenas para atender as necessidades de um e outro comerciante.

         Sem planejamento, temos os exemplos vistosos, como é caso do Estádio Mané Garrincha e o Buritinga, que consumiram bilhões de reais dos contribuintes locais e seguem erguidos como verdadeiros elefantes brancos, lembrança da falta de planejamento. Difícil hoje encontrar um prédio comercial que não esteja fora dos padrões normatizados. São puxadinhos de todo o tipo a avançar sobre áreas verdes e vias públicas e aéreas.

         A descaracterização da cidade segue em ritmo ligeiro e toma impulso maior. Sem essa ideia de futuro e de preocupação com a qualidade de vida para as próximas gerações, que espécie e modelo de capital teremos no futuro para justificar o título de patrimônio cultural da humanidade? Essa é uma questão que merece ser pensada e sobretudo planejada com as tintas da razão.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não adianta deixar um dragão vivo fora dos seus cálculos, se você mora perto dele.”

 JRR Tolkien, O Hobbit

Tolkien em sua sala. Foto: Divulgação

 

História de Brasília

As contas de telefones estão chegando com atraso ao Banco do Brasil, e quando chegam, são avolumadas, criando dificuldades orçamentarias para a maioria dos assinantes. (Publicada em 06.04.1962)

Espadas em arado

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Foto: conexaoplaneta.com

 

Quem, por acaso, conhece o livro de Jean Giono (1895-1970), “O homem que plantava árvores”, de 1953, por certo, leu com a frase: “(…)os homens poderiam ser tão eficazes como Deus em algo mais que a destruição.” Com isso, o autor quis dizer que os homens poderiam, se assim dispusessem, imitar o Criador, erguendo e cuidando de todas as formas de vida sobre a Terra, e não destruindo e reduzindo a cinzas como faz a morte, ao deixar escombros e aridez por onde passa.

A observação de Jean veio a propósito da incansável atividade de Elzéard Bouffier, o personagem principal, que, durante a maior chacina de nossa história, representada pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918), continuava, dia após dia, plantando carvalhos numa região agreste dos Baixos Alpes Franceses, já abandonada pela população local, devido ao desmatamento secular promovido pelos carvoeiros naquela região.

O contraste entre quem cuidava de recuperar a vida da região e o morticínio irracional da Guerra de 14/18, é flagrante e mostra, de forma crua, como os homens podem, ao mesmo tempo, abandonar de lado a vida em sua plenitude e seguir os passos da morte, mesmo sabendo dos resultados dessa opção. O texto chegou ao Brasil, em forma curta em animação, dirigido por Frédéric Back. Laureado pelo Oscar, Annecy, Festival de Animação de Hiroshima e Festival Internacional de Ottawa.

Cada vez mais atual, justamente por mostrar a capacidade do ser humano em mudar o mundo ao seu redor, tanto para o bem como para o mal. Nesses tempos em que o nosso planeta experimenta, por meio do fenômeno do aquecimento global, o que talvez seja o seu maior desafio de todos os tempos, e que pode ser um fim à existência da própria espécie humana na Terra, nada mais hodierno e premonitório do que as mensagens contidas nesse texto escrito ainda no século passado.

Buscar o exato significado para as árvores, num tempo em que ainda se acredita não existir nenhum, é uma tarefa e um desafio que pode nos colocar, hoje, entre permanecer por essas paragens ou ter que sair de fininho para outros mundos para não perecer. O desafio gigante que, na obra, é realizado por um só homem, durante mais de 30 anos em que plantou naquela região milhões de árvores, pode ser uma das respostas para esse dilema da atualidade.

Embora pareça uma tarefa impossível, recuperar o planeta da degradação imposta pelas consequências da Revolução Industrial em sua ânsia por adquirir matérias-primas, o livro mostra que bastou a persistência de apenas um indivíduo para mudar a realidade local. “Um único homem, reduzido a seus recursos físicos e morais, foi capaz de transformar um deserto em uma terra de Canaã”, diz o autor.

O que conhecemos hoje através da palavra muito em moda como resiliência, que é a capacidade de resistir e se adaptar às mudanças, tanto pode ser aplicada ao homem como à própria natureza, desde que lhes sejam ofertados a oportunidade. A esse fenômeno, que muitos classificam como um sinal e uma semente da própria vida, é que pode estar a redenção, ou não da humanidade.

Obviamente que os exemplos a seguir não devem se resumir à uma obra de ficção. Mas podem nela inspirar para promover as mudanças necessárias e urgentes que o momento exige. Toda grande obra tem seu início apenas movido pela inspiração trazida pelos belos exemplos, sejam eles reais ou não. O primeiro passo é o das ideias, dado ainda no mundo abstrato dos projetos mentais. Pode vir a ser realidade concreta, pelo esforço físico, o que é uma mera consequência da capacidade de pensar. Nesse caso pensar num mundo em que a vida seja ainda uma possibilidade real e que valha a pena.

Da África, talvez o continente economicamente mais sofrido e espoliado na história da humanidade vem um dos muitos e bons exemplos que precisamos para nossa salvação futura. Como descrito em Isaías: “Ele julgará entre as nações e solverá as contendas de muitos povos; e estes converterão suas espadas em lâminas de arado, e as suas lanças, em foices; uma nação não mais levantará sua espada contra outra nação, nem será necessário que se preparem para batalhas.”

Na Etiópia, um dos países mais populosos e pobres daquele continente, o governo empreendeu uma jornada em que, em apenas 12 horas, uma força-tarefa, atuando em mais de mil áreas daquele país, conseguiu a façanha de plantar mais de 350 milhões de árvores. Um recorde mundial. Também a Índia, castigada pelos desflorestamentos, vem empreendendo um grande esforço para recuperar, ao menos uma parte de suas florestas. Na última empreitada, 800 mil voluntários plantaram mais de 50 milhões de árvores e prosseguem plantando. Na China, parte ociosa do que seria o maior exército do planeta tem sido deslocada para a mesma tarefa no Norte do país. São mais de 60 mil soldados empenhados nessa tarefa. Os fuzis cedem lugar às ferramentas agrícolas.

São esforços pontuais, mas que podem fazer a diferença num futuro não muito distante. Cientistas acreditam que, pelo estágio atual de degradação do planeta, será preciso, ao menos, o plantio de mais de 1,2 trilhão de novas árvores, apenas para arrefecer a Terra e livrá-la dos efeitos maléficos do aquecimento global, que já está atuando entre nós. A situação, que é bem do conhecimento dos técnicos das Nações Unidas, tem estimulado ações dessa Organização, com vistas a um projeto, já em andamento, cuja meta é plantar 4 bilhões de novas árvores nos próximos anos.

Por todo o mundo, projetos semelhantes estão em andamento, uns ambiciosos e outros mais modestos, mas já são de grande valia em seu conjunto. De todos os projetos de plantio de árvores pelo planeta, nenhum é mais ambicioso do que o vem sendo erguido nas bordas do grande deserto do Saara, também na África. Em nenhum lugar do planeta as mudanças climáticas são mais impactante do que as que ocorrem nos países margeados por esse grande deserto. O deserto vem aumentando de área num ritmo assustador nos últimos anos. Com ele, vem o clima cada vez mais inóspito à vida. Com temperaturas que ficam numa média próxima aos 50 graus centígrados. Com esse fenômeno, vem também a escassez de água, cada vez mais assustadora e já motivo de conflitos permanentes na região. Financiado pelo Banco Mundial, a União Europeia e as Nações Unidas, projeto unindo vários países locais, ergueu uma gigantesca barreira verde de árvores, que irá cobrir uma área de mais de 8 mil quilômetros, atravessando todo o continente africano na parte sul do deserto do Saara, formando uma enorme muralha para conter o avanço da areia. A meta é erguer essa Grande Muralha Verde até 2030, cobrindo com reflorestamento uma área de 247 milhões de acres ou aproximadamente 100 milhões de hectares.

Em nosso mundo, em todo o tempo e lugar, sempre existiram homens movidos pela paixão de plantar árvores, como se recebessem essa missão diretamente das mãos de Deus.

 

A frase que foi pronunciada:

“Mesmo se eu soubesse que amanhã o mundo iria desmoronar, eu ainda plantaria minha macieira.”

Martinho Lutero

Imagem: bibliaeteologia.com

 

História de Brasília

O dr. Sávio Pereira Lima, diretor do Departamento Administrativo da Fundação Hospitalar, acaba de ser nomeado diretor do Departamento Hospitalar. É uma garantia para os que desejam ver construídos os hospitais das cidades satélites, e dos nucleos rurais.

Para o bem geral

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Hotel Torre Palace. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

 

Existe, hoje, uma crise séria, na forma de subocupação ou sublocação de edifícios corporativos. Por toda a parte da cidade, o que se observa, seja aqui no Brasil, em Brasília, ou em muitas partes mundo afora, o fenômeno do esvaziamento de prédios inteiros nos apresenta uma nova realidade que, ao que parece, ainda não conseguimos entender em sua extensão e, pior, resolver esse problema que ameaça muitos centros urbanos, inclusive a própria capital do país.

Depois da pandemia, esse problema ganhou ainda mais visibilidade. No nosso caso em particular, para onde quer que você olhe, no centro do Plano Piloto, são inúmeros os edifícios totalmente desocupados. Esse é um problema que deve merecer atenção de todos. Não só dos empresários e donos desses prédios comerciais e corporativos, mas de todas as autoridades, pois essa situação anômala ameaça também a economia local, além de representar uma dor de cabeça para a segurança da cidade.

Por sua extensão, essa questão deveria merecer maior atenção do legislativo local, na forma de audiência pública, debates, CPI e outros instrumentos. O que não se pode é ignorar um problema que parece aumentar com o passar do tempo. Não fossem as instituições públicas, bancos e outras empresas de grande porte, que ainda ocupam esses edifícios, instalando aí seus serviços e repartições, o problema seria ainda mais grave.

Para complicar uma situação que, em si, aponta diretamente para a decadência precoce de nossa cidade, não se tem, por parte do poder público, um levantamento com o número exato de edifícios fantasmas. É preciso entender que essa situação, por suas características próprias, não pode ser empurrada para frente sem uma definição correta e racional.

Edifícios, quando deixados vazios ou sem a utilização para a qual foram projetados, rapidamente entram em processo de degradação, transformando-se em mais um problema. Lembrando aqui que, neste mesmo espaço, tempos atrás, descrito pelo fenômeno conhecido por “ teoria das janelas quebradas”, na qual ficou constado que a degradação de um bem ou mesmo o aumento da criminalidade começam de forma pequena, com uma janela quebrada, pichações, pequenos delitos e outros processos contra a lei, quando não reprimidos logo de início, crescem, transformando-se em verdadeira calamidade pública, agora já de difícil solução.

Não vai passar muito tempo até que moradores de rua ou outros malfeitores e viciados, impulsionados por oportunistas e sabichões, passem a promover a ocupação desses imóveis, como aconteceu no antigo Hotel Torre Palace, ocupado por desordeiros e drogados, degradando toda uma área nobre da capital, com sérios reflexos para o turismo local, para os comerciantes e todos que circulavam naquela área.

Por certo, o fenômeno do teletrabalho, em que muitos profissionais passaram a produzir diretamente de casa, também contribuiu para o esvaziamento de muitos edifícios. Mas essa é uma tendência mundial e local que, por suas características positivas, tanto na vida do trabalhador como para a economia das empresas e instituições, veio para ficar e deve ser, inclusive, incentivada.

Também a interligação dos serviços de computação, as redes e mídias em geral, criou o que os especialistas chamam de “não lugar”, no qual já não existe a necessidade de trabalhar em um ponto geográfico e específico, bastando, ao trabalhador e profissional ter, em mãos, um pequeno laptop com acesso à rede laboral.

Trata-se de um novo tempo. No entanto, essa modernidade toda, com suas facilidades, não pode, de modo algum, trazer problemas e prejuízos para o presente, sob pena de melhorarmos um aspecto específico de nossas vidas, às custas da piora de outros fatores. É preciso pensar com criatividade e para o bem geral.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A única coisa que importa é o resultado da sua equipe. Ao liberar o controle sobre quando e onde alguém trabalha e focar apenas nos resultados, você criará espaço para sua equipe ser criativa, encontrar novas maneiras de fazer as coisas com mais rapidez e construir uma cultura mais forte.”

Mitko Karshovski, fundador da Remote Insider

Mitko Karshovski. Foto do seu perfil oficial no LinkedIn

 

História de Brasília

Ao que parece, e aí a informação não é carregada de certeza, o IAPFEST teria desviado êste dinheiro para outras obras, e por isto as superquadras 104 e 304 estão como todo mundo sabe: reduzidas a um canteiro. (Publicada em 06.04.1962)