Quando a carne alimenta os sonhos

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Charge do Zappa

          Helena Blavatsky (1831-1891), fundadora da Sociedade Teosófica, costumava dizer, com muita propriedade, que “não existe religião mais elevada do que a verdade”. Ela queria dizer que a busca pela verdade transcende todo e qualquer dogma, inclusive aqueles que não possuem relação direta com questões de fé, como é o caso da política.

         Numa paráfrase livre, poderíamos também afirmar que não existe ideologia política alguma ou mesmo partido político que seja mais importante do que a verdade, posta à disposição do cidadão. Mas, aqui, incorre-se também em um perigo conhecido: as massas, aqui simbolizadas pelos eleitores, deixam-se guiar mais facilmente por fantasias. A realidade as assusta. Não por outra, são os demagogos aqueles que mais conseguem hipnotizar as massas. Quanto mais as promessas políticas de campanha são embaladas em papel lustroso, mais e mais o público se deixa envolver. Afinal, as massas enxergam, nesse tipo de fala, aquela que os levará ao mundo da fantasia, onde tudo será pleno de felicidade.

         Daí por diante, amargam o frio metálico da realidade, tão logo as eleições acabem e a vida volte ao que sempre foi: uma rotina interminável e enfadonha. A verdade na política funciona assim como um anátema, com seu pregador expurgado para fora de todas as opções de escolha. Quem quiser se candidatar e ter algum êxito nesse meio deve, primeiro, afastar de si quaisquer resquícios de verdade. Sangue, suor e lágrimas é tudo o que ninguém quer ver como promessa.

         Para aqueles que formam filas diante dos containers para abocanhar um osso, a promessa é de que, logo logo, estarão se baqueteando com uma suculenta carne, acompanhada de uma cervejinha bem gelada e uma gordurinha passada na farinha. Ciente da preferência dos subnutridos pelos ossos descartados, a realidade, faz com que a maior indústria de carne do país resolva embalar, à vácuo, os ossos, que seriam descartados, e coloca-los no mercado a preços inalcançáveis. Mas, ainda assim, fica na memória a imagem da peça ardendo na brasa e isso é tudo o que vale, afinal, alimenta ao menos os sonhos.

         A verdade, nesses tempos bizarros é produto fora da prateleira. Em política então, chega a ser uma maldição. Freud (1856-1939), que conhecia bem os meandros obscuros de um caráter mal formado perdidos na mente humana, dizia, sobre as massas, o seguinte: “A massa é extraordinariamente influenciável e crédula, é acrítica, o improvável não existe para ela. Pensa em imagens que evocam umas às outras associativamente, como no indivíduo em estado de livre devaneio, e que não têm sua coincidência com a realidade medida por uma instância razoável. Os sentimentos da massa são sempre muito simples e muito exaltados. Ela não conhece dúvida nem incerteza. Ela vai prontamente a extremos; a suspeita exteriorizada se transforma de imediato em certeza indiscutível, um germe de antipatia se torna um ódio selvagem. Quem quiser influir sobre ela, não necessita medir logicamente os argumentos; deve pintar com imagens mais fortes, exagerar e sempre repetir a mesma fala. Como a massa não tem dúvidas quanto ao que é verdadeiro ou falso, e tem consciência da sua enorme força, ela é, ao mesmo tempo, intolerante e crente na autoridade. Ela respeita a força, e deixa-se influenciar apenas moderadamente pela bondade, que para ela é uma espécie de fraqueza. O que exige de seus heróis é fortaleza, até mesmo violência. Quer ser dominada e oprimida, quer temer os seus senhores. No fundo, inteiramente conservadora, tem profunda aversão a todos os progressos e inovações, e ilimitada reverência pela tradição.”

         A questão aqui é como fazer com que cada eleitor possa olhar para as próprias profundezas e aprenda, desse modo, a se conhecer, libertando-se da escuridão em que se encontra e, com isso, aprenda a se ver liberto daqueles que, no mundo exterior, aprisionam-no. Primeiro, aprendendo que a felicidade que ele parece enxergar em promessas de campanha não está fora de si, mas dentro, sendo, portanto, um problema individual e até intransferível.

         Ainda como característica comum às massas, temos a questão da intolerância. As massas são sempre extremadas. Daí que, para o político formado em espertezas e em maquinações, fica fácil promover a polarização e instigar os extremos com a propagação de conceitos antípodas como o amor contra o ódio e coisa do gênero.

         Fernando Henrique Cardoso, que escreveu um livro com o título: “A arte da Política”, dizia que “a política não é a arte do possível, É a arte de tornar o possível necessário”. O problema é quando a arte da política se transforma num faz de conta mambembe e o país num grande circo de ilusões.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Pode ser que nos guie uma ilusão; a consciência, porém, é que não nos guia.”

Fernando Pessoa

Foto: poesiaspoemaseversos.com.br

 

História de Brasília

Para que se diga mais, a Siderurgica Nacional não está agindo com maior correção no que diz respeito ao Distrito Federal. A Hidroelétrica do Paranoá não será inaugurada também, porque a entrega de chapas foi feita com muito atraso. (Publicada em 10.04.1962)

A nova realpolitik imposta pela direita

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Arte: Caio Gomez

 

         Com a quase certa eleição do conservador Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, e, agora, com o avanço esmagador da direita nas eleições para o Parlamento Europeu, tudo isso sem contar com a vitória do também direitista Javier Milei, na Argentina, o governo brasileiro terá obrigatoriamente que reorientar suas ações, caso queira manter uma relação política mais saudável com o restante do continente, com os Estados Unidos e com a Europa.

         As mudanças no matiz ideológico em muitos países já levam os analistas políticos a admitirem que o mundo vive uma onda global rumo à direita, sendo que esse verdadeiro maremoto está apenas em sua fase inicial. Isso significa que essas mudanças trarão, entre outras coisas, um novo modelo de relação entre os países.

         Talvez, a mais significativa alteração aconteça nas relações econômicas, com o retorno do pragmatismo do Laissez-Faire ou do Liberalismo, com todas as suas vertentes. De imediato, a renovação do Parlamento Europeu poderá, em médio prazo, provocar impactos significativos nos mercados internacionais, embora que, nesse momento, as relações com a América Latina e o Brasil não serão afetadas ainda. Mais uma coisa é certa: os resultados da eleição na Europa afetarão, sem dúvida alguma, o modo como o Mercado Comum Europeu interage com o continente latino-americano. Em síntese, o que se espera é que essa nova configuração política do Parlamento Europeu, juntamente com as eleições americanas vindouras, traga bons frutos para nosso país.

          A saída para o atual governo, caso não queira se isolar ainda mais do mundo democrático, é a busca guarida junto ao velho Centrão, deixando de lado os arroubos ideológicos. O que se descortina no mundo Ocidental nesses tempos é o retorno triunfal da velha e conhecida realpolitik, ou seja a diplomacia política alicerçada em considerações de cunho prático, ou seja no verdadeiro interesse nacional. A verdade é que no plano internacional a mudança que vem ocorrendo a cada eleição para o Parlamento Europeu, trará mudanças sobretudo nas relações do velho continente com a emergente China. É nesse polo que estarão, talvez, as mais importantes mudanças de rumo. Com a economia chinesa montada sobre os trilhos da ideologia do Partido Comunista Chinês, com suas já sabidas pretensões de abocanhar o mundo através da chamada Rota da Seda, as relações da Europa com o Oriente devem ser repensadas. Para os que estão hoje confortavelmente instalados no poder, todo e qualquer movimento feito pela direita é logo taxado de extremista. Assim é que a chegada dessa força política ao Parlamento Europeu foi logo atribuída à extrema direita.

          O que está em jogo, com essa reviravolta que, diga-se de passagem, vem da vontade popular livre e soberana é o começo do fim das esquerdas no poder em boa parte do mundo civilizado. O que resta agora dessa ideologia no controle de alguns países se resume a governos nitidamente ditatoriais, opressores e sem rumos claros para a concretização de metas simples como o Índice de Desenvolvimento Humano. Todos os países controlados hoje por forças de esquerda mantêm suas populações na pobreza, pois servem-se dessa condição para perpetuarem-se no poder. Uma coisa é o que a realidade imposta pela vontade popular quer de fato. Outra coisa é o que se apressam em analisar aqueles que já estão com saudades dessas mudanças e com medo do que ela trará.

         Com a possível eleição de Trump e guinada à direita do braço legislativo do principal bloco econômico do planeta, os embates entre China e Ocidente podem ser ainda mais acirrados, o que, de forma indireta pode favorecer também ao agronegócio brasileiro, também principal protagonista dos superávits do país. O que se sabe até agora é que os superávits surpreendentes nas finanças da Argentina, algo até pouco tempo inconcebível, é obra da direita no poder e isso é motivo de ciumeira por parte do atual governo de nosso país, principalmente quando se sabe que a economia do Brasil está rumando para o abismo fiscal com uma dívida interna podendo facilmente ultrapassar a casa dos R$ 7 trilhões de reais.

         Com a guinada da direita em muitos países, vai ficando cada vez mais difícil ao governo brasileiro seguir com a manobra de isolar a direita em nosso país. As previsões, caso as eleições transcorram na paz e na ética, são que o próximo Legislativo nacional seja majoritariamente conservador. Em nosso caso, é preciso observar ainda que a construção de pontes entre o Executivo e o Legislativo vai ficando cada vem mais difícil, obrigando o Palácio do Planalto a ter que recorrer ao Judiciário onde parece contar com uma insólita maioria a seu favor.

A frase que foi pronunciada:

“A escuridão é covarde. Acenda uma pequena luz e ela fugirá apavorada.”

Provérbio Judaico

Imperdível

Amanhã, sexta-feira, às 19h30, a Academia de Letras e Música do Brasil realizará, no auditório do Departamento de Música da UnB, o recital semestral com entrada aberta e franqueada ao público. Dib Francis, membro da academia e agitador cultural irá tocar piano com a mestra dos tempos de UnB, Elza Gushiken. Norma Parrot, ao violoncelo, completa o trio. Outra presença importante é a de Alexandre Romariz. Um engenheiro que toca piano para se divertir. Do trio, Debussy interpretará a obra acompanhado por Ariadne e Marcelo Salles.

Cartaz publicado no perfil oficial da Almub no Instagram

 

História de Brasília

Custa crer que o almirante Lucio Meira esteja trabalhando contra Brasília, mas se fôr mesmo o caso será o contrário. Êle saberá o que está acontecendo, e tomará providências. (Publicada em 10.04.1962)

Salvem os sãos

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Foto: Uniplash

 

Para uma questão que afeta diretamente e de forma cruel a população brasileira, a Proposta de Emenda à Constituição que trata da descriminalização do porte de maconha, deveria ser submetida, prioritariamente, à sociedade, primeiro, por meio de um plebiscito, convocado pelo Congresso, para, posteriormente, depois de aprovado o texto final, ser ratificado em referendo pelo povo.

Somente por meio dessas duas consultas à população é que a lei deveria ser publicada. Mas, ainda não é tudo. Há, de fato, ainda, um longo caminho a ser trilhado até que essa questão fique pacificada entre os brasileiros. De todo o modo, mesmo percorrido todo esse longo processo, pelo o que já está especificado no relatório do deputado Ricardo Salles (PL-SP), pode-se antever, à priori, que não serão sanções, por mais duras que possam ser criadas, que irão amenizar o consumo de drogas em nosso país.

De saída, esse é um tema que lida com um dos mais antigos e difíceis problemas da humanidade, que é o vício. Seja pelo uso de que substância for. Desde a pré-história da humanidade, há registros de uso de substâncias do tipo embriagantes e alucinógenas. Também já está mais do que provado que punições como prisão e outras não possuem o condão de resolver o problema de forma eficaz. Primeiro, é preciso que se aceite que os custos de qualquer política antidrogas não devem recair sobre os cidadãos que não estão envolvidos com esse problema e que já possuem inúmeros encargos.

Uma das soluções, propostas por quem entende do problema e sabe do tamanho desse desafio, parece ser, logo de saída, cercar o tema por todos os lados, de forma a proteger aqueles que não se incluem nesses maus hábitos e que formam hoje a maioria da população.

Em outras palavras isso significaria confinar o problema, juntamente com aqueles que insistem em permanecer nesse ciclo perverso, livrando o restante da sociedade desse mal. Uma das muitas maneiras seria pelo estabelecimento de exames médicos, do tipo antidoping periódicos, para todo o funcionalismo público, sem exceções ou privilégios. Com isso, os usuários seriam afastados e impedidos de prestar serviços ao Estado. Nenhuma punição é mais severa do que a perda de parte da cidadania. Impedidos de votar, de lecionar, de dirigir e de prestar uma série de serviços à sociedade, os reprovados nos exames antidoping se veriam presos e impossibilitados de exercerem uma gama de trabalho, tudo isso estando livre de processos.

A classificação dos viciados em cidadão de segunda classe, impossibilitados por lei de exercerem serviços relevantes, traria resultados mais severos e eficazes do que as sanções tradicionais da justiça e que custam tempo e recursos ao pagador de impostos.

Há uma infinidade de restrições e todas elas baseadas no exame antidoping, que obrigariam os consumidores viciados a repensar seus hábitos. Nesse rol, incluiria a impossibilidade de matrícula em escola pública, abertura de conta bancária, passaporte, nada consta e toda a papelada exigida hoje pela kafkiana burocracia brasileira. O cerco fechado do Estado aos usuários e afins aprisionaria o problema, livrando a parte sã da sociedade das consequências desse mal. Qualquer outra sanção, que não aquela que resgata de fato a cidadania como conquista, é em vão.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“O caráter não pode ser desenvolvido com facilidade e tranquilidade. Somente através da experiência de provações e sofrimento a alma pode ser fortalecida, a ambição inspirada e o sucesso alcançado.”

Helen Keller

A norte-americana Helen Keller (Foto: Divulgação)

 

História de Brasília

Devia estar pronto a 21 de abril, um dos grandes monumentos da cidade. A Tôrre de Televisão. Mas a Siderúrgica Nacional atrasou a entrega, não mandou até hoje ninguém assinar o contrato. E basta que se diga que a NOVACAP já pagou a maior parte do serviço que não foi entregue. (Publicada em 10.04.1962)  

Visão econômica

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(Foto: Ricardo Stuckert)

 

Depois de a Câmara dos Deputados ter aprovado, no último dia 25, o Projeto de Lei prevendo a taxação dos fundos de alta renda, tanto no Brasil como em Offshore, a discussão sobre a cobrança de impostos dos super ricos, como deseja o atual governo, ganhou corpo ou materialidade. Isso, no entanto, não isenta essa proposta de toda uma áurea de projeto recheado de intenções do tipo puramente ideológico, mais voltado para a satisfação de desejos das bancadas mais radicais da esquerda. Toda e qualquer situação de pobreza tem, em sua raiz, a existência de uma classe de ricos, sendo a pobreza um produto inverso e perverso da riqueza. Nada mais falso e, ao mesmo tempo, fantasioso.

Embora seja um tópico relevante para desmistificar, de vez, propostas dessa natureza, o fato é que intenções como essa têm sido discutidas em muitas partes do mundo. Países que, simplesmente, optaram por implementá-la, como é caso da França e outros, logo se deram conta de que estavam literalmente dando um tiro no próprio pé. Tão logo essa medida foi estabelecida na prática, os milionários franceses, assim como outros, trataram logo de transferir suas riquezas e rendimentos para outros cantos do mundo, salvando seus patrimônios da sanha ideológica e insana de governos com esse pensamento. O resultado foi a retirada em massa de grandes capitais do país, tornando a economia e as finanças locais ainda mais frágeis e sujeitas às crises. Até o primeiro dia de abril ,os investidores estrangeiros já haviam retirado mais de R$ 22 bilhões da nossa Bolsa de Valores, afirmou Vitor Miziara.

Tão logo os efeitos negativos foram sentidos, a ideia de taxação dos super ricos foi abandonada para sempre, como ideia tola. Países em que o fenômeno da pobreza é acentuado, 99,9% das vezes, decorrem de políticas de Estado mal elaboradas, corrupção sistêmica ou concentração de renda em torno da cúpula do governo e seus apaniguados. Os super ricos entram nessa história como uma espécie de bode expiatório.

No mês passado, o ministro das Finanças da Alemanha, ou seja, do país mais rico da Europa, Christian Lindner, simplesmente rejeitou a proposta feita pelo Brasil de taxar os super ricos. Segundo ele, seu país possui um conjunto de tributação e regras fiscais que se adaptam, muito bem, à Alemanha e respondem as necessidades da população. Como os países sérios têm rejeitado essa medida e outras semelhantes, a estratégia do Brasil, que nesse momento preside o G20, é levar a tributação dos super ricos para uma discussão global, incluindo, nessa ideia, a taxação também de grandes empresas. Querer introduzir, nos complexos e exatos mecanismos da economia, ideias do tipo ideológicas, sem base empírica ou minimamente coerente, nunca funcionou na prática e não há possibilidades de que venha a funcionar algum dia. Pior ainda é a utilização de fóruns internacionais para apresentar propostas econômicas sem lastro na razão e que não resistiriam ao menor e mais primário dos questionamentos matemáticos.

A inclusão do Papa nesta questão, como feito agora pelo ministro da Fazenda do Brasil, não passa, para os observadores mais atentos, de uma pantomima própria daqueles que não possuem propostas assentadas no bom senso ou sequer um projeto para tirar a economia do Brasil do buraco, cavado pelo atual governo. Nem Jesus nessa causa!

De fato, não escondem que essa proposta tem como objetivo reduzir o déficit nas finanças públicas. O caminho sensato para a redução do déficit seria o corte nas despesas e maior rigidez nos gastos. Possibilidade impossível para quem ainda não conseguiu descer do palanque. Há um déficit gigante de sensatez que o leva a atrelar a economia aos princípios puramente ideológicos. Para um país que já possui uma das maiores cargas tributárias do planeta, que obriga os brasileiros a trabalharem até maio apenas para acertar as contas com o fisco e que tem afugentado todo e qualquer investimento internacional, tributar os ganhos dos super ricos, sobretudo aqueles em que bastam um clicar de botão para ser deslocado para outro país, é tão promissor como promessas em anos eleitorais.

Ninguém, em sã consciência, deixará seu dinheiro parado num país cujas regras fiscais variam como as nuvens no céu. Ainda mais sabendo que tem tubarão de olho grande nele. Faria mais sentido tributar todas e quaisquer fortunas cuja origem é nebulosa e cercada de um laranjal a perder de vista. Mais sentido aos olhos dos contribuintes que bancam a festa seria tributar aqueles que, da noite para dia, viram suas fortunas aumentarem graças à generosidade da viúva e graças, sobretudo, à leniência da justiça e à miopia dos tribunais de contas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“No Brasil tem muita cachaça e pouca oração.”

Papa Francisco

Foto: Paul Haring/CNS.

 

História de Brasília

No Eixo Rodoviário, em frente ao Hospital Distrital, depois de tanto trabalho, as barraquinhas ambulantes estão localizando sobre a grama, o que não é justo.

A democracia, o Legislativo, o Judiciário, o Executivo e o povo.

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Imagem: Arte migalhas

 

Com relação à regulação das redes sociais, assunto que não sai de pauta, é preciso notar: uma coisa é o que a população esclarecida deseja, outra, e totalmente diferente, é o que querem o governo, as altas cortes e grande parte da bancada de esquerda, além, é claro, daqueles que se dizem incomodados ou com mentiras sinceras ou verdades incômodas.

Deixasse ao alvitre da livre e soberana vontade popular, essa questão já teria sido declarada natimorta ainda dentro do ovo. A propósito, a menção aos ovíparos vem bem a calhar nesse caso, já que o que se quer gerar nesse verdadeiro ovo da serpente, não é outra coisa que não um novíssimo insidioso e peçonhento réptil, capaz de inocular o veneno da censura, acabando de vez com a liberdade de expressão, contrariando o que manda a Constituição.

Nessa querela que não interessa ao cidadão, é sabido que algumas autoridades têm defendido, a todo o instante, a regulação das redes sociais. Aqui nesse ponto, o eufemismo regulação pode ser entendido claramente como censura. Dizer outra coisa é escamotear a verdade. Nesse ponto de celeuma, também vai se realizando a profecia que dizia que, com a popularização das redes socias, associada à Internet, essa tecnologia traria consigo o “perigo” da informação em massa e em tempo real.

Para os governos, principalmente para os negacionistas, em que a verdade e os fatos geram contratempos, expondo os bastidores do poder e tudo o que se passa por detrás das cortinas, isso é inadmissível. A solução para esse impasse está na confecção de um novo modelo de verdade, nomeado aqui como “pós-verdade”. Até parece que a opinião pública irá reagir ou aceitar essa regulação como sendo algo que irá trazer de volta o que importa para todos, que, no caso, é a paz, a fraternidade e a crença de que será para o bem de todos.

Nesse ponto, a verdade cai para segundo plano, desaparecendo em seguida e dando lugar ao mundo da fantasia. Querer a verdade inofensiva aos mandatários é a receita certa para o totalitarismo. O mesmo vale para esses discursos que pregam a responsabilização das empresas que oferecem conteúdos ao público. Foi-se o tempo em que governos cuidavam do que importava, que,no caso, era a educação, a segurança, a saúde, bem como do saneamento básico e do fornecimento de energia.

A livre circulação de informação traz as ações que são realizadas; boas e ruins. Há ainda, nesse banzé, os advogados e representantes das bigtechs como Google e Meta, que também respondem por aplicativos muito usados como YouTube, Instagram, Z, Facebook e WhatsApp, que contestam esse tipo de iniciativa, sob o argumento de que a regulação não garantirá uma Internet mais segura no Brasil. Para eles, um ambiente digital mais saudável e honesto pode ser alcançado apenas com o aprimoramento dos princípios da autorregulação que já existe e está sendo melhorado a cada dia.

Um caso específico aqui é o do Marco Civil da Internet, sancionado em 2014, e que poderia servir para dar um fim à essa discussão sem propósito. Obviamente que, com relação a esse Marco, existe toda uma má vontade em aceita-lo como ponto final dessa questão. Avaliam, na Praça dos Três Poderes, a passo de tartaruga, se trechos dessa lei estão de acordo com a Constituição, especialmente o Artigo 19, que trata da remoção de conteúdo mediante ordem judicial.

Além disso, projetos de lei que, há anos, tramitam no Congresso, visando regular as redes sociais e, pretensamente, “proteger a democracia no ambiente digital” não saem do lugar, por questões óbvias. É preciso deixar claro aqui que toda essa discussão passou a ganhar mais fôlego justamente depois dos acontecimentos de 8 de janeiro último, data em que o governo, juntamente com as altas cortes, passaram a considerar aquela estranhíssima manifestação como um possível golpe de Estado.

Para aqueles que pregam a regulação das redes como inevitável e fundamental, é preciso, antes que haja a realização de um amplo e cristalino plebiscito, precedido de consultas públicas aprofundadas para que a população diga o que quer: se a liberdade constitucional ou um novo modelo proposto por gente que nem ousa sair às ruas.

Retirar da população o direito de criticar o governo e quaisquer dos Poderes da República e seus membros é um retrocesso, que jamais poderia ser imaginado nem mesmo durante os vinte anos de vigência do governo militar. Regular redes significa amordaçar o povo, impedindo-o de se manifestar livremente. Para esse fim encontraram aqui o bode expiatório na forma das bigtechs. Exemplos vindos de países vizinhos como Venezuela, Cuba, Nicarágua e outros, ensinam que este é o caminho que leva ao abismo.

                                             

A frase que foi pronunciada:  

“Um psicopata pode dizer o que você está pensando, mas o que ele não faz é sentir o que você sente. São pessoas sem consciência.”

Robert D. Lebre

 

Sadismo

É possível, com equipamento ultrassônico, mostrar o desenvolvimento fetal em vídeos tridimensionais com imagem tão nítida que até a expressão facial do bebê é capturada. Qualquer providência legislativa ou judiciária sobre interrupção da gravidez deveria obrigatoriamente ser acompanhada por vídeo com a imagem do feto ou mesmo embrião, na mesma idade gestacional proposta, para ilustrar exatamente o que acontece no útero se a decisão judiciária ou legislativa for aprovada. Isso no caso dos humanos, porque a tortura para os animais irracionais já está proibida.

 

História de Brasília

A ponte aérea não está funcionando direito. As informações sobre aviões são as mais diversas. O passageiro não sabe ao certo em que equipamento voará, e a questão de horário não está sendo seguida a contento, porque vários vôos são cancelados. (Publicada em 10.04.1962)

Levados pelo vento

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Charge do Cazo

 

          É sabido que as grandes empresas nacionais e também aquelas sediadas no país são obrigadas, pelas circunstâncias burocráticas relativas, ao pagamento de uma série de impostos, taxas, contribuições e outros infinitos encargos, a criarem um departamento exclusivo apenas para lidar com essas obrigações.

         Outras têm ainda que recorrer a empresas especializadas em contabilidade e pagamentos de obrigações (trabalhistas e outras), apenas para ficarem em dia com o fisco e outras instituições do Estado. É todo um complexo labirinto burocrático de obrigações que vão se somando à medida em que novas regras vão sendo postas. Com isso, fica claro que empreender no Brasil também não é para amadores.

         O intricado corredor polonês de regras acaba levando muitos para a informalidade ou, simplesmente, optam por driblar essas regras, sonegando, subfaturando e montando outras estratégias para livrar-se de tantas cobranças. Não é por outro motivo que muitas empresas nacionais e estrangeiras simplesmente escolhem não abrir negócios em nosso país. Há excesso de governo, de leis e de encargos e pouquíssima liberdade de empreendimento. Tudo parece ter sido montado para atravancar a iniciativa privada, ao mesmo tempo em que facilita, ao Estado, empreender em áreas que não lhe dizem respeito ou, ao menos, não são de sua competência.

          Com uma estrutura dessa natureza, restritiva e opressora e abertamente contra o livre empreendedorismo, não estranha que a produção nacional de bens e de geração de empregos do país apareça sempre na rabeira do mundo desenvolvido. Também a questão da justiça tributária, que acabaria com o escandaloso processo de concentração de renda, nunca é posta em prática, pois a parte economicamente poderosa e encastelada no poder não deseja tal medida.

          Os chamados “campeões nacionais” e todos aqueles que encontraram, na proximidade como o governo, um meio para escapar da sanha do Estado não possuem preocupação com coisas como tributos ou impostos. Tudo isso parece ser resolvido com generosas doações ao governo e ao seu partido.

         Mesmo aqueles grandes empresários metidos até as orelhas em questões de corrupção, que obrigaram a mudar até os nomes de suas empresas, aparecem hoje em reuniões com o governo, decidindo os rumos do país, como se nada tivesse ocorrido num passado recente. Passada a fase da Lava Jato e com todo o desmonte de outras operações nas altas cortes, os grandes empresários e protagonistas de casos de corrupção preparam-se agora para reaver, com uma mão, o que tiveram que entregar nos acordos de leniência. Tudo corrigido. Outros simplesmente escaparam, como por milagre, das justas multas impostas pela justiça, isso é, quando havia leis no combate à corrupção.

         Diante do exposto, torna-se até surreal, entre nós, falar-se em justiça tributária. De fato, não há justiça tributária neste país, nem nunca houve. A recente reforma tributária, aprovada pelo Congresso, ainda passa longe dessa questão. Essa e outras questões pertinentes à carga tributária ganham ainda mais entraves e empecilhos quando se observa que o atual governo, por razões que não interessam agora, busca, desesperadamente, meios de arrecadar cada vez mais, apenas para cobrir os rombos nas contas públicas provocados por sua esquizofrenia política em gastar, deslocada de projetos bem elaborados.

         Gasta-se apenas por motivação política e isso não tem como dar certo. A multiplicidade de tributação no consumo, embutida nos preços de absolutamente todos os produtos adquiridos, torna o brasileiro comum, não um consumidor típico, desses que existem em todas as partes do mundo, mas um pagador de impostos ou consumidor perpétuo de impostos. Transformassem os impostos atuais em calorias, todos os brasileiros seriam obesos mórbidos. Viver no Brasil é pagar impostos que depois somem no ar, levados pelo vento.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nada no mundo é certo, exceto a morte e o pagamento de impostos”.

Benjamin Franklin.

Benjamin Franklin. Imagem: Joseph Siffrein Duplessis, en.wikipedia.org

 

História de Brasília

Estão falando que o barraco da escola do “Gavião” será transformado na sede do “Cruzeiro”. Para melhor dizer a verdade, seria conveniente que fosse destruído  para não ficar nem a lembrança da escola que martirizou os alunos na Cidade do Século. (Publicada em 08.04.1962)

Rumo ao fundo

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         Criada em 2015, a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Fundos de Pensão tinha como propósito investigar um rombo de mais de R$ 46 bilhões nos Correios (Postalis), Petrobras (Petros), Caixa Econômica Federal (Funcef) e Banco do Brasil (Previ). Esse escândalo, de proporções gigantescas, lesou centenas de milhares de pensionistas associados, sendo mais de quinhentos mil prejudicados diretamente.

         As causas desse desastre podem ser debitadas a um misto de corrupção deslavada e má gestão proposital. As estatais sempre foram defendidas com socos e pontapés, sob o argumento de que eram patrimônios da nação e, como tal, jamais deveriam ser privatizadas e entregues à iniciativa privada. Como ficou patente após os trabalhos daquela CPI, as razões daquelas defesas eram singelas: as privatizações retirariam as minas de ouro fartas e exclusivas que passavam longe dos interesses dos trabalhadores e pensionistas. Afinal, no fim dessa história mal contada e sem fim, o Tesouro Nacional acabaria, como sempre, socorrendo essas estatais, deixando todo esse passivo monstruoso nas contas e costas dos pagadores de impostos.

         Ainda assim, os filiados tiveram que, por anos a fio, contribuir para quitar, mensalmente, esses rombos bilionários. Era muito dinheiro e deixado em mãos de gestores escolhidos cuidadosamente que “administravam” essas fortunas. Em dois anos, pouco depois desse escândalo, balanços feitos juntos aos fundos mostravam que esses rombos, devido a correções e outras atualizações, já beiravam os R$ 50 bilhões. Com a chave do cofre nas mãos, ficou ainda mais fácil o acesso a esses bilhões, porque seu controle e fiscalização pela União sempre foram deixados para as próprias estatais. Lembrando ainda que quando premido a realizar privatizações, aqueles governos cuidaram sempre para fazer com que os próprios fundos de pensão entrassem nesse negócio, comprando parte dos bens públicos vendidos na bacia das almas.

         Desse modo fica claro que buscar recursos, a fundo perdido, junto aos fundos de pensão das estatais, sempre foi um bom negócio para os mesmos. Os próprios trabalhadores dessas empresas, aprovavam esses empréstimos às cegas, certos de que iriam lucrar fábulas de dinheiro.

          Com a justiça e os órgãos de fiscalização do Estado fazendo cara de paisagem para aquelas práticas corriqueiras, o caminho para as minas de ouro estava amplamente pavimentado. Por certo, como ficou posteriormente verificado, os objetivos dessa rapinagem, ao estilo blitzkrieg, obedeciam muito mais a razões de consolidação de poder pessoal, do que a fatores de ordem ideológicas, como queriam que todos acreditassem. Quem quiser relembrar esse capítulo inacabado da nossa história pode conferir nos arquivos ainda disponíveis nas redes sociais e Internet em geral.

          Também é de importância mencionar que a recordação desses fatos obedece não apenas à missão de não deixar que essa história seja reescrita, mas, sobretudo, chamar a atenção para aqueles acontecimentos, que, segundo muitos pensionistas desses fundos, voltaram a se repetir com o mesmo modus operandi, à luz do dia e na cara de todos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Um critério puramente objetivo, de quantidades, irremediavelmente legitimaria o tráfico de pequenas quantidades. Não se resolve em um passe de mágica. Há pequena quantidade que é objeto de tráfico, assim como uma quantidade maior pode ser para isso.”

Senador Pacheco

Senador Pacheco. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Diga leitor

Proibiram os supermercados de usar sacola para guardar as compras para proteger a natureza. Mas se o estabelecimento quiser vender a mesma sacola para o consumidor, daí é permitido. Qual a natureza dessa iniciativa? Que meio ambiente foi protegido nesse caso?

Foto: Paulo Frazão/Rede Amazônica

 

Solução

Por falar em meio ambiente, as esponjas de pia fazem parte de um programa nacional de reciclagem promovido pela Scotch-Brite. No link Programa Nacional de Reciclagem de Esponjas Scotch-Brite, as explicações detalhadas.

Arte: scotch-brite.com

 

Caixinha, obrigada

Um liquidificador da década de 60 pode perfeitamente estar funcionando hoje em dia. Com uma boa manutenção, nada impediria. Acontece que os celulares caríssimos, envelhecem rápido. Aplicativos que são atualizados não são comportados em aparelhos antigos. O caso abrange, inclusive, o Banco do Brasil, cujo aplicativo é rejeitado, por exemplo, no Galaxy Note4 modelo SM-N910C.

Imagem: Divulgação

Fortaleza

Os amigos mais próximos de Eduardo Jorge, do PV, comentam que ele tem um compromisso budista de só falar a verdade.

Reprodução/Partido Verde/Facebook/

 

História de Brasília

A primeira derrota que o se. Israel Pinheiro sofreu nos últimos anos foi recebida com tal esportividade que pouca gente parecia crer. O construtor de Brasília foi o quinto colocado no concurso de jardins e foi derrotado pelo seu ex-chefe de gabinete Ney Ururahy, que conquistou o primeiro lugar. (Publicada em 03.04.1962)

Plano Nacional de Educação

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Foto: irbcontas.org

 

Responsabilização é o termo que mais aparece, quando educadores examinam de perto os resultados do Plano Nacional de Educação 2014/2024, que termina agora. Tanto é, que sugerem sua prorrogação por mais quatro anos, a fim de cumprir as metas propostas, integralmente ou em parte. Faz sentido, quando se sabe que planos de médio e longo prazos, referentes à educação, só podem ter sequências válidas e razoáveis, quando cumpridas, satisfatoriamente as metas precedentes.

O Novo Plano Nacional de Educação 2024/2034, que o atual governo quer ver implementado ainda este ano, pode vir a sofrer solução de continuidade, ou mesmo ser provisoriamente posto de lado por falta de planejamento adequado. Dentro do Congresso já é certo que o texto a ser enviado pelo ministro da Educação, Camilo Santana, será submetido a uma tramitação vagarosa e detalhada, podendo ser implementado apenas em 2028. Existe ainda, a atropelar a implantação do novo PNE, a questão do Novo Ensino Médio, que ainda não foi posta à prova de forma definitiva. Há também nessa pauta congestionada da educação, as mudanças propostas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ainda em fase de discussão. Uma coisa é certa: políticos e educadores parecem de acordo com a ideia de prorrogação do PNE 2024/2034.

É aí que o termo “responsabilização” entra nessa questão mal resolvida. Há planos demais e pouca responsabilização dos entes envolvidos no cumprimento das metas estabelecidas. Grande parte das 20 metas propostas no PNE 2024/2024 não foram totalmente cumpridas. Algumas sequer foram iniciadas como deveriam. O que parece mais certo na avaliação dos educadores é que a nova proposta terá de repetir grande parte das metas não alcançadas no Plano anterior. Há que ressaltar aqui o grande esforço do governo anterior em cumprir as metas propostas, prejudicadas enormemente pelos efeitos inesperados e danosos da pandemia mundial da covid-19, que se estendeu praticamente por longos três anos.

Nesse ponto e diante daquela calamidade pública, tanto o Brasil, como o resto do mundo, experimentaram um retrocesso no processo significativo quer na manutenção ou no aperfeiçoamento dos programas e metas educacionais. Destaca-se aqui a avaliação do próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que acompanha essas execuções de perto, ao considerar que o PNE, que agora finda, apresentou um baixíssimo nível de execução, não sendo cumpridas nem 40% das metas estabelecidas. Fica patente que a educação pública no país ficou estagnada ou mesmo apresentou um sensível retrocesso.

Metas como a erradicação do analfabetismo; a universalização do atendimento escolar; a superação das desigualdades educacionais e outros projetos, ficaram a meio caminho.
A piorar uma situação, que em si, já é por demais complexa e inacabada, há ainda, por parte dos educadores mais conservadores, a preocupação com a questão da doutrinação política proposta claramente pelo atual governo. Na opinião desses educadores esse novo Plano, deixa de lado os verdadeiros instrumentos de formação, para se direcionar a aspectos de militância política.

Em um trecho desse novo documento se lê: “se faz urgente a contraposição efetiva do Estado, nas diversas esferas federativas às políticas e propostas ultraconservadoras, garantindo a descriminalização das escolas frente ao avanço de processos e tentativas de descriminalização da educação domiciliar, as intervenções do movimento Escola Sem Partido e dos diversos grupos que desejam promover o agronegócio por meio da educação, a ataques a liberdade de cátedra e ao livre pensamento(…)” O fato é que sem a participação ativa da população no acompanhamento e execução desse novo Plano, continuaremos marchando no mesmo lugar, nos distanciando, cada vez mais, dos países desenvolvidos no quesito educação.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não podemos esmorecer para não desmerecer.”
Senadora Zenaide Maia, lembrando Osvaldo Cruz, para dar um recado “para todas as colegas parlamentares e todas as mulheres que estão nos ouvindo: fé, aquela fé que faz a gente insistir, persistir e nunca desistir de lutar, não por privilégio, mas por justiça para todas nós.”

Senadora Zenaide Maia. Foto: senado.leg

 

Registro
O Luís Alencar da Embaixada do Piauí está animado com o trabalho de David Aires. Artista plástico de mão cheia, está escrevendo há três dias parte da história de Brasília e do Piauí que acontece naquele pedacinho da Comercial da 313 Sul. O rosto dos frequentadores de um lado e as marcas do Piauí que trazem saudades. Os mais antigos frequentadores da casa como Rubem Uchoa, Ramon, Jari Carlos, Thiago Zacariotto, Carlos Benevenuto entre outros, também comemoram. A foto do pintor em ação está no blog do Ari Cunha. É só procurar na Internet e clicar no título.

 

O avesso do educativo
Pais e professores se mobilizam para o recolhimento do livro distribuído pelo Ministério da Educação em escolas públicas de todo o país. A deputada estadual Lia Nogueira, indignada, encontrou duas palavras para descrever o conteúdo insidioso: “abominável e nojento”. Usa a cor da pele como chamariz, mas apresenta um sexo inapropriado para conteúdo escolar.

Lia Nogueira – (Foto: Divulgação)

 

História de Brasília

O Cine Brasília vai de mal a pior. A inovação agora é cortar a fita para terminar logo a sessão. (Publicada em 03.04.1962)

Regulando o que não se pode regular

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Foto: Minervino Júnior/CB/D.A.Press

 

Quem mais poderia saber o que é bom para os trabalhadores, senão eles mesmos? Com uma questão clara como essa, dita de forma simples e direta, fica patente que quaisquer outros intermediários ou tutores que venham interferir nas relações de trabalho entre motoristas e entregadores e os aplicativos, não são bem-vindos. A razão, confessada pelos próprios profissionais que trabalham nesses nichos é simples: para eles, o governo entra nessa relação para atrapalhar o negócio, prejudicando e onerando as empresas de tal forma que elas não terão outra alternativa, senão fecharem as portas e saírem do país, deixando milhares de trabalhadores sem emprego.

O que o governo não entende e tende a não aceitar, por questões ideológicas anacrônicas, é que são próprios do capitalismo tanto a participação aberta da livre iniciativa, quanto a livre concorrência, ditada pelas forças do mercado. Tentar interferir nessas forças naturais, por meio do poder do Estado, com regulamentações obtusas e de fundo ideológico, só faz sentido na mente daqueles que acreditam ainda que o governo tudo pode, inclusive revogar a lei da gravidade.

O problema é que o atual ministro do Trabalho, Luiz Marinho, por sua origem sindical ligada ao Partido dos Trabalhadores, não consegue admitir ou aceitar que uma tão numerosa e crescente categoria profissional possa existir prescindindo de uma representação sindical, de preferência ligada às teses políticas do atual governo.

Para os trabalhadores de aplicativos, o que o ministro e o presidente desejam com a proposta de regulamentação desse setor autônomo é trazer mais filiados e contribuintes para as entidades sindicais e para o governo. Alguns políticos, como o presidente do Partido Novo, Eduardo Ribeiro, a proposta do governo vai, simplesmente, “aniquilar os aplicativos de transporte em nosso país”. Segundo ele, o projeto de Lei, encaminhado à apreciação do Congresso em caráter de urgência, vai tirar o sustento de 778 mil famílias em todo o país, prejudicando, ao mesmo tempo, plataformas, usuários e trabalhadores.

Por razões que só as esquerdas entendem, a remuneração com base apenas no desempenho, como fazem os aplicativos, é inaceitável. Também a persistência com que o governo quer adotar o pagamento mínimo por hora trabalhada, além de uma contribuição previdenciária obrigatória, entra nessa modalidade de serviço para melar o negócio. Os trabalhadores, bem como os aplicativos, deixaram claro também que rechaçam a criação de sindicatos para a categoria.

Nessa modalidade de prestação de serviço, o que vale é a boa avaliação do trabalhador, e não leis e regulações que igualam, por baixo, todos os profissionais, como é comumente imposto pelos falidos regimes socialistas. A qualidade dos serviços, que sempre foi uma meta pregada pelas empresas de aplicativos, deixará de existir, piorando os serviços e desincentivando a performance e o esforço dos bons profissionais.

 

A frase que foi pronunciada:

“Todos os nossos problemas procedem da injustiça. O privilégio foi o estigma deixado pelas circunstâncias do povoamento e da colonização, e de sua perversidade não nos livraremos, sem a mobilização da consciência nacional.”
Ulysses Guimarães

Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Robótica 

Sucesso no Parque da Cidade. Estudantes de todo o país participaram do Festival Sesi de Educação, promovido pelo Serviço Social da Indústria. Essa foi a etapa classificatória para o mundial dos Estados Unidos, em abril. O Sesi atende crianças de 9 a 14 anos que gostam de robótica, com duas aulas por semana à tarde. Os valores devem ser consultados na unidade da matrícula.

Foto: José Cruz/Agência

 

Momentos brilhantes

Outra oportunidade para alunos de todo o país é a inscrição no programa Jovem Senador. Até o dia 30 de abril o Senado receberá os textos das redações com o título: “Os 200 anos do Senado e os desafios para o futuro da democracia.” O primeiro passo começa na escola pública. Todas as redações serão enviadas para a Secretaria de Educação do estado que selecionará os três melhores textos que irão para o julgamento do Senado. Os estudantes que vencerem o concurso participam de todo o processo na construção de uma lei, indo inclusive ao plenário.

Banner publicado na página oficial do Senado Federal

 

Literatura em áudio

Quem adora ler, tem boa voz e qualquer idade pode buscar no www.vox.org uma forma de, voluntariamente, ler livros que se transformarão em livros eletrônicos ou mesmo histórias lidas e apresentadas no YouTube, que são disponibilizadas para pessoas que não conseguem mais ler e gostam de ouvir as histórias.

 

História de Brasília

Quando a gente acha absurda uma coisa destas, e vai ver, os dois carros são chapa branca, o que quer dizer mais ou menos isto: carro do govêrno é prá bater. (Publicado em 3/4/1962)

Salvadores da pátria

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Imagem: gov.br

 

          Dos pequenos aos grandes empresários e produtores, a crença geral é de que ideologia não enche barriga, não ajuda a pagar as contas e muito menos contribui para o crescimento da atividade laboral privada. Pelo contrário. Premido pelas circunstâncias e modus operandi próprios da esquerda, o governo se vê, cada vez mais, enredado por um emaranhado de impostos e tributos, cuja tendência é sempre de alta.

          A regulamentação excessiva imposta, pelo atual governo, sobre a iniciativa privada, tem sido causa de uma sequência assustadora de falências e fechamento de muitos negócios. Alguns com décadas de existência e luta contra a burocracia estatal. Para o grosso da população, os empresários são os novos heróis do país. Obviamente que estão fora desse rol aqueles grandes empresários – já apresentados um a um a toda a população, durante a vigência da Operação Lava Jato – e que se tornaram costumeiros e generosos doadores de campanha, aderindo, sem pudor, às teses e artimanhas dos mandatários. Para esses, todas as bençãos e indulgências da lei. Para os demais, apenas a operosidade da lei fria.

          Com uma estrutura como essa, feita para gáudio de uns e desassossego de muitos, chega a ser um milagre que o agronegócio tenha, sozinho e, mais uma vez, conseguido a proeza de alavancar o Produto Interno Bruto (PIB) para um patamar de 2,9%. Por certo, essa façanha pegou o mercado e o governo de surpresa. Certo também é que, sem modéstia e sem se avexar, o governo atribuiu esse desempenho positivo apenas a si próprio. Nada mais falso, quando se sabe que o setor do agronegócio mantém distância de um alinhamento com o atual governo. Não custa lembrar que, por diversas vezes, o atual governo taxou o agronegócio de fascista. Aliás, não fosse o agronegócio, o primeiro ano do atual governo seria um desastre ainda muito maior do que foi. Mesmo assim custa a acreditar,  que  como gesto de gratidão, por ter salvado o país da bancarrota, o governo ainda açule o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e outros desocupados contra os produtores, quer incentivando-os no esbulho de terras privadas, quer fechando os olhos para esses atentados.

         O problema aqui, como já esperavam alguns economistas é que o agronegócio não pode sozinho, continuar a ser o patrocinador do crescimento do PIB brasileiro. Para esse ano, e por interferência negativa do próprio governo, o crescimento do agronegócio poderá sofrer alguns reveses, já que existe uma previsão de leve queda no Valor Bruto da Produção Agropecuária, em torno de 2,5%. Para aqueles que fingem não saber, o agronegócio responde hoje por mais de 25% do nosso PIB. Ou seja, a cada R$ 4,00 que o país produz, R$ 1,00 vem do agronegócio. Também 20% de todas as vendas feitas pelo Brasil são de bens produzidos pelo agronegócio.

         É importante desatacar que mais de 30 milhões de brasileiros estão envolvidos, direta e indiretamente, nas atividades do agronegócio. Tivesse juízo, o governo mandaria estender, não um tapete vermelho, mas um tapete verde e amarelo para receber, com todas as pompas e circunstâncias, incluindo banda de música, os  agropecuaristas brasileiros no Palácio do Planalto. Afinal, eles salvaram a pátria, inclusive a pátria petista.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Todos os nossos problemas procedem da injustiça. O privilégio foi o estigma deixado pelas circunstâncias do povoamento e da colonização, e de sua perversidade não nos livraremos, sem a mobilização da consciência nacional.”

Ulysses Guimarães

Ulysses Guimarães. Foto: agenciabrasil.ebc.com.br

 

Robótica

Sucesso no Parque da Cidade. Estudantes de todo o país participaram do Festival Sesi de Educação, promovido pelo Serviço Social da Indústria. Essa foi a etapa classificatória para o mundial dos Estados Unidos, em abril. O Sesi atende a criançada de 9 a 14 anos que gosta de robótica com duas aulas por semana à tarde. Os valores devem ser consultados na unidade da matrícula.

Foto: José Cruz/Agência

 

Momentos brilhantes

Outra oportunidade para alunos de todo o país é a inscrição no programa Jovem Senador. Até o dia 30 de abril, o Senado receberá os textos das redações com o título: “Os 200 anos do Senado e os desafios para o futuro da democracia.” O primeiro passo começa na escola pública. Todas as redações serão enviadas para a Secretaria de Educação do estado que selecionará os três melhores textos que irão para o julgamento do Senado. Os estudantes que vencerem o concurso participam de todo o processo na construção de uma lei, indo inclusive ao plenário.

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História de Brasília

Quando a gente acha absurda uma coisa destas, e vai ver, os dois carros são chapa branca, o que quer dizer mais ou menos isto: carro do govêrno é prá bater. (Publicado em 03.04.1962)