Feliz ano velho

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Reprodução: divulgação

 

         Dentre os muitos problemas que essas eleições irão gerar, pelo seu alto poder de apartação, talvez, o principal seja mesmo a catalisação do sentimento de antagonismo e de fracionamento da sociedade. Por seus efeitos profundos e duradouros, a atual disputa eleitoral, polarizada e até açulada por seus próprios candidatos e partidários, poderá se revelar, num curto espaço de tempo, numa verdadeira vitória de Pirro, pelos prejuízos irreparáveis que essas posições extremadas trarão para os dois lados e, por consequência, para todos os brasileiros.

         Ganhar um país extremamente dividido significa, em outras linhas, vencer pela metade e tendo que governar sob o olhar crítico e até inamistoso de boa parte da população. Num cenário de desunião como esse, de nada irão adiantar as encenações marqueteiras de pactos e de reconciliações propostos, uma vez que, por seus efeitos nefastos, o que se tem dessa vez é um nítido sentimento de ódio mútuo, que político nenhum, desses que aí estão presentes, conseguirá aplacar.

         Vença quem vencer, o pódio de campeão estará no mesmo nível baixo do segundo colocado. Entender como todo esse movimento nos conduziu a essa estação de crise, talvez seja necessário apenas como exercício de retomada do caminho, analisando cada ação, para entendermos em que ponto do mapa nos desviamos da rota civilizatória.

         De certo que, seguir por mais quatro anos sob a sombra da polarização, irá custar ainda mais a todo país, adiando, mais uma vez, o tão esperado dia em que o gigante, deitado em berço esplêndido, irá acordar e encarar seu destino. É a tal da reforma ou remendo em pano velho, em que as mudanças estruturais nunca são realizadas, resumindo cada gestão em remendar pontos soltos da estrutura do Estado. O essencial, num país politicamente polarizado, jamais será feito, ficando as reformas que o país necessita, como a política, administrativa, tributária e outras, mais uma vez, lançadas para um futuro incerto e não sabido. O preço da polarização é alto e será cobrado do governo. O pior é se a saída para esse impasse do novo governo vir fantasiada de falsas reformas ou reforma de fancaria, como temos visto até aqui.

         No caso de vitória da oposição, o que virá já é conhecido e reprovado por sua ineficácia, O reaparelhamento da máquina do Estado e o fim do teto de gastos é só o começo. As estatais, que até aqui sempre foram usadas como moeda de troca, desvirtuando suas funções e tornando-as um peso para o próprio contribuinte, voltarão a representar mais um ponto de preocupação. O retorno calibrado da política do tomá lá dá cá e do presidencialismo de cooptação também.

         A restauração do grande balcão de negócios dentro do Legislativo, por certo, irá renascer das cinzas, mais fortalecido, mesmo que medidas, como o fim do orçamento secreto, prevaleçam. A partir de 2023, o Brasil poderá comemorar mais um feliz ano velho, renovado com os votos de ampla anistia judicial, concedida pelas altas cortes a toda a turma que agora ensaia voltar à cena.

 

A frase que foi pronunciada:

“Você nunca sabe que resultados virão da sua ação. Mas se você não fizer nada, não existirão resultados.”

Mahatma Gandhi

Foto: Rühe/ullstein bild/Getty Images

 

Silêncio e morte

Parece que governantes de Brasília não se preocupam com a tradição da cidade. Escola de Música de Brasília, Aruc, Defer, Teatro Nacional, Biblioteca Demonstrativa, entre diversos outros exemplos. A última facada foi na Aruc. Mesmo reconhecida como patrimônio cultural imaterial do DF, é ameaçada de perder o terreno há muitos anos e, agora, foi interditada. Motivo: mais decibéis que o permitido.

 

Voz por eles

Mais de 60 países participarão da campanha “40 Dias pela Vida”, rezando pelo fim do aborto. No Brasil, a iniciativa acontecerá em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Campina Grande. “Esta campanha é baseada na fé e acreditamos que a batalha contra o aborto é espiritual e só a venceremos de joelhos”, disse a coordenadora no Rio de Janeiro, Fátima Mattos, em entrevista à imprensa.

Foto: 40diaspelavida.com

 

Aberta

Ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira, Valdemar da Costa Neto do PL, advogados de vários partidos e representantes de entidades fiscalizadores e missões internacionais visitaram a sala de totalização de votos do TSE.

Foto: Alejandro Zambrana / Secom / TSE – 28.09.2022

 

Enclausuradas

Em passeio pela 305 Sul, 50 anos depois, o que mais impressiona é o silêncio. No início de Brasília, a criançada brincava na quadra sem que os pais tivessem qualquer preocupação. A algazarra era ouvida de longe. Hoje, Brasília, outras capitais e até as cidades do interior estão tomadas com o perigo que tirou o ar livre das crianças.

Inauguração da praça 21 de_Abril, na Asa Sul DF 1993.                                                    (Foto: Arquivo Público do Distrito Federal/Fundo Novacap)

 

História de Brasília

Tôda a cidade recebeu plantas. As cidades satélites, também. Mas o “avião” não recebeu uma única muda. Nenhum pé de grama foi plantado até agora. E, por coincidência, a terra é boa. É um dos poucos lugares de Brasília onde há árvores de grande porte! (Publicada em 10.03.1962)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin