Mamon

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Mamon de Collin de Plancy

         Novos atores se juntam agora aos protagonistas de sempre, todos eles pregando o voto em seus candidatos prediletos. No fundo o que se tem é o mais do mesmo, com essas personalidades, catadas a laço, fazendo propaganda para seus políticos de estimação, como se o povo, fosse atrás de conversa de artista ou de pastor. Falatório de artistas, já se sabe, não traz voto para nenhum candidato e nem ao menos retira.

         Na verdade, o grande público mantém sua fidelidade aos artistas, na medida em que seus talentos permanecem em alta. A fidelidade do povão é como fidelidade de político: dura enquanto for necessária e satisfatória. Cantor que perde a voz e desafina, perde o fã. Obviamente que os marqueteiros, que sempre formam a turma que realmente ganha com as eleições, não confessa essa crua verdade. Nem essa nem outra, aquela que diz que, passadas as eleições todos esses artistas, que se expuseram, fazendo campanha política para determinado candidato, mais tarde irão cobrar do vencedor o labor e as benesses que acreditam ter direito.

         Nada no mundo é de graça.  Por isso mesmo a Receita Federal, essa mesma que terá que engolir o perdão fiscal, dado por um ministro do supremo a dívida de R$ 18 milhões do Instituto Lula, deveria ficar de olhos bem abertos e acompanhar o modo e quanto cada um desses marqueteiros irão lucrar com as campanhas milionárias, feitas, na sua maioria com o dinheiro sacado do contribuinte.

          O que se tem de parcialmente novo nessas eleições é a entrada em peso do fator religioso nessa disputa. Ao contrário dos artistas, cuja a soma é igual a zero, os pastores, dependendo do credo, possuem certa ascendência sobre a plateia de fiéis que escuta sua pregação diária. Nesse sentido, a pregação de pastor é semelhante aos discursos proferidos por políticos. Há um certo conteúdo, mas há também, e em quantidade, um vazio de ideias e muita distorção da realidade.

         Para o teólogo consciente, Deus parece não confiar em políticos, sejam eles Césares, ou fariseus. Quem é amigo do mundo é inimigo de Deus, já ensinava Tiago 4:4. Ainda assim, alguns crentes na Palavra costumam ouvir o que falam seus pastores dentro de suas igrejas, principalmente quando esses dirigentes, na sua eloquência, alertam para os malefícios em votar em determinados candidatos. Criticar e condenar certos candidatos, lançando-os direto ao fogo do inferno, por seu passado nebuloso e até criminoso, resulta muito mais eficaz do que tecer elogios.

         É o que se tem se ouvido com mais frequência nos cultos e missas pelo país afora. De olho nesse eleitorado, que se soma às dezenas de milhões, muitos políticos têm aparecido com assiduidade nas igrejas, numa mostra falaciosa de sua devoção e fé. Comungam, tomam passe, johrei e outros ritos na tentativa de se apresentar como cidadãos rumo ao céu. Tudo fantasia, facilmente vista por todos.

         Políticos são o que são: camaleões miméticos ou uma espécie renovada de Zelig, de Wood Allen. Fingem tão fielmente ser o que não são, que até chegam a fingir uma fé que não possuem ou sequer entendem. A entrada e o protagonismo marcante das religiões nessa campanha são também, e simplesmente, uma jogada de marketing político, sem qualquer dom ou marca de espiritualidade. Usam a religião e mesmo a fé das pessoas com objetivos pragmáticos e muito longe do Deus verdadeiro. Acreditam, isso sim, no deus Mamon (dinheiro), ao qual seguem cegos e sedentos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Não há necessidade de o capitalismo ser monstruoso. O mundo permitiu que esse demônio, essa criatura de Mamon, surgisse como uma murcha Medusa em seu meio, porque se recusou a enfrentar os problemas perenes da herança e das elites dinásticas servindo seus próprios interesses em todos os momentos, contrariamente às necessidades do povo. pessoas.”

Mark Romel

 

Pauta

Moradores da 208 Sul estão se mobilizando contra a obra de um restaurante mal localizado na quadra. Depois da extinção da Casa D’Italia, só faltava essa. Vamos acompanhar o desenrolar dos fatos.

 

Pediatras

Pediatras e medicamentos para crianças sumiram das prateleiras das farmácias. As mães tomaram a decisão de recrutar pelo menos 4 profissionais da saúde para a prole. Na falta de um, outros 3 são a possibilidade. Hospital público, nem pensar! Não há profissionais para atender a demanda. Um absurdo que já poderia ter sido resolvido.

 

Fim do mundo

Um botijão de gás, o recipiente mais o GLP, está custando R$ 350. Na Alemanha, o valor da energia elétrica é um terço do salário mínimo.

Foto: Minervino Júnior/CB/D.A Press

 

História de Brasília

As casas foram destelhadas, outro dia, por uma ventania. Agora, a humilhação. Quem não foi vítima, dorme, hoje, com a casa amarrada com arame. Arame, sim! (Publicada em 10.03.1962)

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