E qualquer desatenção, faça não.

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Francisco Proner

 

         Duas décadas terão se passado desde aquele 1º de de janeiro de 2003, quando subia a rampa do Palácio do Planalto. O mundo, e com ele o Brasil, mudou, e muito. Tanto que fica difícil reconhecer quem é quem hoje nesse jogo atual entre as nações. A bonança herdada do governo de Fernando Henrique Cardoso, com o boom das commodities, ficou para trás. O mundo está em recessão, depois de uma pandemia de dois anos e agora com a guerra imperialista que Putin e seus generais sanguinários vêm travando contra a Ucrânia, e que pode arrastar todo o continente europeu para esse morticínio insano.

         Com um eventual retorno dele ao poder, as atenções, obviamente, estarão voltadas para nosso destino interno ou o que pode ser a repetição de todos os desacertos daquela era. Se o mundo e tudo em volta mudou, o mesmo não se pode dizer com relação a ele e o seu entorno. Pelo o que vem pregando, desde que ficou do lado de cá das grades, diretamente para os palanques, ele não apenas é o mesmo político de sempre, só que agora carrega consigo um poço transbordante de mágoas e infortúnios que semeou para si mesmo. Seu amigo e defensor profetizou: “Por favor / Deixe em paz meu coração / Que ele é um pote até aqui de mágoa/ E qualquer desatenção, faça não /Pode ser a gota d’água.”

         Se a repetição da História, como dizia Karl Marx em 18 de Brumário, dá-se sempre em forma de farsa, o que teremos pela frente com o novo/velho governo dele vai além do mais do mesmo, podendo significar o que seria o grand finale ou a apoteose de uma farsa, toda ela feita de pantomimas e encenações burlescas, transformando o Brasil naquilo que ele parece aos olhos do mundo: uma chanchada.

          Os anos não somaram a ele a experiência e a sabedoria natural aos mais idosos. O  modelo 2003 é muito mais do que um velho político. É um político velhaco e cheio de manhas. Na verdade, se assim apontarem as urnas, quem eventualmente irá galgar a rampa do Planalto não será aquele de 1980, mas uma simbiose de personagens que vai de Macunaíma, passando por  Pedro Malasartes, com pitadas de Saci Pererê e outros personagens dotados de grande esperteza do folclore nacional. Uma verdadeira metamorfose ambulante. Um camaleão político, astuto e cheio de artimanhas.

         Com ele de volta, estarão em pauta também todos os velhos truques do passado, desde a compra de parlamentares, passando pelo aparelhamento e pilhagem das estatais e todo o velho esquema de parcerias com a oligarquia do país e de fora. A questão toda aqui por saber é quem irá se apresentar como responsável, depois que todos tiverem assistido a reprise do grande espetáculo preparado para o distinto público do país? Terminado o grande show, quem se apresentará para recolher as mágoas derramadas do pote?

A frase que foi pronunciada:

“Onde quer que homens civilizados tenham pela primeira vez aparecido, eles foram vistos pelos nativos como demônios, fantasmas, espectros. Nunca como homens vivos! Eis aí uma intuição inigualável, um insight profético, se é que algum já chegou a ser feito.”

E.M. Cioran

E.M. Cioran. Foto: reprodução da internet

 

Figura

Zezé era uma figura querida no Senado. Tratava a todos como pessoas perfeitas. Fazia a mesma festa quando chegava algum diretor ou alguém da limpeza. Abria a geladeira da copa e oferecia molhos alheios para a salada de todos. Quando em um dia usaram o molho que pertencia à ela para servir a todos, ela ficou feliz do mesmo jeito. É o efeito Zezé. Ela fazia com os outros o que gostava que fizessem com ela. Vai deixar muita saudade.

Será?

Resolveram tirar a poeira dos projetos da Quituart. Novamente em análise, dessa vez a área tem grande chance de ser legalizada.

Foto: quituart.com

 

Auto estima

O Senado vai avaliar um projeto bastante sensível enviado pela Câmara dos Deputados, que aprova campanha de incentivo à doação de cabelo a pessoas com câncer. São muitos homens e mulheres que sofrem com o impacto imposto pela doença. O autor da proposta é o deputado federal Vinicius Carvalho, do Republicanos paulista.

Foto: redefemininabrasilia.org

 

Ação

O filho cresceu e a bicicleta está parada? Crianças estão aguardando doações. O Brasília Bike Camp Solidário acontecerá entre os dias 6 e 7, na Granja do Torto.

Cartaz publicado na página oficial do Brasília Bike Camp no Instaram

–> O Brasília Bike Camp Solidário está chegando!
Nossa missão nesse projeto é arrecadar bikes para doação!
Tem aquela bike parada aí? Entre em contato aqui no insta ou em algum ponto de coleta: @bigbike.bsb @redwaycycles @grifedoatleta @ximenesbikeshow @pedalzonebikes

Como diz @broubrutodrews ” Vamos semear o bem que a brutalidade vem!”

Lembre-se: BIKE PARADA NÃO AJUDA NINGUÉM!

Brasília, 6 e 7 de Agosto na Granja do Torto,
A partir de 9h!
● Evento para toda família
● Praça de alimentação
● Sorteio de 4 Bikes e diversos brindes
● Aulas de Ritmos
● Bicicross infantil
● Trilhas abertas
● Espaço Kids com parque inflável
● Shows, DJ

 

História de Brasília

Esta notícia é muito boa, porque entre a 108 e 308 os carros continuam trafegando, com prejuízo para os moradores dos blocos de frente para a estrada improvisada. (Publicada em 08.03.1962)

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