Lira abre o tabuleiro e diálogo do Planalto fica mais difícil

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Os congressistas identificaram preferências a prefeitos mais alinhados ao governo federal, na hora de promover os repasses aos munícipios. Daí, o discurso do presidente da Câmara, Arthur Lira, citando os 512 deputados e colocando o Parlamento como o elo entre o poder público e os municípios, uma vez que são os deputados que gastam sola de sapato visitando cada rincão do país.

O fato de o governo querer uma “linha direta” com as bases dos deputados e senadores, sem passar pelo Parlamento, está incomodando muitos. Por isso, os líderes e Lira vão forçar a porta e obrigar o Poder Executivo a cumprir o cronograma de liberação de emendas. Arthur não mencionou, mas um dos pontos em que os líderes vão apostar é a derrubada do veto que estabelece a liberação das emendas no primeiro semestre.

Em tempo: aliados de Arthur Lira citam que ele não se esquece da frase do presidente Lula em agosto de 2023, durante o lançamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio de Janeiro. Lá, o presidente da República mencionou com todas as letras que Lira era adversário político, mas o Poder Executivo precisava do deputado. Com o período de Lira na Presidência da Casa entrado em contagem regressiva, a visão do governo sobre o presidente da Câmara como adversário vai ficando mais forte; e o diálogo, cada vez mais difícil. Até aqui, porém, quem tem a base na Câmara é Lira e não Lula.

Muita calma nessa hora

As denúncias de que uma “Abin Paralela” do governo de Jair Bolsonaro teria monitorado vários parlamentares levam muitos congressistas a ponderações. No Centrão, há quem diga que é preciso avaliar caso a caso, antes de aprovar qualquer norma que impeça uma operação da Polícia Federal, como aquela que teve como alvo o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Dinheiro & forma

Em troca das emendas, os congressistas até admitem alguma mudança na desoneração da folha. Mas jamais por medida provisória, como fez o governo. Se quiser reonerar, será num projeto de lei amplamente discutido nas duas Casas.

Enquanto isso, no STF…

O Supremo Tribunal Federal pautou para esta quinta-feira, véspera de carnaval, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pelo PSB e Podemos que trata do cálculo das sobras eleitorais. É mais um imbróglio, porque se for acolhida por maioria do STF, saem da Câmara aliados de Arthur Lira. No DF, sai Gilvan Máximo (Republicanos), e entra Rodrigo Rollemberg (PSB), secretário de Geraldo Alckmin na pasta de Indústria e Comércio. Rollemberg sempre teve uma boa relação com Lula.

Um felizardo

Os parlamentares ligados a Lira consideram que é interferência indevida do STF, um vez que o Tribunal Superior Eleitoral definiu a distribuição das sobras. Quem torce pela aprovação é Davi Alcolumbre, do União Brasil, que ganhará mais aliados na Câmara dos Deputados.

“Abstraia…/ Os aplausos do ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante o discurso de Arthur Lira na abertura dos trabalhos do Congresso, eram motivo de risos no plenário. “Será que ele não está entendendo que o recado é para ele? “, perguntou um parlamentar.

… e finja demência”/ Quem não conseguiu fazer a mesma coisa foi o ministro da Casa Civil, Rui Costa. Sentado ao lado de Lira, ele não escondeu o desconforto. Entre os petistas, Costa é considerado um dos mais transparentes no quesito “o corpo fala”. Por isso, alguns não gostam dele.

Vem por aí/ O PL não abre mão de fazer da deputada Caroline de Toni (foto) presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, considerada bolsonarista radical. O PT não aceita. Ou seja, vem briga aí.

 

Parlamentares preparam exigências para o governo na volta do Congresso

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA

Por Denise Rothenburg — Nos bastidores da posse de Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça, o assunto entre os parlamentares era a volta do Congresso, na próxima semana. As informações que chegam da turma que tem conversado muito com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), são as de que as arestas entre o Centrão e o governo cresceram durante o recesso.

Diante dos problemas acumulados, a turma mais ligada a Lira vai chegar cobrando, prioritariamente, a devolução da MP da reoneração da folha de salários, a derrubada dos vetos às emendas orçamentárias e algum limite às “batidas” da Polícia Federal nos gabinetes dos parlamentares.

Porém, nem tudo será “tiro, soco e bomba”. A tendência é encontrar um meio termo no caso das operações da Polícia Federal no Congresso e negociar as questões orçamentárias. O mais difícil para o governo está na negociação da MP da reoneração. É que os líderes de centro se juntaram aos da oposição pela devolução da MP. O governo ganhou tempo, mas ainda não achou um meio de evitar uma derrota nesse campo.

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Corrida de resistência

Os deputados estão convictos de que vencerá a eleição para presidente da Câmara aquele que criar menos arestas. O grid de largada apresenta os líderes Antônio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União-BA) e o vice-presidente da Câmara, Marcus Pereira (Republicanos-SP).

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Questão de datas

O ex-presidente Jair Bolsonaro não perdoa o fato de o PSD de Gilberto Kassab, hoje secretário do governo de Tarcísio de Freitas, ter votado a favor do relatório final da CPI da Covid. Em entrevista ao canal da revista Oeste no YouTube, Bolsonaro disse com todas as letras que Kassab agiu assim para indicar ministros de Lula. Opa! A CPI terminou em 2021, um ano e meio antes das eleições.

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Prerrô festeja

Com a chegada de Ricardo Lewandowski ao Ministério da Justiça, o grupo Prerrogativas ampliou espaço no governo do presidente Lula. Saiu dali a indicação de Jean Uema para a Secretaria Nacional de Justiça.

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Eleição no TJ-MA

O desembargador José de Ribamar Froz Sobrinho foi eleito por unanimidade presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão, para o biênio 2024/26. Na composição da nova Mesa Diretora, o desembargador Raimundo Moraes Bogéa assumirá a 1ª vice-presidência, enquanto o desembargador José Jorge Figueiredo dos Anjos ocupará a 2ª vice-presidência. A Corregedoria ficará sob a responsabilidade do desembargador José Luiz Oliveira de Almeida.

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Marta, o retorno/ Deputados do Partido dos Trabalhadores estarão em peso, hoje, em São Paulo, para a festa de filiação de Marta Suplicy (foto) à legenda. A ideia é reforçar a polarização, uma vez que a presença de Marta na chapa de Ricardo Nunes à reeleição foi vetada por Jair Bolsonaro.

Dancinha de João Campos/ Candidato à reeleição, o prefeito de Recife, João Campos (PSB), tem inaugurado obras com uma dancinha. A última foi durante a entrega de escadarias na cidade. Já foram 800 escadarias, num total de R$ 44 milhões.

A história ensina/ Em 1989, Fernando Collor de Mello xingou o então presidente José Sarney ao longo de toda a campanha presidencial. Ainda assim, Sarney fez questão de lhe entregar a faixa presidencial, em 1990. Ontem, estavam novamente, lado a lado, na posse do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. Não são amigos nem aliados. Mas respeitam e entendem os gestos e rituais da democracia.

Por falar em gestos…./ O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também marcou presença no Planalto. Na chegada, conversou com o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli, sentado na primeira fila.

 

Ministro do Trabalho deve enfrentar negociação de trabalho nos feriados no Congresso

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, e o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), João Galassi, tiveram uma discussão para lá de ríspida numa reunião para discutir o trabalho nos feriados. Galassi queria saber por que os supermercados seriam obrigados a ter um acordo coletivo com sindicatos para abrir nessas datas e as lojas que vendem comida para pets estavam fora dessa exigência.

Ao ouvir do ministro, de forma incisiva e repetida, que ninguém havia ficado de fora, Galassi afirmou que resolveria o assunto no Congresso. O ministro, com cara de poucos amigos, perguntou: “Você está trucando comigo?” Foi um Deus nos acuda. O deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) e outros presentes conseguiram acalmar os ânimos, mas o mal-estar ficou. O governo, pelo visto, terá mais um entrevero no Congresso que, de perfil mais reformista, apostará num decreto legislativo para barrar mais essa portaria de Luiz Marinho.

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Em tempo: os empresários estão convencidos de que o ministro fará de tudo para dar protagonismo aos sindicatos dos trabalhadores, uma vez que ele é sindicalista. Paralelamente à medida provisória da reoneração e aos cortes orçamentários, esse será mais um tema para desgastar a relação dos congressistas e o governo, tal e qual foi a portaria que tentou instituir o acordo coletivo para trabalho aos domingos e terminou revogada.

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O que eles suspeitam

A pescaria de Jair Bolsonaro e seus filhos no dia seguinte à live é tratada como uma mera coincidência por todos os seus aliados, mas os opositores duvidam e estão atônitos. Essa turma avessa aos bolsonaristas acredita que, se havia mesmo um serviço de informações paralelo dos Bolsonaro, o esquema continua ativo. Vêm mais afastamentos por aí. Na Abin e na Polícia Federal.

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Só aumenta

O que elevou o grau de suspeição dos opositores foi o senador Flávio Bolsonaro, o filho 01 do ex-presidente, dizer que, pelo andar da carruagem, pode ser o próximo alvo da “PF paralela”.

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O silêncio dos líderes

Alvos de cobrança dos parlamentares em relação às emendas cortadas por Lula, os líderes partidários e o presidente da Câmara, Arthur Lira, terão que renegociar com o governo a forma de atender o baixo clero. Foi esse grupo o maior prejudicado com o corte das emendas. Até aqui, não houve acordo.

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Por falar em recursos…

Com a queda dos juros, começa a perder força o discurso do Poder Executivo que sempre que pode culpa o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pelas mazelas na seara econômica. Agora que a renda média do brasileiro cresceu e os juros estão em queda, caberá ao Executivo tentar equilibrar as suas contas. É o que falta, na avaliação de muitos economistas.

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“Jair Bolsonaro confunde composição política com hierarquia militar. Ele indicou um general para vice dele e agora quer indicar um coronel para Ricardo Nunes”

Do presidente do PP de São Paulo, deputado federal Fausto Pinato, reclamando um lugar à mesa para discutir o candidato a vice na chapa de Ricardo Nunes à reeleição. Hoje, Bolsonaro quer indicar o coronel Ricardo Melo.

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Helder reeleito/ Os nove estados que integram o Consórcio da Amazônia Legal reelegeram o governador do Pará, Helder Barbalho (foto), para seu presidente. Helder, atendendo a um desejo do presidente Lula, foi um dos articuladores para que o Brasil seja o anfitrião da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro de 2025, em Belém (PA).

Visibilidade/ A ideia é que a Região Amazônica aproveite a COP30 para ganhar mais protagonismo, aliados e recursos internacionais para a sua preservação.

“Telhado” novo/ Depois de receber uma série de telefonemas de amigos, perguntando se ele estava doente, o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) abriu o jogo na reunião da Frente Parlamentar do Empreendedorismo esta semana: “Esta cabeça quase raspada não é doença. Eu aproveitei o recesso para recorrer à tecnologia e fechar o telhado”, comentou, referindo-se ao implante de sete mil fios de cabelo.

Projeto de regulamentação da reforma tributária deixará Receita só na fiscalização

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, GOVERNO LULA

Por Denise Rothenburg — A reunião das frentes parlamentares com o intuito de propor um projeto de regulamentação da reforma tributária, aprovada no ano passado, definiu que as novas leis terão de ser autoaplicáveis. Essa será uma espécie de linha mestra dos 19 grupos de trabalho que as frentes montaram, copiando o modelo adotado pelo Poder Executivo.

A ideia é construir textos que não deixem espaço para que a Receita Federal edite portarias e sugira decretos presidenciais para complementar a legislação que sair do Congresso. A decisão segue a determinação dos congressistas de reforçar o poder do Parlamento em todos os temas. É o Legislativo cuidando de si.

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Contorne a Janja

Técnicos da Receita Federal entraram em contato com parlamentares pedindo ajuda para limitar compras que cada CPF pode importar com isenção de imposto no e-commerce. A ideia é montar um projeto que tenha a lavra do Parlamento e, assim, evitar bater de frente com a primeira-dama Janja da Silva, que foi contra a taxação
das “blusinhas”.

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A hora de Heleno

O fato de o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional general Augusto Heleno ter sido chamado a depor na Polícia Federal sobre a “Abin paralela” não significa que ele esteja livre de ser alvo de alguma operação. Tem gente no Supremo desconfiada que o militar sabia de tudo o que se passava na alçada do então diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência, Alexandre Ramagem.

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Questão de tempo

Amigo de Lula, o diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa, entra em estágio probatório, conforme avaliação do Planalto. Se Lula se convencer de que deve demiti-lo, só o fará quando encontrar um novo lugar ao sol para acomodá-lo.

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E a corrupção, hein?

O governo vai jogar na transparência das contas públicas e das emendas para tentar melhorar de posição no ranking da corrupção divulgado esta semana, no qual o Brasil caiu 10 posições. Até lá, vai tentar empurrar tudo como herança maldita do governo
de Jair Bolsonaro.

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Quem comemora…/ …a demissão de Alessandro Moretti da cúpula da Abin é o senador Renan Calheiros (foto), do MDB-AL. O parlamentar foi o primeiro a alertar Lula sobre o fato de Moretti ter trabalhado com Anderson Torres na Secretaria de Segurança Pública do DF.

Esse, não/ Os paulistas registraram a frase do ministro da Casa Civil, Rui Costa, na entrevista sobre o túnel submerso Santos-Guarujá, depois da conversa do presidente Lula com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas: “Muitos estavam céticos com os investimentos do PAC, nós estamos materializando”. Esse projeto não é exclusivo do PAC e tem
muitos padrinhos.

Sorrisos republicanos/ A obra que o governo pretende carimbar como um “sucesso” do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na verdade, será em parceria com o governo paulista. O projeto estava em análise antes do governo Lula, quando o atual governador de São Paulo, Tarcísio Freitas, era ministro da Infraestrutura de Jair Bolsonaro. Quando assumiu o governo de São Paulo, o ex-ministro colocou o empreendimento como prioridade de sua gestão.

 

Abin à própria sorte: servidores reclamam de falta de apoio à instituição

Publicado em coluna Brasília-DF, Congresso, Governo Bolsonaro, GOVERNO LULA

Em meio ao escândalo de monitoramento de adversários do ex-presidente Jair Bolsonaro, os servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) estão atônitos com a perspectiva de o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a divulgação da lista de todas as pessoas monitoradas pelos seus agentes. É que, entre os 30 mil logs feitos com os equipamentos comprados em 2018 pelo governo Michel Temer, há uma miscelânea de espionagem ilegal e outras feitas mediante autorização, inclusive, de agências de outros países, no combate ao terrorismo internacional.

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Há quem esteja com receio, inclusive, de que essa divulgação ampla e geral provoque constrangimentos diplomáticos, uma vez que esses monitoramentos envolvem pedidos estrangeiros. Para completar, servidores da Abin que fazem um trabalho de Estado, muito distante da espionagem “paralela” sob os holofotes agora, reclamam que, até o momento, não surgiu nenhuma voz do governo para defender a instituição. Tampouco o seu diretor-geral, Luiz Fernando Correa. Quando ninguém defende uma instituição é sinal de que ela está à deriva. Integrantes do governo Bolsonaro consideravam a Abin petista. A turma de Lula vê a agência como bolsonarista. Falta quem a veja como um órgão de Estado, que serve ao país, e não ao inquilino de plantão no Palácio do Planalto.

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Vai que é tua, Pacheco

Com tanta confusão na praça, o presidente da Câmara, Arthur Lira, adiou as reuniões previstas para esta semana. Afinal, quem tem que decidir sobre o destino da PEC da reoneração da folha é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Também está nas mãos do senador as decisões relativas ao Supremo Tribunal Federal.
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A live do “eu avisei”

Assim, os próprios bolsonaristas se referem às falas de Bolsonaro e seus três filhos na noite de domingo. E a frase que mais chamou a atenção foi “quando o Executivo tem o Judiciário na mão, ele, por antecedência, faz uma assepsia, tira da frente os candidatos que podem fazer sombra ao atual mandatário”.
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Sigam o chefe

A live, à véspera da operação da Polícia Federal sobre o vereador Carlos Bolsonaro, o 02, serve de roteiro para a defesa do ex-presidente e de seus filhos nas redes sociais.
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Põe na conta dele

Com o deficit de R$ 230 bilhões, o governo se afasta mais um pouquinho da meta de deficit zero proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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Moretti em contagem regressiva/ No Palácio do Planalto, assessores já foram avisados de que Alessandro Moretti não será mantido no papel de número dois da Abin. Será o próximo a sair. A ideia, aliás, é mudar tudo na agência e deixá-la com o papel de Estado para que foi criada.

Grupo anti-Cappelli/ De saída da Secretaria Executiva do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli tem dificuldades de ser nomeado para comandar a Abin. É que tem muita gente no Planalto dizendo que ele não é servidor de carreira de Estado. Ali, lida-se com informações confidenciais, típicas de carreira de Estado.

Por falar em Justiça…/ Foi o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre, quem levou os recursos do Ministério da Justiça para emendas parlamentares. Só tem um probleminha: quem libera é o Executivo. Portanto, nesse caso, se o novo ministro, Ricardo Lewandowski, quiser liberar as verbas, basta combinar com o presidente Lula. O problema será se quiser mudar a destinação.

Carnaval animado/ A Polícia Federal não vai parar toda a semana de carnaval, nem na semana que antecede a festa. Logo, tem muita gente por lá apostando em novas operações dentro dos inquéritos da “Abin paralela”.

Disputa pela presidência da Câmara já começa neste semestre

Publicado em Câmara dos Deputados, coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Por mais que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tente evitar a antecipação da própria sucessão, os diversos atores não vão esperar que ele encampe uma candidatura. Todos estão em campo, em conversas e reuniões para traçar estratégias. Os deputados Antonio Brito (BA), do PSD; Elmar Nascimento (BA), do União Brasil; e Marcos Pereira (SP), do Republicanos, querem sedimentar a largada neste primeiro semestre, antes da eleição municipal. E nenhum deles vai deixar toda essa articulação nas mãos do presidente da Câmara.

Com pelo menos esses três nomes na roda, o risco de Lira escolher um candidato e terminar levando um “caixote” da onda é forte. O governo também não tem maioria para comandar esse processo. Por isso, nem o atual presidente da Câmara e nem o governo podem deter essa pré-campanha. O jeito é deixar caminhar e ter todo cuidado para não perder o controle total do processo.

Junção de interesses

Desde a época da Operação Lava-Jato que deputados e senadores planejam regulamentar operações da Polícia Federal (PF) sobre parlamentares. Agora, com as últimas ações de busca e apreensão nos gabinetes de Alexandre Ramagem e Carlos Jordy, ambos do PL do Rio de Janeiro, a avaliação é a de que os anti-lavajatistas vão se juntar aos bolsonaristas para discutir e tentar aprovar a proposta de emenda constitucional do deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE).

Vetos em debate

Deputados de oposição e do Centrão fizeram diversas reuniões este ano, no sentido de traçar estratégias para a derrubada de vetos relativos ao Orçamento. O dia que entrar em pauta, esses vetos caem.

Dividir para reinar

Os petistas acompanharão a disputa para o comando da Câmara de olho em 2026. É que tem muita gente no partido de Lula convencida de que se conseguir dividir o Centrão agora, será bem possível angariar parte dele para apoiar a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no futuro.

Prioridade

De todos os movimentos, porém, o que mais interessa hoje ao PT é não dividir a esquerda. Por isso, embora haja uma divisão em São Paulo, com as candidaturas de Guilherme Boulos (PSol) e Tabata Amaral (PSB), a ideia é evitar que isso se repita país afora nas eleições municipais, de forma a construir pontes para a união mais à frente.

Difícil escolher

Com a posse marcada para quinta-feira, o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ainda não conseguiu fechar toda a equipe. A maior dúvida é a Secretaria Nacional de Justiça, onde a tendência do novo ministro é nomear uma mulher.

Estão em festa/ O grupo Prerrogativas, que reúne advogados de esquerda e engajados em movimentos sociais, estará em peso na posse do ministro Ricardo Lewandowski no Ministério da Justiça. Um sinal de prestígio e apreço à nova equipe da pasta.

Por falar no Prerrô…/ Conforme a coluna noticiou, o Prerrogativas pediu a publicação do rol de pessoas monitoradas pela “Abin paralela” do governo Bolsonaro. Há notícias de que nessa lista está o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que tem como clientes muitos políticos de centro.

A trava de Zema/ Em entrevista à CNN, o ex-ministro José Dirceu (foto) levantou dúvidas sobre uma possível candidatura de Romeu Zema à Presidência da República. O governador de Minas Gerais é de um partido pequeno e não tem um lastro político forte fora do estado.

Eles e ela/ Dirceu acredita que há nomes na fila, caso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do governador do Paraná, Ratinho júnior (PSD). Ele também não “subestima” o nome de Michelle Bolsonaro (PL).

Bolsonaro procura um novo Ramagem

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Da mesma forma que o presidente Lula aposta na polarização da eleição em São Paulo para tentar repetir a vitória da esquerda na capital paulista, o bolsonarismo joga as suas fichas nessa mesma linha no Rio de Janeiro para vencer o prefeito Eduardo Paes. Lula já arrumou o seu jogo para empreender essa estratégia em solo paulistano. Bolsonaro ainda tem um caminho pela frente para conseguir colocar esse plano em prática na capital fluminense. E, para isso, a avaliação dos seus aliados é a de que será preciso arrumar logo um substituto para Alexandre Ramagem no papel de candidato.

O temor é que Ramagem pode terminar afastado do mandato, algo que não pode ser descartado pela Justiça. Especialmente, se aparecerem novas provas de monitoramento ilegal de adversários do governo de Jair Bolsonaro. A ideia é, inclusive, adotar o papel de vítimas da Polícia Federal e de perseguição política. Esse discurso será lançado, amanhã, na megalive convocada pelos filhos do ex-presidente que exercem mandatos legislativos.

Lira joga parado

O presidente da Câmara, Arthur Lira, acompanha de perto os movimentos das frentes parlamentares no sentido de emparedar o governo. Pelo menos quatro delas começam o ano dispostas a enfrentar o Executivo na Reforma Tributária, nas portarias relativas ao trabalho aos domingos e feriados e… nas emendas.

Serviço não falta

As frentes parlamentares vão liderar, por exemplo, as manobras para derrubada de vetos presidenciais e da medida provisória da reoneração da folha de pagamento.

Vai enrolar

Arthur Lira já decidiu que não indicará candidato à Presidência da Câmara tão cedo. A ideia é deixar a disputa dentro do Centrão decantar para ver quem se viabiliza de forma mais robusta.

Dupla derrota

Ao não conseguir emplacar Guido Mantega na direção da Vale, Lula percebeu que seu poder tem limite e, de quebra, dificultou a acomodação de seu ex-ministro em uma estatal. Agora, é esperar baixar a poeira para encontrar um lugar ao Sol para o aliado.

Põe a lista aí/ O Grupo Prerrogativas pediu ao Supremo Tribunal Federal que torne pública a lista de todas as pessoas que teriam sido monitoradas pela Abin paralela instituída no governo de Jair Bolsonaro. A ideia é viabilizar “a reparação dos direitos fundamentais à intimidade, à vida privada e à proteção de dados, conforme assegurado pelo artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal”. O pedido é assinado pelos advogados Marco Aurélio Carvalho (foto), coordenador do Prerrô, e Fernando Hideo Lacerda.

E o Zé, hein?/ O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu volta à ativa com um plano de, pelo menos, 12 anos de poder para o PT. O partido trata a reeleição de Lula como líquida e certa, falta só definir quem será o sucessor.

Olhe lá/ Na esquerda, porém, muita gente olha com preocupação para o que ocorre nos Estados Unidos. Lá, os republicanos de Donald Trump voltaram para o jogo, tornando incerta a reeleição do presidente Joe Biden.

Ele gostou/ Autor do pedido de CPI da Pirâmides Financeiras, o deputado Áureo Ribeiro (Solidariedade-RJ) comemorou a prisão de Mirelis Diaz Zerpa, mulher de Gladison Acácio dos Santos, o “faraó dos bitcoins”: “Impossível não ter uma sensação de alívio com a prisão de Mireliz Diaz. É a certeza de que a impunidade foi vencida e a justiça está sendo feita para milhares de famílias que perderam tudo por acreditar neles. Parabéns à Polícia Federal”, afirmou.

Investigação sobre Abin deixa bolsonaristas sob tensão

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Os bolsonaristas que se preparem. As investigações sobre o caso de monitoramento de adversários, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, não vão parar no deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Além dele, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), há um núcleo superior, como o ex-chefe do Gabinete e Segurança Institucional (GSI), o general da reserva Augusto Heleno. Outros gabinetes do Legislativo também não estão tranquilos. Houve, por exemplo, um pedido para busca no gabinete do também deputado Gilberto Nascimento Silva (PSD-SP), que não foi autorizado, porque o parlamentar não é investigado na ação.

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Um dos alvos da operação desta semana, o assessor Ricardo Minussi, é funcionário do gabinete do senador Alan Rick (União Brasil-AC), que também não é investigado nesse processo. Na própria polícia, há quem diga que todo cuidado é pouco a fim de evitar injustiças. Mas outros nomes virão.

Até aqui…

A busca e apreensão no gabinete de Ramagem era esperada, uma vez que ele é investigado há tempos nesse processo de monitoramento ilegal por parte da Abin. O que não estava no script era o pedido de suspensão do mandato, que foi negado pelo ministro relator, Alexandre de Moraes.

…segue o roteiro

Parte dos oposicionistas considera que se houvesse suspensão do mandato, seria mais fácil mobilizar todos os partidos de oposição em defesa da soberania do exercício do mandato e da vontade do eleitor.

Horário nobre

A megalive que o ex-presidente Jair Bolsonaro pretende fazer no domingo, 19h, ganha outro patamar depois da operação da Polícia Federal envolvendo Ramagem. Será a hora de a família se apresentar nesse novo cenário.

Mudança de foco

A live de domingo foi marcada para que o ex-presidente e os filhos com mandato na política possam mobilizar seus seguidores para as eleições municipais. Agora, alguns aliados consideram que será o momento de Bolsonaro montar um cinturão em sua defesa na internet.

O dinheiro manda…/ O fato de Lula querer seu ex-ministro Guido Mantega (foto) no comando da Vale não é sinal de passe livre para a nomeação. Numa empresa privada, mandam investidores e acionistas.

…e o partido atrapalha/ Quanto mais o PT pressionar para que Mantega assuma o cargo, mais difícil ficará para o ex-ministro de Lula e de Dilma Rousseff.

Pacheco distante/ A reação de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) em resposta ao presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi uma demonstração de que o presidente do Senado não fará tudo o que os bolsonaristas desejam em relação ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Lira quieto/ O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), permanece “fechado em copas”. Seus aliados dizem que ele quer esperar decantar esse processo para se posicionar quando da volta dos trabalhos do Congresso.

Campanha na laje/ A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) vai explorar a imagem de menina da periferia de São Paulo durante toda a campanha. A avaliação do partido é de que se ela conseguir se firmar sobre Guilherme Boulos (PSol-SP) nos subúrbios paulistanos, tem tudo para vencer.

 

Centrão quer travar votações até governo liberar emendas

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — Os líderes do Centrão estão dispostos a travar as votações até que o governo libere os R$ 5 bilhões em emendas de 2023 que estavam prometidas. São R$ 3 bilhões da Câmara e R$ 2 bilhões do Senado, capazes de segurar as deliberações da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) tem o comando. Somados aos cortes feitos no orçamento deste ano pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esses valores amplificam a irritação dos congressistas com o governo

Os empenhos desse valor total chegaram a R$ 2 bilhões e só foram pagos R$ 600 milhões. Logo, grande parte dos congressistas que aguardavam essa liberação voltará pintada para guerra. Se o dinheiro não sair, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), não terá a varinha mágica para fazer o plenário adotar o que for prioridade para o governo.

Corra, Appy, corra

O secretário especial da Reforma Tributária, Bernard Appy, anunciou ao CB.Poder de ontem que pretende entregar as propostas de regulamentação da reforma até março. Até aí, beleza. Só tem um probleminha: no próximo dia 30, a Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) tem reunião marcada, em Brasília, para fechar um projeto de lei sobre esse tema.

Se demorar, leva “chapéu”

Essa regulamentação é considerada prioridade para os congressistas. E a FPA não quer esperar o governo enviar a proposta. A avaliação dos parlamentares é de que quem chegar primeiro terá a prioridade. Diante dessa disputa, está claro que o relator será essencial para definir o ritmo e a capacidade de diálogo com o Poder Executivo.

Até agora…

Até o momento, a Advocacia-Geral da União (AGU) soube apenas de uma ação judicial relativa ao Enem dos Concursos. O pleito foi da Federação Nacional dos Médicos contra a previsão do edital que permite que o candidato com Transtorno do Espectro Autista apresente um laudo, emitido por psicólogo, para fins de comprovar tal condição e concorrer às vagas de pessoa com deficiência. O processo foi extinto pela Justiça por ilegitimidade ativa da entidade.

… foi fácil

Outras ações virão, conforme antecipou esta coluna no último domingo. A AGU dará tratamento prioritário e estratégico a eventuais demandas judiciais e extrajudiciais envolvendo o processo seletivo, de modo que o Enem dos Concursos possa ocorrer com segurança jurídica e dentro do cronograma previsto.

Pimenta nos olhos…/ Ao atingir os ministérios dos aliados do governo com os cortes das emendas, o governo de Lula tira fôlego do MDB, que comanda Cidades, e do União Brasil, que indicou os ministros do Turismo, Celso Sabino (foto), e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Os dois partidos têm, atualmente, mais prefeitos que o PT.

Estamos todos bem/ Depois do estresse entre o PSB e o PT por causa dos cargos no Ministério da Justiça, em especial a saída de Ricardo Cappelli, as reuniões desta semana entre as equipes de Flávio Dino e do futuro ministro da pasta, Ricardo Lewandowski, são para mostrar que a disputa não criará problemas para a continuidade dos programas da pasta. O problema entre PT e PSB, porém, não está resolvido.

O grande teste deles/ O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus três filhos políticos — o vereador Carlos, o deputado federal Eduardo e o senador Flávio — farão uma live no próximo dia 28 a fim de debater a organização das bases bolsonaristas para as eleições deste ano. Alguns consideram que será um termômetro da capacidade de mobilização da família nas redes sociais.

Faltou ela/ Considerada da ala mais light do bolsonarismo, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não está no elenco dessa conversa com o eleitorado do ex-presidente.

Colaborou Vinicius Doria

 

Veto de Lula abre temporada de dificuldades entre Planalto e Congresso

Publicado em coluna Brasília-DF

Por Denise Rothenburg — O veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva às emendas de comissão ao Orçamento da União abre mais uma temporada de dificuldades entre o Palácio do Planalto e os congressistas, especialmente por se tratar de um ano eleitoral. A desconfiança entre ministros e parlamentares é mútua. Os congressistas veem no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) uma tentativa de o governo alavancar o PT e projetar o partido, rumo às eleições deste ano e às de 2026. O governo considera que os deputados querem as emendas de comissão para cuidar da própria vida nas bases eleitorais, desprezando o que Lula vê como as necessidades prementes do país.

O Congresso só volta a funcionar, de fato, depois do carnaval. Até lá, os dois se entendem ou o Parlamento vai ligar novamente o rolo de derrubar vetos. E o das emendas encabeça a fila, uma vez que não houve acordo sobre os vetos da ordem de R$ 5 bilhões.

Haddad, o equilibrista

Os parlamentares dão como certa a derrubada da reoneração da folha. Se não for por uma nova medida provisória, será na comissão especial, assim que for colocada para análise. Os líderes de vários partidos estão se mobilizando para isso.

Enquanto isso, no Planalto…

A aposta do governo é alavancar a economia, seja com o Desenrola PJ, que vem por aí para facilitar a vida dos pequenos empresários, seja a nova política industrial. Só tem um probleminha: o mercado ainda não engoliu, haja vista a subida do dólar. Há o receio de que o PT repita os financiamentos à produção para atender os amigos.

… e no Bandeirantes…

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é quem está ajudando — e muito — a fechar o apoio de Jair Bolsonaro ao prefeito da capital, Ricardo Nunes. Com a saída de Marta Suplicy do secretariado do município, resta a Nunes abraçar Bolsonaro e todos aqueles que querem distância de Guilherme Boulos (PSol).

Ela e eles

Tabata Amaral, do PSB, é vista como a única pré-candidata que tira votos de Boulos e de Nunes. Se conseguir ultrapassar um dos dois, terá a faca e o queijo na mão para vencer a disputa.

Muita calma nessa hora/ Candidato à reeleição, o prefeito de Recife, João Campos (foto), só definirá o candidato a vice em março. Como o carnaval pernambucano só acaba quando termina fevereiro — e olhe lá —, o partido acredita que será possível segurar essa decisão.

Pressão petista/ O PT quer indicar o vice, mas o PSB prefere avaliar muitas opções. Afinal, são vários partidos que apoiam e não dá para chegar com um pacote pronto para quem o PSB quiser atrair para essa construção.

Momentos finais/ Se tem algo fechado na recandidatura de João Campos é que a atual vice-prefeita, Isabella de Roldão (PDT), não será a companheira de chapa. A ideia é colocar alguém com mais estofo político, uma vez que o prefeito não pode concorrer a um novo mandato.

O abre-alas da pré-campanha municipal…/ …será em Brasília, capital da República e sem eleição este ano. A cidade vai sediar o 5º Reboot, seminário que reunirá os especialistas do marketing político, dias 29 de fevereiro e 1 de março, no auditório da UnB. Figuras como Pablo Nobel, que deve fazer a campanha de Tabata Amaral para prefeita da capital paulista, confirmou presença. Ele fez a campanha do presidente Javier Milei, na Argentina, e do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.