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PF ou PRF, qual escolher? Especialistas dão dicas e pontuam diferenças
Saiba as vantagens dos próximos concursos das corporações destacadas por profissionais da área
Karolini Bandeira*- Em 2021, a Polícia Federal (PF) e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) vão lançar dois de seus maiores concursos públicos já feitos. Após muita expectativa, os dois órgãos tiveram edital de abertura previsto para janeiro. Serão, ao todo, 3.000 vagas imediatas em cinco carreiras de âmbito nacional e salários que podem ultrapassar os R$ 23.000!
Com tantas oportunidades e proximidade das datas, pode ser difícil decidir para qual certame se dedicar. Por isso, o Papo de Concurseiro traz os detalhes de cada uma das seleções, além do perfil das instituições pela visão de especialistas sobre o assunto. Fique por dentro:
PRF – Remunerações, requisitos e atribuições
Os candidatos do concurso da PRF disputarão 1.500 vagas imediatas em um único cargo. A carreira de policial rodoviário federal exige ensino superior completo em qualquer área de formação, carteira nacional de habilitação válida de, no mínimo, categoria “B”, idade mínima de 18 anos e máxima de 75. Cabe ao policial rodoviário federal realizar atividades de natureza policial envolvendo fiscalização, patrulhamento e policiamento ostensivo e atendimento às vítimas de acidentes rodoviários. É importante lembrar, também, que a carreira é dividida em quatro classes. São elas:
- 3ª Classe: sendo a primeira classe em que os policiais pré-aprovados atuam, esta área é voltada para atividades ostensivas, fiscais e de patrulhamento das rodovias;
- 2ª Classe: profissionais desta divisão fazem um trabalho na área das atividades de administração, controle e execução de natureza policial;
- 1ª Classe: atuação na área de capacitação, coordenação, planejamento, controle e execução administrativa e operacional das atividades da PRF; e
- Classe Especial: Tendo o melhor salário de todas as divisões, policiais da classe especial devem dar prioridade a atividades administrativas, como planejamento, direção, coordenação, supervisão, controle e avaliação administrativa e operacional.
O salário de um policial rodoviário federal muda de acordo com o nível e classe do cargo. O salário inicial de profissionais da PRF é de R$ 10.357,88 para jornada de trabalho de 40 horas por semana.
PF – Remunerações, requisitos e atribuições
Já a PF conta com um concurso de 1.500 vagas imediatas distribuídas entre as profissões de delegado (123), escrivão (400), papiloscopista (84) e agente (893). Assim como o concurso da PRF, todos os candidatos devem ter ensino superior completo. Para o cargo de delegado, a formação deve ser na área de direito.
Delegado: em uma jornada de trabalho semanal de 40 horas, os delegados da PF têm o dever de, segundo a Câmara Legislativa, instaurar e presidir procedimentos policiais de investigação; orientar e comandar a execução de investigações relacionadas com a prevenção e repressão de ilícitos penais; participar do planejamento de operações de segurança e investigações; supervisionar e executar missões de caráter sigiloso; participar da execução das medidas de segurança orgânica, bem como desempenhar outras atividades, semelhantes ou destinadas a apoiar o órgão na consecução dos seus fins. O salário inicial da carreira é de R$ 23.692,74.
Agente: são atribuições investigar atos ou fatos que caracterizem ou possam caracterizar infrações penais, observada a competência da Polícia Federal; proceder à busca de dados necessários; executar todas as tarefas necessárias à identificação, ao arquivamento, à recuperação, à produção e ao preparo dos documentos de informações; executar todas as atividades necessárias à prevenção e repressão de ilícitos penais da competência da PF; entre outros. Segundo o Portal da Transparência, o salário é de R$ 11.983,26 para 40 horas semanais com dedicação exclusiva.
Escrivão: a profissão envolve dar cumprimento às formalidades processuais, lavrar termos, autos e mandados, observando os prazos necessários ao preparo, à ultimação e à remessa de procedimentos policiais de investigação; atuar nos procedimentos policiais de investigação, acompanhar a autoridade policial, sempre que determinado, em diligências policiais; responsabilizar-se pelo valor das fianças recebidas e pelos objetos de apreensão; conduzir veículos automotores; cumprir medidas de segurança orgânica; e atuar nos procedimentos policiais de investigação. Os escrivães da PF trabalham em jornada de 40 horas semanais com dedicação exclusiva para remuneração de R$ 11.983,26.
Papiloscopista: Para salário de R$ 11.983,26 e 40 horas semanais de trabalho, o papiloscopista deve executar, orientar, supervisionar e fiscalizar os procedimentos de coleta, revelação, levantamento e armazenamento de fragmentos e impressões papilares, exames e laudos oficiais papiloscópicos, representação facial humana; operação e gestão de bancos e sistemas automatizados de identificação civil e criminal; assistir à autoridade policial; desenvolver estudos na área de papiloscopia; conduzir veículos automotores; e cumprir medidas de segurança orgânica.
Lotação
Apesar de ambos possuírem caráter nacional, os últimos certames da PF e PRF ofereceram maior oportunidade na região norte. De acordo com dados divulgados pelo Cebraspe, as vagas do último concurso da PRF foram lotadas, em sua maioria, nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Amapá e Tocantins. Também houve lotação no Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão, Piauí, São Paulo, Rio Grande do Sul, São Paulo e Minas Gerais.
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Diferenças no método de seleção
A prova objetiva do concurso PF 2018 contou com 120 questões distribuídas entre língua portuguesa; direito administrativo, constitucional, penal e processual penal; legislação especial; estatística; raciocínio lógico; informática; e, dependendo do cargo, contabilidade geral, arquivologia, biologia, física e química. Já a prova objetiva do último concurso PRF teve 120 questões sobre língua portuguesa; raciocínio lógico-matemático; informática; noções de física; ética no serviço público; geopolítica brasileira; legislação de trânsito; noções de direito administrativo; noções de direito constitucional, penal e processual penal; legislação especial; e direitos humanos e cidadania.
Para Érico Palazzo, professor de direito penal no Gran Cursos Online e delegado da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), os conteúdos da prova da PRF apresentam menor nível de dificuldade: “Para quem está começando agora, o concurso PRF pode ser uma oportunidade melhor. Apesar de possuir mais disciplinas que o concurso PF, são disciplinas mais tranquilas. Não cai, por exemplo, questões sobre contabilidade e TI, que são matérias que candidatos da PF têm ralado muito para conseguir aprender. Na prova da PRF, caem matérias que são possíveis de se aprender sem muita complicação.”
Para Thiago Medeiros, professor de processo penal e direitos humanos no IMP Concursos, a opinião de Palazzo é compartilhada. “A prova da PRF foca mais em códigos de trânsito, que é extenso, mas é relativamente fácil de estudar. Já a PF inclui outras matérias que muitas pessoas que estavam estudando acabam tendo dificuldade. Para mim, o caminho para a PRF é um pouco mais tranquilo com relação ao conteúdo a ser estudado”, reforça o especialista.
Rafael Valle, agente da PCDF e professor do Zero Um Concursos, auxilia os candidatos da PRF a focar nas matérias de trânsito. “Historicamente são as questões mais numerosas. Nos últimos anos a PF mudou o foco das matérias de direito e passou a cobrar com mais rigor as disciplinas de contabilidade e informática”, pontuou.
Em contrapartida, Érico Palazzo ressalta que quem tem o costume de estudar para a Polícia Civil terá maior facilidade nas provas da PF: “Para quem vem estudando para a PCDF e tem conhecimento na área, o concurso da PF é mais vantajoso porque o conteúdo é parecido e todas as disciplinas são correspondentes, inclusive a legislação das instituições.”
Vocação
O interesse do candidato pela carreira é um dos pontos que mais devem ser levados em conta. A disposição, habilidade e aptidão são cruciais nas profissões oferecidas pela PF e pela PRF. Para o professor Rafael Valle, é fácil identificar o perfil esperado por cada uma das instituições: “Quem sonha em desenvolver importantes investigações focadas em desarticular grandes grupos criminosos ou situações de grande repercussão nacional e internacional deveria optar pela PF. Quem se vê fazendo patrulhamento ostensivo das rodovias, realizando blitz, participando de intensas perseguições e se orgulhando de incríveis apreensões de entorpecentes deveria escolher a PRF.”
Independente do caminho escolhido, a especialista Maria Alice Alessio, professora dos cursos preparatórios Enapol e Instituto Fórmula, ressalta a importância de possuir vocação para exercer os cargos que, apesar de diferentes, possuem em comum a emoção e a adrenalina. “Como em qualquer profissão, é preciso que o aluno esteja apto a determinadas atribuições. Por exemplo: já imaginou um médico que tem medo de sangue? Na área policial não é diferente, o futuro aprovado deve ter aptidão e preparo físico, uma certa predisposição à adrenalina e pressão e algo que muitos concurseiros esquecem: ser alguém com equilíbrio emocional”, destaca.
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*Estagiária sob a supervisão de Lorena Pacheco
“Vai ter concurso da Polícia Civil do Rio em 2021”, assegura secretário da corporação
O concurso, com mais de 800 vagas previstas, está sendo aguardado desde o início do ano
Karolini Bandeira*- Em evento transmitido ao vivo no último dia 23, o secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCRJ), Allan Turnowski, falou sobre o próximo concurso da corporação. Segundo Allan, a abertura de um novo edital para preenchimento de vagas em 2021 foi autorizada: “O governador Claudio Castro já me autorizou, com as novas vagas surgidas após a decretação do Regime de Recuperação Fiscal, a efetuar novos concursos já a partir do ano que vem”. “Os processos estão voltando autorizados e a gente vai ter concurso da Polícia Civil em 2021”, reforçou o secretário.
O comissário de Polícia, Marcio Garcia, relembrou o déficit na PCRJ e a necessidade que a corporação tem de realizar um novo concurso: “A partir de agora trabalhamos com cenário de concursos a médio e longo prazo que vão repor em torno de 1.000 vagas ou menos que isso. O deficit é alarmante. Concurso público é necessário e urgente”.
O certame estava previsto para o segundo semestre de 2020, mas sofreu atraso devido à pandemia de coronavírus. Em novembro de 2019, o então na época governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, autorizou 864 vagas para o próximo concurso da instituição. Deste número, 597 eram previstos para inspetor de polícia, 118 para investigador de polícia, 54 para perito legista, 47 para delegado de polícia, 20 para perito criminal, 16 para técnico policial de necropsia e 12 para auxiliar de necropsia. Na época, as bancas organizadoras também haviam sido escolhidas: o Instituto AOCP ficaria responsável pelos editais dos cargos de inspetor, investigador, auxiliar de necropsia, técnico de necropsia, perito criminal e perito legista; enquanto o edital para o cargo de delegado ficaria sob responsabilidade do Instituto Acesso.
Segundo Allan Turnowski, os candidatos serão convocados de acordo com as vacâncias que forem surgindo, o que indica que o concurso pode ter vagas a partir de formação de cadastro reserva: “Vamos abrir o concurso e ir chamando conforme novas vagas forem abertas, chamando de acordo com a colocação”.
*Estagiária sob supervisão de Lorena Pacheco
Polícia Civil de Goiás vai abrir concurso com mais de 100 vagas em maio
A Secretaria de Gestão e Planejamento de Goiás (Segplan/GO) informou ao site de Concursos que deve lançar o edital do novo concurso público para delegados substitutos dentro da primeira quinzena de maio. A banca organizadora já havia sido informada, pelo governador Marconi Perillo (PSDB) em novembro passado, será a Universidade Estadual de Goiás (UEG), por meio do seu Núcleo de Seleção. Segundo a pasta, trata-se de “banca com muita experiência em realizar concursos para a administração do Estado de Goiás”.
Serão abertas 110 oportunidades de provimento imediato para formados em direito. O último concurso público finalizado para o cargo, foi realizado pela própria UEG e ocorreu em 2012, com 109 vagas. De acordo com a Segplan/GO, todos os aprovados foram nomeados. Segundo a assessoria de imprensa da PCGO, o salário atual para delegado gira em torno de R$ 17 mil.
Primeiro anúncio
O concurso foi primeiramente sinalizado em novembro do ano passado, com anúncio feito pelo governador Marconi Perillo (PSDB). Na ocasião, Perillo informou que, além das chances para delegados substitutos, há ainda expectativa para 550 chances para escrivães e agentes substitutos. Todas as chances são para candidatos com nível superior em diversas áreas de atuação, e para o de delegado, é necessário ser formado em direito.
Concurso suspenso
O último concurso para delegado da PCGO foi lançado em novembro de 2016, mas ainda está suspenso, de acordo com a página de acompanhamento disponível pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), que é empresa organizadora da seleção.
De acordo com a promotoria do estado, o resultado das provas objetivas causou estranheza nos candidatos em razão da quantidade de aprovados que alcançaram notas superiores a 90 pontos, sendo que o exame teve alta complexidade e cada questão errada acarretava a perda de 0,25 pontos em relação à nota final. Cinco pessoas foram presas suspeitas de fraude.