Banho no sujão

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Para o amigão ficar limpinho sem estresse, basta seguir alguns passos Crédito: Divulgação

 

Seja para economizar ou porque o pet tem muito medo de banho, muitas pessoas preferem higienizá-los em casa. Para isso, porém, não basta colocar o melhor amigo debaixo do chuveiro, esfregá-lo e secá-lo. Para garantir a saúde do cão e do gato, existem produtos específicos que devem ser usados; é preciso atenção especial no caso daqueles com dermatites, e essencial ter muito cuidado com os ouvidinhos, que podem infeccionar caso caia água. O Mais Bichos pediu para os veterinários Kaue Ribeiro da Silva e Carla Coiro, da Vetnil, responder algumas dúvidas comuns entre os tutores. Confira e garanta um banho mais seguro para o amigão.

Pode usar shampoo e condicionador de humanos nos cachorros?

Não. A pele dos humanos é completamente diferente da pele dos cães. Em primeiro lugar, o pH da pele dos humanos é muito mais baixo do que o pH da pele dos cães. Isso quer dizer que nossa pele é mais ácida, enquanto a dos cães está entre neutra e alcalina.
Nossa pele é coberta por ácidos graxos (gorduras), que formam uma barreira protetora, mantendo-a hidratada. Essa barreira é formada por células da pele, que funcionam como se fossem tijolos, e por gordura entre tais células, atuando como se fosse o cimento que mantém uma parede firme. Essa disposição da pele a mantém hidratada e cria uma barreira contra microrganismos, prevenindo infecções.
Além disso, a pele dos cães é mais fina que a dos humanos. Na verdade, animais peludos no geral têm a pele mais fina do que aqueles com menos pelos, havendo uma relação inversa entre a espessura da epiderme e a densidade da pelagem.
Assim, quando utilizamos produtos humanos para dar banho em nossos pets, corremos o risco de que eles desenvolvam vários problemas, como:
• Alergias
• Disqueratinização (descamação)
• Infecções por fungos e bactérias
• Foliculite, entre outras dermatites

Produtos especialmente desenvolvidos para pets são formulados com as características adequadas para utilização sobre a pele e pelos de cães e gatos. Esses produtos contêm ativos não agressivos e compatíveis com a estrutura da epiderme e pelagem dos animais. Escolha produtos de alta qualidade, de acordo com as orientações do Médico-Veterinário dos seus pets.

Deve-se ou não colocar algodão no ouvido na hora do banho?

Uma série de fatores pode causar otite canina, como alergias, ácaros de orelhas, bactérias, higiene inadequada ou água entrando nos ouvidos durante o banho. Uma infecção no ouvido tipicamente resulta em dor e inflamação.

Então, antes de iniciar o banho do pet, o ideal é colocar um chumaço de algodão impermeável (hidrofóbico) dentro do ouvido e retirá-lo ao final do banho. Em todo o caso, mesmo utilizando o algodão impermeável, é importante evitar a entrada de água nas orelhas, além de secar bem a pelagem sobre as orelhas (assim como todo o restante do corpo) para evitar que fique úmida e propicie a ocorrência de otites e dermatites. Lembre-se que o algodão que normalmente temos em casa é hidrofílico, ou seja, ele absorve água, por isso é comumente utilizado para limpeza da pele.

Existem produtos específicos para cães com alergias na pele?

Existem diferentes tipos de alergia causadas por vários fatores, desde a picada de pulgas e carrapatos, até reações por alimentos. Há casos ainda em que o cão apresenta alergia e não é possível estabelecer uma causa exata, doença conhecida como dermatite atópica. No geral, os sintomas mais comuns envolvem coceira, perda de pelos (alopecia), vermelhidão (eritema) em algumas áreas da pele, e pode haver também feridas em casos mais avançados.
O primeiro passo é sempre levar o seu pet em um médico-veterinário, já que cada um desses quadros é tratado de uma maneira diferente, então quanto antes for diagnosticada a causa da alergia, maiores as chances de tratamento e controle.
Em alguns casos,  produtos específicos, como um shampoo hipoalergênico, podem ser recomendados para o pet. É importante controlar os sintomas da doença para manter uma boa qualidade de vida ao bichinho, evitando ao máximo o contato com agentes alérgenos. No caso da alergia alimentar, deve-se evitar a ingestão das substâncias que provocam reações alérgicas no seu pet, o que será avaliado obrigatoriamente pelo veterinário. O profissional poderá solicitar a troca da ração, evitar petiscos com corantes artificiais entre outras orientações importantes para controle do quadro. No caso da alergia por picada de ectoparasitas (pulgas, carrapatos etc.), lembre-se que, além do tratamento recomendado pelo veterinário que será aplicado diretamente no pet, é necessário cuidar do ambiente, fazendo a limpeza da casa e dos demais locais em que circulam, pois as pulgas, por exemplo, estão presentes em maior quantidade fora do animal.