Diretório do PSB recomenda à bancada não votar em candidato de Bolsonaro

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Em reunião do diretório nacional, o PSB decidiu recomendar a seus deputados que não votem no candidato do presidente Jair Bolsonaro para presidente da Câmara dos Deputados, ou seja, o líder do PP, Arthur Lira (AL). Os socialistas decidiram ainda que terão candidato próprio em 2022 e a recomendação de fechar uma grande frente contra Bolsonaro.

O primeiro lance nesse sentido será tentar evitar que o presidente da República emplaque o comando da Câmara dos Deputados nos próximos dois anos. Afinal, se tiver ali um nome alinhado à sua gestão, Bolsonaro terá condições de fazer valer a pauta de costumes, como a questão das armas, e a do meio ambiente, tema em que o confronto entre os partidos de esquerda e governo tem sido mais forte.

A decisão do PSB, porém, não representa uma imposição à bancada que, agora, vai se reunir para tomar uma posição. No entanto, o diretório nacional sempre teve peso sobre as deliberações da bancada federal. Sem o apoio formal do PSB, restará a Arthur Lira apostar no varejo, ou seja, na conquista de votos nos bastidores. Como o voto é secreto, Lira aposta que conseguirá quebrar a unanimidade dos partidos em prol de outro nome.

PDT descarta apoio a candidato de Bolsonaro

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Os pedetistas já fizeram circular entre os partidos de esquerda que seus deputados não votarão em um candidato a presidente da Câmara que venha com a chancela do governo de Jair Bolsonaro. Logo, não apoiará a candidatura do líder do PP, Arthur Lira. Na bancada do PDT pesou o fato de o ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro ter denunciado num grupo de WhatsApp o uso do toma-lá-dá-cá para arregimentar votos em favor de Lira, que tem o apoio e o trabalho do presidente da República. O PDT, partido de Ciro Gomes, não quer ser fiador desse processo. Prefere buscar um outro caminho que ainda não está definido.

A decisão do PDT fez com que os demais partidos de esquerda corressem para tentar avaliar o cenário. A cúpula do PSB, por exemplo, está há horas reunida a fim e tentar fechar um caminho na disputa pela Presidência da Câmara. Socialistas e pedetistas tinham combinado joga juntos na busca de um candidato a presidente da Casa. Mas essa unidade está ameaçada, porque a ala mais pragmática e majoritária do PSB quer apoiar Arthur Lira. Muitos de olho na distribuição de espaços dentro da Câmara e recursos para as prefeituras. Eleito prefeito de Maceió, o deputado JHC defende o apoio a Lira. Afinal, obteve o apoio do PP no segundo turno em Maceió, contra o candidato patrocinado pelo governador Renan Calheiros. A posição do PDT, porém, balançou os socialistas. O fim de semana será de muitas conversas.

Rodrigo Maia, o não-candidato, dá o tom e chama governo a votar reformas

Rodrigo Maia
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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é agora um não-candidato, em busca de um sucessor e de uma pauta para encerrar seu mandato com chave de ouro, chamado o governo a ajudar na aprovação de reformas cruciais que o país precisa. Esse é recado mais imediato da entrevista que concedeu há pouco à GloboNews, a primeira depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por 6 a 5 que nem ele e nem o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, podem ser candidatos à reeleição para esses cargos no ano que vem.

Ele acusa o governo de não aprovar a PEC Emergencial no Senado, prometida para em dezembro de 2019, como forma de aliviar o caixa e dar sinais positivos para o mercado. Maia considera que “acabaram as desculpas” para não votar essa matéria e diz com todas as letras: “A eleição já passou, não sou candidato a presidente da Câmara. Podem até derrotar um movimento pela independência da Câmara, mas é preciso avançar na pauta econômica”

Ao mesmo tempo em que cobrou uma postura mais ativa do governo em relação às reformas — ele cita ainda a reforma tributária —, ele lança a campanha “Câmara livre” para buscar um nome que represente seu campo da politica na troca de comando na Casa.

Maia terá o desafio de construir um candidato em oposição a Arthur Lira, que hoje é visto com o nome que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro. “Precisamos da Câmara livre de interferência de outros poderes, de uma candidatura que seja a favor do Legislativo”, diz Maia, citando alguns nomes, como Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Baleia Rossi (MDB-SP), entre outros, tomando o cuidado de manter a ordem alfabética no elenco.

Ele menciona que não tinha a intenção de ser candidato e, justiça seja feita, nunca disse que seria. Antes da decisão do STF, tomou inclusive o cuidado de se manter equidistante daqueles que se apresentavam para concorrer à Câmara, de forma a poder ajudar e trabalhar a construção de um candidato depois que o STF desse seu veredicto. “Se esse campo que eu e muitos representamos chegar lá, não será a derrota do governo, será a vitória de uma agenda que moderniza o estado e a economia, a vitória da Câmara”, diz.

Ao mesmo tempo que elenca as pautas em curso e a sucessão para presidente da Câmara, Maia lembra ainda que, para 2022, se os campos da centro-esquerda e da centro-direita conseguirem se unir em torno de um nome têm tudo para soarem favoritos. E ele inclui nesse rol de Ciro Gomes (PDT) a João Dória (PSDB).

Quando ao presidente Jair Bolsonaro, ele menciona a questão adas vacinas como algo em que o governo pode perder o controle, uma vez que a população deseja as vacinas. A politica entra agora na fase de construção nos bastidores, algo que requer olho vivo e acompanhamento diário.

E, seja para perder ou ganhar, o não-candidato Maia é um personagem a ser acompanhado bem de perto nos próximos dois anos, porque, além de um nome para a Presidência da Câmara, estará dedicado à construção de uma candidatura de centro em oposição a Bolsonaro, caso o presidente não consiga agregar uma parcela expressiva desse campo político.

Deputado chama deputadas de “deputérias” e vai responder no Conselho de Ética

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Pelo menos parte da bancada feminina prepara uma representação contra o deputado Bibo Nunes (PSL-RS), que há pouco discursou no plenário virtual dizendo que, a partir de agora, chamaria as deputadas de “deputéricas”, “deputadas histéricas”, que “não respeitam minimamente o presidente da República”. ele mencionou ainda que elas “só criticam e ofendem”.

As deputadas, como, Sâmia Bonfim (PSol-SP), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Flávia Arruda (PL-DF) e Érika Kokay (PT-DF) protestaram e avisaram que vão ao Conselho de Ética contra o que consideraram um apelido “ridículo, indecoroso e machista”, definiu Jandira. E avisou ao peselista: “Não vamos parar de nos posicionar. Vai ter que nos ouvir ainda que não goste”. As deputadas avisam ainda que, se o parlamentar quiser debater, que o faça no mérito dos projetos e da posição política da ala feminina do Congresso, não com comentários sexistas. “Não vamos aceitar nenhum tipo de machismo. Já temos que conviver com isso na rua. Não é possível que tenhamos que conviver também no Parlamento”, protestou Flávia Arruda.

Durante todo o dia, outras deputadas também entraram na sessão virtual para registrar sua indignação contra o comentário do deputado Bibo Nunes, que, em seu pronunciamento, ainda se vangloriava de ter criado um “neologismo”. Érika Kokay (PT-DF) mencionou que, durante toda a campanha essa violência de gênero esteve presente em candidaturas, como, Marília Arraes e Manuela D’Ávila. “Todas as vezes que mulheres se colocam e dizem que lugar de mulher é onde ela quiser e ocupam espaços que a lógica sexista, machista, reserva para os homens, elas são atacadas. Vimos aqui nesta sessão. A misoginia é crônica, engravatada, com sapatos reluzentes. Tentar caracterizar a firmeza da posição das mulheres como histeria. Os homens, quando são firmes, são chamados de convictos, combativos”, afirmou Érika. Citando Sócrates, ela completou: “A violência é sempre a arma dos fracos, daqueles que não conseguem debater ideias”. Joenia Wapichana (Rede-RR) e Perpetua Almeida também comentaram a fala de Bibo Nunes: “Quando um deputado vai à tribuna ofender as parlamentares, está ofendendo as mulheres do Brasil”, mencionou Perpétua.

Ao longo de toda a campanha municipal, muitas candidatas mulheres de vários partidos sentiram na pele o preconceito, nos mais diversos níveis, com ataques sexistas e racistas. Em Bauru, por exemplo, a prefeita eleita, Suéllen Rossim, do Patriotas, chegou a ser ameaça de morte por causa da sua cor. Em Porto Alegre, Manuela D’Ávila foi alvo de vários ataques sexistas na internet. A campanha pediu a suspensão de mais de 91 postagens mentirosas a respeito da candidata gaúcha. Em São Paulo, a deputada Joyce Hasselmann também foi alvo de ataques desse tipo. Agora, pelo visto, a bancada feminina chegou ao limite com os ataques.

PSB e PDT decidem jogar juntos na corrida pela Presidência da Câmara

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Os presidentes do PSB, Carlos Siqueira, e do PDT, Carlos Lupi, tiveram uma reunião hoje em que decidiram trabalhar as bancadas dos dois partidos para atuar em conjunto na disputa pela Presidência da Câmara. Hoje, o PSB tem 31 deputados e o PDT, 28. Por enquanto, vão deixar o barco correr mais um pouco para ver como é que fica, uma vez que o número de pré-candidatos não se manterá nesse patamar daqui a um mês.

Os dois partidos vêm sendo cortejados tanto pelo grupo mais ligado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, quanto por Arthur Lira, do PP. Se a ideia de jogarem juntos, vingar, terão poder de influir na escolha do nome do grupo de Maia, onde ha muitos concorrentes. Afinal, diante de uma Câmara pulverizada, um grupamento de 59 deputados tem muita força. O PSB, no entanto, perderá um quando JHC assumir a prefeitura de Maceió em 1 de janeiro. O suplente dele é Pedro Vilela, do PSDB.

O ministério das “entregas” e o do desgaste para campanha de reeleição de Bolsonaro

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Coluna Brasília-DF

O ministro de Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ganha fama no governo como aquele que mais terá o que entregar ao presidente Jair Bolsonaro em 2021. Em sua lista, estão privatização de portos, inclusive o de Santos, e 22 aeroportos, além de rodovias e ferrovias a serem inauguradas. É de lá que o Planalto espera tirar o balanço positivo das obras e a alavanca para a campanha reeleitoral de 2022.

A esperança dos aliados do presidente é de que essas obras e serviços ajudem a compensar os problemas de gestão que o país apresenta em várias frentes, em especial, a saúde. Afinal, a covid-19 continua avançando e, embora haja esperança de vacinas para 2021, ainda não há plano estratégico preparado para imunização em massa, quando os cientistas derem sinal verde. Se esse plano não estiver pronto para aqueles que desejarem a vacina, será mais um trunfo nas mãos da oposição quando chegar 2022.

Prioridade zero

O governo já fez as contas para esta reta final de 2020 e fez chegar aos líderes que não dá para deixar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano que vem. A aprovação do texto é fundamental para deixar claro ao mercado que o Brasil não abrirá mão da responsabilidade fiscal, do teto de gastos, nem do ajuste nas contas.

“A Câmara já teve muitas polarizações, mas o espírito público precisa prevalecer e estar acima das disputas intestinas”

Do ex-deputado Danilo Forte (PSDB-CE), que assumirá o mandato em dezembro, quando o deputado Roberto Pessoa sai, a fim de preparar para a posse como prefeito de Maracanaú (CE). Forte se referia à disputa pela Presidência da Câmara e da Comissão Mista de Orçamento, que, praticamente, paralisaram os trabalhos no Congresso.

Continhas

Senadores fizeram os cálculos e acreditam que o partido em que Jair Bolsonaro se filiar deve levar algo entre 30 e 40 deputados. O problema, porém, é o presidente encontrar uma legenda disposta a lhe conceder controle total sobre tudo, inclusive coligações para governos estaduais.

Por falar em filiação de Bolsonaro…

No PTB, está tudo pronto para receber o presidente, mas tem apenas um detalhe: a bancada resiste, porque não quer ficar refém das imposições daqueles conhecidos como “bolsonaristas-raiz”.

Curtidas

Olho nelas/ As três capitais que mais chamam a atenção, neste segundo turno, são Porto Alegre, Recife e São Paulo. É que, ali, mesmo os perdedores sairão ganhando. Explica-se: quem perder será o puxador de votos em 2022, um pleito sem coligações proporcionais.

Rio de Janeiro, outros quinhentos/ Na cidade cartão-postal do Brasil, os políticos não estão muito interessados em acompanhar a eleição tão de perto. Acreditam que Eduardo Paes vencerá Marcelo Crivella.

Covid na política/ Pelo menos, dois senadores, Luiz Carlos Heinze e Kátia Abreu, estão internados por causa da covid, assim como o deputado Fábio Trad. Nesse ritmo, avisam os mais antenados, sessões presenciais, só com a vacina.

Apoio no Jaburu/ Os deputados do Cidadania, Paula Belmonte (DF) e Alex Manente (SP), autor da proposta de emenda constitucional que prevê a prisão a partir da condenação em segunda instância, foram ao vice-presidente Hamilton Mourão pedir apoio para a aprovação da matéria. “O vice-presidente já havia declarado publicamente apoio à PEC e reafirmou seu posicionamento. Ele foi muito receptivo”, disse a deputada. “Não podemos seguir postergando prisões até a quarta instância e promovendo a impunidade no país”, completou.

Maia busca bloco contra Centrão

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Os movimentos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, não deixam mais dúvidas entre os parlamentares. Ele está numa articulação frenética para montar um bloco capaz de lançar de um candidato a presidente da Câmara capaz de fazer frente ao Centrão. Esteve no Ceará, para conversar com o PDT dos Ferreira Gomes, foi a São Paulo conversar com o governador João Dória e aproveitou a viagem para trocar ideias também com o MDB. Já havia conversado com o Republicanos, em Brasília.

A ideia é formar um bloco independente, em favor do Parlamento e que não esteja necessariamente atrelado ao Planalto. Tenta assim criar um movimento diferente daquele protagonizado pelo líder do PP, Arthur Lira, hoje cada vez mais carimbado como um candidato do Planalto à Presidência da Câmara. Na Coluna Brasília-DF de Domingo, no Correio Braziliense, o leitor foi informado da ideia de mantar uma chapa completa. É isso que começou a ser conversado esta semana. A ideia é estar com tudo pronto até a primeira semana de janeiro. Ah, o nome do candidato? É algo em construção. Hoje, está entre Marcos Pereira ou Baleia Rossi. Não necessariamente nesta ordem. Rodrigo, afirmam alguns, mantém a intenção de não concorrer, embora ninguém acredite.

Pesquisa XP/Ipespe em São Paulo: Covas, 48%; Boulos, 32%

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A pesquisa XP/Ipespe pra prefeito de São Paulo aponta que, se a eleição fosse hoje, o atual prefeito, Bruno Covas (PSDB), estaria reeleito com 48% dos votos e Guilherme Boulos (Psol) fiaria com 32%. Covas aparece como o principal herdeiro dos votos de Márcio França, do PSB, de Celso Russomano, e de Arthur do Val, enquanto Boulos fica com os votos de Jilmar Tatto, do PT. A rejeição de Boulos está na faixa de 42%, que dizem não votar nele de jeito nenhum, e a de Bruno Covas é de 35%. Do total de entrevistados, 79% dizem que a sua intenção de voto é definitiva e 19% admitem que podem mudar até o dia da eleição.

Boulos, porém, é menos conhecido, 14% dizem não conhecer o candidato do Psol suficientemente, enquanto Bruno Covas é desconhecido por apenas 2%. Ainda em termos de probabilidade de voto, 38% dizem que votariam com certeza em Bruno Covas, enquanto, em relação a Boulos, esse percentual é de 29%. Significa que hoje Covas, em termos gerais, tem mais votos consolidados do que Boulos. O Ipespe ouviu 800 eleitores entre os nos dias 16 e 17 de novembro. A pesquisa está registrada so o número SP-06628/2020.

Bolsonaro: “Meus ministros são muito melhores do que os do passado”

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Pouco antes de entrar para uma missa hoje na igreja Sagrado Coração de Jesus, em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro afirmou a apoiadores que elogiavam seu governo que não pretende mudar nenhum ministro. “Os meus ministros, todos, são muito melhores do que os do passado. Tem muita gente querendo voltar ao passado, mas (o passado) não vai voltar”, disse. Ele chegou pouco depois das 19h, quando a missa estava no começo. A primeira-dama, Michele Bolsonaro, chegou mais cedo, pouco depois da ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves.

A presença de autoridades se deveu ao apoio do governo ao projeto da Fazenda da Esperança, dedicado à recuperação de dependentes químicos famoso no Brasil e no exterior. A Fazenda da Esperança está nos 27 estados, com 93 instituições, e o atendimento a mais de três mil jovens por todo o país. Frei Hans, idealizador do projeto, hoje de manhã, abençoou o lançamento da pedra fundamental da primeira casa masculina desse tipo no Distrito Federal, que terá lugar em Ceilândia, num terreno cedido pela Novacap. Durante a missa, ele fez questão de agradecer o empenho do governador Ibaneis Rocha, que não pôde ir à celebração.

Frei Hans aproveitou a presença das autoridades para, antes de encerrar a missa, exibir um vídeo sobre a Fazenda da Esperança e pedir que pessoas que conseguiram vencer a dependência química apresentassem ali o seu testemunho.Ao final, Bolsonaro fez uma breve saudação aos presentes e foi abençoado pelos padres, que pediram uma oração pelo presidente. “O momento é importante, é de todos nós nos lembrarmos de que somos mortais e um dia estaremos no Juízo Final”. E citou os padres: “Esses são os últimos advogados nossos, talvez a nossa última chance de irmos para a eternidade ao lado de Deus. Agradeço a Deus pela minha vida e pela missão de ser o chefe do executivo desta nação e, cada vez mais, se conscientizarmos da tremenda responsabilidade que temos sobre 210 milhões de pessoas”, disse Bolsonaro.

O presidente confirmou que, neste fim de semana, irá ao Rio de Janeiro, votar.”Tenho um vereador para eleger lá”, afirmou, referindo-se ao filho Carlos, que é candidato à reeleição.

Pujol separa as estações

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Sempre reservado e comedido em suas falas públicas, o comandante do Exército, Edson Pujol, deu o seu recado: “Não queremos fazer parte da política governamental e muito menos queremos que entre no nosso quartel”, afirmou, ao participar de uma live sobre Defesa e Segurança ao lado do ex-ministro da Defesa Raul Jungmann e do ex-minsitro do Gabinete de Segurança Institucional general Etchegoyen. A declaração foi dada em resposta a uma pergunta de Jungmann, sobre o envolvimento das Forças Armadas com a política.

Jungmann já sabia a resposta. O Exército, bem como a Marinha e a Aeronáutica, têm trabalhado muito para fazer essa separação entre a instituição e o dia-a-dia da política governamental. AS Forças Armadas, como lembrou Pujol na live, estão preocupados em cumprir suas “missões constitucionais”. Nesses dois anos, o Ministério da Defesa e as três Forças se preocuparam exclusivamente e exaustivamente com assuntos militares”, afirmou referindo-se à capacidade operacional.”Estamos muito
aquém do que o Brasil precisa para cumprir suas missões institucionais”, disse Pujol. Ele considera que a sociedade e o parlamento têm consciência da importância de manter as Forças Armadas bem equipadas e qualificadas, porém, como não há ameaça às nossas fronteiras, e o país com tantas prioridades em várias áreas, as Forças Armadas acabam ficando no que ele chamou de “prioridade mais baixa”.

A fala de Pujol vem coincidentemente na mesma semana em que o presidente Jair Bolsonaro mencionou que “quando a saliva acaba, tem a pólvora”, uma declaração que provocou mal estar tanto no meio da política quanto militar. Essa questão, porém, não foi tratada diretamente pelos três personagens. O recado, porém, está dado. Uma coisa é a instituição militar. Outra coisa é a política, onde os militares hoje preferem manter uma distância regulamentar.

Atualização: As frases de Pujol repercutiram tanto que nesta sexta-feira o vice-presidente Hamilton Mourão lhe deu total apoio: “Se entra politica pela porta da frente, a disciplina e a hierarquia saem pela porta dos fundos”, afirma. Uma coisa são declarações politicas de quem está na reserva, caso de Mourão. O vice, aliás, tem sido um importante ponto de equilíbrio no sentido de lembrar até mesmo a Bolsonaro que há uma separação entre a área politica e a instituição militar. E as Forças Armadas fazem questão de manter essa separação. Melhor assim.