Alta do dólar leva importadores a suspender vendas

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Representantes brasileiros de duas importadoras de tecidos finos foram avisados hoje de manhã que as vendas estão suspensas até segunda ordem. Com a alta do dólar, só pedidos já encaminhados serão atendidos. Uma terceira empresa comunicou aos seus representantes que a nova tabela de preços será enviada em breve. O motivo foi o dólar bater os R$ 5,00 na manhã de hoje. Se a situação não for normalizada, em breve os preços dos artigos de vestuário serão reajustados nas fábricas que importam tecidos e, consequentemente, para o consumidor final. São reflexos de uma crise provocada pelo pânico dos mercados em relação ao coronavírus que não tem data para acabar, nem tampouco para permitir avaliações mais precisas.

No caso do Brasil, a crise é mais grave porque o país não tem uma situação fiscal que permita construir hospitais específicos para atender a população que for infectada, tal e qual foi feito na China em tempo recorde. Desde a semana passada, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, tem feito uma série de alertas sobre a explosão de casos e adotado todas as medidas para tentar acelerar a preparação do sistema de saúde. Daí, a necessidade inclusive de suspensão das aulas, medida preventiva importante adotada ontem pelo governador Ibaneis Rocha, a fim de ganhar temo para tentar preparar o sistema. Na China, por exemplo, o feriado chegou a ser prolongado para que as pessoas ficassem em casa. Mandetta reforçou inclusive o alerta que se espalhou num áudio do dr. Fábio Jatene, do Incor de São Paulo, sobre a necessidade de cuidados com pessoas de idade, de preparação de UTIs para os pacientes graves nos serviços de saúde. Agora, é se agarrar no serviço para que não se repita aqui a situação da Itália e de outros países da Europa.

Secretária nacional de Justiça pede demissão

Maria Hilda Marsiaj Secretaria Nacional de Justiça.
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A secretária nacional de Justiça, Maria Hilda Marsiaj Pinto, vai deixar o governo. Num grupo de amigos do WhatsApp, ela explicou que deu sua contribuição ao país e vai “viver a vida”. Marsiaj casou no ano passado com um espanhol. Marsiaj Pinto atuou na Força-tarefa da Lava-Jato, foi subprocuradora geral da República.

Um nome cotado para o cargo é o do magistrado Vladimir Passos de Freitas, chefe da equipe de assuntos legislativos do Ministério da Justiça e professor do programa de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná. É ainda desembargador aposentado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que presidiu entre 2003 e 2005.

Auditores fiscais do Ceará anunciam greve

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Auditores fiscais do Ceará alegam descaso com a categoria e anunciam uma paralisação para os dias 10 e 11 de fevereiro. “As péssimas condições de alguns postos fiscais é apenas a ponta do iceberg”, diz Juracy Soares, da Federação Brasileira dos Auditores Fiscais (Febrafite). Os auditores reclamam que até o pacote Microsoft dos computadores foi desabilitado por falta de pagamento por parte do governo. Nessa temporada em que os contribuintes se preparam para acertar suas contas com o fisco, tudo o que o governo não precisa é de uma greve.

Há outros pleitos, como a renovação de microcomputadores sucateados, o que inviabiliza as ações fiscais. Muitos trabalham com seu próprio material e compram seus pacotes microsoft, por exemplo, para poder realizar o seu trabalho. “A inércia do governo pode acabar provocando perda de Receita”, diz ele. No município de Penaforte, por exemplo;o, o posto fiscal foi interditado por causa do risco de desabamento.

Bolsonaro testa os limites de Moro e tem Fraga na “reserva”

Bolsonaro e Sérgio Moro
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Ao dizer hoje cedo que a chance e recriação do Ministério da Segurança Pública é “zero” nesse momento, o presidente Jair Bolsonaro deixa claro que não quer ver o ministro da Justiça, Sérgio Moro, fora do governo. E ao completar que, em politica, as coisas mudam, acrescente que, no futuro, tudo pode ser diferente. Assim, aos poucos, Bolsonaro vai testando a capacidade de o ministro “engolir sapos”. Até aqui, Moro já engoliu vários constrangimentos.

O primeiro foi a ordem para revogar a nomeação e Ilona Szabó para o conselho de Politicas Criminais. Depois, o país ouviu o presidente dizer que, ao fecho a nomeação de Moro para a Justiça, havia acertado no pacote a ida do ministro para o Supremo Tribunal Federal, passando a ideia de que Moro no Poder Executivo era apenas um “pit stop” até que a vaga para o STF estivesse aberta (será aberta em novembro deste ano, com a aposentadoria do ministro Celso de Mello).

Moro não gostou desses dois primeiros “sapos”. Ele foi para o governo com a promessa de junção das duas pastas, Justiça e Segurança. Anunciou inclusive que sua missão era usar essas duas áreas para tentar sufocar o crime organizado no país. O presidente, por sua vez, que faria essa união, ao fechar a ida do ex-juiz para a sua equipe em novembro de 2018. Naquele dia, estávamos nós, jornalistas, na porta do condomínio do então presidente eleito, esperando a saída de Moro, que confirmou o convite.

O próprio Bolsonaro, em entrevista naquele dia às emissoras católicas, confirmou a união das pastas como uma das condições para que Moro aceitasse o cargo. Por isso, aliados do presidente ontem ficaram constrangidos quando o capitão declarou há dois dias que Moro foi para o governo sem que houvesse a promessa de junção das duas pastas. Essa promessa houve e foi revelada pelo próprio presidente à época.

Fraga na reserva

As pressões para recriação a pasta vão além dos secretário de Segurança Publica e Bolsonaro resiste. Aliás, auxiliares de Bolsonaro frisam que as imagens do encontro no Planalto com os secretários de Segurança Pública deixam claro algum desconforto do presidente ao dizer que estudaria a criação do ministério da Segurança. Em conversas reservadas, os assessores disseram inclusive que Bolsonaro deu uma declaração protocolar, para não deixar que os secretários saíssem dali com as mãos abanando. Porém, como cada declaração presidencial equivale a um tiro de canhão, o estrago estava feito.

O ex-deputado Alberto Fraga, que conversa com o presidente quase todos os dias, procurado por jornalistas, foi direto ao dizer que “Moro não foi o responsável pela redução dos homicídios no Brasil”. Fraga, que é policial, atribui os números ao trabalho conjunto de policiais militares, civis e bombeiros. Ele é considerado o nome mais próximo de Bolsonaro para assumir a Segurança Publica. E, justiça seja feita, Fraga também destacou que Bolsonaro não havia dito que iria recriar a pasta.

Hoje, o presidente deixou isso mais claro: Não vai recriar o Ministério. A população, por sua vez, já sabe, pelo menos, um dos limites de Moro, que ainda é o ministro mais popular do governo. Por enquanto, o presidente escolheu ficar com Moro e, consequentemente, um Ministério da Justiça mais encorpado. E, assim, termina mais um capítulo da guerra fria entre o presidente e seu ministro mais popular. Segue o baile.

Se o nazismo era “de esquerda”, como disse Bolsonaro, Alvim deve ser demitido

Roberto Alvim
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Não há caminho para o secretário de Cultura, Roberto Alvim, que não seja a porta da rua. Até pela lógica do presidente Jair Bolsonaro e do ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, Alvim extrapolou. Em abri do ano passado, em sua viagem a Israel, Bolsonaro disse “não ter dúvidas” de que o Nazismo era “de esquerda”. À época, foi uma celeuma e até um ministro alemão disse que essa discussão era uma bobagem.

Mas, para o governo, foi tratado como coisa séria. Agora, diante de um secretário que copia e reforça o discurso de Joseph Goebbels, ministro da propaganda de Adolph Hitler, a bobagem de Bolsonaro vem a calhar. Está aí o argumento perfeito pra afastar quem imita o que não deve ser esquecido para que não seja repetido, independentemente de esquerda ou direita, o mal deve ser cortado pela raiz. Não museu do Holocausto, em Israel, o nazismo é tratado como de direita. Porém, se Bolsonaro não quer colocar o Nazismo na direita conservadora que diz representar, é tchau Alvim. E já vai tarde.

Atualização: O secretário foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro no final dessa manhã. Era isso ou deixar o governo com a suástica estampada na bandeira do Brasil. Agora, começa a novela sobre quem vai substituir Alvim.

Efraim será o novo líder do DEM

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O Democratas, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, escolhe hoje seu novo líder e vai buscar uma posição de aproximação como governo do presidente Jair Bolsonaro. A disputa entre o deputado Efraim Filho (PB) e Alexandre leite (SP) terminou antes da votação. Leite ontem à noite comentava com alguns colegas que a disputa seria apertada. Há pouco, desistiu porque sabia que iria perder. Leite tinha o aval do atual líder, Elmar Nascimento. Porém, foi visto por setores do DEM como alguém que não defenderia a bancada perante os demais partidos do bloco de centro. Há, no DEM, quem reclame que Rodrigo Maia e o atual líder estão jogando muito em favor do PP e outras agremiações do centro, deixando a própria legenda de lado. Foi nessa trilha, de promessas de valorização da bancada e de briga pelas melhores relatorias que Efraim fez sua campanha. De quebra, contou ainda com o apoio dos demistas instalados no governo.

Efraim é considerado mais amistoso ao governo do que Leite, que, por ser do DEM de São Paulo, é visto como um aliado do governador de São Paulo, João Dória, do PSDB, que sonha com uma candidatura a presidente da República. Entre um Efraim, que já foi líder no passado, e um deputado que poderia levar o DEM a ficar distante do presidente Jair Bolsonaro, a bancada preferiu ficar com quem pode ajudar nessa aproximação com o governo.

Eleição de líder tucano marcada por fraude

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Câmara aprova novo marco do saneamento
Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Para um partido ansioso por readquirir protagonismo nas eleições nos mais variados níveis, o PSDB fecha 2019 atolado. A deputada Bruna Furlan (PSDB-SP) acusou o grupo que apoia a candidatura de Beto Pereira (MS) a líder de tentar fraudar o voto dela. Na foto, ela aparece de pé à direita da sua tela, com um papel na mão. Acabara de reclamar ao presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ), a respeito da fraude. Disse que na lista onde seu nome aparece em apoiamento a Pereira, simplesmente não havia o nome de Pereira na hora em que ela assinou. Bruna apoia o deputado Celso Sabino (PA), que relatou o processo contra o deputado Aécio Neves, com o voto favorável à permanência do ex-governador de Minas Gerais nas fileiras tucanas.

O pano de fundo da briga é o controle do PSDB. Embora João Dória diga que não interferiu na eleição do líder, seus apoiadores fecharam com Pereira, enquanto aqueles mais ligados ao senador Aécio Neves preferiram apoiar Celso Sabino.Os tucanos pretendem resolver as pendências até a semana que vem. Até lá, o atual líder, Carlos Sampaio permanece o comando. Nessa confusão a liderança, mitos já dão como certa alguns afastamentos do partido no futuro próximo.

Nova lei do saneamento e o risco da insegurança jurídica

Câmara aprova novo marco do saneamento
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Ao longo das cinco horas em que os deputados debateram o novo marco regulatório do saneamento pairava no plenário o receio de que a nova lei traga uma avalanche de ações judiciais. É que, recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a titularidade dos serviços de saneamento é do município. Porém, o texto aprovado esta noite permite que cada estado promova a formação de consórcios com várias cidades para prestação do serviço, com tudo aprovado nas Câmaras Legislativas estaduais.

Assim, avaliam os deputado de oposição, caso algum município incluído em consórcios definidos pelas assembleias estaduais desejem pular fora do que foi definido pelas assembleias e governos estaduais, basta ir aos tribunais questionar a constitucionalidade da nova lei. Tão logo a votação seja concluída, alguns partidos de oposição cogitam ir à Justiça para ver se há incongruências com a decisão anterior do STF. Isso significa que, embora a votação do texto possa ser concluída na semana que vem, a novela não vai terminar tão cedo.

Bancada é apelidada de “Maçaranduba”

Maçaranduba (Cláudio Manoel).
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Coluna Brasília-DF

É assim que os parlamentares acostumados ao diálogo se referem à turma do “bate, esfola”, que inclui aqueles que quebram placas, caso de Daniel Silveira (PSL-RJ), que quebrou a placa com o nome de Marielle Franco no Rio de Janeiro, e outros mais.

Memória/ Para quem é muito jovem e não viu, Maçaranduba (assim mesmo com ç) era o personagem do extinto programa Casseta & Planeta, da Globo. Maçaranduba (foto), interpretado por Cláudio Manuel, era um marombado, que repetia sempre “vou dar porrada” e que classificava comportamentos mais cordatos como “coisa de boiola”. Com todo o respeito.