Autor: Denise Rothenburg
Aliados do Planalto pretendem fazer chegar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que é melhor os dois pararem com a troca de farpas, sob pena de prejudicarem a votação da reforma da Previdência. Intramuros na base, amigos do presidente Michel Temer têm dito que é melhor os dois tomarem consciência de que “os inimigos estão fora do governo” e, a preços de hoje, atendem pelos nomes de Lula e Jair Bolsonaro.
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A preocupação de parceiros do governo é a de que os dois terminem jogando para escanteio a reforma previdenciária, vista como crucial para dar mais sustentabilidade ao ambiente de recuperação econômica. Afinal, se há um consenso entre os partidos que dão lastro ao governo do presidente Michel Temer, é o de que a reforma acelera o quadro de recuperação da economia e isso terminará ajudando os candidatos que a apoiarem. Portanto, o momento é de deixar as rusgas para depois de março. Faz sentido.
Eles têm a força I
As novas regras eleitorais, que dão poderes quase que totais aos presidentes dos partidos e seus tesoureiros para distribuição do fundo que custeará as campanhas, começam a ser vistas como um ingrediente para ajudar o governo na reforma da Previdência. A ideia é só dar dinheiro a quem votar a favor.
Eles têm a força II
A estratégia é a seguinte: o partido fecha questão em favor da reforma e, na hora de distribuir os recursos do fundo eleitoral, aqueles deputados que votarem de acordo com a orientação partidária terão uma fatia maior. Falta, entretanto, combinar com os presidentes das legendas e seus tesoureiros.
Está rolando solto
Até aqui, ninguém falou diretamente em punição para quem votar contra a reforma. O PSDB, por exemplo, fechou questão, mas avisou que não castigará os deputados que discordam da proposta. Os demais também fizeram cara de paisagem para eventuais punições.
Aldo, o retorno
Enquanto o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa pensa se será candidato a presidente da República, o ex-deputado Aldo Rebelo avisa ao PSB que está pronto para essa missão. Logo, se Barbosa demorar muito, quando voltar, a cadeira de candidato estará ocupada.
Ele vai bem/ Na última semana, o presidente Michel Temer ia almoçar em casa e ficava trabalhando no Jaburu. Ontem, até para baixar as especulações sobre uma licença médica, ele voltou ao Planalto depois do almoço.
Quase petebista/ O ex-prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) cogita mudar para o PTB e concorrer a um mandato de senador. E desta vez, Fruet considera que tem mais chances de vitória. Em 2010, quando concorreu
ao Senado, ele perdeu para Gleisi Hoffmann (foto), a mais votada, com 3,1 milhões de votos; e Roberto Requião, que obteve 2,6 milhões.
Fruet ficou com 2,5 milhões.
Por falar em Gleisi…/ Desta vez, ela não será problema para Fruet. Como presidente do PT, está dedicada mesmo à defesa de Lula, voltada para a reconstrução do partido e não concorrerá a mandato eletivo. Ontem, ela declarou que o povo será julgado no dia 24 pelo TRF-4. Menos, senadora, menos.
Livres e soltos/ O movimento Livres incluiu até a Rede, de Marina Silva, entre os destino em que pode aportar para 2018.
Colaborou Rodolfo Costa
Deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) é o novo ministro do Trabalho
Sai Ronaldo Nogueira, entra Pedro Fernandes no Ministério do Trabalho.A troca foi selada hoje à tarde, numa reunião entre o presidente Michel Temer, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, o líder da bancada, Jovair Arantes, e o ministro que deixa o cargo. Temer conversou com Pedro Fernandes por telefone. Combinaram a posse para 5 de janeiro, a primeira quinta-feira de 2018. Nogueira já havia pedido para sair desde o início de dezembro. Porém, decidiu ficar para que seu partido pudesse chegar a um nome de consenso para assumir o comando da pasta. A saída agora foi combinada com os petebistas justamente para que o partido pudesse escolher um sucessor. Deixar para março, poderia levar o governo a optar por um técnico e não por um nome mais partidário.
Fernandes não será candidato a deputado federal no ano que vem, porém não ficará longe do Congresso. Ele abrirá espaço para que o filho, Pedro Lucas Fernandes, seja candidato a deputado federal. Pedro Lucas preside a Agência Metropolitana do governo Flávio Dino no Maranhão. A agência é responsável pela coordenação das ações do governo estadual com os 13 municípios mais próximos de São Luís. Ou seja, o sucessor tem muitas ferramentas para alavancar uma campanha para deputado federal. Além de presidente da Agência, terá um pai ministro.
Na reunião que o presidente Michel Temer fará hoje com alguns políticos para tratar dos votos pró-reforma da Previdência, os ministros pretendem deixar claro que, diante do teto de gastos, só será possível dar algum alento maior aos estados e municípios com verbas extras se a reforma for aprovada. Caso contrário, cortes virão e, nesse rol, estão os R$ 3 bilhões prometidos aos prefeitos no final de novembro.
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O mesmo vale para os financiamentos para os estados. “Quem quer financiamento do governo e não quer ajudar o governo que vá procurar o Bradesco e o Itaú”, diz à coluna o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Simples assim. O nome disso, dizem os governistas, não é chantagem. É a vida como ela é.
Vem mais
Quando passar a reforma previdenciária, o governo fará ainda uma reforma administrativa. A intenção é enxugar a máquina, em especial, os cargos em comissão. Falta combinar com os deputados que estão sempre querendo indicar alguém para algum lugar. Paulo Maluf que o diga.
Melhor de três
Antes de ir para a cadeia, Paulo Maluf emplacou Alessandra Bastos Soares na diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Foi o terceiro nome apresentado pelo PP. O primeiro, João Abukater, técnico da área de habitação, sucumbiu em agosto. O segundo, Roberto Campos Marinho, também não vingou.
Só que não
Os partidos chamados a fechar questão na reforma da Previdência pensam em atender o governo. Porém, nada de punir quem votar contra. Na verdade, a ordem é dar um discurso para quem quer dar um voto favorável ao projeto, algo do tipo, “o partido mandou”.
Quem cala, consente
Até agora nenhum magistrado contestou a defesa do auxílio-moradia para juízes, inclusive para os que servem em seus próprios estados de nascimento. O benefício é defendido com unhas e dentes pelo presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Roberto Veloso, aquele que disse na tevê há alguns anos que o filho de juiz não podia estudar na mesma escola que o filho do bandido. A contar pelo número de empresários e políticos soltos recentemente ou que permanecem na cadeia, ele terá dificuldades em encontrar um colégio destinado a famílias de alto poder aquisitivo que não tenha sequer um filho de investigado pela Lava-Jato e seus desdobramentos…
Ali, deu quorum/ Deputados faziam fila ontem para conversar com o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun. Tudo por causa das emendas ao Orçamento deste ano, algumas prometidas e até agora não liberadas. Há quem diga que, se o governo não cumprir as liberações, a reforma não sai.
Começou em futebol/ Ao abrir a porta de sua sala ontem à tarde, o ministro Carlos Marun se deparou com o deputado Covatti Filho (PP-RS): “Quem é que disse que estou atendendo gremistas?!” Marun é torcedor do Internacional e Covatti, tricolor doente.
Comitiva/ A bancada do Rio estava em peso ontem no Planalto. Sabe como é, com o presidente voando hoje de manhã para inaugurar a Zona de processamento de exportação do Porto de Açu, muitos vão aproveitar a carona hoje.
Muita calma nesta hora/ Depois das entrevistas da semana passada, em que se apresentou como um presidenciável, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (foto), vai recolher os flaps. Pelo menos até a votação da reforma previdenciária, não ficará posando de pré-candidato.
A mensagem do Comandante do Exército, general Eduardo Villas Boas, foi recebida com um certo alívio pelos partidos políticos, pois fala no Exército como fator de estabilidade do país e diz que a Força não se afastará da “trajetória retilínea (…) da hierarquia e da disciplina”. Porém, alguns viram uma brecha para movimentos eleitorais em frases do tipo, “mais do que nunca a coesão de nossa instituição será fator primordial e contribuirá para que o Brasil supere a crise moral que o assola”. A leitura foi a de que o Exército jogará dentro do processo democrático. Ah, Villas Boas não fala nada a respeito de Jair Bolsonaro que, segundo muitos militares, não está com essa bola toda na Força.
Ele gostou
O presidente Michel Temer arregala os olhos quando alguns políticos e comentaristas citam que os deputados deveriam ser eleitos apenas no segundo turno das eleições gerais, junto com a última fase da eleição presidencial. Isso manteria todo mundo ocupado e comprometido com a campanha nacional e responsável pelo “time”.
Eles, não
Hoje, quando o presidente é eleito no segundo turno, acha que não deve nada ao Congresso. Foi justamente isso que aconteceu, por exemplo, com Dilma Rousseff, em 2014. Os deputados, entretanto, querem distância dessa proposta. Se Michel Temer apresentar qualquer movimento desses numa proposta de reforma política, será por sua conta e risco.
Questão de foro I
Apesar da disposição do ministro Gilmar Mendes em mandar os réus da Lava-Jato para casa, aqueles que hoje se protegem no mandato eletivo estão firmes no propósito de concorrer no ano que vem. Gleisi Hoffmann, por exemplo, será candidata a deputada federal no Paraná. Na Bahia, Lúcio Vieira Lima concorrerá pelo PMDB.
Questão de foro II
A esperança dos enroscados na Lava-Jato é garantir uma vaga no bolo do partido e ter o foro privilegiado como um escudo para evitar cair nas mãos dos juízes de primeira instância, que hoje são o oposto do que tem feito Gilmar Mendes. O difícil vai ser fazer campanha nesses tempos em que muitos são xingados nos aeroportos pelo país afora.
Encolheram o empresário
Quem tinha preocupação com a atuação do empresário Nelson Tanure na Oi pode relaxar. De nove conselheiros, Tanure terá apenas um.
Agora vai/ O ministro das Comunicações, Gilberto Kassab (foto), informou ao Planalto que Michel Temer terá algo mais para comemorar no final do governo, com o sinal da tevê analógica desligado na maioria das cidades.
Por falar em Kassab…/ O ministro continua trabalhando para ser candidato a vice numa chapa encabeçada por José Serra. Significa que Serra também continua de olho na vaga de governador.
É por ali/ O PT vai aproveitar o ato contra o fórum econômico mundial de Davos no dia 23 para arregimentar público em prol da defesa de Lula no dia seguinte, na mesma cidade e, assim, quem sabe, economizar algum. É que, no ano eleitoral, não dá para gastar tudo num único evento.
Copo pela metade/ Lojistas dos grandes shoppings de Brasília reclamavam na tarde do dia 24 que o movimento não foi tão bom quanto no ano passado. Deputados, entretanto, davam outra versão: diziam que a economia melhorou tanto que muitos brasilienses foram passar o Natal fora.
O presidente Michel Temer determinou aos ministros Torquato Jardim, da Justiça, e Raul Jungmann, da Defesa, que procedam a união dos serviços de inteligência do país. Hoje, o Planalto tem um, a Polícia Federal tem outro, e, na Defesa, cada Força tem o seu. Foi numa viagem internacional que o presidente descobriu que nenhum desses serviços conversa com os demais. Onde houve uma certa harmonia no trabalho foi na Copa do Mundo, e olhe lá. A ordem agora é ver se esse espírito natalino se prorroga pelo menos até o início de 2018, para que possa haver mais parceria entre todos os setores de inteligência.
Está cada vez mais claro para todos os setores do governo que a única forma de tentar ganhar do crime organizado no Brasil é se antecipando às ações dele. É nesse sentido que o Poder Executivo pretende trabalhar para ver se consegue aumentar a sensação de segurança no país no ano que vem. Faz sentido.
Olho nele I
Antes de qualquer novo movimento mais incisivo em relação ao presidenciável Henrique Meirelles, o PSD vai avaliar a evolução do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). Se o tucano continuar com problemas em casa e não obtiver índices positivos espalhados pelo Brasil, Meirelles se colocará ainda mais na cena pré-eleitoral.
Olho nele II
Para você, leitor que acompanha a política, fica a dica: se Meirelles começar a desfilar muito em encontros partidários Brasil afora, é sinal de que o governo Temer não vai de Geraldo.
Haddad na resistência
O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad tem se esquivado de fechar desde já uma candidatura ao Senado pelo estado mais populoso do país. Há quem diga que ele ainda não perdeu as esperanças de ser o plano B do partido à Presidência da República, caso Lula não consiga ser candidato.
A culpa foi dele
Nas reuniões internas, o PT fechou a narrativa que usará na campanha para explicar ao eleitor por que Dilma Rousseff não recuperou a economia. Todas as propostas que ela apresentou foram bombardeadas pelo então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, hoje inquilino do sistema carcerário.
Por falar em sistema carcerário…
O clima na Papuda entre os detentos ilustres não está nada bom nesse período de Natal e de reflexão. O choro tomou conta de muitos. Que seja de arrependimento.
Ela não quer/ O sentimento de muitos petistas é o de que a ex-presidente Dilma Rousseff (foto) não vai concorrer a um mandato eletivo no ano que vem. Há quem diga que ela não está com muita vontade de fazer campanha.
Eles não querem/ O estado onde Dilma aparece melhor nas pesquisas internas é em Minas Gerais. Mas tem um problema. Embora a presidente seja amiga do governador Fernando Pimentel, os petistas mineiros têm outros planos para as vagas ao Senado em 2018.
À la FHC/ Michel Temer tem se inspirado em Fernando Henrique Cardoso, na linha de um presidente que ri de si mesmo e das coisas que não estão tão boas. Em relação aos 6% de popularidade registrada na última pesquisa, ele brincou: “Vejam só, a minha popularidade dobrou!”.
No mais…/ O momento é de balanços e de muita oração por um Brasil melhor. Que Deus nos ilumine hoje e sempre! Feliz Natal!
O que Luiz Inácio Lula da Silva poderia falar mal do atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles? Nada, a não ser que Meirelles aumente impostos, o que é difícil. Lula queria Meirelles para ministro nos dois governos da ex-presidente Dilma Rousseff. Ela que não quis. O petista sempre se referiu ao seu ex-presidente do Banco Central como um “craque”. Dilma não achava o ministro essa coisa toda. Por isso, hoje, no governo, há quem diga que Meirelles tem tudo para tirar de Lula o discurso radical contra a atual administração do presidente Michel Temer, que também foi parceiro de Dilma e elogiado por Lula em eleições passadas.
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Meirelles, entretanto, é tido como o único a quem Lula não tem como atacar. No período do impeachment de Dilma Rousseff, estava quieto. Afinal, foi ela quem o afastou do PT. E o ministro hoje, se quiser, ainda pode dizer: “Não controlamos a inflação nem baixamos os juros antes porque o PT (leia-se Dilma) não deixou”. É por aí que ele vai, se for o candidato.
Ou uma coisa ou outra
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pode até pensar em aumentar impostos e acenar com essa perspectiva às agências de risco. Porém, se depender dos congressistas, não tem chance. Dizem os deputados que entre esse aumento e as mudanças na Previdência, eles ficam com a reforma.
Coladinho ali
O vice-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), aproveitará os próximos três meses até a saída de Geraldo Alckmin do governo para se posicionar sempre ao lado do tucano. Assim, dizem os socialistas, quando o PSDB apresentar seu candidato, França já estará mais consolidado como o pré-candidato mais ligado ao governador.
Não vai dar
O PSB seguirá a Rede, de Marina Silva, e não participará do ato pró-Lula em Porto Alegre, em 24 de janeiro, quando o ex-presidente será julgado. Marina, ex-petista, está distante do antigo chefe há anos. E o PSB espera a resposta sobre a filiação do ex-ministro Joaquim Barbosa, o relator do mensalão que levou vários integrantes do PT à cadeia.
E a aliança encolheu
A contar pelo número de partidos dispostos a ajudar o PT na mobilização em Porto Alegre, o leque de apoiamentos de Lula ficou menor do que o exibido nos tempos de governo. Sinal de que, embora ele esteja bem nas pesquisas e seja hoje a maior aposta de esquerda para 2018, a força eleitoral não será tão grande quando nas campanhas anteriores.
Trio I/ No dia do Correio Debate: Desafios para 2018, pelo menos três presidenciáveis passaram pelo jornal, o presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o governador de Goiás, Marconi Perillo. Juntando os três, hoje não dá 10% de intenção de voto, mas não descarte nada. Afinal, diz o ditado, o futuro a Deus pertence.
Trio II/ Perillo (foto) está de prontidão, preparado para entrar em campo se for chamado pelo PSDB. Já Temer e Meirelles precisam se entender. Dois do governo não dá.
Comporte-se, senão, volta!/ O juiz Vallisney de Souza, que concordou na prisão domiciliar de Lúcio Funaro, foi claro: se houver qualquer resquício de alteração das imagens das câmeras de monitoramento, ele terá que voltar à Papuda.
Sumiu/ O presidente do PSD, Gilberto Kassab, ficou completamente fora do programa. Sabe como é: aliado dos tucanos em São Paulo, há quem diga que ele prefere não entrar agora no campo de 2018. Deixa essa tarefa para o ministro Meirelles, que constrói uma pré-candidatura a presidente da República.
Ao trabalho/ O presidente Michel Temer avisou à equipe que terá agenda na semana entre Natal e o réveillon. Nada de emendar tudo num feriadão, pelo menos, no Palácio do Planalto.
O discurso do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, enquanto interessado em construir uma pré-candidatura à Presidência da República, de que a economia melhorou e o país está “no rumo” é correto e foi elogiado no meio político. Porém, é preciso que ele tenha “aquela conversa”, olho no olho, com o chefe, o presidente Michel Temer, antes de qualquer movimento tão ousado quanto o programa do PSD exibido ontem. Esse encontro ainda não ocorreu. E o ministro não cita o nome de Temer, detentor do maior tempo de tevê disponível no mercado eleitoral de 2018. Aliás, há quem diga que, se a economia melhorar a ponto de construir um candidato, será o próprio Temer.
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Vale lembrar a entrevista ao Correio publicada ontem, em que o presidente, quando perguntado se descartava qualquer candidatura à reeleição, respondeu à la Ulysses Guimarães: “Eu não postulo. Eu me posiciono”. Para bons entendedores, Temer também acalenta o sonho de ir para a pista. Nesse sentido, é bom Meirelles se entender com o MDB desde já, antes que as raposas do partido comecem a lhe puxar o tapete. Aliás, tem emedebista dizendo que, no início de 2002, foi justamente isso que o PSDB fez com a então governadora do Maranhão, Roseana Sarney. Ela fez um movimento parecido com o que Meirelles faz agora e foi abatida quando levantava voo. #ficaadica
BB numa canoa…
…Que pode furar. O banco CTT de Portugal, que o Banco do Brasil escolheu para as operações de brasileiros no país, acaba de ser chamado ao parlamento português para dar explicações sobre sua reestruturação. Brasileiros que moram por lá estão preocupados. “Estamos como um rebanho de ovelhas sem pastor a procurar outro banco”, diz o ex-deputado José Lourenço, que hoje vive entre Brasil e Portugal.
A sutileza de Meirelles
No programa do PSD, o ministro da Fazenda não cita abertamente a expressão “reforma da Previdência”. Trata do tema com a expressão “Nova Previdência” em letras garrafais no vídeo, seguida da frase “para garantir aposentadorias”.
Aliás…
O ministro da Fazenda foi aconselhado recentemente a, se quiser ser mesmo candidato a presidente, abrir um pacote de bondades já no primeiro trimestre. Falta combinar com o caixa da União, que promete escassez por demora na aprovação das medidas provisórias do ajuste fiscal.
Moreira na roda eleitoral
O ministro da Secretária-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, sai de Brasília num bate-volta ao Rio de Janeiro, apenas para entregar casas no interior do Rio. Para muitos, o nome dessa missão que ele cumpriu a pedido do presidente Michel Temer é “não postule, mas se posicione”.
Se demorar demais…/ O prazo que o PSB deu ao ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa (foto) promete esfriar o entusiasmo do partido para com o pré-candidato.
…Perde o assento/ Em alguns estados, os acordos pré-eleitorais já começaram e, se Barbosa chegar, vai encontrar cada um cuidando da própria vida e abrindo o palanque a outros presidenciáveis. É bem como dizia Eduardo Campos: “Quem chega cedo, bebe água limpa”.
Lida de Marina/ A pré-candidata Marina Silva passa o Natal no Acre, com o pai. Depois, segue para Santos, para a virada do ano ao lado da família do marido. Em 8 de janeiro, retoma as reuniões da Rede.
Prenda-me se for capaz/ Todos os políticos, sem exceção, ficaram surpresos com a prisão de Paulo Maluf. Ele está acusado há tanto tempo que ninguém acreditava na hipótese. A reação geral foi um “quem diria…”
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral Admar Gonzaga acaba de conceder liminar favorável ao ex-técnico Bernardinho, possível pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro. Bernardinho foi acusado de promover propaganda eleitoral antecipada, com o número de seu partido. O Tribunal Regional Eleitoral do Rio aplicou ao ex-técnico uma multa diária de R$ 40 mil.
Em sua defesa, Bernardinho alega que não criou o perfil, nem sequer se colocou como pré-candidato. Apenas se filiou ao partido Novo. Porém, não pode impedir manifestação da imprensa, que o citou como candidato.
Com a liminar, ele fica livre do pagamento da multa. Em sua decisão o ministro Admar anotou que o TRE do Rio afrontou a liberdade de manifestação política e de imprensa.
A liminar do ministro Ricardo Lewandowski que obriga o Poder Executivo a pagar a parcela do reajuste dos servidores em janeiro de 2018 será mais um argumento a ser usado pelo governo em busca de votos em prol da reforma previdenciária. É que, se a liminar for mantida pelo pleno do STF, o Poder Executivo terá de tirar R$ 2,2 bilhões dos investimentos para destinar ao pagamento dos salários. Logo, se continuar nesse ritmo, ou os parlamentares reformam a Previdência para tentar conter as aposentadorias na faixa dos 50 anos no serviço público ou não terão recursos para as emendas ao Orçamento.
Tá frio
Pesquisa do governo aponta um descompasso entre os indicadores econômicos e o sentimento das pessoas: 29% consideram que o pior já passou e 66% acreditam que pode piorar ainda mais. Quando perguntadas se o país melhorou, 12% responderam que sim, 20% afirmam que continua igual e 67% responderam que piorou.
A culpa é deles
Quando perguntados se a situação é desdobramento da conjuntura econômica ou da política, 78% jogam o peso em cima dos políticos. Porém, a avaliação do presidente Michel Temer sofreu pequena melhora. Está quase na casa dos 7% de ótimo e bom. Não é nada, não é nada… Não é muita coisa.
Abre a porta, ministra Cármen Lúcia!
A Anajus cobrou resposta da presidência do STF para participar da audiência da Fenajufe para tratar da transformação dos técnicos judiciários de nível médio para nível superior, tema tratado pela coluna. A associação vai distribuir hoje dossiê sobre o Projeto NS (Nível Superior) a todos os ministros do Supremo e aos presidentes dos tribunais superiores e regionais da União em todo o país alertando sobre o impacto da proposta. A documentação inclui vários casos de impacto no caixa nos estados.
Lá foi assim I
Em setembro de 2009, a então governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini, moveu ação direta de inconstitucionalidade contra a norma do Tribunal de Justiça do Estado (TJRN) de nível superior para os técnicos. A relatora, ministra Cármen Lúcia, votou pela constitucionalidade. O ministro Marco Aurélio de Mello foi contra: “Enquadrar aqueles servidores que prestaram concurso fazendo frente apenas à exigência de nível médio nas escalas próprias de vencimentos de nível superior é, a meu ver, driblar a exigência do concurso público”, disse ele, à época.
Lá foi assim II
Como resultado da decisão do STF, o TJRN foi obrigado a equiparar os salários. O resultado é que lá não haverá aumento para os servidores, até 2022, em razão do aumento da folha de pagamento.
A mensagem da 2ª turma
Vários candidatos a réu na Lava-Jato comemoraram o arquivamento do pedido de abertura de inquérito para investigar o senador Benedito de Lyra e o deputado Arthur Lyra, ambos do PP de Alagoas. A esperança é de que os ministros liberem todos aqueles que estejam pendurados apenas por delação.
Sala cheia/ Primeiro dia útil do ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (foto), foi de agenda cheia. Vários deputados foram até o Planalto pela primeira vez. Um deles desembarcou no 4º andar, perguntando onde ficava a Secretaria de Governo.
Falta mostrar serviço/ Um líder, entretanto, adverte: “Marun é grande, mas não pode ser apenas um muro das lamentações. Tem que resolver”.
Tempo de confraternizar/ O presidente Michel Temer confirmou o tradicional café da manhã com jornalistas para esta sexta-feira, 22. No mesmo dia, deve seguir para São Paulo, onde passará o Natal com a família.
Depois de Dilma…/ A jornalista Valéria Monteiro, ex-apresentadora da TV Globo, participou da reunião do PMN neste fim de semana em São Paulo. Valéria, que anunciou sua intenção de se candidatar à Presidência da República, não confirmou filiação, mas se disse tocada pelo entusiasmo com que foi recebida.
A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário Federal e Ministério Público da União têm encontro marcado nesta terça-feira com a presidente do STF, Carmen Lúcia, a fim de convencê-la a enviar ao Congresso um novo projeto para elevar ao nível superior 85 mil técnicos judiciários de nível médio. A Fenajufe alega que isso não terá impacto financeiro, porque é apenas para elevar a escolaridade de ingresso na categoria. Porém, as contas de analistas judiciários indicam que não é bem assim. Agora, querem participar da audiência para expor seus cálculos.
Estudos feitos pela Associação e pelo Sindicato Nacional dos Analistas do Poder Judiciário e do Ministério Público da União (Anajus e Sinajus) mostram que a legislação obriga o aumento de remuneração de acordo com o nível de escolaridade. Calculam que o impacto financeiro mensal seria de pelo menos R$ 347.265.650,00. Ou R$ 4,5 bilhões por ano, o que daria para construir 30 mil casas populares do programa Minha Casa, Minha Vida.
“A conta ainda pode ser maior, uma vez que se provoca um efeito cascata nos estados e prefeituras. Quem quiser mudar de patamar, que preste concurso”, diz o presidente da Associação dos Analistas Judiciários (Anajus), Daniel Amorim. Faz sentido.
A volta de Marcelo
Tempo não vai faltar. A partir desta terça-feira, quando começará a cumprir dois anos e meio de prisão domiciliar, o empreiteiro Marcelo Odebrecht vai se dedicar a juntar documentos para reforçar as denúncias que fez contra políticos. Esse é o plano para a rotina de trabalho no tempo em que não estiver na companhia da mulher e das filhas.
Semana do perigo
A Câmara dos Deputados planeja sessão de votação de medida provisória para esta segunda-feira, quando os deputados ainda virão a Brasília em busca dos recursos liberados na última sexta-feira pelo Tesouro para os ministérios. Todo o cuidado é pouco. É a hora daqueles projetos que saem aprovados e, depois, ninguém assume autoria.
Ou uma coisa, ou outra
Quem conhece a lógica congressual avisa aos técnicos do Judiciário: a pressão para mudar de nível médio para superior nessa hora de reforma da Previdência não terá muito espaço. Sabe como é: ou as categorias negociam alguma mudança na reforma previdenciária ou insistem nesses artifícios, para beneficiar quem fez concurso para um determinado nível e agora deseja pular para outro.
CURTIDAS
Mal na fita/ Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte com o instituto Consult pediu ao entrevistado que definisse política/ políticos. “Quadrilha, bando de ladrões, bandidos” foram campeãs de citações com 37, 18%.
Por falar em bandidos…/ Nem o espírito natalino fez com que os cariocas aceitassem o pedido de perdão do ex-governador Sérgio Cabral. Afinal, ninguém acreditou nessa história de que o dinheiro era todo de caixa dois de campanha. Quem está com o salário atrasado acha que era roubo mesmo.
Todos querem São Paulo/ Semana passada, foi Álvaro Dias, do Podemos. Hoje é Ciro Gomes, que estará por lá. São os pré-candidatos a presidente da República tentando surfar no desgaste do PSDB, em busca de uma lasquinha dos votos que Aécio Neves obteve em 2014.
É por aí/ Os adversários de Jair Bolsonaro (foto) têm um mote para tentar desidratar as intenções de voto do deputado nas pesquisas para presidente da República. É mais ou menos assim: se fosse competente, teria chegado a coronel ou general. Saiu como capitão.