Ação do Facebook abre nova frente sobre atuação de bolsonaristas nas redes sociais

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Brasília DF – Carlos Alexandre de Souza

A decisão do Facebook de banir contas e páginas de bolsonaristas abriu uma nova frente sobre a atuação do clã presidencial e de apoiadores nas redes sociais. Mais de 70 contas foram desativadas, por infringirem as regras de conduta estabelecidas pela gigante da tecnologia. Acusado de ter uma postura permissiva em relação ao discurso do ódio, o Facebook justificou a desativação como medida necessária para coibir “comportamento inautêntico”, leia-se a criação de contas falsas e outras artimanhas para aumentar a presença digital. Especula-se, em Brasília, se os procedimentos e as investigações da empresa de Mark Zuckerberg podem ter algum vínculo ou implicação com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal e no Tribunal Superior Eleitoral. Fake news, ameaças a autoridades e mensagens antidemocráticas são algumas das ações sob investigação. A atitude corretiva do Facebook é mais um indício de como é preciso olhar com atenção o que acontece na sociedade virtual do século 21, com desdobramentos na vida real. Esse é precisamente o propósito dos poderes Legislativo e Judiciário ao se debruçarem sobre o fenômeno das fake news.

As estatísticas mostram como as redes sociais são a plataforma política do bolsonarismo. Pesquisa realizada pela FSB Congresso indica que os três parlamentares que mais influenciam nas redes pertencem ao grupo aliado do presidente. A campeã das mídias é Carla Zambelli (PSL-SP), envolvida em episódios explosivos do governo Bolsonaro e da política nacional. Basta lembrar a saída de Sergio Moro e as operações da PF contra governadores suspeitos de corrupção no enfrentamento da covid-19. A deputada Bia Kicis (PSL-DF) assumiu a segunda posição, ultrapassando Eduardo Bolsonaro. Kicis é investigada, no Supremo, nos inquéritos que apuram a produção de fake news e a promoção de atos antidemocráticos.

Sem suspeição

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, manteve o ministro Alexandre de Moraes na relatoria do inquérito que investiga ações criminosas contra a democracia. Toffoli negou pedido apresentado pela defesa de Sara Giromini, extremista que cumpriu prisão temporária em Brasília e hoje está de tornozeleira eletrônica.

Vem pra cá

Roberto Jefferson, aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro, convidou o presidente a se juntar às fileiras do PTB para a eleição de 2022. Seria o retorno à legenda da qual o ex-capitão fez parte entre 2003 e 2005. Em 2018, o então candidato disputou a eleição pelo PSL, mas se desligou do partido no ano seguinte. Os dissidentes formaram o Aliança pelo Brasil, que busca ser reconhecido pela Justiça Eleitoral.

 

Bicada tucana

O PSDB respondeu em alto tom à declaração de Paulo Guedes de que, se o Plano Real tivesse sido tão extraordinário, o PSDB não teria perdido quatro eleições seguidas. Paulo Guedes tem uma mágoa antiga dos tucanos por não ter participado da criação do plano econômico que salvou o Brasil da hiperinflação. Em carta, o partido afirma que o Posto Ipiranga do governo tem se notabilizado como o ministro “da semana que vem”, aquele que muito anuncia e pouco entrega.

CURTIDAS    

 

Choque de renda / Estudo da Secretaria de Política Econômica (SPE), divulgado ontem, detalha o impacto da crise econômica provocada pela covid-19 no bolso do trabalhador. O rendimento médio dos informais caiu de R$ 1.302,71 para R$ 288,98 na pandemia. Eles receberam, portanto, 22% da renda habitual. É precisamente esse público que o programa de auxílio emergencial busca socorrer.

Grana curta / Trabalhadores formais apresentaram redução de renda, observa a SPE. Os empregados domésticos com carteira assinada, por exemplo, receberam 81% do seu rendimento habitual depois que foram afastados das casas dos patrões devido à quarentena. E os demais empregados formais do setor privado, 75,2%.

Exceção / No comparativo elaborado pela SAE, somente servidores público e militares não sofreram queda significativa de renda na pandemia. Essas categorias receberam ao menos 90% dos rendimentos originais nesses tempos de pandemia.

Vulneráveis / A Câmara aprovou um auxílio de R$ 1,5 bilhão para socorrer a população mais vulnerável na pandemia. Os recursos, oriundos do Fundo Nacional de Assistência Social, vão beneficiar crianças, adolescentes, vítimas de violência e outros brasileiros em situação crítica. O texto, de autoria da deputada Flávia Arruda (foto), do PL-DF, segue para sanção presidencial.

Colaboraram Rosana Hessel e Marina Barbosa

Congresso e governo têm visões opostas sobre programa de apoio a empresas

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Brasília DF – por Carlos Alexandre de Souza

A comissão do Congresso que fiscaliza as ações do governo no combate à covid-19 testemunhou a existência de mundos paralelos no enfrentamento da pandemia. Durante a sessão, o representante do ministério da Economia, Carlos Costa, elogiou o “desempenho espetacular” do Programa Nacional de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Pronampe). O técnico ressaltou a liberação de R$ 3 bilhões nos últimos dias, após o governo oferecer mais garantias às instituições financeiras para liberação de crédito. O tom triunfalista do governo contrastou com o ceticismo dos senadores. A senadora Kátia Abreu (PP-TO) lembrou que o Pronampe socorreu somente 0,25% das empresas que poderiam ser beneficiadas. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), por sua vez, lembrou que seriam necessários R$ 200 bilhões em financiamentos para evitar uma onda de falências — valor muito acima dos R$ 15 bilhões que têm sido anunciados até então. É importante ressaltar, nessas visões antagônicas sobre a situação crítica dos microempreendores, o papel do setor financeiro, frequentemente acusado de impor barreiras na liberação de empréstimos.

Problemão

Participante da reunião na comissão, o presidente da Confederação Nacional das Micro e Pequenas Empresas (Conampe), Ercílio Santinoni, alertou, em entrevista ao Correio, para o tamanho do problema. Esse segmento da economia responde por 27% do PIB e 52% dos empregos formais no país.

Imagem ruim

O confronto de visões também está presente na questão do meio ambiente. O vice-presidente Hamilton Mourão terá de convencer empresas e investidores nacionais e estrangeiros de que o governo está comprometido em combater o desmatamento. Não é o que o mundo está vendo até aqui.

CURTIDAS

De novo, a educação / Pela segunda vez, o presidente Bolsonaro fez um comentário desabonador sobre a qualidade do ensino no país. Disse que a educação “não está dando certo”. Na semana passada, comentou que “a educação está horrível no Brasil”. A avaliação negativa sobre a pasta do ex-ministro Abraham Weintraub (foto) não impediu o presidente, contudo, de indicá-lo para um cargo executivo no Banco Mundial.

MP das aéreas / A Câmara aprovou o texto-base da Medida Provisória (925) de socorro ao setor aéreo. A proposta determina que as companhias aéreas terão prazo de até 12 meses para devolver aos consumidores o valor das passagens compradas entre 19 de março e 31 de dezembro de 2020 e canceladas em razão do agravamento da pandemia. Deputados devem analisar, hoje, os destaques da medida provisória.

Receitas sem prazo / No Senado, os parlamentares aprovaram projeto de lei que torna válido, por tempo indeterminado, o prazo de receitas médicas e odontológicas enquanto durar a pandemia. O texto vai para sanção presidencial.

Bolsonaro adota postura mais transparente em relação ao novo exame de covid-19

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Coluna Brasília-DF

É sintomática a reação do presidente Jair Bolsonaro ante a perspectiva de um novo exame para detectar a infecção por covid-19. Ontem, na porta do Alvorada, o chefe do Executivo adotou cautela e transparência. Pediu a apoiadores que se mantivessem afastados e anunciou que havia se submetido a um raio-x dos pulmões. A nova postura de Bolsonaro difere frontalmente do ocorrido em março e abril. Naqueles meses, o estado de saúde do presidente — havia uma suspeita de que ele contraíra covid-19 — se tornou uma batalha judicial nos tribunais superiores de Brasília, sob o argumento de que seria uma informação privada. Ontem, de máscara, Bolsonaro comportou-se de maneira contrária da época em que minimizava a “gripezinha” e se orgulhava do “histórico de atleta”.

Presidencial

Com o gesto de ontem, Bolsonaro traz novamente a polêmica da covid-19 para si. O resultado do exame presidencial, se divulgado, realimenta discussões com desdobramentos políticos: a prescrição de hidroxicloroquina, o uso da máscara, o respeito ao isolamento, o negacionismo.

O que dirá Bolsonaro?

Bolsonaro poderá dar ou não detalhes sobre o seu estado de saúde. Mas não terá como evitar os desdobramentos políticos de uma possível infecção. Vem mais
bate-boca e controvérsia por aí.

EUA, again

Mais uma vez, a covid-19 conectou os governos do Brasil e dos Estados Unidos. No sábado, dois dias antes de anunciar a suspeita de covid-19, Bolsonaro se encontrou com o embaixador dos Estados Unidos. Em março, mais de 20 pessoas da comitiva presidencial brasileira contraiu covid-19 após viagem oficial ao país
de Donald Trump.

Partners

Em nota, a representação norte-americana informou que o embaixador Todd Chapman “não apresenta nenhum sintoma, mas está tomando as devidas precauções e fará os testes apropriados”. No sábado, dia da Independência norte-americana, Chapman teve um almoço privado com Bolsonaro, cinco ministros e o deputado Eduardo Bolsonaro. A embaixada ressaltou que mantém cooperação com o governo brasileiro e desejou melhoras para Bolsonaro.

Igual a Londres?

Boris Johnson, outro chefe de governo que minimizou os efeitos da pandemia, anunciou que estava infectado em um vídeo pelas redes sociais. Curado, agradeceu o sistema público de saúde britânico pelo tratamento que recebeu.

Salles na mira – O Ministério Público Federal pediu o afastamento de Ricardo Salles do cargo de ministro do Meio Ambiente, por entender que ele atua contra os interesses da pasta. Doze procuradores assinam a ação por improbidade administrativa, movida após a reunião de 22 de abril. Na ocasião, Salles disse quer era preciso “passar a boiada” em regulações ambientais.

“Viés ideológico” – Em nota, o Ministério do Meio Ambiente afirma que “a ação de um grupo de procuradores traz posições com evidente viés político-ideológico em clara tentativa de interferir em políticas públicas do Governo Federal.”

Novo normal – Relator da reforma tributária, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) disse esperar mais do governo do que o entusiasmo de Paulo Guedes. Segundo ele, é preciso ter um plano mais consistente para o cenário de pós-pandemia, muito mais
crítico e desafiador.

Pautas remanescentes – “O marco do saneamento, por exemplo, a gente discute desde o governo passado. A Eletrobras também vem sendo discutida há tempo. Acho que, politicamente, não pode ficar dependendo da pauta remanescente do governo passado, de coisas desconexas. Precisa apresentar um plano mais efetivo, que dê uma visão de para onde o país deve caminhar com esse novo desenho fiscal da pandemia. É um projeto estruturado que estamos aguardando”, comentou.

Promessas – No último domingo, em entrevista à CNN, Guedes prometeu quatro grandes privatizações em 90 dias. A ver.

Brasileiros estão cada vez mais preocupados com a saúde e vão cobrar segurança

mulher e álcool em gel
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Coluna Brasília-DF

Com a reabertura de comércios e serviços em quase todo o país, é bom os governantes e donos de estabelecimentos ficarem atentos, porque muita gente não pensa como aqueles que lotaram bares do Leblon. No período pré-pandemia, 23% já haviam buscado alguma vez informações sobre desinfecção antes de entrar num shopping, loja, restaurante, bar ou lanchonete, e 77% jamais haviam se preocupado com isso. Agora, 87% se mostram interessados nesse quesito, considerando os que, certamente, buscarão informações (55%) e aqueles que, provavelmente, buscarão (32%). Os dados são de uma pesquisa nacional do Instituto Locomotiva, em parceria com o grupo Onet, a qual a coluna teve acesso com exclusividade.

A pesquisa ouviu 2.157 pessoas no final de maio. A Onet, do ramo de limpeza, quis saber por área de serviço qual a que o cidadão prestará mais atenção em relação à desinfecção. Os restaurantes, os bares e as lanchonetes encabeçam a lista: 96% dos entrevistados dizem que essa medida é importante para se sentirem seguros e 86% dizem que ficarão mais atentos a esse quesito na hora de escolher qual frequentar. Quem quiser sobreviver nesse mercado, é bom estar atento a esses números (leia mais detalhes da pesquisa nas notas abaixo).

Preocupação geral

O fato de as pessoas estarem saindo mais de casa não significa que não se preocupem com o vírus. Em todas as áreas, a desinfecção é considerada uma medida importante para que se sintam seguras –– acima de 90%. Quanto a prestar atenção nesse ponto daqui para frente, a coisa muda um pouco. Em relação a supermercados, 85% se dizem mais atentos à desinfecção e limpeza. No transporte público, carros de aplicativos, táxis, aeroportos e aviões, o percentual de atenção varia de 81% (transporte público) e 79% (aeroportos e aviões).

Volta às aulas

Quanto às escolas e universidades, 77% dizem que terão atenção quanto à desinfecção –– o mesmo vale para clubes. Quanto aos shoppings, 76% dizem prestar mais atenção e, nos condomínios, 74%, o mesmo percentual em relação a locais abertos, como os parques.

Quem quer dinheirôôô

A liberação dos R$ 13,8 bilhões para medidas de combate à covid-19 ainda dará muita dor de cabeça ao governo. A relação de municípios contemplados entregue aos parlamentares tem provocado muitas dúvidas sobre os critérios. Palmas (TO), por exemplo, não tem recursos listados para a gestão municipal. Joinville, em Santa Catarina, tem R$ 34,9 milhões, enquanto Vitória, capital do Espírito Santo, receberá R$ 8 milhões, o mesmo valor destinado a Petrolina (PE). Caxias, no interior do Maranhão, receberá R$ 20,4 milhões.

Explica aí, Pazuello

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, deverá ser chamado a explicar as liberações. Na portaria, o governo informa que atendeu aos critérios populacionais do IBGE para o Tribunal de Contas da União (TCU) em 2019, valores de produção de média e alta complexidade registrados nos sistemas de informação ambulatorial e hospitalar e valores transferidos dentro do Piso de Atenção Básica (PAB), em 2019.

Medalha com máscara/ O embaixador de Israel, Yossi Shelley, entrega a medalha de Jerusalém para o ministro do Supremo Tribunal Federal e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, na Embaixada de Israel em
Brasília.

Vai virar meme/ Abraham Weintraub desejou boa sorte a Renato Feder como ministro da Educação. Fez o mesmo com Carlos Decotelli, aquele que foi sem nunca ter sido. Não por acaso, já tem gente comparando Weintraub ao cantor Mick Jagger, líder dos Rolling Stones, visto como pé frio pelos brasileiros amantes do futebol.

Por falar no novo ministro…/ A demora do presidente em confirmar o novo ministro da Educação escancarou as dificuldades em encontrar um nome sem melindrar os grupos radicais e muito menos se render a eles. Renato Feder está sendo, inclusive, aconselhado a não aceitar, a fim de não se expor à perseguição por parte dos radicais do bolsonarismo.

Pausa/ Saio por duas semanas de férias para tentar recarregar as energias. Se puder, #Fiqueemcasa e, ao sair, #usemáscara.

Após operação contra Serra, ordem no PSDB é blindar os tucanos

José Serra PSDB
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Coluna Brasília-DF

O PSDB avalia, internamente, a ação da Polícia Federal que atingiu o senador José Serra (SP) como um ponto fora da curva e relacionada à “velha guarda” do partido. Nada a ver com a nova geração que, hoje, representa uma promessa dentro da legenda. Porém, é a primeira grande operação sobre o braço político do PSDB de São Paulo, e há quem diga que outras virão.

Nesse sentido, a ordem é tratar de blindar os tucanos que, agora, chegam à ribalta. A tensão, que fazia parte da agenda dos políticos do Rio de Janeiro, por exemplo, agora se instala entre os paulistas.

Em tempo: a intenção de parte dos tucanos, de debitar o desgaste na “velha guarda” e na briga interna do Ministério Público, não vai vingar. José Serra é um dos principais quadros de gestão do PSDB, recebeu todo o apoio do partido até aqui e não deve ser atirado ao mar.

Da mesma forma, a briga entre a força-tarefa da Lava-Jato e a cúpula da Procuradoria-Geral da República não visa deixar de lado as investigações em curso. Portanto, há quem diga que é melhor o partido se preparar para administrar esses desgaste à porta das eleições municipais.

Pano de fundo…

A dificuldade do presidente Jair Bolsonaro em encontrar um ministro da Educação abriu uma guerra entre seus apoiadores. Os militares procuram convencer o chefe do Executivo a escolher um nome que dê tranquilidade a um setor e faça funcionar. Em plena pandemia, a Educação vive um momento de cada um por si, sem coordenação.

… sem solução

O bolsonarismo mais radical põe o pé na porta e pede um ministro conservador. Até o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) deu palpite. Embora diga que a decisão é exclusiva do presidente, reforça em suas redes sociais que o “escolhido só não deve ser um ideologicamente neutro, tem que ser um conservador de raiz”. Enquanto isso, os mais radicais xingam até os ministros militares. Essa briga vai até o fim do governo.

“Nós, o Brasil, pelos equívocos, principalmente, do presidente da República e de vários governadores, perdemos a guerra para a covid-19”

Do deputado Júlio Delgado (PSB-MG)

Gesto político I

O veto do presidente Jair Bolsonaro ao uso de máscaras em templos e no comércio não terá efeito, porque a legislação está nas mãos dos governadores e prefeitos. Bolsonaro já sabia disso, mas quer manter o seu discurso de não usar o acessório e também fazer um gesto aos pastores.

Gesto político II

Além de mudar o nome do Bolsa Família para Renda Brasil, o governo quer dar uma incrementada no pagamento, para marcar essa transformação. O novo benefício social deve ficar em R$ 100. A aposta dos políticos é de que continuará conhecido no futuro como o “dinheiro do Bolsonaro”.

Flávio no ataque…/ O senador Flávio Bolsonaro partiu para cima de seu suplente no Senado, Paulo Marinho. Sacou perguntas e expressões do tipo “há tiazinha de pulôver” que quer ser “senador no tapetão?” E que “tem imóvel em nome de laranja e paga aluguel para ele mesmo?”, escreveu Flávio em seu Twitter.

… para desespero da família/ Há quem jure que o presidente Jair Bolsonaro não gostou dos ataques de 01 a Marinho. O momento é de tentar manter a calma e apresentar o serviço do governo, e não de buscar confusão nas redes sociais.

Vergonha nacional/ As imagens do “liberou geral” nos bares do Leblon, no Rio de Janeiro, expuseram as diferenças sociais: garçons de máscara, e os jovens de classe média alta sem qualquer cuidado, filhos do triste “mundinho” carioca, que se acha acima do bem e do mal.

Vida nova/ Enquanto essa parte da elite carioca se aglomera sem máscara nos bares do Leblon, uma outra parte deixou a cidade. Uma chácara de orgânicos que, em março, comercializava 30 cestas de hortaliças por semana, agora vende 400. Muitos planejam ficar por lá, distantes das aglomerações.

Ao contrário do Senado, Câmara não tem a menor pressa em analisar uma lei sobre fake news

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A prorrogação do inquérito das fake news, no Supremo Tribunal Federal, até janeiro de 2021, tem, entre seus objetivos, conter o uso indiscriminado desse golpe baixo ao longo do processo eleitoral deste ano. Até aqui, a avaliação geral é a de que as mentiras foram fartamente utilizadas na campanha de 2018 e agora, com o inquérito, muitos vão pensar duas vezes antes de partir para esse tipo de ataque aos adversários.

Paralelamente, na Câmara dos Deputados, não há a mesma pressa que houve no Senado para analisar uma lei a respeito. Entre os deputados, prevalece a ideia de que a opinião não deve ser perseguida, nem tampouco é passível de punição. Porém, montar uma rede para espalhar inverdades a respeito das pessoas, sim. É nesse caminho que a Câmara pretende atuar para corrigir o curso do projeto das fake news, aprovado na semana passada pelo Senado. A avaliação de vários deputados é a de que os senadores jogaram para a plateia e terminaram por ferir as liberdades individuais. Por isso, a ideia, agora, é deixar o tema decantar, sem correria para votação.

Base azeitada, mas…

Os parlamentares foram avisados da liberação de R$ 13,8 bilhões em recursos não só para o combate à covid-19, como também outros benefícios aos municípios. Entretanto, muitos estão uma arara. Em Belo Horizonte, por exemplo, para onde foram R$ 24 milhões, alguns anunciaram como se fosse tudo da sua lavra individual deixando outros a ver navios. O valor, porém, é a soma de várias emendas e tem gente querendo faturar sozinho. A confusão já está criada.

Carona na PGR I

O ex-presidente Lula aproveita o embalo da disputa entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a força-tarefa da Lava-Jato para chamar Deltan Dallagnol e, por tabela, o ex-juiz Sergio Moro, para a briga. “O Dallagnol montou uma quadrilha com a Força Tarefa da Lava-Jato e isso está ficando claro. Espero que, em algum momento, a Justiça leia os autos do meu processo para esclarecer a farsa que promoveram para me tirar do processo eleitoral de 2018”, escreveu Lula, referindo-se ao procurador, autor do famoso Powerpoint que colocava o petista como o chefão de uma quadrilha.

Carona na PGR II

Lula sonha em voltar às ruas e ser ovacionado em comícios no pós-pandemia, sem ouvir acusações. Apostará nesse discurso na campanha de 2020, embora não seja candidato. Quer, no mínimo, retomar o papel de líder máximo da oposição, espaço vago no Brasil.

Te conheço

Enquanto os petistas fazem subir a hashtag #LavaJatoTraiuAPatria, e tentam recuperar a imagem de seu maior líder, os outros partidos veem na estratégia mais um movimento para não ceder espaço a outras legendas de esquerda, agora ou no futuro. A avaliação geral é aquela feita pelo presidente do PDT, Carlos Luppi, no CB.Poder da última terça-feira: em 2022, os partidos devem caminhar separados.

O que está em jogo

Paralelamente à estratégia do PT, está a disputa todo um arsenal de informações sobre anos de investigações a fio. Inclusive com suspeitas de “camuflagem” de nomes de autoridades, como revelado ontem pelo site Poder 360, sobre Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.

Deputado João Roma
Crédito: Vinicius Cardoso Vieira/Esp. CB/D.A Press.

Se deu bem I/ Em tempos de pandemia, sem as grandes festas de Salvador para comemorar o 2 de Julho –– dia da independência da Bahia ––, o deputado João Roma (Republicanos-BA, foto) aproveitou a exposição da sessão de promulgação da emenda que adiou as eleições deste ano para falar da data, cuja importância histórica é pouco difundida.

Se deu bem II/ Choveram mensagens, ontem, por causa de seu discurso. “Dois de julho de 1823 não é a independência da Bahia, e sim a consolidação da independência do Brasil. Ninguém está pedindo feriado, mas é preciso enaltecer a importância histórica”, disse o deputado, referindo-se à data em que as tropas portuguesas se renderam.

Enquanto isso, no Alvorada…/ A quantidade de pessoas sem máscara, na live presidencial, chamou a atenção. E o clima de festa, diante de tantas tragédias no país, idem. Primeiro, a sanfona comemorou a inauguração do Eixo Norte da transposição do São Francisco e, depois, o presidente Jair Bolsonaro mencionou que visitará as áreas devastadas pelo ciclone bomba no Sul do país.

… a live continua popular/ Também houve uma cobrança aos governadores sobre a reabertura do comércio, “com responsabilidade”, disse o presidente. Sinal de que o discurso contra o distanciamento social, de vez em quando, é modulado. A população que assistia nas várias plataformas, quase 200 mil, agradece.

Para advogados, operação contra Serra tem relação com disputa interna do MP

José Serra
Publicado em Lava Jato

O senador José Serra não estava em casa quando os agentes da Polícia Federal chegaram à sua casa. Com problemas de saúde, ele está no litoral, junto com a família, desde o início da pandemia. Os advogados tiveram que correr atrás de uma cópia do processo hoje cedo, para entender o que estava acontecendo. O caso que eles acompanhavam de perto era aquele que chegou a ter uma parte arquivada há alguns anos, com uma outra parte remetida para a Justiça Eleitoral, em São Paulo.

Nos bastidores, advogados atribuem a ação à disputa interna no Ministério Público, uma vez que muitas denúncias já estavam arquivadas. Porém, as pontas que não estavam completamente arquivadas, agora, voltam à ribalta, fruto de investigações que, segundo o MP, envolveram inclusive o rastreamento de offshores e de recursos no exterior no braço da Lava-Jato em São Paulo que, até aqui, não tinha um núcleo político totalmente exposto, enquanto em outras praças as investigações tiveram um desfecho mais célere.

Delação da Odebrecht

A operação é um desdobramento ainda da delação da Odebrecht, na parte relativa às obras do rodoanel de São Paulo. O caso se arrasta há anos, inclusive com o auxílio de agentes na Suíça. Em 18 de janeiro do ano passado, as autoridades suíças liberaram a transferência de extratos bancários relativos a movimentações financeiras que poderiam esclarecer quem pagou e quem recebeu recursos em contas elencadas no processo envolvendo o caso que hoje é objeto de busca e apreensão. À época, os advogados reclamaram que esse processo já estava arquivado no Supremo Tribunal Federal, inclusive com a “extinção de punibilidade” de Serra e do ex-deputado Ronaldo César Coelho, também alvo da operação de hoje. Parte dos autos foi remetida à Justiça Eleitoral de São Paulo, para apuração relacionada às campanhas.

O presidente do PSDB, Bruno Araújo, soltou uma nota logo cedo, em que reforça a confiança no senador e na Justiça: “O PSDB acredita no sistema judicial do país e defende as apurações na utilização de recursos públicos, ao mesmo tempo em que confia na história do senador José Serra e no devido esclarecimento dos fatos”.

Atualização: Há pouco, a assessoria do senador soltou a seguinte nota:

“Causa estranheza e indignação a ação deflagrada pela Força Tarefa da Lava Jato de São Paulo na manhã desta sexta-feira (3) em endereços ligados ao senador José Serra. Em meio à pandemia da Covid-19, em uma ação completamente desarrazoada, a operação realizou busca e apreensão com base em fatos antigos e prescritos e após denúncia já feita, o que comprova falta de urgência e de lastro probatório da Acusação.

É lamentável que medidas invasivas e agressivas como a de hoje sejam feitas sem o respeito à Lei e à decisão já tomada no caso pela Suprema Corte, em movimento ilegal que busca constranger e expor um senador da República.

O Senador José Serra reforça a licitude dos seus atos e a integridade que sempre permeou sua vida pública. Ele mantém sua confiança na Justiça brasileira, esperando que os fatos sejam esclarecidos e as arbitrariedades cometidas devidamente apuradas.

*Assessoria de Comunicação*
*Senador José Serra (PSDB/SP)*”

A briga pela paternidade dos R$ 13 bi

Publicado em Política

A base do presidente Jair Bolsonaro, está azeitada, mas agora a briga é outra. Os parlamentares foram avisados da liberação de R$ 13,8 bilhões em recursos não só para o combate à covid-19, como também outros benefícios aos municípios. Entretanto, muitos estão uma arara. Em Belo Horizonte, por exemplo, para onde foram R$ 24 milhões, alguns anunciaram como se fosse tudo da sua lavra individual deixando outros a ver navios. O valor, porém, é a soma de várias emendas e tem gente querendo faturar sozinho. A confusão já está criada.

Inquérito do STF é trava para fake news na campanha

Publicado em coluna Brasília-DF

A prorrogação do inquérito das fake news, no Supremo Tribunal Federal, até janeiro de 2021, tem, entre seus objetivos, conter o uso indiscriminado desse golpe baixo ao longo do processo eleitoral deste ano. Até aqui, a avaliação geral é a de que as mentiras foram fartamente utilizadas na campanha de 2018 e agora, com o inquérito, muitos vão pensar duas vezes antes de partir para esse tipo de ataque aos adversários.

Paralelamente, na Câmara dos Deputados, não há a mesma pressa que houve no Senado para analisar uma lei a respeito. Entre os deputados, prevalece a ideia de que a opinião não deve ser perseguida, nem tampouco é passível de punição. Porém, montar uma rede para espalhar inverdades a respeito das pessoas, sim. É nesse caminho que a Câmara pretende atuar para corrigir o curso do projeto das fake news, aprovado na semana passada pelo Senado. A avaliação de vários deputados é a de que os senadores jogaram para a plateia e terminaram por ferir as liberdades individuais. Por isso, a ideia, agora, é deixar o tema decantar, sem correria para votação.

Carona na PGR I

O ex-presidente Lula aproveita o embalo da disputa entre a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a força-tarefa da Lava-Jato para chamar Deltan Dallagnol e, por tabela, o ex-juiz Sergio Moro, para a briga. “O Dallagnol montou uma quadrilha com a Força Tarefa da Lava-Jato e isso está ficando claro. Espero que, em algum momento, a Justiça leia os autos do meu processo para esclarecer a farsa que promoveram para me tirar do processo eleitoral de 2018”, escreveu Lula, referindo-se ao procurador, autor do famoso Powerpoint que colocava o petista como o chefão de uma quadrilha.

Carona na PGR II

Lula sonha em voltar às ruas e ser ovacionado em comícios no pós-pandemia, sem ouvir acusações. Apostará nesse discurso na campanha de 2020, embora não seja candidato. Quer, no mínimo, retomar o papel de líder máximo da oposição, espaço vago no Brasil.

Te conheço

Enquanto os petistas fazem subir a hashtag #LavaJatoTraiuAPatria, e tentam recuperar a imagem de seu maior líder, os outros partidos veem na estratégia mais um movimento para não ceder espaço a outras legendas de esquerda, agora ou no futuro. A avaliação geral é aquela feita pelo presidente do PDT, Carlos Luppi, no CB.Poder da última terça-feira: em 2022, os partidos devem caminhar separados.

O que está em jogo

Paralelamente à estratégia do PT, está a disputa todo um arsenal de informações sobre anos de investigações a fio. Inclusive com suspeitas de “camuflagem” de nomes de autoridades, como revelado ontem pelo site Poder 360, sobre Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre.

Se deu bem I/ Em tempos de pandemia, sem as grandes festas de Salvador para comemorar o 2 de Julho –– dia da independência da Bahia ––, o deputado João Roma (Republicanos-BA, foto) aproveitou a exposição da sessão de promulgação da emenda que adiou as eleições deste ano para falar da data, cuja importância histórica é pouco difundida.

Se deu bem II/ Choveram mensagens, ontem, por causa de seu discurso. “Dois de julho de 1823 não é a independência da Bahia, e sim a consolidação da independência do Brasil. Ninguém está pedindo feriado, mas é preciso enaltecer a importância histórica”, disse o deputado, referindo-se à data em que as tropas portuguesas se renderam.

Enquanto isso, no Alvorada…/ A quantidade de pessoas sem máscara, na live presidencial, chamou a atenção. E o clima de festa, diante de tantas tragédias no país, idem. Primeiro, a sanfona comemorou a inauguração do Eixo Norte da transposição do São Francisco e, depois, o presidente Jair Bolsonaro mencionou que visitará as áreas devastadas pelo ciclone bomba no Sul do país.

… a live continua popular/ Também houve uma cobrança aos governadores sobre a reabertura do comércio, “com responsabilidade”, disse o presidente. Sinal de que o discurso contra o distanciamento social, de vez em quando, é modulado. A população que assistia nas várias plataformas, quase 200 mil, agradece.

Bolsonaro planeja vetar projeto contra as fake news

Bolsonaro
Publicado em coluna Brasília-DF
Coluna Brasília-DF

O presidente permanece distante dos mais radicais, mas isso não significa que deixará de lado algumas bandeiras caras a esse grupo. Nesse sentido, já planeja inclusive veto ao texto das fake news aprovado no Senado, em tramitação na Câmara.

Tal e qual as redes

Entre os aliados do presidente, prevalece a visão de que o projeto impõe uma censura às redes. Aliás, conforme antecipou a coluna ontem, o DataSenado detectou que a palavra que mais sobressai nas redes sociais sobre o PL 2.630/20, de combate às fakes news, é “censura”. A pesquisa por telefone, porém, mostrou um apoio majoritário à proposta.

No embalo das redes/ Entre alguns senadores, pegou a onda criada nas redes contra o PL 2.630, de combate às fake news. O senador Márcio Bittar (MDB-AC), por exemplo, escreveu que é contra “a censura nas redes sociais”. Do jeitinho que o DataSenado mostrou.