Governo prepara mais cortes em cargos de comissão em várias áreas, agências e empresas

Ministério da Economia cargos em comissão
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Nem só de privatizações vive o projeto do governo de tentar se adequar ao teto de gastos. Vêm por aí mais cortes em cargos de comissão em várias áreas, agências e empresas. Os estudos sobre as novas tesouradas estão guardados a sete chaves para não alarmar os servidores e, em breve, serão enviados à Casa Civil.

Resolvam esse imbróglio

Tem muita gente na atual equipe econômica disposta a dar o seguinte ultimato aos governadores que buscam socorro da União para equilibrar as contas. Primeiro, deem um jeito no “miserê” daqueles que terminam consumindo boa parte dos ajustes. Referiam-se a procuradores, como o de Minas Gerais, que, graças a penduricalhos, chegou a ter contracheques que, em média, representaram R$ 68 mil.

Só tem um probleminha

Governadores que tentaram resolver não conseguiram. No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite buscou reajuste zero para todos os Poderes, mas o Judiciário reclamou e conseguiu liminar. Agora, o caso virá para o Supremo Tribunal Federal.

Davi e os leões

A Mesa Diretora do Senado não fez sequer uma reunião este ano. Com isso, estão parados todos os pedidos de informações das excelências aos ministérios e empresas públicas. Há, pelo menos, 60 esperando deliberação, alguns desde o início do ano.

O governo agradece, afinal, ganha tempo e não precisa se preocupar em enviar nada, nem ser cobrado por atrasos. Já os senadores dizem que, se o atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pudesse concorrer à reeleição — não pode, porque é dentro da mesma legislatura —, não teria mais o apoio do grupo que o elegeu.

Parte dessa turma está se sentindo abandonada pelo líder. Não por acaso, Alcolumbre se mostra menos radical quando alguns lhe perguntam sobre a CPI da Lava-Toga. Quem o conhece garante que é uma forma de ganhar tempo a fim de organizar o jogo para as próximas semanas.

Todos por Moro

O senador Álvaro Dias (Podemos-PR) conseguiu chamar a atenção de políticos ligados ao Planalto. Ele é um potencial candidato a presidente da República próximo do ministro da Justiça, Sérgio Moro. E, para completar, vem crescendo o partido. Não por acaso, o presidente Jair Bolsonaro fez questão de desfilar ao lado ao ministro no 7 de Setembro e a líder Joice Hasselman corre para segurar a CPI da Lava-Jato.

CURTIDAS

Façam como eles/ Dia desses, no Planalto, assessores lembravam que, tanto os ministros Tereza Cristina (Agricultura), quanto Tarcísio Gomes de Freitas (Infraestrutura), não ficam em assuntos periféricos. Nas redes sociais, sempre falam sobre as boas notícias das pastas, diferentemente de outros que passam muito tempo atacando adversários e xingando as pessoas. A ordem é transformá-los em exemplos do que deve ser feito no governo.

Por falar em Tereza…/ Antes de viajar aos países árabes, a ministra conseguiu evitar a derrubada do decreto que ampliou a cota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos. No Egito, a abertura de mercado aos produtos lácteos brasileiros.

Chiquinho versus Santos Cruz I/ Ao ler na revista Crusoé que o ex-ministro da Secretaria de Governo general Santos Cruz teria dito que Bolsonaro estaria disposto a tudo para salvar Flávio Bolsonaro, o ex-senador Chiquinho Escórcio tripudiou: “Eu disse que ele não entendia nada política. Saiu com um ressentimento tão grande que começa a agredir aqueles que confiaram nele, no caso, o presidente Bolsonaro”.

Chiquinho versus Santos Cruz II/ Logo no início do governo, o então ministro Santos Cruz ligou para o ex-senador e avisou que ele estava demitido. Chiquinho, que funcionava como uma espécie de radar para identificar e antecipar possíveis problemas do governo no Congresso, foi direto: “O senhor nem me conhece e já está me mandando embora? Logo se vê que não entende nada de política”.

Tensão sobe após ataque de drones e Estados Unidos elevam alerta de defesa

Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e presidente do Irã
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Os mariners americanos entraram em Defcon 3 esta noite, por causa dos ataques dos drones à empresa Aramco na Arábia Saudita. O Defense Condition (Defcon) 3 é uma espécie de “fique de prontidão, porque podemos entrar em guerra”. Pode ser comparado ao sinal amarelo. Só que, nesse caso, são os Mariners e a Força aérea, que têm que se mobilizar e se prepararem para serem acionada em 15 minutos, se a situação não melhorar.

Em 11 de setembro de 2001, por exemplo, os Estados Unidos entraram em Defcon 3. O US Abraham Lincoln, o mega porta-aviões, está em alerta vermelho. A mobilização ocorre porque os Estados Unidos desconfiam do Irã, embora as autoridades iranianas tenham se apressado em negar qualquer participação no ataque.

Paralelamente à tensão gerada pelos ataques, o preço do petróleo dispara por toda a Ásia, onde os mercados já estão abertos. Em Dubai há pouco, a alta era de 10,58% e subindo. Esse assunto promete dominar o cenário mundial hoje.

Atualização : Bolsas europeias abriram em queda e petróleo em alta. Especialistas consideram que é o maior salto desde 1988.

Vetos à Lei de Abuso de Autoridade estremecem relação entre Bolsonaro e Congresso

Bolsonaro recebendo oração na Câmara dos Deputados
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Os congressistas querem aproveitar a semana que vem para tentar — e tudo indica que vão conseguir — derrubar os vetos à Lei de Abuso de Autoridade. Cumprido esse script, dizem alguns políticos, ficará claro que o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça, Sérgio Moro, não dispõem de uma maioria sólida na Casa para fazer cumprir a visão do governo sobre a proposta.

Essa leitura, feita pelos parlamentares, não prevalece no Planalto. Ali, a visão é a de que o presidente Jair Bolsonaro fez a sua parte ao acolher os vetos sugeridos pelo ministro. Quanto ao mérito da proposta — restrição ao uso de algemas, fim da condução coercitiva, e outros dispositivos vetados —, os parlamentares que respondam perante a população.

O vereador que responda

É assim que aliados do governo se referem às investigações sobre o vereador Carlos Bolsonaro e à suspeita de emprego de funcionários de fachada em seu gabinete. Carlos é maior de idade, não tem cargos no governo, nem poderá, garantem amigos de Jair Bolsonaro, envolver o pai nessa história.

Ceder aqui…

Antes de viajar aos países árabes, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, foi ao Congresso e pediu encarecidamente aos deputados que pensem duas vezes antes de derrubar o decreto presidencial que ampliou a quota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifa. Conseguiu segurar a votação, pelo menos, por duas semanas.

… para ganhar ali

O discurso de Tereza é música nos ouvidos dos produtores. Os Estados Unidos têm acenado com aumento da importação de açúcar e ajudaram o Brasil no G-7, na questão ambiental. Para completar, a China se mostra interessada no etanol brasileiro.

A guerra de CPIs

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), terá que usar toda a sua diplomacia para evitar uma guerra entre CPIs da Vaza-Jato. Por causa dos diálogos divulgados pelo site The Intercept, a oposição protocolou um requerimento para apurar a conduta do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e dos procuradores. A ala aliada ao ex-juiz Moro quer outra para investigar o vazamento das conversas.

“Sabemos todos que regimes autocráticos, cidadãos corruptos e autoridades impregnadas de vocação tendente à desconstrução da ordem democrática temem o Ministério Público. Longe de se curvar aos desígnios do poder político, econômico ou corporativo, ou ainda religioso, o Ministério Público tem a percepção superior da preservação da ordem democrática, fora da qual não há salvação”
Do decano do STF, Celso de Mello, na última sessão com Raquel Dodge no papel de procuradora-geral da República

CURTIDAS

Ajuda aí, Davi/ Com o novo representante da missão brasileira nas Nações Unidas sabatinado na Comissão de Relações Exteriores do Senado, o governo coloca como prioridade aprovar logo o nome de Ronaldo Costa Filho em plenário. A ideia é correr para ver se dá tempo de Costa Filho voar para Nova York antes de 24 deste mês, quando o presidente Jair Bolsonaro discursa na abertura da Assembleia Geral da ONU.

A volta de Fraga/ Inocentado pelo Tribunal de Justiça do DF, o ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF) é considerado peça certa na equipe do presidente Jair Bolsonaro no ano que vem.

Tempo esgotado/ A Câmara correu para tentar aprovar algumas mudanças na lei eleitoral, mas os senadores não parecem tão interessados. Se nada for votado na semana que vem, a avaliação geral é a de que não haverá tempo hábil para aprovar mais nada.

Sig e Grossi/ A Câmara dos Deputados fará uma homenagem póstuma ao ex-deputado Sigmaringa Seixas e ao advogado José Gerardo Grossi em 1º de outubro, terça-feira. A sessão, pedida pelo deputado Paulo Teixeira (PT-SP), está marcada para as 9h. Grossi faleceu em maio do ano passado e Sigmaringa Seixas, em dezembro. Ambos foram referência na luta pela redemocratização do Brasil.

CPI da Vaza Jato: oposição consegue assinaturas suficientes e protocola pedido

Sergio Moro
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A oposição ultrapassou a barreira das 171 assinaturas e protocolou o pedido de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a conduta do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores que integram a força-tarefa da Lava-Jato, no contexto dos diálogos revelados pelo site The Intercept.

Passada a fase de conferência das assinaturas, caberá ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pedir aos partidos que indiquem os membros da CPI e, posteriormente, promover a sua instalação.

O grupo de congressistas mais simpático ao hoje ministro da Justiça, Sergio Moro, vai tentar protelar ao máximo a instalação e tentar garantir que seja feita, ao mesmo tempo, uma outra CPI, esta para investigar a forma como os diálogos publicados pelo The Intercept foram obtidos.

São as duas faces de um assunto que promete gerar mais tensão no Parlamento, com um grupo defendendo e outro procurando desgastar a imagem do ex-juiz.

Saída de Cintra é sinal de que Bolsonaro não aceitará tudo que vier da equipe econômica

Paulo Guedes cintra
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Dias antes de embarcar para São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro comentou com alguns ministros mais chegados que “quem tem que aparecer” no governo é o presidente da República. Completou dizendo que “não tem nenhum problema em demitir quem quer que seja”. O recado não foi para Paulo Guedes.

No entanto, o ministro anda meio de lado e olhando onde pisa. A saída do secretário da Receita, Marcos Cintra, lastreada na gota d’água da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), foi um sinal de que o presidente Jair Bolsonaro não aceitará tudo o que vier da equipe econômica. A história de vender toda e qualquer empresa da União, dizem alguns, daqui a pouco entra nessa lista de “alto lá”.

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Em tempo: o presidente tem razão quando diz que não tem problemas em demitir ministros. Afinal, todos foram da sua lavra, sem consulta formal aos partidos políticos ou agentes de mercado, algo inédito na formação de um governo que entra agora no modo “manda quem pode e obedece quem tem juízo”.

Avisos importantes

A ida do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, ao Congresso no dia em que o presidente reafirma o compromisso de não recriar a CPMF foi vista pelos líderes partidários como um sinal de quem entendeu a conversa: não adianta tentar empurrar projetos goela abaixo do parlamento. O mesmo destino terá a tal PEC Paralela que quer aumentar os impostos do agronegócio.

“Talkey, Macron”?

Assim, aliados do presidente Jair Bolsonaro têm se referido ao discurso que ele fará na Organização das Nações Unidas daqui a 12 dias. No que tange ao meio ambiente, focará na capacidade brasileira de cuidar das suas florestas.

O fim da hegemonia

O MDB bem que tentou ampliar a bancada de senadores, mas quem está conseguindo essa façanha é o Podemos, do senador Álvaro Dias (PR). Com Reguffe, o partido vai a 10 senadores e quer chegar a 15. O MDB tem 13.

Curtidas

Simon na área/ Considerado uma das reservas morais do país, o ex-senador Pedro Simon esteve em Brasília para influir na troca de comando do MDB, marcada para 6 de outubro. Seu primeiro movimento foi um encontro com o líder do partido na Câmara, deputado Baleia Rossi, para ver se é possível conseguir um consenso em torno do nome da senadora Simone Tebet (MDB-MS).

“Bolsonaro é um alvo para algum fanático, ou para alguma coisa que esteja além da nossa compreensão, é um alvo compensador. E isso sempre nos preocupa muito”

Do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, em entrevista à Rede Vida de Televisão, referindo-se à tarefa primordial que tem hoje, a segurança do presidente. No Planalto, segue a linha de que todo o cuidado é pouco.

E na lida/ Simon topa, desde que seja consenso. Baleia Rossi, idem. Ocorre que o deputado é o preferido da bancada da Câmara. Novamente, o MDB caminha para uma disputa Câmara versus Senado, que persiste desde os tempos de FHC.

Imagens para a campanha/ O pano de fundo do bate-boca entre os deputados Diego Garcia (Podemos-PR) e Boca Aberta (PROS-PR) em pleno Salão Verde da Câmara é a Prefeitura de Londrina. Ambos são pré-candidatos. A intenção é subir o tom nos próximos meses, fazer uma pausa para o Natal e voltar com carga total no ano eleitoral.

Quando o amor termina/ Lembra daquela nota da casa do advogado Roberto Caldas, que foi depredada, e o mistério sobre quem teria feito o estrago? Pois é. A ex-mulher dele, Michella, e duas assistentes foram indiciadas pela depredação. O caso agora seguirá para o Ministério Público para que dê parecer. A triste história de um casal que se separou parece não ter fim.

Denúncias devem complicar situação de Luis Miranda no TSE

Luis Miranda
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Aliados do deputado Luis Miranda (DEM-DF) consideram que o maior problema do parlamentar será a rejeição das contas de campanha pelo TRE, que agora está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A estratégia vem sendo protelar ao máximo para chegar a junho de 2022. Agora, diante das denúncias, vai ficar difícil.

… e para o partido

O DEM vive um drama interno. Se expulsar Miranda, perde a vaga na Câmara, uma vez que o suplente é Laerte Bessa, do PL (antigo PR). Porém, os caciques da legenda não estão confortáveis e já cobraram explicações.

Quanto às denúncias de golpe…

A estratégia é dizer que nada está relacionado ao mandato parlamentar, portanto, não deve ser objeto de análise nem pelo partido nem pela Câmara, afinal, trata-se de um negócio que faliu e de sócios que se sentiram lesados. Falta combinar com os “russos”. No meio do plenário, não param as conversas do tipo, “olha aí a nova política!”

Chama o Mário!!!/ Luis Miranda (DEM-DF) chamou o gerenciador de crises, Mário Rosa, para ajudar na estratégia de recuperação da imagem. O trabalho será árduo. A cada declaração, Miranda parece perder apoios e terreno.

Porta arrombada/ Na semana passada — antes da divulgação da reportagem do Fantástico com as pessoas que se sentiram lesadas em sociedades com Miranda nos Estados Unidos —, o deputado deixou o consultor esperando por duas horas e não foi conversar com ele. Só ontem que Mário entrou no circuito.

PSL reforça time na CPMI das Fake News e sai em defesa de Carlos Bolsonaro

CPMI das fakes news PSL
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Ciente dos problemas que pode enfrentar na CPI Mista das Fake News, com a oposição controlando a presidência e a relatoria, o PSL de Jair Bolsonaro fez questão de colocar três de seus quatro senadores no colegiado, Flávio Bolsonaro, Major Olímpio e a Juíza Selma. Sobrou apenas Soraya Thronicke, mais ligada ao setor agropecuário. O PSDB que tem um bloco na Casa com o PSL, ficou apenas com uma vaga.

A primeira participação de Flávio no colegiado foi em defesa do irmão, Carlos Bolsonaro, citado por ele como um exemplo de “alvo pré-determinado” por parte do próprio presidente do colegiado, senador Ângelo Coronel (PSD-BA). A ordem no PSL é fazer valer o discurso de que Carlos se defende e defende o pai, é polêmico, mas não propaga informações falsas, apenas suas opiniões — algumas, inclusive, com críticas à democracia. O duelo na CPMI será acompanhado por todos no universo da política.

“Se for fechar, quem vai perder é o Brasil”

Do deputado Eduardo Bolsonaro, a respeito do decreto legislativo que susta os efeitos do decreto presidencial sobre aumento da quota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifas.

Missão quase impossível

Presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência na Câmara, o deputado Marcelo Ramos avisa que não tem muito o que fazer em relação à PEC paralela da reforma previdenciária: “Se a contribuição do setor exportador não passou antes, por que passará agora?” Faz sentido.

Eduardo na lida/ O deputado Eduardo Bolsonaro ainda não deu sinal verde para o pai encaminhar a indicação para embaixador nos Estados Unidos. “Temos votos, mas ainda preciso contactar algumas pessoas”, diz.

A vingança de Machado/ O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, cuja delação serviu para prender Márcio Lobão, é o mesmo que, no passado, gravou conversas com Romero Jucá, José Sarney e Renan Calheiros. Todos eles tiveram os processos com base nessas gravações arquivados. A esperança dos advogados de Márcio é de que agora não seja diferente. Porém, a avaliação, em Brasília, é de que não será tão fácil tirar o empresário da cadeia.

Falta de emendas fez Alcolumbre desistir de votar Previdência

Davi Alcolumbre emendas previdência
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O que fez o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, desistir de votar a reforma da Previdência esta semana é a falta de recursos para irrigar as bases eleitorais dos senadores. É que, antes da votação, os senadores querem a deliberação sobre o PLN 18, o projeto que abre um crédito suplementar de R$ 3 bilhões, dos quais uma parte pode ser aplicada nas emendas.

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A avaliação no Senado é de que, nas últimas três semanas, os deputados emplacaram a diretoria da Codevasf e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Aos senadores, que na semana passada votaram a reforma previdenciária na Comissão de Constituição e Justiça, mal surgiu um “muito obrigado”.

Continhas para Eduardo

Os senadores fecharam o seguinte balanço dos votos na Casa: 15 são da oposição, 20 governistas e 46 do chamado Centrão, um grupo que anda ao sabor do vento e do humor do dia.

Por falar em Eduardo…

Os experientes e tarimbados na Casa acreditam que a aprovação do nome do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil em Washington no plenário do Senado dependerá do humor do dia. Na Comissão, o cálculo indica 11 a oito ou 12 a sete. Pró-Eduardo. Sinal de que o trabalho de bastidor do deputado já ajudou a conquistar alguns.

Apostas para 22

Ainda está tudo muito longe, mas muitos políticos apostam que a polarização não será quebrada em 2022. Os palpites colocam no topo da lista um novo duelo entre o presidente Jair Bolsonaro e o PT, seja quem for o candidato.

A tábua de salvação no NE

No Palácio do Planalto, dois projetos são vistos como a esperança para alavancar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro no Nordeste: O 13º salário do Bolsa Família e a transposição do São Francisco. Quem anda pelo Planalto e pelo Nordeste, assegura que “o presidente está tão ruim por lá que não tem como piorar”.

Aqui, não/ O DEM tem, por tradição, expulsar de seus quadros quem se enrosca em casos mal explicados. Foi assim com o ex-governador José Roberto Arruda e com o ex-senador Demóstenes Torres. A aposta é a de que com Luiz Miranda (DEM-DF) não será diferente.

Põe mais um…/ Os senadores que pesquisaram o histórico de sabatinas dos indicados para a Embaixada em Washington descobriram que os dois últimos foram sabatinados no mesmo dia que outros embaixadores. E tudo muito rápido, sem atropelos.

…para acelerar/ Luiz Alberto Figueiredo foi sabatinado junto com o embaixador na Jordânia, Francisco Luz. .O sucessor de Figueiredo, Sérgio Amaral, junto com o embaixador na Argentina, Everton Vieira Vargas. Nos dois casos, as sabatinas tiveram que ser aceleradas por causa da ordem do dia no plenário da Casa.

Onça & vara curta/ O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, não esconde a irritação quando algum senador mais afoito lhe pergunta sobre as indicações para o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A alguns chega a dizer; “Não são meus. E se começarem a cobrar, devolvo tudo para o governo”.

Desconfiados/ Alcolumbre elogiou tanto o presidente em exercício, Hamilton Mourão, ao sair do Planalto ontem que suscitou dúvidas a respeito de sua lealdade a Jair Bolsonaro.

Bolsonaro aposta na aproximação com as pessoas e na polarização para recuperar popularidade

Bolsonaro
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O primeiro 7 de Setembro do governo de Jair Bolsonaro veio sob encomenda para se contrapor ao primeiro da era petista. Naquele setembro de 2003, a festa sob o comando do publicitário Duda Mendonça, idealizador da transferência da festa do QG do Exército, para a Esplanada dos Ministérios, mostrou um presidente longe do público, que olhava o relógio e não se mostrava feliz. Lula até havia cogitado se aproximar das arquibancadas, mas a segurança vetou. Bolsonaro, ao contrário, seguiu feliz para perto das pessoas. Alguns amigos dele diziam: “pode pesquisar. O PT não fez nada disso, nunca”. É sinal de que o presidente apostará cada vez mais na polarização.

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Em conversas reservadas, aliados do presidente Jair Bolsonaro são unânimes em afirmar que os gestos de proximidade com as pessoas, seja nas solenidades, seja na porta do Alvorada, são hoje prioritários para levar o capitão a tentar recuperar a popularidade perdida por frases mal colocadas, indicações polêmicas para postos estratégicos, como a Embaixada do Brasil em Washington, e, de quebra, a demora na recuperação da economia.

Curva fechada à frente

A ideia do governo de só liberar emendas e cargos para deputados fiéis em todas as votações ameaça travar o fluxo dos projetos de interesse do governo. É que uma parte dos parlamentares está na linha do receber primeiro para votar depois.

Muita calma nesta hora

A indicação oficial de Eduardo Bolsonaro ao cargo de embaixador em Washington só virá depois que baixar a poeira dos vetos à Lei do Abuso de Autoridade e, de quebra, da indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República.

A guerra por recursos I

Causou estranheza na Confederação Nacional do Comércio (CNC) o corte de 20% nos recursos repassados ao Sistema S anunciado recentemente pelo governo. A CNC, que administra o Sesc e o Senac, afirma que não houve formalização de uma proposta de acordo nesse sentido até o momento. Mesmo se recuperando de uma cirurgia, o presidente da Confederação, José Roberto Tadros—com a diretoria da entidade—tem mantido negociações com o Governo para a condução do tema.

A guerra por recursos II

Há menos de uma semana, o secretário Carlos da Costa mencionou o corte de 20% como parte de um acordo com as entidades do sistema S. A CNC não foi ouvida. Da cabeça dos executivos, entretanto, não sai a frase de Paulo Guedes. Em 2018, ele disse, com todas as letras, em reunião na Firjan, que era preciso meter a faca nos recursos do Sistema S. Ao que tudo indica, assim como Bolsonaro, Guedes também gosta de cumprir o que anunciou.

CURTIDAS

Os fantasmas de cada um/ Desde que Lula disputou a reeleição, em 2006, até a reeleição de Dilma Rousseff, oito anos depois, o PT jogou a população mais pobre num dilema do tipo “ou fica com a gente, ou adeus, bolsa família”. Guardadas as devidas proporções, Bolsonaro faz o mesmo ao dizer a seus eleitores meio descontentes algo na linha de “ou vocês ficam comigo, ou o PT volta”.

Com quem Jair jogará/ A presença do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, no 7 de Setembro, e a ausência do comandante da Câmara, Rodrigo Maia, deixou ao governo a certeza de quem contar com projetos futuros.

Por falar em DEM…/ O presidente do partido, ACM Neto, está com o pisca alerta ligado diante das divisões internas. Até aqui, trabalha com a independência formal da legenda em relação ao governo. Porém, há quem diga que, daqui a pouco, terá que tomar um rumo.

Semana de resguardo/ Os ministros planejam visitar o presidente no hospital na próxima quinta-feira, depois da cirurgia. Porém, serão desaconselhados ao gesto. A primeira-dama, d. Michele, pretende evitar muito trânsito de visitantes, por causa do risco de infecção no período pós-operatório. Afinal, cuidados nunca são demais. Hoje, uma videoconferência resolve.

A primeira missão de Aras será pacificar o MP

Augusto Aras
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O futuro procurador-geral da República, Augusto Aras, começou a trabalhar a pacificação do Ministério Público e a montar equipe. Para a secretaria-geral da PGR, o nome cotado é o do subprocurador aposentado Eitel Santiago, que já havia sido, inclusive, anunciado por Aras em entrevista. Santiago ainda não foi oficialmente convidado, mas disse à coluna que chega a Brasília no sábado para conversar com Aras.

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“A briga interna é fruto da disputa da lista, esse foi o erro. Cabe ao Ministério Público cumprir seu dever constitucional. Está na hora de pacificar”, diz Santiago, citando dois grandes procuradores que não foram escolhidos por listas: Sepúlveda Pertence e Aristides Junqueira. “Aras, tenho certeza, defenderá a Constituição”.

CURTIDAS

A derrocada dos “Tuiuiús” I/ Tão logo o Planalto confirmou o nome de Aras como o novo procurador-geral da República, os bastidores da sede da Procuradoria decretava que os “tuiuiús” realmente terão que buscar outro pouso. As conversas reservadas se referiam ao grupo que ascendeu ao poder em 2003, quando o então presidente Lula decidiu respeitar a lista tríplice.

A derrocada dos “Tuiuiús” II/ “Tuiuiús” é o apelido do grupo de procuradores que, cansado das reconduções de Geraldo Brindeiro, decidiu criar a lista tríplice. Eles mesmos se deram esse apelido porque, consideravam que o Tuiuiú não voava alto. Em 2001, não deu certo, porque Fernando Henrique Cardoso reconduziu Brindeiro mais uma vez.

A derrocada dos Tuiuiús III/ Em 2003, funcionou, e Lula escolheu o primeiro da lista, Cláudio Fonteles. Agora, Jair Bolsonaro acaba com o grupo que chegou ao poder depois de constar nas listas.

Procurador “melancia”?/ O nome de Aras já havia sido cogitado para a PGR no governo petista, pelos baianos ligados ao senador Jaques Wagner. Porém, Bolsonaro não se incomodou com isso. Ele afirmou, num evento, que “se estou apanhando, é porque escolhi certo”.

Abuso no discurso

Os vetos à Lei de Abuso de Autoridade, dizem alguns, darão ao presidente Jair Bolsonaro a possibilidade de ter uma saída honrosa, caso os congressistas não aprovem o nome do deputado Eduardo Bolsonaro para embaixador em Washington. Sempre poderá dizer que Eduardo não foi aprovado por causa daqueles que têm medo da Lava-Jato. Não seria o fato, mas, entre os governistas, valerá a versão.

Vai sobrar para o Congresso

A aposta dentro do próprio governo é a de que o Congresso pode conseguir os votos para derrubar os vetos. Porém, não sem desgaste político. Mais uma vez, o presidente se preservou e deixou para os congressistas o gosto amargo de derrubar vetos que são vistos pela população como forma de amenizar as amarras à Lava-Jato.

Ficou para depois

O adiamento do lançamento do Projeto Nordeste esta semana foi visto como mais uma desfeita do presidente Jair Bolsonaro aos nordestinos. A justificativa inicial tinha sido a preparação para a cirurgia que fará em breve. Porém, pela agenda cheia que se viu no Planalto nesta quinta-feira, não sobrou espaço mesmo. Agora, só no final de setembro, depois da viagem à ONU.

Enquanto isso, nos canaviais nordestinos…

Continua a novela por causa do aumento da quota de importação de etanol de milho dos Estados Unidos sem tarifa. Os americanos acenam com uma compensação, aumentando a importação de açúcar brasileiro, mas, por enquanto, os produtores não estão satisfeitos. Assim, a pressão deles sobre os parlamentares continua. E, sabe como é, quanto mais perto da eleição, mais os produtores têm influência sobre os votos no Congresso.