O Natal Não Precisa Ser Triste

Publicado em Autocuidado

Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Há quem pense que o Natal ao lado de uma pessoa com demência será triste ou chato. Não necessariamente.

Há casas onde os Natais eram ou ainda são comemorados com Papai Noel e ajudantes mirins e adolescentes. Com distribuição de presentes cuidadosamente escolhidos e árvores de Natal com decoração de chocolate. Com enfeites espalhados pela casa, como era e ainda é o caso dos Natais da Ana e da Cosette, onde as memórias afetivas proliferam.

São essas memórias que contribuem para alimentar os Natais atuais. Se tiver crianças, o clima natalino será perfeito, pois elas costumam alegrar os ambientes. Se as crianças cresceram, pegue o álbum de fotos e sente com a pessoa enferma para incentivar as lembranças de bons momentos e de pessoas queridas.

A comida, servida mais cedo, não precisa ser como as antigas ceias de Natal, até porque pacientes com demência precisam de alimentos mais leves para não correr o risco de engasgar. Uma sobremesa que incentive as memórias das festas natalinas pode ser uma boa pedida, se o familiar não tiver problema com açúcar.

Dar um passeio na volta da quadra ou do edifício mostrando as iluminações de Natal também pode ser uma boa pedida. Mais um bom momento para lembrar das luzinhas e enfeites na casa da família.

Pra quem gosta de música, é um bom momento para escutar em um tom mais baixo, para não incomodar a pessoa enferma, músicas de Natal. Quem sabe seu familiar consegue cantar com você um pouco de “Bate o Sino Pequenino”  ou “Anoiteceu” ?

Para quem se animar, deixamos  uma lista com 20 músicas natalinas em Português (link aqui).

Outra possibilidade é aproveitar a live de Natal de Caetano Veloso, de 2020, ao melhor estilo da música popular brasileira (MPB). Link aqui

Caso você passe o Natal sozinha com o familiar enfermo, não desanime.

Compre um presente para si mesma e não esqueça de comprar flores para alegrar a casa.

Ligue para uma ou mais pessoas queridas e fale por áudio ou vídeo. A troca  afetiva aquece o coração das pessoas enfermas, ainda que seja apenas por alguns minutos, e também de quem cuida.

Lembre que, apesar de todas as dificuldades, você tem uma ou mais histórias para contar. Anote em um bloco ou caderno.

Um dia você poderá recordar para familiares e amigos os Natais do tempo da pandemia, quando ainda tínhamos medo de variantes como o Omicron.

Nós, do Coletivo Filhas da Mãe, desejamos a você felizes festas.

Nestes dois anos de existência, comemoramos a vida, o cuidado ( individual e coletivo) e o autocuidado. Somos resistência.

Acreditamos que somente com autocuidado, cuidando de nós mesmas,  podemos nos preparar para cuidar de outras pessoas.

Ps: Agradecemos ao Filho da Mãe Adriano Roza pela arte do card.

Ps2: Escrevemos no feminino porque 96% da atividade do cuidado no Brasil é realizada por mulheres. Homens são super bem-vindos ao Coletivo. O cuidado não deveria ter gênero.

 

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