VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)
Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Dados levantados pela inteligência ocidental dão conta de que, nesses após três anos do início da invasão à Ucrânia, a Rússia já contabiliza equação militar negativa cada vez mais insustentável. Segundo esses dados, o país vem perdendo, em média, 1.135 soldados, mortos ou feridos diariamente, tudo isso para conquistar apenas 2,3 quilômetros quadrados de território – uma área irrisória. Analistas militares calculam ainda que, no ritmo atual de avanço, a Rússia levaria, pelo menos, 91 anos para criar a zona tampão segura proposta por alguns militares russos. A Rússia, diz esse relatório, está tomando território, mas a um custo insustentavelmente alto.
Diante de mais esse desastre comandado por Putin, seu futuro político vai se tornando cada vez mais incerto e tenebroso. De posse desses dados, o que se tem em mãos revela uma operação militar que, além de moralmente condenável, é estrategicamente desastrosa para a Rússia, sobretudo, para sua juventude. Um olhar para três frentes (militar, política interna russa e geopolítica global) mostra a Rússia, sob a liderança de Putin, cada vez mais atolada nas areias movediças do destino que traçou para si mesmo. No cenário militar, já se assiste a lógica da exaustão por tantas baixas, atualmente em mais de 400 mil por ano. Isso é insustentável até mesmo para uma potência como a Rússia, que mobilizou sua população em ondas sucessivas e endureceu suas leis contra a dissidência e deserção. Os ganhos territoriais (2,3 km² por dia) são, taticamente, irrelevantes, quando comparados com o custo humano, material e psicológico. A estimativa de 91 anos para completar uma zona tampão mostra o caráter fantasioso daquela meta. Além disso, a moral das tropas está provavelmente degradada; as reservas de munições, equipamentos modernos e oficiais experientes estão se esgotando e a Ucrânia, embora exaurida, tem acesso crescente à tecnologia militar ocidental de ponta, o que tende a reequilibrar o conflito no campo de batalha.
A guerra entra em um impasse de desgaste onde a Rússia, apesar de avanços localizados, está cavando sua própria exaustão estratégica. Também no cenário político Interno, o poder de Putin torna-se cada vez mais instável e incerto. Vladimir Putin, como é sabido, sustenta seu poder sobre três pilares: repressão interna e controle da narrativa, aparato de segurança leal (FSB, militares, Guarda Nacional) e percepção de força e grandeza geopolítica. Por outro lado, entende-se que a guerra na Ucrânia corroeu parte ou boa parte desses pilares. Internamente, a repressão já atinge o ponto de retorno: quando o medo vira ódio silencioso e regimes como esses entram em colapso. As Forças Armadas estão desmoralizadas, com generais eliminados, prisões por corrupção e comandantes mercenários (como Prigozhin), mortos em circunstâncias pra lá de suspeitas. Dessa forma, o fracasso dessa guerra destrói a narrativa imperial que Putin construiu desde a Crimeia (2014). Muitos acreditam que o futuro político de Putin está ameaçado, embora, não imediatamente, pois ele ainda mantém o poder, embora enfrente rachaduras entre elites (oligarcas e serviços secretos).
Há sinais de desgaste entre as bases sociais que sustentavam sua popularidade. O medo de uma “primavera russa”, embora remoto, já preocupa o Kremlin — vide o aumento de investimentos em ciberpropaganda, censura e repressão legal. Ninguém contesta o fato de que, em termos geopolíticos, há um isolamento e colapso russo, com aquele país, em termos de diplomacia cada vez mais desgastados, mesmo entre antigos aliados. A guerra levou a Rússia a se tornar cada vez mais dependente da China, o que a rebaixa, de potência autônoma a satélite estratégico. Sancionada economicamente, com acesso restrito a tecnologias críticas e mercados ocidentais, a Rússia de Putin vai provando de seu próprio veneno. Se Putin sobreviver politicamente, será como líder de uma Rússia empobrecida, armada, ressentida e dependente, o que é perigoso para o mundo. Mas se cair, abre-se o risco de vácuo de poder com disputas internas violentas e fragmentação da federação russa ou ascensão de um regime ainda mais autoritário. O mundo deve colocar as barbas de molho, pois seu arsenal atômico assustador pode vir a ser usado como demonstração de força derradeira.
A frase que foi pronunciada:
“A política é quase tão excitante como a guerra e não menos perigosa. Na guerra a pessoa só pode ser morta uma vez, mas na política diversas vezes.”
Winston Churchill
História de Brasília
A solidariedade das professôras aos invasores do BNDE não deveria ser traduzida em greve , mas sim em solidariedade efetiva. Exemplo: melhor aproveitamento dos apartamentos já entregues, para que todos sejam atendidos. (Publicada em 04.05.1962)