Ventos de outubro

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Charge publicada na estanciadeguaruja.com

 

       Com ou sem eleições, com ou sem a possibilidade de aferição pelo voto impresso, o fato é que, dentre as lideranças políticas deste país, incluídos nesse rol os ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral e todos os candidatos que aí estão se apresentando para o pleito de outubro deste ano, ninguém, dentro desse imenso grupo, parece reunir condições ou capacidade de deter o quadro de decadência institucional do Estado Brasileiro.

        Aos eleitores que, em tese, deveriam caber essa capacidade de mudar os rumos do país, seguem indiferentes, como bois rumo ao matadouro. Não se iludam! As eleições nada mudarão no dia a dia dos brasileiros. A inflação continuará aumentando, a corrupção, dentro da máquina do Estado, e que está na raiz de todos os nossos problemas, continuará da mesma forma ou, talvez, com mais intensidade. Também a indiferença dos políticos e dos altos escalões da República, com todos os seus privilégios e mordomias e toda a sua capacidade de manterem-se imunes às leis, permanecerá ou, quem sabe, ganhará ainda mais fôlego.

        As injustiças sociais e a concentração de renda, que faz de nosso país o campeão mundial das desigualdades, permanecerão as mesmas ou, talvez, até cresçam ainda mais, aumentando o fosso entre ricos e pobres. Da mesma forma, permanecerão os programas ditos sociais, que escondem em seu interior, mecanismos viciados de perpetuação do voto de cabresto. Programas formulados às custas dos pagadores de impostos apenas para dar projeção aos anseios pessoais de políticos sem escrúpulos e sem projetos para o país.

        Esses e outros programas, desenhados de última hora, e sob a pressão das eleições, permanecerão intactos, justamente porque impossibilitam que largas parcelas da população encontrem meios de tomar posse de seus destinos, libertando-se, de vez, do jugo populista. Do mesmo modo, ficarão os aumentos cíclicos dos fundos bilionários eleitorais e partidários, assim como as emendas secretas e todo um conjunto de benefícios vetados aos cidadãos comuns.

        O que haverá, de fato, nessa dança das cadeiras, são mudanças cosméticas, em que os donos das legendas milionárias e seus caciques, todos eles amasiados na mais rendosa e segura empresa que existe, designarão aqueles que irão para esse ou aquele posto, para que tudo permaneça como está.

        Também ficarão os modelos perversos de reeleição, assim como a possibilidade de parlamentares elegerem para uma função e abrir mão dela, em troca de um outro cargo mais vantajoso, jogando fora os votos recebidos. Ficarão onde estão, ainda, a malandragem dos suplentes a deputados e senadores, cabendo, nessa função, até mesmo o pai ou a mãe. Os campeões de emendas secretas permanecerão onde estão.

        A impunidade para os poderosos, amigos, parentes e agregados, incluindo nessa lista até as amantes, permanecerá a mesma. Só poderosos ganharão, na Justiça, causas contra o Estado. O mesmo vale para a impossibilidade de prisão em segunda instância, tudo igual. A dúvida quanto à lisura das eleições permanecerá intacta, do mesmo modo que permanecerão inexplicáveis as tentativas dos ministros supremos de explicarem esse mecanismo.

        Ficarão as ameaças de um retrocesso, apenas com uma possível vitória de Lula da Silva, salvo do presídio, na undécima hora, por ministros amigos e por ele e seu partido indicados. É que as coisas poderão mudar, tornando o que já está ruim para calamitoso, com toda uma perigosa e bem articulada quadrilha subindo, de volta, a rampa do Palácio do Planalto, de onde darão prosseguimento ao projeto de saquear o país, interrompido, brevemente, pela Operação Lava Jato.

        É isso ou aquilo, numa mistura eterna e mal cheirosa entre passado e presente, e onde o futuro é sempre adiado. Marchamos para as urnas, como condenados marcham em direção ao laço da forca, que balança com os ventos de outubro.

 

A frase que foi pronunciada:

Se a lei defender a propriedade, muito mais deve defender a liberdade pessoal dos homens, que não podem ser propriedade de ninguém.”

José Bonifácio de Andrada e Silva

José Bonifácio. Imagem: josebonifacio.sp.gov

 

Direitos Humanos

O capixaba Jean Carlos Gomes Gonçalves projetou uma gaiola, atendendo a ideia do vereador petista Adriano Pereira, que fez um projeto prevendo que todos os caminhões de coleta de lixo tenham grades e assentos para os profissionais, proibindo que fiquem pendurados sem segurança no trânsito. A experiência foi testada no Rio de Janeiro.

 

Força Tarefa

Agaciel Maia lembra os colegas que Câmara Legislativa recebe projeto da LDO para 2023 com previsão de 14 mil nomeações. Concursados serão chamados para preencher vagas desde a Secretaria de Educação, Secretaria da Saúde a Segurança Pública.

Foto: cl.df.gov

História de Brasília

Quem leu ontem a Tribuna da Imprensa, estranhou, certamente, a alteração na orientação do jornal. (Publicada em 01.03.1962)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin