O poder de fogo da caneta

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Ministro do Supremo, Edson Fachin. Foto: Nelson Jr./STF

 

         Se por detrás de cada palavra, isoladamente, esconde-se um mundo infinito de interpretações, que dirá de frases inteiras ou mesmo de discursos. A insistência dos políticos em fazerem discursos intercalados de parábolas, quer para fugir do efeito direto da verdade dos fatos, quer para não dizer o que dizem, não apenas confunde os interlocutores, como deixam uma série de interrogações soltas no ar. Deixem as parábolas com Jesus, porque Ele sim sabia do que estava falando e para quem falava. Foi justamente esse modo apropriado de analogia que fez, dos ensinamentos de Cristo, um modelo que se perpetua até os dias de hoje. O perigo em discursos feitos de improviso, quando o cérebro tem que trabalhar mais rápido do que a língua, é que muitos dos boquirrotos que infestam o mundo da política nacional acabam entregando, de bandeja, o que pensam realmente sobre determinado assunto, bastando para o ouvinte atento, uma leitura mais acurada do que estão falando.

         Por certo, o mais fácil paciente num divã de psicanálise é o político profissional, bastando, ao especialista, fazer uma leitura de cada palavra escondida, trocando-lhes o sentido. Parafraseando Millôr Fernandes, como são éticos e sábios os políticos que não conhecemos. Pesado na balança da honestidade, nada do que dizem vale um pataco. O pior é que, mesmo com toda essa mímica verbal, o que esses personagens políticos anunciam acaba por interferir negativamente na vida de cada um. É preciso, pois, ficar atento ao que dizem e não deixar passar nada. Caso contrário, corre-se um risco grande.

           Nesse sentido e tendo como pressuposto o que acaba de dizer o ministro do Supremo, Edson Fachin, que, quer queira ou não, também adentrou no mundo pantomímico da política, juntamente com seus pares, é preciso analisar com cuidado sua afirmação: “quem cuida das eleições são as forças desarmadas.”

          Primeiro, quando diz que não quer mandar recado, o que pretende é justamente o contrário, mandar um aviso a todos aqueles que buscam colocar interrogações, pertinentes ou não, ao sistema eletrônico de votação. Essa não é uma discussão encerrada e nem será, enquanto personagens da política, nesse caso de toga, insistirem em falar por parábolas. Ora, que forças desarmadas seriam essas as quais o ministro se refere?  Para uns, poderiam ser as forças desarmadas de bom senso. Ou desarmadas do devido recato que o cargo requer. Ou, pior ainda, seriam essas forças desarmadas as mesmas que cuidaram de desarmar todo o volumoso e custoso processo da Lava Jato? É preciso lembrar ao ministro, indicado pela notória e destrambelhada Dilma Rousseff em 2015, que a caneta capaz de fazer “descondenar” um criminoso do naipe de Lula da Silva, condenado em três instâncias por liderar a maior quadrilha que este país já presenciou, é muito mais poderosa e mortífera do que a metralhadora lurdinha, que Tenório Cavalcanti escondia sob a capa que envergava. Recolocar, num pleito político, por meio da mais clara manobra jurídica e chicaneira, um criminoso, para que ele volte ao poder ou ao lugar do crime, pode ter o efeito de uma bomba atômica, com repercussões totalmente imprevisíveis e perigosas. Sim, ministro, por debaixo dessa toga se esconde uma arma com o potencial de destruir toda a nação, entregando-a inerte em mãos de um grupo que acende o lampião.

A frase que foi pronunciada:

“É bom ficarmos atentos porque esse exemplo da pandemia mostrou que “em nome da segurança abrimos mão da nossa liberdade. Aceitamos pacificamente a dominação.””

Emília Soares dos Santos

Passageira de máscara em estação do metrô de Londres em 12 de junho de 2020 – AFP

 

Arte

Que iniciativa enriquecedora. Com o apoio do Sebrae, Hélvia Paranaguá, secretária de Educação, e Alice Simão, diretora da Kingdom School, homenageiam o artista plástico Carlos Bracher. Quase 100 alunos cegos ou surdos participaram da oficina “Arte e Cores”, pintando com Bracher dois quadros. Um, em homenagem aos 200 anos da Independência do Brasil, e outro, hoje, em homenagem aos 62 anos de Brasília. Às 19h, na Qi 11, Entrequadras 2 e 4, área especial B, no Lago Sul. A presença deve ser confirmada no número 9 9643-1828.

Carlos Bracher. Foto: Daniel Ferreira/CB

 

Alegria, alegria

Hoje começa também o 7º Festival de Teatro de Bonecos do Gama, com a presença internacional do Chile, da Argentina, do Peru, do Uruguai e das regiões brasileiras. Veja, a seguir, detalhes das apresentações.

Cartaz: divulgação oficial

–> 7º FESTINECO- Festival de Teatro de Bonecos do Gama
Dez dias de alegria (18 a 27/05) com grupos do Distrito Federal, Argentina, Chile, Peru e Uruguai e de mais três regiões brasileiras

O riso, o brilho nos olhos e o encanto dos bonecos vão abrir suas asas da quarta (18/05) até a sexta (27/05), em palcos e horários variados, no Teatro SESC Paulo Gracindo (Setor de Indústria Quadra 2), no Parque do Setor Leste (Parque infantil da Praça do Cine Itapuã ) e no Espaço Voar (SMA conjunto k lote 5 Gama – no Pró DF perto do Detran) em algumas escolas públicas, pelo 7º Festival de Bonecos do Gama – Festineco. Desta vez, serão 11 grupos do DF, cinco de outras unidades da federação (GO, PB, RJ, RS E SP) e mais quatro de outros países da América do Sul (Argentina,Chile, Peru e Uruguai). Tudo gratuito e aberto a todos os públicos., com exceção do espetáculo “Viejos”,de Sergio Mercúrio, cuja classificação indicativa é 14 anos. Este projeto conta com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF).

 

Etarismo

Com autoria de Candice Pomi, Cléa Klouri, Juliana Seidl, Marco Antonio Vieira Souto, Maria Sanches, Ricardo Pessoa, Ricardo Mucci e Viviane Palladino, o “Movimento Atualiza!” convida a comunidade a visitar o guia de Boas Práticas de Combate ao Etarismo. Basta buscar na Internet digitando o seguinte: bit.ly/guiaatualiza.

–> Queridos(as) seguidores(as),
Há 6 meses, o Movimento Atualiza! compartilhou o Guia de Boas Práticas para Combate ao Etarismo em parceria com a ABA e foi o maior sucesso!! 😍

Neste mês de abril fizemos uma releitura e realizamos pequenos ajustes para aperfeiçoamento do seu conteúdo. Agora compartilhamos com vocês o Guia atualizado do #Atualiza
Link: bit.ly/guiaatualiza 🧡📙

Um conteúdo necessário e de fácil leitura para começarmos a lutar contra o preconceito e a discriminação etária nas empresas e no nosso dia a dia! 🙌 Vamos lá? Baixe e compartilhe! 🙂🚀
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Autoria: Candice Pomi, Cléa Klouri, Juliana Seidl, Marco Antonio Vieira Souto, Marilia Sanches, Ricardo Pessoa, Ricardo Mucci e Viviane Palladino.

História de Brasília

É uma deformação completa da planta daquelas casas, que cada dia é mais mutilada. (Publicada em 01.03.1962)

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