Transição para o passado

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Imagem: REPRODUÇÃO YOUTUBE GLEISI HOFFMANN

 

Pode até parecer ironia, mas, com a volta do passado, com todo o baú de velhas novidades que alberga em interior, a preocupação doravante é com o futuro. Nesse caso específico, pode haver mais similitudes entre o passado e o que nos aguarda o futuro. Mais do que um simples jogo de palavras, essa é a expectativa mais prudente a ser externada e, talvez, observada logo no primeiro dia de janeiro de 2023, quando haverá a transição de governo, em que o presente irá passar a faixa para o passado. Parece surreal!

Depois dessa solenidade, é só correr para casa, ligar a televisão e aguardar a saraivada de notícias que virão. Com a queda física do Muro de Berlim, em novembro de 1989, e toda a simbologia que esse evento trazia em seu bojo, as esquerdas em todo o mundo ficaram órfãs, exceto naqueles lugares como a China, Cuba, Coreia do Norte, onde as sinistras ditaduras comunistas reinam absolutas. No resto do mundo, o sentimento era de luto.

Na América Latina, onde os ventos das mudanças sempre chegam com atraso, a solução para a perpetuação dessas ideologias moribundas foi dada a partir da integração continental de mais de cem partidos, dentro do recém criado Foro de São Paulo, em 1990. Obviamente que o objetivo central desse Foro era a futura consolidação da União das Repúblicas Socialistas da América Latina (URSAL), que viria a substituir a antiga União Soviética (URSS).

Um olhar sobre essas três décadas passadas, a intenção era transformar todo o continente, no que são hoje, países como a Venezuela, Cuba, Nicarágua, Argentina e outros, onde a socialização da miséria foi para esses povos e a concentração de riquezas para os áulicos desses partidos. É certo que, dentro da ideia da URSAL, o Brasil, por suas potencialidades econômicas, seria a principal locomotiva a tracionar essa distopia.

A transformação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de fomentador nacional em banco supranacional, fazendo dessa instituição um motor a alimentar, com recursos dos pagadores de impostos do Brasil, todas as ditaduras do continente, foi uma das primeiras ações postas em prática pelos governos petistas. Bilhões de reais foram então para esses países, sem a contrapartida em garantias. O calote foi feral e debitado nos cofres da União.

Não confundir aqui URSAL com Mercosul! Uma busca a hegemonia política de poder das esquerdas a partir da integração, inclusive de Forças Armadas de todo o continente. A outra é uma tentativa de criar-se um livre mercado comum, semelhante à União Europeia. Se tudo correr conforme o traçado em paralelo, o Brasil voltará, a partir de 2023, a ser o grande financiador desse pesadelo, escoando os recursos internos, a fundo perdido, para todas as ditaduras do continente.

Para dar uma máscara mais moderna e mais parecida com a democracia, essa nova esquerda latino-americana submete-se até aos processos de eleição. Só que esses processos são viciados e longe de quaisquer possibilidades de contestações. “Está mais do que claro que o Foro visa aparelhar as instituições. Trata-se, como teorizou Antônio Gramsci, de um golpe silencioso e sistêmico. O que se prega é uma perpetuação ideológica no continente.

“Infelizmente, o PT conseguiu infiltrar seus agentes nas instituições. Eles são fiéis às suas ideologias, e não à democracia e à constituição. Acredito que o PT vem para terminar o serviço, alinhar o restante da máquina pública à sua visão e gerenciar uma estratégia de hegemonia política no país, o que acredito ser muito difícil, ainda que possível”, reflete o filósofo Pedro Henrique Alves, do Instituto Liberal.

Essas últimas eleições no Brasil deixaram bem claro, para todos aqueles que querem ver, de que lado as principais instituições do país estão. Resta agora começar um trabalho de limpeza nas Forças Armadas, trazendo novos oficias de alta patente, das Três Armas, para o lado do novo governo, a começar pelo afastamento gradativo de todos os Generais, Almirantes e Brigadeiros contrários aos “novos Tempos”.

 

A frase que foi pronunciada:

“A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano.”

Voltaire

Foto: reprodução da internet

 

História de Brasília

O Ipase até hoje não construiu a garagem do Bloco 5, da superquadra 208. Por isto, os carros trafegam por cima do passeio, numa vingança que vem prejudicar os próprios moradores. (Publicada em 13.03.1962)

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