Procura-se um candidato à altura do Brasil

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Congresso Nacional. Foto: EBC

 

         Todas essas costuras políticas, alinhavadas nos bastidores pelos partidos e respectivos candidatos, feitas às vésperas do início oficial das campanhas, servem apenas as legendas para um eventual agrupamento de intenções, passando longe da realidade diária da população brasileira, que a tudo assiste entre absorta e indiferente.

         É forçoso inferir que estamos em dois mundos distintos, separados por unidades astronômicas de distanciamento. Tudo isso se dá por uma simples razão: nesses dois polos, estão cada um cuidando da própria vida. Com um divórcio dessa natureza, impossível acreditar que haja sintonia de propósitos entre o que almejam os políticos e o que anseia, de fato, a população.

          É sabido que somente após todas essas amarrações de bastidores é que será possível estabelecerem-se alguns rascunhos, feitos em papel de pão e nas coxas, de programas de governo. Desconhecem-se, até o momento presente, programas realistas, enxutos e exequíveis, apresentados pelas federações de partidos. Por certo, não haverá também. Ainda que surjam, não haverá tempo suficiente para ser devidamente debatido, nem internamente, nem, tampouco com os eleitores.

         Estamos todos mergulhados no mais profundo dos primarismos em termos de agendas e de programas. De última hora, surgirão programas que nem mesmo os marqueteiros de cada federação conseguirão destrinchar em miúdos. É nesse improviso geral, arquitetados pelos caciques partidários e pelos candidatos que rumamos para as eleições de outubro. Com uma paisagem desolada de ideias como essa, é fácil prever o que surpresas surgirão nas próximas campanhas.

          O pobre do cidadão, a quem cabe engolir e a bancar toda essa gororoba, feita às pressas, é que irá sofrer durante as transmissões das propagandas obrigatórias. O pior é que todo esse esboço, mal ajambrado, em forma de programa de governo, não será implementado por candidato algum. É tudo propaganda vazia. Num mundo ideal, todo esse merchandising deveria ser regulado também pelos institutos de defesa do consumidor.

         Muito mais útil ao cidadão e eleitor seria a Justiça Eleitoral, uma excrescência exótica e só nossa, obrigar a todos os candidatos a comparecerem aos debates públicos, sob pena de abandono do pleito. Nesses debates, deveriam incluir também entidades de interesse público, desnudando cada um desses postulantes e mostrando para todo mundo quem é quem e quem pensa que é alguém.

         O que temos até aqui são bonecos tipo marionete, cada um açulando sem concorrente, tudo numa pobreza de ideias e projetos de fazer dó. A razão, por detrás de toda essa pantomima vazia, pode ser encontrada, com facilidade, na não feitura de uma verdadeira reforma política, capaz de colocar cada ideia, cada partido, cada candidato no seu devido lugar.

          Nessa altura dos acontecimentos, todo esse desarranjo, que tem pai, mãe e propósitos muito bem arquitetados por alguns postulantes, fica fácil intuir que todo esse arrasta pé eleitoral visa ao confundir o eleitor, embaralhar-lhe a razão, servindo, por fim, somente àqueles que querem iludir e tirar proveito eleitoral imediato, pouco importando as consequências futuras.

          Esse trem desgovernado, que agora parte da estação, levando a bordo aqueles que são os legítimos candidatos de si mesmo, rumo a outubro, mostra que ainda temos muito que evoluir até que tenhamos representantes à altura de um país continental e de nação de tamanha importância estratégica para o mundo. É preciso, o quanto antes, fixar uma placa anunciando: Procura-se urgentemente, um candidato à altura do Brasil. Falar com os brasileiros de bem.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Naquilo que concordamos denominar “civilização” reside inegavelmente um princípio diabólico do qual o homem apenas se deu conta, demasiado tarde, quando já não era mais possível remediá-lo.”

E.M. Cioran

E.M. Cioran. Foto: reprodução da internet

 

Susto

Aumenta a audácia dos rackers em prejuízo, dessa vez, de correntistas bancários. Imagine consultar sua conta no celular e ver que tudo se foi. Isso passou a acontecer depois que o token eletrônico surgiu. Se continuasse sendo uma chave nas mãos dos clientes, dificultaria a ação dos meliantes. Aliás, a lei branda para esse crime está contribuindo sobremaneira para o aumento das ocorrências.

Foto: Pixabay

 

Cuidado

Ainda sobre o assunto acima, para se defender dos bandidos eletrônicos os correntistas que já sofreram esse tipo de ação passaram a usar dois celulares. Um apenas para movimentação bancária e outro para as redes sociais. A cada dia que passa está mais perigoso abrir links.

Charge do Thyagão

 

Sociedade

Dia 02 de agosto, às 15h, a Câmara dos Deputados vai debater em audiência pública “A importância da Policia Judicial na proteção de membros e serventuários do Poder Judiciário”. No link A importância da Polícia Judicial você vai saber como participar.

 

História de Brasília

No eixo de acesso SO 09-10 há dois postes no meio da rua, cercados de asfalto por todo o lado. Parece Pindamonhangaba, mas é Brasília. (Publicada em 08.03.1962)

Traças e roedores

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Ilustração: amambainoticias.com.br

 

         Tempos difíceis esses que estamos vivendo, ainda mais para um tipo específico de jornalismo, que, em meio a essa polarização extremada, com tiros vindos de todo o lado, busca seguir o caminho do meio e do bom senso.

         Definitivamente, não estamos, aqui no Brasil, em tempos de racionalidade ou sob a égide de elites políticas movidas pela sanidade mental. Mesmo para o leitor e eleitor, o cenário atual do país é confuso e distante da realidade. Até aqui nenhuma novidade. O que surpreende o cidadão de bem, e olhe que eles existem em grande número, é ver, dia sim e outro também, os mais perigosos e escorregadios personagens da política local e nacional ocupando páginas inteiras dos principais jornais e de mídias importantes.

         Para os brasileiros que ainda acreditam na ética e na justiça, ver esses personagens de triste passado, envoltos nos mais estrondosos casos de corrupção e de desvio do dinheiro público, falando abertamente de seus projetos futuros e do quanto foram prejudicados politicamente pelo açodamento das leis e da Justiça, dói no fundo da alma.

         Nessas entrevistas, que inclusive ocupam manchetes de primeira página, esses antigos meliantes do colarinho branco desfilam um rosário de lamúrias, mostrando o quanto foram injustiçados e o quando custou, para cada um, vagar solitário pelo deserto do banimento. Não se enganem! São raposas a lamentar o fato de terem sido apanhadas com os dentes prontos a devorar os incautos cidadãos, retirando-lhes o pão de cada dia e as chances de um futuro mais digno.

         De fato, o caminho de meio e do bom senso aponta, com propriedade, que lugar de corruptos, de toda a espécie, é nas malhas da lei interpretada com decência e longe dos cofres públicos.

         Já foi bem lembrado que a corrupção é tão ou mais letal que as ações violentas do crime organizado. A diferença entre o corrupto e um chefe de quadrilha que assalta e mata está nas armas que utilizam. Os empolados criminosos do colarinho branco, apesar de não usarem armas de fogo em suas ações, causam males infinitamente maiores ao cidadão, sendo que seus crimes repercutem por décadas e podem ser conferidos nas filas dos hospitais, na falta de remédios, na precariedade dos serviços públicos e por aí vai.

          Cara do bom moço, com aquele ar de senhor arrependido, só engana os desavisados. Há também os que mentem tão bem para si que não encontram espaço no ego para arrependimentos.

         Todo o cuidado com esse tipo de gente é pouco. A revoada desses personagens da política policial do país, de volta aos ninhos ou à cena do crime, só tem sido possível graças ao desmanche providencial e maquiavélico da Lei de Improbidade Administrativa, elaborado à luz do dia, justamente por indivíduos que foram ou seriam atingidos por esse antigo e justo dispositivo.

         Pensar que todos esses personagens estão se preparando para voltar mostra bem porque não saímos do lugar, e andamos correndo atrás do rabo feito cachorro doido. Para alguns mais radicais, a sentença é ainda mais terminativa: lugar de bandido não é na política, é na cadeia; onde, aliás, muitos se quer chegaram conhecer, dadas as possibilidades infinitas de recursos e a leniência de nossas leis, sempre em benefício dessa gente e contra o cidadão.

        Jornais e todo o tipo de mídia deveriam abrir seus canais apenas para aqueles cidadãos dignos e que possuem mensagens com base na verdade, vida pregressa e no bem comum, para mostrar às novas gerações que ainda há remédio para esse país. Nem tudo está definitivamente perdido e entregue às traças e aos roedores.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando uma pessoa sensata compreende mal o que eu quis dizer, reconheci que me zango, mas apenas comigo mesmo: por haver expressado o meu pensamento tão mal que dei ensejo ao erro.”

David Hume (1754)

David Hume. Foto: Reprodução/Internet

 

Tecnologia

No Blog do Ari Cunha, o artigo completo de Flávio Ribeiro sobre “Tecnologia em gestão de contratos: uma forma de reduzir custos em Centros de Serviços Compartilhados”. Flávio Ribeiro é CEO e co-founder do NetLex e Associado Mantenedor da ABSC.

Flávio Ribeiro. Foto: tiinside.com

Tecnologia em gestão de contratos: uma forma de reduzir custos em Centros de Serviços Compartilhados

A premissa de um Centro de Serviços Compartilhados (CSC) é reduzir custos e aumentar a assertividade das operações. Para alcançar esses objetivos, departamentos Jurídicos, de Suprimentos e de Recursos Humanos (para citar apenas alguns) são agrupados nessas estruturas centralizadas, atendendo a diversas companhias — geralmente de um mesmo grupo empresarial. 

Mas não basta apenas juntar áreas variadas em um único espaço. Entregar os melhores resultados possíveis passa por garantir que todas as atividades sejam escaláveis e sigam os parâmetros de qualidade das instituições contratantes. Inclusive na gestão de documentos. 

As vantagens de uma visão integral do ciclo de vida dos documentos em um CSC 

É muito comum que os gestores tenham uma visão limitada das operações, composta somente pelo ponto de vista de seus próprios departamentos. Por exemplo: uma solicitação de compra movimenta o setor de Suprimentos, que só tem visibilidade sobre as atividades que são suas, como a análise de fornecedores e a negociação do contrato. Quando o documento é enviado para o Jurídico, ou a fatura é remetida ao Financeiro, é como se ele adentrasse uma verdadeira caixa preta: não se tem transparência quanto aos prazos de análise ou ao status do pagamento até que o contrato ou fatura emerja e retorne ao setor de origem. 

O contrário dessa gestão retratada acima é a chamada visão end-to-end, quando há clareza sobre as ações realizadas do início ao fim de um fluxo, mesmo que ele envolva diferentes áreas de apoio. Contar com um CSC é uma oportunidade única de colocar essa abordagem na prática, verificando a complementaridade das áreas de apoio das empresas. 

Diante do volume de arquivos gerenciados diariamente por um CSC, alcançar a almejada escalabilidade e padronização só se torna viável a partir da utilização de soluções tecnológicas como as plataformas de Contract Lifecycle Management – CLM. Essa abordagem incorpora um conjunto de práticas voltadas à gestão do ciclo de vida dos contratos, desde a solicitação até a administração do seu cumprimento, passando ainda pela coleta de dados e geração de inteligência. Sem essa perspectiva, os fluxos de trabalho certamente ficarão caóticos. 

Os CSCs estão especialmente bem posicionados para gerar valor empregando a gestão do ciclo de vida dos contratos, na medida em que a reunião e compartilhamento dos departamentos de apoio gera sinergia no fluxo de trabalho. Outra vantagem dessa proposta é a possibilidade de examinar cuidadosamente os documentos e dinâmicas a eles relacionados. 

Após uma análise com esse nível de aprofundamento e abrangência, é possível identificar os pontos de improdutividade e endereçá-los com ajustes precisos e planejados. 

Gestão de documentos e fluxos de trabalho dentro das áreas de apoio 

Internamente, cada setor lida com variados tipos de demandas que originam documentos e contratos específicos. A técnica do Contract Lifecycle Management simplifica o dia a dia de cada departamento, reconhecendo suas particularidades. Assim, é possível definir documentos padrão, com estrito controle sobre a alteração do seu conteúdo; estruturar fluxos de trabalho engajando os profissionais corretos a nível de elaboração, revisão e assinatura, definindo prazos para todas essas etapas; e registrar integralmente todos os trâmites e documentos produzidos. 

Dessa forma, contribui-se para a economia em escala prometida pelos Centros de Serviços Compartilhados, permitindo que as operações internas de cada setor sejam conduzidas em alto grau de eficiência. 

Mais eficácia na articulação entre áreas de apoio 

É na articulação entre departamentos que se concentra o maior risco de ineficiência em um Centro de Serviços Compartilhados, justamente porque as etapas subsequentes do processo não estão visíveis para os demais integrantes da cadeia. 

A lógica da gestão do ciclo de vida dos documentos passa pelo engajamento das áreas corretas no momento em que sua atuação será necessária e eficiente. É possível mapear os pontos ideias para estabelecer a interação entre áreas, evitando retrabalho e garantindo que o documento siga seu fluxo contínuo até a conclusão. Também é viável conferir transparência ao status das atividades, para que as áreas solicitantes tenham visibilidade quanto aos prazos e agentes responsáveis pelo passo atual. 

Tecnologia para aprimorar os Centros de Serviços Compartilhados 

Se a criação de Centros de Serviços Compartilhados já agrega eficiência ao trabalho das áreas de apoio, recorrer à tecnologia para implementar uma estratégia de gestão de contratos soma escalabilidade e padronização às operações, potencializando os resultados almejados. 

Passa a ser possível centralizar todas as demandas em plataforma única, automatizar a criação de documentos, estruturar de forma personalizada os fluxos de trabalho com prazos automáticos, além de armazenar todas as versões de arquivos e informações a eles relacionadas. O formato digital possibilita ainda que dados sejam extraídos para gestão dos contratos e dos procedimentos. 

Fica claro, portanto, que um software CLM bem implementado é o meio de levar os Centros de Serviços Compartilhados a outros patamares de sucesso. 

 

Flávio Ribeiro, CEO e co-founder do netLex e Associado Mantenedor da ABSC.

 

Revolta

Corre pelas redes sociais a reprodução da página do Diário Oficial com a informação do pagamento de dois milhões e meio patrocinando Nando Reis em 2012.

 

Na mira

Prefeitos de diversas cidades foram flagrados cobrando propina de diversas formas. Com um celular, é possível comprovar o ilícito. Agora, o que é feito com esse material vai depender do delegado, juiz e da população.

Charge publicada em vvale.com

 

História de Brasília

No Carnaval de Brasília não se viram nos clubes homens carregando mulheres nas costas, semi-nuas. Houve, sim, muita alegria, muita animação, como ninguém esperava. (Publicada em 08.03.1962)

Pesadelo

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Charge do Duke

 

Repetia o professor Paulo Roberto Thompson Flores do Ceub: Dormientibus non succurrit jus, ou seja, a “Justiça não socorre aos que dormem”. Com isso fica pacificado que somente aqueles insones que apelam diuturnamente para a Justiça possuem alguma possibilidade de serem atendidos. É nesse sentido que observamos, a contra gosto, praticamente todos os envolvidos em caso de corrupção, aqui denominados de colarinho branco, e que foram condenados pela Justiça por suas práticas criminosas contra o erário, recorrerem, seguidamente, aos juízes e tribunais para se livrarem das penalidades que lhes foram impostas num primeiro momento.

Também já não causa surpresa à população e aos cidadãos de bem o fato de a grande maioria destes bem trajados delinquentes da elite política conseguirem, em algum momento, que suas sentenças sejam revistas ou simplesmente empurradas para dia de São Nunca quando serão anuladas em algum decurso de prazo.

De fato, esses personagens, dado à capacidade financeira que passaram a usufruir, nas noites insones em que tramaram suas estripulias, depois que experimentaram as delícias e facilidades do poder, conseguem bancar os caríssimos e estrelados escritórios de advocacia, a maioria deles especializadíssimos em livrar gente poderosa das malhas da Justiça.

Aqui não importa a origem dos honorários fabulosos. Para esses personagens, que sempre tiveram acesso direto ou indireto aos cofres públicos, todo o beneplácito das cortes. Para os demais, a lei conforme está redigida em tintas negras sobre a folha branca. É por conta dessa característica, muito peculiar de nossa Justiça, em que a balança e o equilíbrio das partes há muito emperraram para o lado mais abonado e desperto, que estamos onde estamos, num eterno vir a ser.

Um dia, por certo, estaremos junto ao primeiro mundo no que diz respeito à efetividade e igualdade da justiça. Só que antes temos ainda um longo e tortuoso caminho a percorrer, acabando com esse costume que faz com que uns sejam mais iguais que outros. A antiga Lei de Improbidade Administrativa, (Lei 8.429/92), que antes poderia servir de atalho para acabar com a costumeira bandalheira que se via nos desvios de recursos públicos, deu lugar, no entanto, a uma nova versão, mais amenizada (Lei 14.230/21), toda ela feita sob medida para servir aqueles que sempre se locupletaram com os recursos públicos.

Improbidade, na gestão pública, virou, no meio político, um palavrão e foi, portanto, banida para sempre. Nessa nova versão, mais ao gosto dos infratores, o que vamos assistindo, inertes e também insones, é a prescrição ou mesmo a descondenação de diversos políticos já julgados, beneficiados pela retroatividade da lei, todos eles de volta ao cenário político, alguns, mais despudorados, disputando o mesmo cargo no qual foram, no passado, apanhados com a mão na botija.

De fato, essa nova versão da Lei de Improbidade Administrativa veio dar o empurrão que faltava para esses tristes personagens, abrindo, mais uma vez a nefasta caixa de Pandora. Aos cidadãos que dormem por não possuírem um pesadelo.

 

Uma nova chance
Tida como modelo na reinserção dos internos, a Penitenciária Industrial Jucemar Cesconetto de Joinville faz parte do projeto Ajufe por um Mundo Melhor. Mais uma etapa concluída e os certificados entregues pelas mãos do juiz federal Rafael Wolff. As ofertas de cursos de capacitação, proposta tão simples e efetiva, e as oportunidades de trabalho são a força motriz para o sucesso da empreitada.

Penitenciária Industrial Jucemar Cesconetto de Joinville. Foto: Carlos Junior/arquivo/ND

 

Apoio
Senadora Leila e senador Romário são apoiadores incontestes da nova Lei de Incentivo ao Esporte. Com razão, fundamentam o voto no papel importante que a nova legislação proporcionará para a promoção e financiamento de projetos que já beneficiaram 3 milhões de crianças e jovens em mais de 20 mil projetos. Esporte e Arte têm o poder de desviar a meninada do mau caminho. Vontade política, também.

Senadora Leila e senador Romário, com treinadores de futebol para debate sobre a Lei Geral do Esporte. Foto: divulgação.

 

Bom debate
Com autoria do senador petista Fabiano Contarato, há planos para uma audiência pública com o objetivo de debater sobre os impactos do assédio institucional no serviço público brasileiro.

Senador Fabiano Contarato. Foto: poder360.com

 

Fronteiras
Foi o senador Angelo Coronel quem chamou a atenção para a falta de projetos de monitoramento nas fronteiras brasileiras. Visitando cidades fronteiriças, chamou de “queijo suíço”, os buracos por onde correm as drogas, descaminho e outros ilícitos. Defendeu fortalecer o Exército Brasileiro para evitar os crimes que ocorrem nos 17 mil quilômetros de fronteiras terrestres com 11 países com divisa.

Angelo Coronel. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

História de Brasília

Já foi iniciado o combate às invasões no Plano Pilôto. A Secretaria do Interior e o DFLO da Prefeitura estão retirando os barracos, e já limparam as superquadras 301, 302 e 303. (Publicada em 01.03.1962)

Alienação ou desilusão

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Charge do Cazo

 

         Ora, ora, ora. O que estaria por detrás do crescente e perigoso desinteresse dos brasileiros pelo processo eleitoral, conforme demonstrado pelo próprio TSE? Você não precisa ser um eminente cientista social para entender que, nessa equação que pode muito bem dinamitar nossa jovem democracia, esconde-se um quesito básico: a qualidade duvidosa de parte dos nossos representantes políticos.

         É nessa flagrante desqualificação moral, ética, administrativa e mesmo política, no sentido exato do termo, que reside todo esse problema e que faz com que mais de um quarto de nossa população venha, a cada eleição, perdendo o interesse pelo mundo político, conforme ele é apresentado hoje ao eleitor brasileiro.

         Dizer que nossos representantes possuem a cara e a alma dos representados não resolve a questão, pois esse é um fato que diz respeito apenas àquela pequena parcela da população que, nessa altura dos acontecimentos, ainda acredita em políticos profissionais e toda as suas falações ilusórias. São esses eleitores que, como massa de manobra, seguem ainda as caravanas políticas ou atrás desse trio elétrico de papelão, de olho sempre nas migalhas que irão cair das mesas fartas desses líderes de si mesmos.

         Essa verdadeira alienação eleitoral, apontada por estudos e que faz, do voto obrigatório, um escárnio nacional, parece ser um projeto bem pensado por essa elite, para incutir na nação a descrença na democracia e seus valores universais.

          Um outro elemento a ajudar nessa desilusão do processo eleitoral vem num pacote só e corresponde a dois pontos também cruciais, todos eles vindos de uma só fonte: o Judiciário. A urna eletrônica, cujos avalistas são os próprios próceres do TSE e a impunidade, é apresentada à Nação,na forma de proteção aos poderosos corruptos de colarinho branco.

         Melhor do que alienação, conforme mostra o estudo da Justiça Eleitoral, seria nomear essa pesquisa pelo substantivo masculino “desilusão”. É esse o sentimento geral e nada parece mais apropriado. Desesperador é notar que, enquanto a população vai virando as costas para as eleições e tudo o que ela tem trazido de nefasto, na contramão desse desdém, observa-se a adesão às urnas, cada vez maior, dos presos e condenados, nos candidatos da esquerda.

         Levantamento feito pelo Globo, ainda em 2019, mostrou que nada menos do que 82,47%, de aproximadamente 920 mil presos, votaram em Haddad, nas eleições de 2018, contra apenas 17%, que preferiram Jair Bolsonaro. Se serve de consolo, o pouco caso da população brasileira em relação às eleições e aos políticos não é restrita ao Brasil. O fato é que essa tendência também é observada em outros países do nosso continente, principalmente aqueles que foram governados pela esquerda política.

         Portanto, esse desencanto não é um fenômeno só nosso, sendo comum a todos aqueles que passaram pela experiência de serem governados pela esquerda. Quem provou não gostou e não esquece. Um momento interessante de volta ao passado é folhear os jornais de 2018 com os resultados das pesquisas e comparar com os nomes dos candidatos efetivamente eleitos. Chega a ser divertido.

         Vale o leitor buscar as pesquisas no portal do TSE. As antigas e as atuais. Nas atuais, o número de entrevistados é ínfimo. O que são 2.000 pessoas escolhendo um candidato? O possível retorno da esquerda ao poder no Brasil, conforme querem fazer crer os “insuspeitos” institutos de pesquisas de opinião, é uma prova de que, a essa alienação eleitoral, vêm se juntar também outros fatores de ordem negativa, como a pouca escolaridade da população, seu grau de dependência assistencialista do Estado, bem como a crença de que governos, ditos “populares”, são democráticos e, portanto, governam em nome da liberdade e exclusivamente para a população. Nada mais falso do que isso. Basta observar o que ocorre em países em que eles estão no poder ou para nosso próprio passado imediato.

 

A frase que foi pronunciada:

“O voto tem sido um direito fundamental em qualquer estado democrático, mas quando as pessoas não se sentem devidamente representadas, os políticos acabam governando uma população desinteressada.”

Publicado no behorizon.org, sobre as eleições na França.

Foto: Francois Mori/AP

 

Origens

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo, visitou o Espaço Cordel e Repente – Sertão de Carne e Alma, na 26ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Conversou com Helena Roraima Leite, filha do poeta e jornalista Rogaciano Leite (1920-1969),  por ocasião do lançamento da 5ª edição do clássico “Carne e Alma”, de autoria do consagrado bardo.  A Bienal foi aberta no sábado e encerra os trabalhos no dia 10.

Marcelo Rabelo. Foto: nilljunior.com

 

História de Brasília

Agora, como se não bastassem os serviços do DCT, os deputados investem, também, contra as empresas de aviação, utilizando seus serviços de rádio. Outro dia, uma empresa não sabia o horário de um avião, porque o tráfego estava congestionado, em virtude do grande número de mensagens de deputados. (Publicada em 02.03.1962)

Não vou por aí

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Charge: humorpolitico.com.br

 

         Como dizia José Régio, in Cântico Negro: “Não, não vou por aí! Só vou por onde/Me levam meus próprios passos…Se ao que busco saber nenhum de vós responde/Por que me repetis: “vem por aqui!”? Prefiro escorregar nos becos lamacentos, /Redemoinhar aos ventos, /Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,/A ir por aí…”

         Em pleno século XXI, a humanidade, temerosa das imensas responsabilidades que tem pela frente, num planeta em grande ebulição, insiste ainda em permanecer estagnada, dentro de uma fase evolutiva que muito se assemelha à adolescência, oscilando entre a infância e a maturidade, receosa em ter que assumir as rédeas do próprio destino, livrando-se definitivamente da tutela de políticos.

         De fato, um novo século para a humanidade só virá quando ela adquirir a capacidade plena de andar sem essa muleta, liberta de intermediários, que no final das contas são também seus carcereiros. Um olhar em volta mostra que ainda estamos longe desse dia. As guerras e os extremismos políticos representam bem essa eterna adolescência. As desigualdades sociais e a violência reafirmam, por hora, nossa dependência e amarras a esses títeres.

         Não somos o que somos. Estamos resumidos a sermos aquilo que querem que sejamos e assim seguimos sem vontade, ao sabor do empurrão dos ventos. A própria democracia, como a temos, é ainda o menos aflitivo modelo que encontramos para delegar nossas responsabilidades sem nos responsabilizarmos pelo que virá.

         E é aí que as coisas tomam os rumos que não desejamos. No nosso caso particular, passados os quatro anos de governo, com mudanças nos Poderes Executivos e Legislativos de todo o país, nenhum dos eleitores se apresenta perante a justiça para confessar seus crimes por haver eleito esse e outro mandrião, esse e outro corrupto, ficando o passivo dessa irresponsabilidade dividida por todos igualmente, numa punição que se repete ad infinitum a cada quadriênio.

         Por isso, falar em esquerda e direita, num país que não sabe sequer seguir em frente e em linha reta, rumo ao futuro, é como torcer em vão pela vitória vazia na disputa ente o Boi Garantido, de vermelho, e o Boi Caprichoso, de azul. De olhos postos nesse ludopédio enfadonho, nesse verdadeiro Fla Flu flatulento, entregamos, de bandeja, todo um país e toda uma nação, nas mãos de muitas autoridades que demonstram desdém com a própria sorte.

         Não se enganem! Somente eleitores notoriamente irresponsáveis e imaturos delegam o destino de suas vidas e de seus familiares àqueles que irão, na primeira oportunidade, roubar-lhes a carteira e a vida. É nessa disputa que rumamos para outubro, certos de que vamos no bom caminho, afinal seguimos em círculo e sem enxergar um palmo à frente. Só escutamos a gritaria dizendo: vem por aqui! Tivéssemos algum juízo, há tempos teríamos gritado de volta: não, não vamos por aí. Seguiremos para onde dizia o filósofo de Mondubim: “Para o rumo da venta!”

A frase que foi pronunciada:

“Deve-se ficar bêbado todos os dias e nunca ir para a cama sóbrio.”

Este era o principal requisito para a adesão a um grupo de beberrões criado pelo tsar Pedro I, da Rússia, no final do século 17.

Evento

Com apoio da Embrapa e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, dois eventos podem ser decisivos para a tomada de decisão sobre a produção e comercialização do trigo. O Fórum Nacional do Trigo e a 15ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale acontecem na próxima semana em Brasília, no Centro de Eventos Complexo Brasil 21, do dia 28 ao 30.

Print: reuniaodetrigo.com

 

Humano

Nenhum outro papa precisou de passaporte para viajar. Como cidadão do mundo, o Papa Francisco, abdicando de qualquer privilégio, pediu que o governo argentino renovasse seu passaporte. Foi um exemplo para mostrar ao mundo que ele também é do mundo.

Foto: w2.vatican.va

 

Financiamento

O que seria uma facilidade virou pesadelo para muita gente. Um curso superior passa a valer uma casa simples. Com atrasos no pagamento, muita gente entrou no emaranhado das dívidas. O fato de o presidente Bolsonaro sancionar lei que permite renegociação de até 99% da dívida do Fies vai dar fôlego para os endividados.

Foto: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil

Faixas
O acidente no Eixo W, altura da Estação Galeria, área central do Distrito Federal, chama a atenção para a sinalização antiga no asfalto. As faixas depois da reforma no local ainda não estão acertadas, causando grande confusão

Foto: Divulgação/CBMDF

 

História de Brasília

O Departamento de Correios e Telégrafos está sempre reclamando contra o abuso dos deputados e Senadores, que utilizam seus serviços sem pagar nenhuma taxa com assuntos que absolutamente não deviam ser transmitidos. Efetivamente, o abuso chegou ao máximo na temporada do Natal, quando 45 mil mensagens foram transmitidas pelos parlamentares, sobrecarregando o serviço. (Publicada em 02.03.1962)

Vaidade é tudo vaidade

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Congresso Nacional. Foto: EBC

 

         Um dos maiores problemas decorrentes da polarização política extremada é que aqueles que se encontram equidistantes desses pontos, e que representam a grande maioria da população, são, justamente, os que mais sofrem com os efeitos dessas radicalizações irracionais. Primeiro, porque, seja quem for o vencedor do pleito, não haverá, por birra política, continuidade de programas e projetos, interrompendo, muitas vezes, projeto vitais e de interesse exclusivo da população.

         Esse tem sido um dos principais motivos pelos desperdícios e pelos prejuízos bilionários acarretados com obras e programas sociais, abandonados ou empurrados para um futuro incerto. Por ouro lado, o que se verifica, como consequências dessas radicalizações de posições é que a prepotência faz com que os novos governantes comecem do zero, como se o Brasil fosse redescoberto, depois de cinco séculos, refazendo o que está feito e desfazendo o que não foi concluído ainda. É nesse vai e vem que o país não sai do lugar.

         Estamos metidos ainda, em pleno século XXI, em disputas ideológicas, enquanto o resto do mundo avança em novas tecnologias, investindo pesado em pesquisas e planejamento para o futuro. No meio da polarização insana e improdutiva das disputas políticas pelo controle da máquina do Estado, o que sobra para a sociedade são as balas e os obuses perdidos, vindos de uma parte e de outra, a atingir, indiscriminadamente, a todos.

         Vaidade das vaidades, tudo é vaidade e aflição de espírito. “Aquilo que é torto não se pode endireitar”, (Eclesiastes 1). É com ensinamento como este, vindo de um passado milenar, que devemos pôr nossos sentidos. Ao longo de toda a história humana, que proveitos tiveram aqueles povos colocados ao meio do caminho, entre disputas bárbaras, senão a destruição?

         É justamente nessa aflição de espírito que vamos ao encontro de outubro, certos de que, depois dessa data, não cessarão as agonias, e por uma razão simples: os extremos nessa disputa estão, cada um, ao seu modo e com seus vícios, de um lado do precipício. Não se enxerga no horizonte nenhum programa consistente de governo. Tudo são xingamentos e acusações. Há, sim, um programa de ódio, armado, como uma bomba que irá detonar na hora certa, sobre a cabeça de todos, sobretudo daqueles que nada têm haver com essas pelejas e que nada esperam delas.

          Uma Justiça Eleitoral, digna do epiteto, capaz de conduzir esse e outros pleitos, dentro do que estabelecem as mais básicas regras do respeito e da ética, seria capaz de colocar ordem na disputa, conduzindo todos para o vale da harmonia, da transparência e do equilíbrio das partes. Talvez, assim essa campanha conseguisse alcançar um nível de racionalidade e utilidade pública que a sociedade almeja e merece.

         Ao invés disso, o que se observa, flagrantemente, é o posicionamento desses árbitros em benefício de uma das partes, emperrando a balança da justiça e da ordem para um lado, numa clara demonstração de que há um tribunal que veio para complicar um pleito que, por si só, já é bastante confuso, improdutivo e belicoso.

A frase que foi pronunciada:

“Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada.”

Otto von Bismarck

Otto von Bismarck. Foto: wikipedia.org

Pratas da Casa

David Chatelard, da Engenharia Mecatrônica da UnB, representa Brasília e o Brasil com toda a turma de Divisão de Robótica Inteligente em exposições e competições.

Foto do perfil de David Chatelard no linkedin.com

 

Tão simples

Passear a pé pela Asa Norte é diferente de passear no Lago Norte por uma razão. O bem comum. Para os donos de cães do Lago Norte, recolher as fezes do animal é uma cena impossível. Por isso, ao longo das calçadas, os excrementos compõem a paisagem de uma das áreas mais “nobres” de Brasília. Já na Asa Norte, saquinhos para esse fim estão disponíveis para a colaboração como cidadãos.

Imagem: dfaguasclaras.com

 

Brasília

Um fenômeno social acontecendo perto da colina, na L3, residência dos professores da UnB. Uma cena totalmente bizarra. De um lado, barracos de lona ao longo da pista, com crianças descalças brincando na terra vermelha. De outro, uma mesquita luxuosa, de arquitetura refinada. Os barracos que invadem a avenida são a moradia de carroceiros que juntam todo tipo de material reciclável. Mereciam viver em um lugar decente, legalizado, para que exerçam essa importante atividade.

Reprodução do Google Maps

 

Preparação

Poucos no mundo sabem que, na Amazônia, acontece um carnaval genuinamente raiz, onde o folclore amazonense se mistura com a tradição local. É hora de o  ganhar os continentes.

História de Brasília

Já foi iniciado o combate às invasões no Plano Pilôto. A Secretaria do Interior e o DFLO da Prefeitura estão retirando os barracos, e já limparam as superquadras 301, 302 e 303. (Publicada em 01.03.1962)

Enxadadas e canetadas

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Charge para o Jornal O Dia

 

         Em terras semeadas pela classe política nacional, basta um golpe de enxada, dada na terra inculta, para que dali surjam indícios de que há muito mais nesse campo arado do que se pode esperar. É como dizia o filósofo de Mondubim: “a cada enxadada, uma minhoca”. Portanto escarafunchar a vida dos principais políticos nacionais nunca é um exercício em vão. Há sempre a produção de surpresas, todas elas apontando para aldrabices e outras maquinações que desembocam sempre no pardieiro da corrupção.

         A terceira Instância do Judiciário até que tenta ajudar para que essas surpresas não resultem em punição para seus autores, mas são tantas as evidências e elas vão se acumulando num crescendo tão febril, que vai ficando, cada vez mais difícil esconder, do olhar do público, as montanhas de provas varridas para debaixo dos luxuosos tapetes caríssimos.

         Os órgãos de investigação, há muito, já perceberam que não é preciso sequer seguir esses meliantes, basta ir atrás do dinheiro. Foi o que aconteceu, por exemplo, no caso das malas, contendo mais de R$ 50 milhões, encontradas em um apartamento em Salvador, que servia como uma espécie de agência informal de pagamento de propinas. Foi o que ocorreu também com outra mala, de grife famosa, dessa vez contendo a módica quantia, para os padrões nacionais, de R$ 500 mil, transportada pelo assessor especial de um ex-presidente, propina essa recebida da notória J&F. Em junho de 2016, no aeroporto internacional de Guarulhos, três pesadas malas, que não passaram pelo exame de raio X, foram interceptadas em um jatinho particular, levando um ex-presidente para Roma.

         A operação, deflagrada pela Polícia Federal, foi abortada por ordens superiores e o caso foi também varrido para debaixo dos tapetes dos chiques gabinetes de Brasília. Os desvios de dinheiro público são tantos, e em tão grande volume, que já não bastam caixas de whisky e outras embalagens pequenas, é preciso malas, muitas malas.

         Fossem dadas enxadadas em paraísos fiscais e outros países que fazem vista grossa para essa dinheirama surrupiada, bilhões de minhocas saltariam para fora da terra, com as mãos para o alto. Guiam, esses nada nobres senhores, a famosa senha que diz: “Se mais dinheiro houvera lá chegara”. Nem bem o defunto da Lava Jato esfriou, nova enxadada, dada pela Polícia Federal, fez surgir outras minhocas, e um novo escândalo parece se erguer no horizonte. A justiça de São Paulo anda às voltas agora com um curioso caso envolvendo lavagem de grandes somas de dinheiro, feito pela poderosa e cada vez mais onipresente dentro da máquina do Estado, o PCC. Mais de R$ 45 milhões em imóveis e veículos foram apreendidos, levando a polícia ao contador João Muniz Leite, como definiu a imprensa, um técnico em transformar dinheiro sujo em recursos limpinhos. Ocorre que o tal contador, olha aí a minhoca, foi o responsável por fazer a declaração do Imposto de Renda de um famoso ex-presidente por anos, sendo que, até hoje, maneja a contabilidade da alma mais honesta desse país.

         Outras enxadadas revelaram ainda que o tal contador divide sala com empresas do craque das finanças, o filho desse mesmo ex-presidente. É preciso agora que a junta dos mais caros escritórios de advocacia do país cuide logo de entrar em campo, isso é, nos gabinetes de Brasília, para salvar, mais uma vez, esse senhor e sua família, de preferência antes das próximas eleições.

         Nesse caso também, os prognósticos sobre os resultados dessa investigação são sombrios e incertos. O mais provável é que todo esse novo movimento de enxadada acabe lá adiante, interrompido por uma canetada, dada por aqueles que estão onde estão para que tudo fique como sempre foi. Dizer o quê?

A frase que foi pronunciada:

“Acho que nós consideramos mais a boa sorte do pássaro que acordou cedo do que a má sorte da minhoca.”

Franklin Roosevelt

Foto: Margaret “Daisy” Suckley/1921/FDR Presidential Library & Museum

 

Agenda

Brasília recebe, até o dia 26 desse mês, a 36ª Feira do Livro de Brasília. A entrada é gratuita. Uma pena o país não estimular a leitura. Em países desenvolvidos, os ônibus escolares levam livros diversos que a criançada pega, lê e devolve. O hábito se faz de criança. Luiz Amorim abasteceu as paradas de ônibus de Brasília com livros doados e os carroceiros pegaram para vender por peso. Depois de uma conversa, eles passaram a respeitar o projeto.

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

 

QI

Um paredão de gente importante resolveu enfrentar quem tem feito de tudo para acabar com as nascentes do ParkWay e outras áreas do DF. Nessa altura dos acontecimentos, é preciso que nossas autoridades percebam que Brasília não sobreviverá sem as nascentes que circundam a capital. Nosso lago é artificial. É uma questão de inteligência e respeito pela cidade.

Foto: chicosantanna.wordpress.com

 

História de Brasília

O lado leste do Eixo Rodoviário Sul está tremendamente prejudicado em suas construções. Várias autarquias entregaram seus prédios a firmas que já requereram concordata, e nenhuma providência foi tomada para a substituição dos empreiteiros. (Publicada em 01.03.1962)

Samba ou Réquiem

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Charge do Cazo

 

          Se, no século passado, era a saúva o inseto apontado como uma verdadeira ameaça ao Brasil, hoje esse posto ganhou novos protagonistas, seres de uma espécie muito mais evoluída e cujos estragos à existência do país e da nação se elevam a um altíssimo nível, impossível de calcular. A situação adquiriu um tal grau de emergência e periculosidade que hoje é possível afirmar, parafraseando Saint-Hilaire em 1800: Ou o Brasil acaba com o crime organizado e suas vertentes, ou esses grupos acabarão com o Brasil.

          Vivemos uma situação limite, na qual o ponto de inflexão está dado, quando se verifica que o crime organizado está estendendo seus braços para dentro do Estado, ocupando posições estratégicas, ameaçando instituições e, com isso, ganhando um novo status e poder, substituindo a antiga sandália havaiana branca com bermuda pelo terno de corte italiano de colarinho branco.

         Têm sido cada vez mais frequentes os noticiários, em todo o país, dando conta do espraiamento do crime organizado para dentro de empresas municipais e de prestação de serviços públicos, de onde lava o dinheiro do crime e ainda ganha posição de pressão sobre os governos locais.

         Em outra vertente, os criminosos, agrupados em organizações cada vez mais profissionais, bem estruturadas e com protocolos sofisticados, passaram a controlar vastas áreas dentro da cidade, onde a população é ameaçada e pressionada a votar apenas nos candidatos apontados por esses marginais, ao mesmo tempo em que proíbem a campanha de outros políticos.

         Fazer campanha pela moralização do Estado, com combate ao crime e outras propostas éticas dentro dessas comunidades, é assinar um decreto de morte. Os prefeitos e vereadores dessas localidades dominadas são acompanhados de perto e, não raro, só adotam medidas com a benção desses bandidos. Ao estender seu domínio sobre o Legislativo local, como parece estar acontecendo agora na Assembleia de São Paulo, onde um deputado é acusado de colaborar com o crime organizado, as novas gerações desses chefes do crime aprenderão que é, dentro da máquina do Estado, que estão as maiores oportunidades de enriquecimento. Nessa posição, os meliantes, cujas candidaturas foram financiadas pelo dinheiro dessas organizações, adquirem a prerrogativa do foro, que lhes fornecem a blindagem necessária para roubar em paz, longe das bisbilhotices da lei.

         É preciso atentar que o crescimento dessas organizações só foi possível graças a fatores como o aumento da corrupção no meio policial, da leniência da Justiça, da frouxidão das leis e do pouco empenho das autoridades, desanimadas com a tarefa de enxugar gelo. De todos esses fatores, que favorecem o crescimento dessas organizações criminosas e sua infiltração no Estado, nenhum outro tem sido mais importante do que a própria corrupção política, entranhada em nosso país, desde seu nascimento.

         A corrupção política e sua contrapartida, a impunidade generalizada, têm sido, nesses últimos anos, o principal incentivo e modelo que os criminosos passaram a incorporar, para ter uma verdadeira vida de foras da lei, sem serem importunados pela lei. Como diz a letra do samba “Homenagem ao malandro”, de Chico Buarque: “Agora já não é normal/O que dá de malandro regular, profissional/Malandro com aparato de malandro oficial/Malandro candidato a malandro federal/Malandro com retrato na coluna social/Malandro com contrato, com gravata e capital/Que nunca se dá mal…” Lirismo à parte, a situação atual não dá enredo para samba. No máximo, ajuda a compor o réquiem de uma nação.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Educar com marxismo é como amamentar com álcool.”

Armando Ribas, cubano.

Armando Ribas. Foto: OnCubaNews

 

Inovação

Chega à Brasília, no dia 21 deste mês, um evento importante para quem acompanha inovações em tecnologia. O 2° Innova Summit acontecerá até o dia 23, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. Há inscrições e serão gratuitas. Arena Games é a área mais disputada pela meninada. Eduardo Moreira é o idealizador do encontro e presidente do Instituto Conecta Brasil.

 

Desde pequenino

Não são só o maior índice de crimes contra os idosos na cidade que preocupam. O descaso com os mais velhos, desde a infância, mostra, pelo comportamento dos adultos, que a nossa sociedade não valoriza a experiência. No estudo de Silvia Masc, da Universidade de Juiz de Fora, ela afirma que, “na China e no Japão, a velhice é sinônimo de sabedoria e respeito. O fenômeno envelhecer é natural e inerente a toda espécie e tem sido preocupação constante da chamada civilização contemporânea. Os idosos são tratados com respeito e atenção pela vasta experiência acumulada em seus anos de vida.  A família é o Porto Seguro do idoso.”

Autor — Foto: Marcelo Camargo/ABr (valor.globo.com)

 

Participe

Por falar em idosos, Juliana Seidl convida pessoas com 50 anos ou mais que continuam trabalhando a participar de uma pesquisa da professora Lucia de F. P. França. A decisão da aposentadoria é o mote da pesquisa. Acesse o link a seguir.

–> Tomada de Decisão na Aposentadoria sob a Perspectiva Ibero-Latino-Americana

Foto: Getty

 

História de Brasília

Os jardins da W-3, à altura das estações de TV, estão sendo pisados pelo público, que está formando trilhas. Não seria o caso de colocação de cercas porque enfeitaria demais, mas de vigilância da Polícia Florestal. (Publicada em 01.03.1962)

Dois Minotauros

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Charge do Cazo

 

         É bom que os antigos paladinos da justiça, na sua grande maioria composta pelas equipes que fizeram parte da força tarefa da Lava Jato, providenciem, quanto antes, meios de colocarem as barbas de molho, de preferência, por meio da urnas, nessas próximas eleições, elegendo-se para os cargos de deputados, senadores ou seja lá o que for. Importa aqui que eles obtenham algum tipo de prerrogativa de foro ou blindagem política. A outra opção é evadir-se do país, buscando refúgio em outras nações.

         A questão aqui é simples: o já conhecido aparelhamento da Justiça, principalmente nas altas Cortes, ganhará ainda mais fôlego e audácia, com um possível retorno do ex-presidente Lula e de todo o seu bando, conforme vai indicando as pesquisas de opinião.

         Depois de ter feito parceria com o presidente Bolsonaro, onde teria carta branca para agir contra a praga secular da corrupção, o ex-juiz Sérgio Moro, um neófito nas artimanhas da política, abandonou a magistratura e foi varrido pelos ventos da suja política nacional. Caiu numa espécie de desgraça, sendo perseguido pela esquerda e pela direita.

         Do mesmo modo, um a um dos antigos protagonistas da justiça, que atuaram contra os poderosos corruptos, vão sendo colocados na alça da mira de uma Justiça, totalmente descredibilizada e partidarizada. O retorno do demiurgo de Garanhuns promete mais uma saraivada de balas contra os membros dessa antiga força-tarefa. Não há quem possa defendê-los, nem de um lado, nem do outro.

         O Congresso, a quem deveria caber a tarefa de tomar para si o combate à corrupção, há muito já lavou as mãos, uma vez que muitos de seus membros estão atolados em suspeitas nessa e em muitas outras operações da Polícia Federal. O Ministério Público, que foi saudado como a grande esperança de justiça e de correção dos rumos do Estado, depois da redemocratização, não consegue agir em todas as dimensões.

         Mesmo os órgãos de fiscalização das movimentações de dinheiro estão hoje sob domínio das forças políticas, que estenderam seus tentáculos para outras repartições públicas, como o Tribunal de Contas da União e dos estados, todos eles igualmente dominados por grupos políticos. Não apenas não há espaço para a atuação e desempenho da Justiça, como todas as brechas para a realização de operações contra a corrupção foram vedadas.

         A população, que a tudo assiste inerte e sem esperança, nessa altura dos acontecimentos, vai percebendo que as eleições de outubro próximo, pelos caminhos que vão sendo traçados pelos poderosos, tornaram-se um jogo de carta marcada, servindo apenas para selar o destino malfazejo.

         Em outubro, milhões de brasileiros adentrarão cegos para o labirinto, sendo, dessa feita, perseguidos não por um Minotauro, mas por dois desses seres com corpo de homem, cabeça e cauda de touro. Um deles virá pela porta de entrada. O outro pela porta de saída.

 

A frase que foi pronunciada:

“Subjugue seus apetites, meus queridos, e você conquistou a natureza humana.”

Charles Dickens

Charles Dickens

 

Formigas vs Cigarras

No último dia de maio, foi publicado, no Diário Oficial do DF, pela Secretaria Executiva das Cidades, uma ratificação de inexigibilidade de licitação de interesse da Administração Regional de Brazlândia. Foram 85 mil reais, não para saneamento básico, mas para o cantor Fernandinho. Cem mil reais, não para reforma de escolas, mas para o cantor Thiago Jhonathan (a grafia é essa mesmo), cinquenta mil reais para Lucas Reis e Thácio, enquanto as quadras de esporte estão aos pedaços, e cento e trinta mil para o É o Tchan, enquanto alunos penam pela falta de transporte público. Caro administrador Marcelo Gonçalves da Cunha, festejar é bom, mas depois de cumpridos os deveres.

 

Caixinha, obrigado

Por iniciativa do TCDF, o GDF vai suspender a reforma da piscina de ondas. Se há intenção de vender para a iniciativa privada, melhor economizar os R$8 milhões do aprimoramento.

Foto: Divulgação

 

Mais que merecido

Márcio Fava tem conseguido adesão dos moradores do Taquari para a instalação do Parque Ecológico na área. A empreitada é urgente, já que falta espaço para lazer e socialização. Outra importância do parque é a mesma de todos os parques nessa cidade. Conter invasões e a gana dos empreiteiros. Já são 22 anos de espera para que o projeto saia do papel.

Imagem: taquari.org

 

História de Brasília

Eu ia passando ontem em frente à Escola Parque, e vi uma fila enorme de camelôs, bem organizados, com banquinhas em carrinhos com rodas de bicicletas. (Publicada em 01.03.1962)

Fingindo-se de morta para sobreviver

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Charge do Genildo

              Credibilidade é todo o capital que uma instituição necessita tanto para exercer com eficiência seu mister, como para ganhar a confiança e aprovação daqueles que buscam seus serviços. Sem essa qualidade, nada pode ser levado adiante. No caso das instituições públicas, essa é uma virtude fundamental, que uma vez perdida, dificilmente pode ser recuperada.

             O problema com a perda de credibilidade de algumas, ou de boa parte das instituições do Estado, é que isso não fica restrito apenas no âmbito da avaliação da sociedade, sendo que seus efeitos deletérios acabam se estendendo e ganhando terreno, contaminando toda a máquina pública, prejudicando o cidadão e, por tabela, gerando crises que, de uma forma ou de outra, acabam afetando a qualidade da própria democracia.

            Por essa visão, fica explícito que democracia e credibilidade são irmãs siamesas. Onde uma está, está também a outra. No caso do Brasil, em particular, esse é talvez um dos maiores problemas a afetar a qualidade do nosso almejado regime político. A população em geral não deposita confiança nos homens públicos e na maioria dos que estão à frente das instituições em nosso país. Diversas pesquisas de opinião comprovam a perda de confiança da população não apenas com relação às instituições, mas com relação também aos três Poderes da República.

            No ano passado, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, cerca de 50% dos entrevistados diziam não confiar no desempenho da Presidência da República. A mesma baixíssima avaliação era apontada com relação ao Legislativo e ao Judiciário. Até mesmo o Ministério Público entrou nessa lista, considerado como instituição que goza de pouca ou quase nenhuma confiança por parte dos brasileiros.

            Reparem aqui que confiança e credibilidade são sinônimos diretos, sendo que a perda de uma ou de outra traz prejuízos incalculáveis para a população, afetando de modo drástico a vida de todos, criando um fosso irreparável entre a nação, de quem, segundo o artigo 1º da Constituição, “todo poder emana”, e o establishment. É na perda de credibilidade das instituições que está o nascedouro das desigualdades, do qual somos campeões mundiais. “O país real, esse é bom, revela os melhores instintos; mas o país oficial, esse é caricato e burlesco”, já afirmava o escritor Machado de Assis, em 1861.

            De lá para cá, e no sentido contrário do que induz a evolução e o progresso, esse modelo perverso ganhou ainda mais ímpeto e maiores proporções, ao ponto de hoje estarmos diante de uma situação anômala, em que a população se vê forçada a trabalhar, de modo compulsório, para sustentar todo esse edifício em ruínas e sem credibilidade, recebendo em troca as migalhas que caem das mesas fartas.

             Não causa espanto que todas as pesquisas de opinião pública acabam por apontar os partidos políticos com os maiores índices de desconfiança ou credibilidade. Em 2021, ainda segundo o Datafolha, 61% dos ouvidos disseram não confiar nas legendas. Também o Congresso Nacional é visto com desconfiança por 49% da população. O Judiciário alcançou, em 2021, 31% de desconfiança dos brasileiros. Melhor avaliação ficou com as Forças Armadas, que conta com 76% de confiança por parte da população. A questão aqui é saber que nação pode almejar algum futuro ou melhora nos índices de desenvolvimento humano, quando seus cidadãos torcem o nariz para suas instituições, porque reconhecem a pouca credibilidade que possuem?

            Essa perda paulatina de credibilidade interna provoca estragos também fora do país, forçando o Brasil a ir se afastando de outras nações desenvolvidas do planeta. Sobretudo no quesito combate à corrupção. A impunidade, que a população reconhece que vigora para as elites, juntamente com os mecanismos que tornam a classe dirigente blindada aos rigores da lei, tem sido um fator a catalisar fortemente a desconfiança da população em suas instituições.

            Os ricos e poderosos estão totalmente não apenas imunes às leis, como recebem proteção e prioridades nas altas Cortes. Há quase mil dias, repousa, nos labirintos infinitos do Congresso, o projeto de condenação já em segunda instância, o que coloca nosso país numa posição sui generis perante os 194 países que fazem parte da ONU. Aproveitando essa brecha, que veio a calhar, o Supremo tem livrado da cadeia os maiores corruptos deste país, gente que desviou bilhões de reais e nem por isso perdeu seus direitos políticos.

             São benefícios a atingir apenas os poderosos, que podem, com o dinheiro que roubaram, pagar os mais caros escritórios de advocacia deste país. O desmanche da Operação Lava Jato e a colocação do ex-presidiário para disputar o mais alto cargo da administração pública falam por si e traduzem o trabalho hercúleo que as altas Cortes vêm fazendo para tornar a corrupção, nas altas esferas, crimes eleitorais de menor importância.

             Leis como a Ficha Limpa, que a população chegou a creditar um dia, que teria vindo para impedir que verdadeiros delinquentes ocupassem cargos públicos, foram estraçalhadas, o mesmo acontecendo com a Lei de Improbidade Administrativa. Na percepção da população, há todo um arcabouço meticulosamente engendrado para que os três Poderes mantenham o status quo de intocáveis, fora do alcance, inclusive, da própria Constituição. É o Brasil oficial ou perniciosamente oficioso e que medra como erva daninha, dilapidando o país por dentro. O mais espantoso em todo esse processo de dilaceração do Estado é que, nesses últimos cinco séculos, a população vem conseguido sobreviver, aos trancos e barrancos, mesmo a despeito de suas instituições e, apesar delas, de suas tiranias.

            Não surpreende sermos considerados uma nação ímpar que, há séculos, vive num autêntico sistema anárquico de governo. De fato, o povo não confia, mas também não aposta um níquel furado em suas instituições, preferindo viver à parte, porque sabe que essa é a melhor receita para sobreviver num país desigual e injusto. A fórmula é simples: fingir-se de morta.

A frase que foi pronunciada:

“Quando estamos fora, o Brasil dói na alma; quando estamos dentro, dói na pele.”

Stanislaw Ponte Preta

Stanislaw Ponte Preta. Foto: reprodução

 

História de Brasília

Para que depois ninguém venha por a culpa em ninguém, o aumento foi autorizado pelo Conselho Nacional do Petróleo, que cedeu, assim, à pressão do Sindicato dos Distribuidores de Gás Engarrafado no Brasil. (Publicada em 01.03.1962)