A nova realpolitik imposta pela direita

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Arte: Caio Gomez

 

         Com a quase certa eleição do conservador Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos, e, agora, com o avanço esmagador da direita nas eleições para o Parlamento Europeu, tudo isso sem contar com a vitória do também direitista Javier Milei, na Argentina, o governo brasileiro terá obrigatoriamente que reorientar suas ações, caso queira manter uma relação política mais saudável com o restante do continente, com os Estados Unidos e com a Europa.

         As mudanças no matiz ideológico em muitos países já levam os analistas políticos a admitirem que o mundo vive uma onda global rumo à direita, sendo que esse verdadeiro maremoto está apenas em sua fase inicial. Isso significa que essas mudanças trarão, entre outras coisas, um novo modelo de relação entre os países.

         Talvez, a mais significativa alteração aconteça nas relações econômicas, com o retorno do pragmatismo do Laissez-Faire ou do Liberalismo, com todas as suas vertentes. De imediato, a renovação do Parlamento Europeu poderá, em médio prazo, provocar impactos significativos nos mercados internacionais, embora que, nesse momento, as relações com a América Latina e o Brasil não serão afetadas ainda. Mais uma coisa é certa: os resultados da eleição na Europa afetarão, sem dúvida alguma, o modo como o Mercado Comum Europeu interage com o continente latino-americano. Em síntese, o que se espera é que essa nova configuração política do Parlamento Europeu, juntamente com as eleições americanas vindouras, traga bons frutos para nosso país.

          A saída para o atual governo, caso não queira se isolar ainda mais do mundo democrático, é a busca guarida junto ao velho Centrão, deixando de lado os arroubos ideológicos. O que se descortina no mundo Ocidental nesses tempos é o retorno triunfal da velha e conhecida realpolitik, ou seja a diplomacia política alicerçada em considerações de cunho prático, ou seja no verdadeiro interesse nacional. A verdade é que no plano internacional a mudança que vem ocorrendo a cada eleição para o Parlamento Europeu, trará mudanças sobretudo nas relações do velho continente com a emergente China. É nesse polo que estarão, talvez, as mais importantes mudanças de rumo. Com a economia chinesa montada sobre os trilhos da ideologia do Partido Comunista Chinês, com suas já sabidas pretensões de abocanhar o mundo através da chamada Rota da Seda, as relações da Europa com o Oriente devem ser repensadas. Para os que estão hoje confortavelmente instalados no poder, todo e qualquer movimento feito pela direita é logo taxado de extremista. Assim é que a chegada dessa força política ao Parlamento Europeu foi logo atribuída à extrema direita.

          O que está em jogo, com essa reviravolta que, diga-se de passagem, vem da vontade popular livre e soberana é o começo do fim das esquerdas no poder em boa parte do mundo civilizado. O que resta agora dessa ideologia no controle de alguns países se resume a governos nitidamente ditatoriais, opressores e sem rumos claros para a concretização de metas simples como o Índice de Desenvolvimento Humano. Todos os países controlados hoje por forças de esquerda mantêm suas populações na pobreza, pois servem-se dessa condição para perpetuarem-se no poder. Uma coisa é o que a realidade imposta pela vontade popular quer de fato. Outra coisa é o que se apressam em analisar aqueles que já estão com saudades dessas mudanças e com medo do que ela trará.

         Com a possível eleição de Trump e guinada à direita do braço legislativo do principal bloco econômico do planeta, os embates entre China e Ocidente podem ser ainda mais acirrados, o que, de forma indireta pode favorecer também ao agronegócio brasileiro, também principal protagonista dos superávits do país. O que se sabe até agora é que os superávits surpreendentes nas finanças da Argentina, algo até pouco tempo inconcebível, é obra da direita no poder e isso é motivo de ciumeira por parte do atual governo de nosso país, principalmente quando se sabe que a economia do Brasil está rumando para o abismo fiscal com uma dívida interna podendo facilmente ultrapassar a casa dos R$ 7 trilhões de reais.

         Com a guinada da direita em muitos países, vai ficando cada vez mais difícil ao governo brasileiro seguir com a manobra de isolar a direita em nosso país. As previsões, caso as eleições transcorram na paz e na ética, são que o próximo Legislativo nacional seja majoritariamente conservador. Em nosso caso, é preciso observar ainda que a construção de pontes entre o Executivo e o Legislativo vai ficando cada vem mais difícil, obrigando o Palácio do Planalto a ter que recorrer ao Judiciário onde parece contar com uma insólita maioria a seu favor.

A frase que foi pronunciada:

“A escuridão é covarde. Acenda uma pequena luz e ela fugirá apavorada.”

Provérbio Judaico

Imperdível

Amanhã, sexta-feira, às 19h30, a Academia de Letras e Música do Brasil realizará, no auditório do Departamento de Música da UnB, o recital semestral com entrada aberta e franqueada ao público. Dib Francis, membro da academia e agitador cultural irá tocar piano com a mestra dos tempos de UnB, Elza Gushiken. Norma Parrot, ao violoncelo, completa o trio. Outra presença importante é a de Alexandre Romariz. Um engenheiro que toca piano para se divertir. Do trio, Debussy interpretará a obra acompanhado por Ariadne e Marcelo Salles.

Cartaz publicado no perfil oficial da Almub no Instagram

 

História de Brasília

Custa crer que o almirante Lucio Meira esteja trabalhando contra Brasília, mas se fôr mesmo o caso será o contrário. Êle saberá o que está acontecendo, e tomará providências. (Publicada em 10.04.1962)

A mãe de todos os crimes

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Congresso Nacional. Foto: EBC

 

          Somente pelo fato de ser a capital de uma das dez maiores economias do mundo, Brasília bem que poderia ser considerada uma cidade segura e praticamente livre de crimes de toda a natureza. Mas a realidade insiste em mostrar sua cara feia, trazendo consigo uma multiplicidade de fatos violentos que contradizem as expectativas e mesmo o que declaram as autoridades mais otimistas.

         Para início de conversa, Brasília contabiliza quase 1.500 mortes violentas a cada ano. Desse número, aproximadamente 500 são classificadas como homicídios. Com isso, a capital ostenta hoje 16 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes, o que é uma taxa alta e preocupante. Infelizmente dados numéricos foram feitos para os arquivos da burocracia e para serem esquecidos em seguida. É nesse verdadeiro moedor de carne humana que pessoas com nome e sobrenome viram estatísticas e vão engrossar os dossiês sobre violência deixados esquecidos no chamado arquivo morto.

          Em reportagem feita pela jornalista Helena Dornelas, com base em dados da plataforma Numbeo.com, e veiculada por esse jornal em 27/05 com o título “Brasília é a 69ª cidade mais perigosa do mundo”, mostrou que a capital de todos os brasileiros, caso nada seja feito de imediato e com firmeza, vai seguindo por uma trilha que pode inviabilizar a cidade como centro administrativo do país.

         A questão é simples: para uma cidade que não consegue dar conta da segurança de seus moradores, incluindo aí as diversas autoridades que aqui vivem, fica difícil também garantir segurança para as instituições nacionais e internacionais que aqui estão sediadas. O crime não conhece barreiras ou status.

         Essa situação ganha ainda um caráter mais delicado quando se verifica que, a poucos quilômetros do centro da capital, existe um presídio federal de segurança máxima, construído contra todos os pareceres das autoridades locais, que temem por essa proximidade.

          Também já foi mencionado, aqui neste espaço, em diversas oportunidades, que o crescimento exponencial dos índices de violência em Brasília, nesses últimos anos, tem como origem o desordenado inchaço populacional da cidade, trazido no bojo da chamada maioridade política da capital e que passou a contar com a afoiteza e aldrabices de políticos e empresários locais, que literalmente lotearam a cidade em troca de votos. Essa é, de fato, uma história que não pode ser esquecida, sob pena de virmos a repetir esse descalabro, que agora mostra suas consequências danosas para todos igualmente. No quesito violência, obviamente que a questão da corrupção não poderia ficar de fora.

          É isso, justamente, que mostra a reportagem citada ao apontar que a maior preocupação hoje, tanto dos brasilienses como dos turistas, é com a corrupção. Nesse item, respeitadas as exceções, a corrupção, que muito bem poderia ser definida como a “mãe de todos os crimes”, pode ser, na sua quase integralidade, atribuída ao comportamento criminoso de muitas autoridades, sobretudo de uma parcela de políticos que insistem em fazer da vida pública um meio para o enriquecimento pessoal.

         Uma coisa é certa: de todas as fórmulas complexas para resolver o problema da violência, suas origens e consequências, nenhuma outra resulta ser mais eficaz do que pôr fim à corrupção que, há séculos, grassa livremente em nosso país. O interessante aqui é saber o que é mais difícil de ser combatido, a violência ou a corrupção.

A frase que foi pronunciada:

“O dever da juventude é desafiar a corrupção.”

Kurt Cobain

Foto: Jeff Kravitz/Filmmagic

Saldo positivo

No Brasil, o quadro mudou. No resto no mundo, 37 milhões de crianças, de 13 a 15 anos, consomem tabaco. O mais impressionante nos índices é que, em muitos países, a taxa de uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes excede a de adultos. Vale registrar a coragem do ex-senador José Serra, que enfrentou todos os lobbies.

Foto: Beto Barata/PR

 

História de Brasília

O grande derrotado de hoje é o sr. Carlos Lacerda. Quando chegou dos Estados Unidos, procurou empanar a visita do Presidente João Goulart, com a intervenção na TCB. A visita foi das mais proveitosas do mundo, e o governador da Guanabara passou, moralmente, à companhia do seu outrora aliado Jânio Quadros. (Publicada em 08.04.1962)

Passado que não passa

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Foto: Ricardo Stuckert / PR

 

         Crises existem justamente para testar a capacidade humana de superá-las. Sempre foi assim. Caso contrário, a própria espécie já estaria extinta. O importante é não subestimar nenhuma delas, aprendendo e retendo as lições que elas trazem. Essa receita vale tanto para as crises pessoais como para as crises de ordem política, social e econômica que atingem o Estado, o governo e a nação.

         O que não se recomenda, de maneira alguma, é criar uma crise na tentativa de resolver outra. É o que está acontecendo agora com o deslocamento do ministro da Secretaria de Comunicação do governo para ser uma espécie de braço avançado do Planalto para resolver a crise climática que vitimou o Rio Grande do Sul. O que dizem é que esse ministro foi derrubado para o alto, no caso para o Sul, bem longe do palácio. Com isso, foi criada uma crise dentro de outra crise maior, que longe de resolver o sério problema experimentado pelos gaúchos, provocou uma espécie de intervenção branca naquele estado, atingiu a dignidade do governo local e, de resto, o governo federal mostrou a inaptidão do atual presidente em resolver uma crise que se mostra muito acima de sua capacidade de resolução.

         A questão aqui é demasiadamente delicada e complexa para ser solucionada apenas com a movimentação das peças no tabuleiro do poder. O governo sabe muito bem que a crise econômica que já vem se desenhando no país em razão da aplicação de seu modelo de gestão estatista poderá ser elevada a alturas jamais vistas, em decorrência das inundações ocorridas no Rio Grande do Sul.

         De certo modo, o governo sabe também que poderá, como é de seu próprio feitio, creditar a outrem, no caso às enchentes, o mal desempenho de sua gestão. Nesse caso, as inundações viriam para salvar a gestão petista na economia. De todo o modo, esse é mais um problema que vai se desenhando no horizonte, sem perspectivas de soluções.

         Por outro lado, o governo pode muito bem atribuir, ao ministro da Secom, deslocado para o Sul, quaisquer possíveis fracassos não no projeto de recuperação daquele estado. Para o governador do Rio Grande do Sul, entregar o governo nas mãos do ministro Pimenta equivale a um reconhecimento de que as enchentes deixaram o estado sulista acéfalo, além de precipitar, no abismo, sua carreira política.

         A situação que já é séria demais por suas dimensões catastróficas tende a piorar e ganhar contornos de uma crise política. O Rio Grande do Sul, por sua trajetória histórica e política mais recente, não está inclinadoà esquerda. Pelo contrário, desde os escândalos do mensalão e do petrolão, que a comunidade gaúcha desfez seus laços que mantinha com a esquerda. Na verdade, a exceção é Paulo Paim, o único petista do país que prega o diálogo e a conciliação pensando na população brasileira.

 

 

A frase que foi pronunciada:

⁠”O livro Resistência e Afirmação tem o objetivo de explodir bolhas sociais que impedem muitos brasileiros de verem o óbvio.”

Paulo Paim

Senador Paulo Paim. Fonte: Senado.gov.br

 

Boa pedida

Quem quiser relaxar, todo primeiro sábado do mês, a Roda de Choro é na Escola Brasileira de Choro, na área externa do Clube do Choro. Nos outros sábados, para se deleitar com a boa música, no estacionamento 10, a partir das 11h no Parque da Cidade, o grupo está reunido tocando Chorinho ao ar livre.

 

Calma

Pacientes com catarata horrorizados com a banalização da cirurgia. Vale a pena ir devagar, consultar mais de um médico e pesquisar riscos.

Foto: Oftalmoclínica

 

Sem elogios

Via crucis para quem quer tratar com as operadoras sobre telefonia fixa. Nem para se livrar da linha e nem para segurá-la. O pior é ser obrigado a pagar as contas que continuam chegando mesmo sem o número. Sem ter a quem recorrer, os consumidores sofrem com a falta de assistência.

Imagem: mobilit.com

 

História de Brasília

Governador Brizola, com a decisão da Comissão de Justiça da Câmara, está sem afeto o convite que o sr. Baeta Neves lhe fez para se candidatar por Brasília. (Publicada em 08.04.1962)

Planeta água

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Alagamentos em Porto Alegre após cheia do lago Guaíba. Foto: Ricardo Reinbrecht

 

Catástrofes ambientais ocorridas em todo o planeta em decorrência do previsto efeito estufa, vão deixando patente que o mundo, e sobretudo a espécie humana, protagonista desse processo, terão, doravante que começar a exercitar um novo modelo de exploração da terra, caso desejem ainda permanecer existindo. Essa é uma, entre milhares de outras constatações que podem ser incluídas no rol dos fatos incontestes. Ou é isso ou aquilo que vamos assistindo, com cada vez mais frequência.

Nesse planeta água, a terra entra em fusão sob nossos pés. O que os cientistas ligados às questões do meio ambiente têm afirmado, é que entramos num ponto de não retorno. O start ou o ponto de inflexão de todo esse novo momento que estamos assistindo foi dado em data incerta. O que parece certo é que esse século XXI, cuja inauguração se deu com a sinistra derrubada das Torres Gêmeas em Nova Iorque, será marcado por desafios que a humanidade jamais experimentou anteriormente, salvo aqueles mencionados na Bíblia, que relatam os acontecimentos durante o período do dilúvio.

Talvez o que menos importa nesse instante seja a busca por culpados por toda essa reviravolta que vai ocorrendo em nosso planeta. O que importa e de forma urgente é revisar alguns modelos de exploração dos recursos naturais do planeta e de nossa conduta coletiva que nos trouxeram até aqui.

Para um planeta que caminha para abrigar oito bilhões de habitantes, livrar com urgência dos sistemas de produção de alimentos e da exploração de outras riquezas, não será tarefa fácil. Talvez esse seja também um esforço que não caberá apenas aos governos, mas sim, a toda a coletividade humana.

Por todo o mundo, vai ficando cada vez mais claro que a força coletiva ou sociedade civil, tem sido muito mais eficaz na resolução de calamidades climáticas de grandes proporções do que aquelas mostradas pelo Estado. O caso do furacão Michel que assolou a Flórida em 2018, deixou antever ao mundo que a cooperação descentralizada da sociedade civil foi um fator, por excelência, para minorar as consequências advindas daquela tormenta que deixou mais de 80 mortos, com prejuízos de dezenas de bilhões de dólares.

O mesmo fator é agora reafirmado no caso das enchentes que destruíram boa parte do território gaúcho. Tolice o governo querer competir midiaticamente com as ações voluntárias, demonstradas pela sociedade civil local. As imagens e, mesmo o imaginário coletivo, provam a força dessas comunidades. Impressionante no caso do Rio Grande do Sul, é que essas populações que se desdobraram para salvar vidas, jamais, em tempo algum, tiveram quaisquer treinamentos prévios, agindo apenas com base na força da solidariedade e do destino comum.

Na realidade esse parece ser o mote atual que deve nos mover daqui para frente: destino comum. Seguramente, por habitarmos esse planeta ferido de morte por nossas ações temos que ter em mente que temos, ricos e pobres, um destino comum. A resposta do Estado, e sobretudo a resposta de um governo envolto com uma séria crise econômica, centralizada e burocrática não é páreo para o ultimato veloz do clima.

As críticas ajudam no aperfeiçoamento das ações, pois apontam falhas e, muitas vezes, mostram soluções adequadas. Antigamente se dizia que é quando a maré baixa que podemos constatar quem é que estava nu. No nosso caso particular, podemos confirmar que não era população flagelada. É certo também que não iremos minorar a dor dos nossos irmãos do Sul, com palavras ou outras condolências cerimoniais e formais. Mas ainda assim é por meio da palavra denunciada que iremos alertar que somente hoje em nosso país temos uma população de mais de meio milhão considerados fugitivos do clima.

Em todo o mundo, esse contingente alcança mais de um bilhão de pessoas. Para se ter uma ideia dessa situação fora da roda é preciso lembrar que em pouco mais de um ano o nosso país teve mais de 12 eventos climáticos extremos e, até hoje, não nos preparamos para as adversidades climáticas.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A crise climática não é uma questão política; é um desafio moral e espiritual para toda a humanidade. É também a nossa maior oportunidade de elevar a consciência global a um nível mais elevado.”
Al Gore

Al Gore. Ex-vice-presidente dos EUA. Al Gore discursando na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26) de 2021 em Glasgow, Escócia.
Foto: ©Ian Forsyth/Getty Images

 

Solidariedade
Várias instituições públicas unidas para prestar socorro ao Rio Grande do Sul. No Senado, Ilana Trombka, diretora da Casa, lançou a campanha de doação de cinco mil cobertores organizada pela Liga do Bem. Voluntários ajudam a separação das doações recebidas.

 

História de Brasília

O argumento de que Brasília é uma cidade em formação prevaleceu, e não teremos, assim, “forças terríveis” pressionando a administração. (Publicada em 08.04.1962)

Dilúvio

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Cheia do Rio Taquari no Rio Grande do Sul — Foto: Diego Vara/Reuters

 

Não será surpresa se, num futuro muito próximo, os governos no Brasil e de todo o mundo resolverem a criação de uma nova pasta ministerial, elevando, para o primeiro escalão da administração pública, o ministério da Defesa Pública e de Prevenção aos Efeitos do Aquecimento Global. O que a calamidade sem precedentes que ocorre agora no estado do Rio Grande do Sul pode nos ensinar e alertar é que é chegado, também ao nosso país, o tempo das imprevisibilidades e das turbulências atmosféricas.

O planeta parece ter acordado de seu sono secular e agora já não existe lugar seguro para quem quer que seja. Pior do que tudo é que, mais uma vez, ficou provado que não estamos nem um pouco preparados para catástrofes repentinas. A resposta oficial, em todos os níveis, ao que ainda vem ocorrendo naquele estado, serviu para aumentar a sensação de pânico coletivo, assegurando a todos que as instituições de defesa do Estado Brasileiro não estão à altura, em treinamento, pessoal e equipamentos, para enfrentar esses novos tempos que chegaram.

Fomos, de novo, apanhados de surpresa. Muitos apostaram na possibilidade de a frente fria seguir seu caminho natural, indo em direção ao Norte do país. O bolsão de ar quente, que cobria todo o centro do país e ali estava estacionado, impediu que as nuvens espetacularmente carregadas de água seguissem seu caminho. Com isso, o Rio Grande do Sul, uma das mais importantes locomotivas da economia nacional, conheceu, pela primeira vez, o significado da expressão bíblica diluvio.

De fato, o céu despencou sobre boa parte daquele estado, fazendo um número ainda não conhecido de vítimas fatais, enterrando, na lama vermelha, milhares de lares e outros estabelecimentos urbanos e rurais. O cenário, para quem viu de perto esse apocalipse, supera o de muitas cidades alvos de bombas e de guerra sangrenta. Não fosse a atuação, sempre heroica e historicamente destemida dos gaúchos, a situação poderia ser ainda mais desesperadora.

Mesmo com esse açoite vindo do alto, a população deu provas seguidas de que aquela gente não se rende assim tão facilmente. A tenacidade e o entusiasmo dos gaúchos mostraram, ao resto do país e ao mundo, que, em momentos de grande aflição como esse, o que vale é a solidariedade e a união fraterna de todos. As correntes humanas de civis, que se formaram por ar, por terra e sobre as águas mostraram que, ao contrário dos esforços oficiais, titubeantes e cheios de retórica política de significados nebulosos, o povo soube tomar para si as rédeas da situação.

Por todo canto, correntes humanas se formaram para acudir aqueles irmãos. Voluntários. Inclusive, os que perderam tudo. Obviamente que, nessa luta desigual entre o homem e a natureza, a colaboração profissional de bombeiros, defesa civil, médicos e outros patriotas foi inestimável.

Passados esses instantes de pesadelo, depois de enterradas cada uma das vítimas dessa tragédia nacional, chegará o momento em que será preciso tomar todas as medidas necessárias para seguir a rota das doações e dos bilhões de reais prometidos na hora da dor. Sem essa preocupação, toda essa dinheirama irá, novamente, ser soterrada pela lama do descaso e da corrupção.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Nas tragédias conhecemos todas as pessoas como elas realmente são.”

Gilberta Brenner

 

Prata da Casa

Aclamado pelo Conselho Universitário como professor emérito, o fagotista e lutier Hary Schweizer, que deu aula no departamento de Música da UnB, desde 1977. O documento registra que é “justo o reconhecimento ao professor que sempre conduziu as suas atividades com responsabilidade e engajamento exemplar.”

 

Insano

A empresa que valida o atestado médico de colaboradores da Plansul não aceita que alguém da família leve o atestado. Apenas o funcionário pode apresentar pessoalmente no Conic. O resultado é tosse, vômito, espirro e desmaio na sala de espera. Todos os doentes juntos.

Foto: plansul.com

 

Revolução

Simples assim. Você recebe um balde para depositar todo lixo orgânico da cozinha. Paga uma taxa e recebe terra forte para plantar o que quiser. Trata-se do projeto Compostar. Veja no link: Coleta e compostagem de resíduos orgânicos.

Imagem publicada no perfil oficial da Compostar no Instagram

 

Expectativa

Faltam três comissões para a decisão do projeto que regulamenta a desaposentação no INSS.

Imagem disponível na internet

 

Bem de todos

Viviane de Almeida, chefe do Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente do HBDF, trabalhou com diversas equipes da Instituição a importância da Comunicação entre os setores e o reflexo desse diálogo na vida do paciente. A iniciativa é fundamental e poderia ser aplicada em todos os órgãos do GDF.

Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília-20.6.2017

 

História de Brasília

A situação do IAPC em Brasília é dramática, pelo abandono votado ao Distrito Federal pelo presidente do Conselho Administrativo. E justamente por causa do sr. Pery Rodrigues, os funcionários não terão apartamentos novos. (Publicado em 07.04.1962)

Ao povo brasileiro

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Foto: cnbb.org

Em mensagem dirigida ao povo brasileiro, por ocasião da 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada entre 10 e 19 de abril último, os bispos católicos, citando Mateus 23,8, que ressalta: “Vós sois todos irmãos e irmãs”, lembraram, logo de saída, que as experiências adquiridas pelo nosso passado recente, nos ensinam a buscar, no diálogo, as soluções para o Brasil atual.

Para os bispos reunidos na assembleia, foi graças às articulações, entre agentes lúcidos e cidadãos, que superamos e deixamos para trás aqueles problemas. Segundo apontam nessa mensagem, cabe às instituições do país, no caso, aos três Poderes da República, resolverem os problemas que se apresentam hoje à nossa democracia. Por isso mesmo, conclamaram essas instituições e a sociedade civil a seguirem o que preconiza a Constituição de 1988. Nesse sentido, lembraram os bispos, que as questões relativas à independência e à harmonia entre os Poderes não são apenas opções de momento, mas, sim, deveres permanentes e irrenunciáveis, que, aliás, estão expressos na Carta de 1988. De acordo com esses prelados, lembrando o papa, “a paz, por ação da força mansa e santa dos que creem, deve ser buscada como forma de se opor ao ódio da guerra”.

Durante essa assembleia, foram mencionados os gastos militares, que, no ano passado, cresceram e foram os mais altos desde a Segunda Guerra Mundial, assim como a fome no mundo, que aumentou no mesmo ritmo. Em nosso país, segundo os bispos, verifica-se também um crescimento sem precedente do crime, das milícias, do narcotráfico, da violência nas cidades e no campo, do bullying, do vandalismo, do racismo, do feminicídio, do tráfico humano e da exploração sexual de crianças, adolescentes e vulneráveis.

Na avaliação desses religiosos, a realidade dos migrantes, do povo em situação de rua e da população encarcerada continua sendo um desafio, assim como a corrupção, o nepotismo e o tráfico de influência, que continuam a violentar nossa nação. Diante de uma situação calamitosa como essa apontada pelos bispos, a saída seria construir a paz, sobretudo aquela paz que nasce da justiça, segundo está escrito em Isaías 32,17. “Entendemos que o Brasil necessita de um novo marco legal que garanta a prioridade do trabalho, do bem-estar humano e da geração de emprego e renda, principalmente para os jovens Todos os segmentos da sociedade brasileira devem defender a vida na sua integralidade e agir, solidariamente, em prol de um país economicamente humanizado, politicamente democrático, socialmente justo e ecologicamente sustentável”, diz a mensagem.

Com relação aos novos desafios trazidos pelos problemas climáticos, os bispos assinalam a necessidade de uma transição rápida para as energias limpas. Também com relação à Amazônia, os bispos destacam que os povos que ali vivem não podem mais ser sacrificados por um modelo de exploração que não permite o bem viver. Também lembraram de outros biomas, como o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pampa e o Pantanal, que estão sofrendo pressões de todo o tipo, tornando a cada vez mais difícil a reversão dessa destruição. Para os bispos, “toda a casa comum sofre com a destruição”.

Na mensagem ao povo brasileiro, os bispos, reunidos na CNBB, destacaram a realização, em 2025, da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém do Pará. Na oportunidade, serão discutidas possíveis soluções para o aquecimento global, bem como alternativas sustentáveis para a vida no planeta. No encontro, segundo eles, deverá existir um sério compromisso dos governos com a obra da criação. Em relação aos povos indígenas, os bispos ressaltaram que é preciso melhorar as políticas públicas com ação concreta na defesa dos povos originários, bem como a proteção de suas terras, especialmente no território Yanomami.

Durante a realização da 61ª assembleia, os bispos lembraram que passados 64 anos do início da
ditadura militar, a nossa democracia ainda necessita de cuidados. Para tanto, destacaram que as próximas eleições municipais deste ano serão uma oportunidade para fortalecermos a nossa democracia,
por meio do voto consciente. “A consciência cívica deverá estar a serviço dos mais profundos interesses do nosso povo, pois há exigências éticas para a realização do bem comum”, diz a mensagem.

Com esse intuito os bispos conclamam à união de todos, sendo que ninguém deve abdicar da participação na política. Em relação aos meios de comunicação, questão muito discutida hoje em dia em nosso país, os bispos assinalam que é preciso o combate à desinformação, principalmente aquela que usa a linguagem religiosa para justificar interesses políticos e econômicos escusos. Lembrando mais uma vez o papa Francisco, os bispos destacaram que a inteligência artificial corre o risco de ser rica em técnica e pobre em humanidade. Para tanto, disseram: a liberdade de expressão não pode estar a serviço da divisão social, pois o ódio, o fundamentalismo e o populismo enfraquecem a democracia.

 

História de Brasília

Agora, voltamos ao mesmo assunto. Subindo ou descendo a superquadra, esteja sempre com seu carro em segunda. Se você tem chapa branca, avise ao seu motorista para fazer assim. Pode ser que ele não saiba, ou não se lembra, e sua advertência é uma necessidade. (Publicada em 6/4/1962)

Aos 64 anos

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Quem der ao trabalho de percorrer, quadra por quadra, rua por rua ao longo de todo a vastidão do chamado Plano Piloto, de Norte a Sul, em busca de espaços voltados as atividades artísticas ou estabelecimentos comerciais especializados na venda e promoção de produtos de arte, poderá constatar desiludido, que a capital do país é hoje um imenso e inóspito deserto, desprovido de vida inteligente.

Com exceção de uns raros pontos com essa finalidade, como é caso do subutilizado Espaço Cultural da 508 Sul ou a Casa da Cultura na Asa Norte, quase nada que lembre produção artística é visto nas redondezas de Brasília. Por onde quer que se olhe, não há sinais de livrarias, bibliotecas, teatros, escolas de arte, de dança, de pintura, escultura. Nada de nada. Para um turista que venha de lugares, onde as artes integram o cotidiano dos habitantes e estão presentes em toda a parte, essa ausência e aridez cultural chama a atenção e acaba revelando muito sobre o grau de cultura dessa população.

Viver, ou pior, acostumar-se à uma cidade, onde a exceção dos monumentos arquitetônicos do modernismo, nada mais lembra a pulsação de vida e de criação de seus moradores, que só a arte e a cultura proporcionam e revelam é como estar num terreno baldio, desprovido de alma e engenho humano.

Outra sensação estranha que se observa, com esse vazio e com esse exílio das artes em plena capital do Brasil, é que em cada recanto dos espaços urbanos em que esse vácuo foi criado, ali mesmo, abriu-se mais uma área e mais uma oportunidade para que a degradação da cidade aconteça. Só a vibração humana, trazida pela arte, pode salvar uma cidade de sua decadência. Se formos hoje fazer um apanhado sobre que tipo de atividade e de estabelecimentos são mais presentes hoje ao longo de todo o Plano Piloto, veremos que os bares e as farmácias são as atividades que mais estão presentes nas centenas de ruas de comércio.

Para quem observa esse fenômeno de longe, fica a falsa sensação de que as centenas de milhares de moradores que vivem nesses locais, adoecem nos bares, pelo consumo exagerado de bebidas alcóolicas e daí passam a frequentar as farmácias em busca de remédios e curas para esses males. Depois desses estabelecimentos, aparecem em seguida as casas lotéricas, que também mostram outro perfil humano dessa cidade. A impressão, nesse caso, notada por um forasteiro acidental, é que a população dessas áreas, dispendem o que possuem em recursos, consumindo bebidas e remédios em excesso e depois buscam compensar esses gastos, na vã tentativa de recuperá-los nessas casas de apostas e de azar.

Outra incidência, quase endêmica, observada nessa cidade, onde as artes e o entretenimento cultural e sadio foram transformados em poeira vermelha é a de igrejas e templos para todo o tipo de fé ou de esperança no além. Para esses mesmos observadores ocasionais e assustados com que notam é que, depois de adoecidos pelo consumo de álcool, desenganados pelas farmácias e desiludidos pelas casas de apostas lotéricas, os moradores desse deserto, buscam agora, como derradeiro recurso, a salvação de suas almas, já que o corpo e a matéria foram corroídos pelo consumo de bebidas. Restaria então, como tentativa última desses habitantes da cidade deserto, buscar o consolo da alma, de preferência num mundo além, sobre as nuvens, onde ao menos se possa ouvir os sons celestiais uma harpa, tangida por um anjo solitário e igualmente melancólico.

 

A frase que foi pronunciada:

“A cidade como centro onde, em qualquer dia do ano, pode haver um novo encontro com um novo talento, uma mente perspicaz ou um especialista talentoso – isto é essencial para a vida de um país. Para desempenhar este papel nas nossas vidas, uma cidade deve ter uma alma – uma universidade, uma grande escola de arte ou música, uma catedral ou uma grande mesquita ou templo, um grande laboratório ou centro científico, bem como bibliotecas, museus e galerias que unir passado e presente. Uma cidade deve ser um lugar onde grupos de mulheres e homens procuram e desenvolvem as coisas mais elevadas que conhecem.”

Margaret Mead

Margaret Mead. Foto: britannica.com

Absurdo

Continuam, impunemente, os estelionatários com a retaguarda de bancos e telefônicas. Até recado na caixa eletrônica com opções de retornar para o número dos golpistas as quadrilhas encontraram suporte para atacar. “Recado importante. O seu banco (diz o nome do banco) adverte que houve uma tentativa de compra no Magazine Luiza de R$2.760. Para confirmar digite 1. Se não foi você, digite 2″. E daí para frente, atendentes bem articulados vão levando os desavisados para uma grande enrascada. A melhor saída é ter um gerente de confiança e qualquer dúvida ligar para ele.

 

História de Brasília

A cadeira de “Princípios de Administração” da Universidade de Brasília será entregue ao sr. Felinio Epitácio Maia, que ministrará quarenta aulas, a partir de maio próximo. (Publicada em 06.04.1962)

População em alerta

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Nosso país é um farto laboratório para alunos de filosofia que tenham interesse em aproveitar a oportunidade de conhecer, na prática e na vida real, a grande polêmica, que desde o século XVII é travada entre empirismo versus racionalistas. Basta acompanhar nas redes sociais os infinitos debates com grande parte da nação. Política, Economia, Sociologia, Antropologia incluindo nessas discussões políticos, cientistas, adolescentes, idosos, todos com um discurso pronto e fechado a temperos diferentes.

Na verdade, essa batalha é travada tanto no Brasil como no exterior. Basta aos assinantes do Correio darem uma folheada em jornais dos tempos do Covid. A doença competia com a economia. De um lado os hospitais cheios e de outro a produção e a economia aguardando ações ficando por longo tempo estagnada. O certo já estava escrito. Aquele período poderia agregar ainda mais dramaticidade e consequências nefastas ao futuro. E um detalhe bastante importante para quem acompanhava o trajeto percorrido até os dias de hoje. E agora?  Qual será o próximo passo?

Trata-se de uma discussão que, para alguns opõem três elementos básicos à sobrevivência humana: vida e trabalho, saúde e sobrevivência, opinião e atitude. Num ponto os economistas, em sua maioria, concordam que os efeitos da paralisação da economia poderiam ter sido piores, como o próprio vírus, podendo gerar fome e grande instabilidade social, principalmente em países ainda em desenvolvimento.

Várias discussões brotam de toda parte do país, às vezes até em tom raivoso e muitas vezes eivadas de tonalidades político partidárias e diferentes influências, como de vertentes religiosas e outras. Pontua-se a questão entre a necessidade da população e a boa vontade em usar os recursos disponíveis para tornar o Brasil, um país melhor.

A contínua falta de investimento na Saúde provoca um caos generalizado em todo o sistema do país, mas especificamente no Sistema Unificado de Saúde (SUS), um sistema público e já, tradicionalmente sobrecarregado e pouco eficiente. Nesse debate até os micros, pequenos e médios empresários e todos os brasileiros que trabalham por conta própria, reforçam a tese de que a falta de investimentos traz malefícios a todos indiscriminadamente.

De fato, mais uma vez o Brasil se encontra numa encruzilhada e não pode, por variados motivos, abraçar nenhuma das teses espalhadas por aí de modo absoluto. Há ideias boas de todos os lados. Falta uma gerência imparcial para decidir.

Em um país cuja a economia insiste em apresentar baixos níveis de crescimentos, a estagnação completa é uma espécie de suicídio, tanto do ponto de vista econômico, como do ponto de vista político e por consequência, social. É nesse ponto que o empirismo, ou seja, o conhecimento, pela experiência e vivência política, adquirida nas décadas vividas por parlamentares e juízes, investidores e empresários, industriais e executivos se choca com a realidade enfrentada pela população. Toda prática voltada para hoje construindo um futuro promissor. É disso o que o povo fala é isso o que o povo quer.

 

A frase que foi pronunciada:

“Que a democracia, tão falada atualmente, não represente idealismo e interesse partidário, mas sim a razão verdadeira da união e do trabalho de toda uma nação, de cada cidadão, na construção do desenvolvimento do país… sob as leis do Brasil e sob as leis de Deus.”

Astronauta Senador Marcos Pontes

Senador Marcos Pontes. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

Pela paz

Aos poucos, o trânsito em Brasília perde o brilho da cordialidade. São pessoas que vêm de estados onde a regra é outra e tentam impor o próprio hábito a uma cidade que conquistou a calma no trânsito graças a investimentos em campanhas e à boa vontade da população. Hora de arregaçar as mangas e cortar o mal pela raiz.

 

Necessidade

Por falar nisso, numa fila de carros parada em local proibido, em Águas Claras, o carro da PM passou devagar com o policial filmando um por um. Depois parou a viatura e multou os que não respeitaram a lei. Mas é preciso dizer a verdade. A viatura parou no mesmo lugar para que o policial pudesse trabalhar. O que dizer?

 

História de Brasília

As firmas que constroem o meio fio de Brasília estão deixando na pista detritos de construção. Areia em quantidade está interrompendo o tráfego, principalmente na pista que liga o Eixo Monumental ao início da W-3. (Publicada em 06.04.1962)

A grande consciência do mundo

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A frase que foi pronunciada:

Quem pensa de maneira massificada, quando alguém começa pensar diferente é incômodo. Porque mostra que é possível pensar diferente. Se quebra o conforto de todo mundo.

Lúcia Helena Galvão

 

Procuradorias

No dia 9 deste mês, a Cartilha da Vereadora será lançada no Senado Federal. Trata-se de uma iniciativa do Interlegis/Senado e demais casas legislativas com orientações para a criação de Procuradorias da Mulher. As vereadoras concordam tratar-se de uma instância fundamental para o combate à violência contra a mulher. Acesse, pelo link, todo o material sobre o assunto tratado detalhadamente: Cartilha da Vereadora.

 

Facilidades&Dificuldades

Barreiras plásticas, colocadas em dia de chuva, impedindo a passagem para o Buriti, fazendo com que os carros fizessem a volta em retorno distante. A impressão é de que alguém esqueceu de tirar, porque o trânsito ficou caótico.

 

História de Brasília

A carta será encaminhada ao nosso Lenini, gerente em Brasília, do consórcio Varig Real. O elogio está feito, e o fato de você não ter nascido em Mondubim, não implica em que seu amigo fique, também, sem provar as delicias de um dôce de leite. (Publicada em 04.04.1962)

Geografia é o destino?

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Foto: internet

 

Eis aqui uma questão que segue em discussão mundo afora. Em muitos casos, esse tem sido o dilema enfrentado pela humanidade ao longo dos milênios. De modo geral, a diáspora empreendida pelos seres humanos ao longo de toda a sua existência prova que a sobrevivência decorreu, em grande parte, da possibilidade de deslocamento das populações em busca de terras e climas mais propícios.

No caso do Brasil, especificamente, as migrações de grande número de cidadãos do Norte/Nordeste para regiões mais ao sul provam que essa é uma premissa verdadeira. De modo geral, podemos verificar que, em pleno século 21, essa é ainda uma realidade entre nós. Quanto mais longe dos centros de decisão política estadual e federal, mais e mais os municípios se veem largados à própria sorte.

Regiões perdidas nos confins do nosso país, como é caso de muitos municípios situados geograficamente no Norte e no Nordeste, sofrem com todo o tipo de carência, com muitos sobrevivendo graças a políticas do tipo assistencialistas cujas portas de saída ou solução para esse dilema simplesmente inexistem. Infelizmente, essa situação de penúria tem persistido ao longo do tempo, justamente porque essa passou a ser uma condição sine qua non para a perpetuação de certos tipos de políticas e políticos, cujo discurso difere dos fatos.

No entra e sai de governos, soluções milagrosas são anunciadas aos quatro ventos, e por eles levadas da mesma maneira. Pesquisa elaborada pelo Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP demonstra que, nos nove estados inseridos na região semiárida de nosso país, estão 90% dos municípios que exibem residências permanentemente fechadas. Isso de acordo com o Censo Demográfico de 2022.

A mesma pesquisa mostra que o crescimento da população nessas áreas, de 3,7%, é quase a metade da média nacional, que é de 6,5%. Embora os pesquisadores afirmem que essa diminuição demográfica tem menos relação com as mudanças climáticas, sendo um problema mais ligado a fatores sociais, o fato é que, aqui, o fator geográfico impulsiona a roda do destino.

Não só existem municípios fantasmas em nosso país, como essa tendência cresce à medida que essas populações, principalmente as mais jovens, descobrem que estão desgarradas do restante do país. O deslocamento populacional interno segue ainda sendo prova de que geografia é destino e razão de ser para a manutenção da chamada indústria da seca. Essa indústria, no sentido pejorativo, produz riqueza para os que a usam como mote de seus discursos e promessas, significando, por outro lado, a perpetuação de um ciclo de miséria que move a máquina política dos novíssimos coronéis do sertão.

O termo indústria da seca foi cunhado por Antônio Callado (1917-1997) nos anos de 1960. No livro Os industriais da seca e os galileus de Pernambuco: aspectos da luta pela reforma agrária no Brasil, o escritor, jornalista e teatrólogo já apontava, mais de 60 anos atrás, que havia uma espécie de “mito da seca”, que era usado como álibi para a questão da miséria e que, em sua origem, estavam as figuras do coronelismo e da corrupção endêmica a afetar toda a região — e que, ainda hoje, persiste sem solução à vista.

Aqui, além da geografia determinar, com sua mão invisível, o destino dessas populações, a ação humana — no caso, o oportunismo de uma classe política local insensível — vem como um elemento a mais a determinar o êxodo permanente desses nossos compatriotas.

 

A frase que foi pronunciada:

“Seu doutô, os nordestino têm muita gratidão/Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão/ Mas doutô, uma esmola a um homem qui é são/Ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão.”
Luiz Gonzaga

Foto: Reprodução

 

Segredo
Poucas lojas conhecem o poder do marketing musical. Algumas afugentam os compradores em poucos minutos. É preciso conhecer a faixa etária dos consumidores e usar um som que tranquilize.

 

 

Vale conhecer
A primeira escola de Choro do mundo oferece cursos para todas as idades e todos os níveis, desde o iniciante ao mais avançado, com a possibilidade de aulas presenciais e on-line. Ambiente familiar.

Foto: página oficial do Clube do Choro de Brasília no Facebook

 

Entrelinhas
Por falar em Clube do Choro, João Manuel, nos seus 10 anos de idade, passava por ali e, ao ler a placa, perguntou: “Mãe, Clube do Choro é um clube de autoajuda?” Com um sorriso, ouviu o início da resposta. “Não deixa de ser.”

 

 

História de Brasília
Os carros da TCB que fazem a linha Alfa, da Marinha, estão prejudicando os moradores do Gama, porque não apanham passageiros no percurso nem na ida, nem na volta. (Publicada em 4/4/1962)