A mão dupla

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: nossaciencia.com.br

 

Por ocasião de sua posse, como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro de 2020, o ministro Luiz Fux fez questão de abrir seu discurso criticando a tendência adquirida nesses últimos anos pelo Parlamento, de levar aos tribunais todo e qualquer tema tratado no âmbito político, obrigando, principalmente, a Suprema Corte a decidir questões que, por sua natureza, deveriam ser esgotadas e consumadas em seu foro próprio representado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

Com isso, dizia o ministro, o fenômeno da chamada “judicialização da política” passa a ganhar maior ímpeto, levando o STF a se expor em demasia, adquirindo, com isso, um indesejável “protagonismo deletério”, que resulta num prejuízo significativo à imagem do Poder Judiciário como um todo. Para Fux, esses fatos ocorriam em razão de alguns grupos de poder não assumirem as consequências e os ônus de suas próprias decisões, transferindo e empurrando esses conflitos como questões judiciais. A partir daí, muitos juízes que, em princípio, não teriam competência para julgar essas querelas, acabam sendo obrigados a julgar temas que, desde o nascedouro, deveriam ser debatidos apenas dentro do espaço político.

Essa era uma análise correta quando verificada a partir apenas do movimento que leva os políticos a atravessarem, de livre e espontânea vontade, a Praça dos Três Poderes, levando, debaixo do braço, ações jurídicas reivindicando decisões à Suprema Corte, que modifiquem ou que impeçam o Congresso de agir contra o que deseja esse ou aquele grupo de poder determinado. Ocorre que essa não é uma via de mão única, ligando o Legislativo ao Judiciário. Talvez, até por essa abertura, permitida e incentivada pelos próprios políticos, o Judiciário, no caso, a Suprema Corte, acabou encontrando um trânsito aberto para trafegar em sentido oposto, levando, por conta própria, decisões jurídicas para dentro do Congresso.

A partir desse movimento, vindo do STF, e em grande quantidade, direto para a arena política, modificando decisões e outras medidas derradeiras, começou a gritaria geral, com todo mundo dizendo que essa corte constitucional estaria usurpando suas funções, legislando e se imiscuindo em assuntos do Congresso.

Todo esse congestionamento de decisões, feitas em mão dupla, teria, mais cedo ou mais tarde, que gerar crises não apenas nesses dois Poderes, mas envolvendo inclusive o Executivo, cooptado por pressão de bancadas diversas e interesses idem. Não surpreende que a judicialização da política acabou por gerar um rebento bastardo, na figura de seu oposto, ou seja, a politização do Judiciário.

Foi justamente nesse tiroteio de cegos que o Supremo, na figura dos ministros, indicados à Corte por esse ou aquele grupo político, passou a decidir abertamente com base em orientações do tipo ideológicas. Exemplo claro desse efeito deletério sãos as decisões que vão anulando a Operação Lava-Jato, a liberdade de Lula, a prisão de parlamentares e jornalistas, o fim da prisão em segunda instância, entre outras aberrações que levam os analistas que acompanham de perto essas decisões a afirmarem que essa tem sido a pior formação do Supremo das últimas décadas.

 

A frase que foi pronunciada:
“Foi esse capitão que, com risco da própria vida, evitou a volta do PT ao governo com Haddad. Esses críticos de plantão nunca fizeram 1% do que foi feito por Bolsonaro. Durante 28 anos na Câmara, ele conheceu o sistema por dentro e se preparou para derrotá-lo.”
General Heleno

Foto: Bruno Rocha /Fotoarena/Folhapress

Juntos
Sindicato Nacional dos Servidores do Ipea (Afipea), Associação dos servidores do Ministério do Meio Ambiente (Assema), Associação Nacional dos Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental (Anesp), Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor) são os apoiadores da iluminação do Congresso Nacional em apelo aos cuidados como o meio ambiente.

Foto: Sérgio Lima/Poder360 – 5.jun.2021

E, agora, o outro lado
Veja a seguir o resumo feito pela Secom da presidência sobre a retomada da economia.

Sempre
É uma coisa impressionante. Talvez, seja uma descompensação cognitiva ou apenas provocação. Mas, em grupos com intuito comunitário, como o de moradores do Lago Norte, por exemplo, que têm a chance de falar diretamente com o administrador da região e sua assessoria, sempre aparece uma pessoa para falar em política, entrando como ruído na comunicação. O partido você sabe qual é.

Charge do Duke

História de Brasília
Entretanto, qualquer conserto de emergência bem que poderá ser feito, porque a Capua e Capua, agindo com eficiência, dispõe, também, de um equipamento de rádio ligando a Asa Norte com o IAPC no Rio, podendo receber ordens imediatas para qualquer reparo na obra. (Publicado em 02/02/1962)

Pazuello em seu labirinto

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Foto: Reprodução / CNN

 

Em “O general em seu labirinto”, o escritor e prêmio Nobel de literatura em 1972, Gabriel Garcia Marquez (1927-2014), narra, em romance histórico, os últimos dias de vida de Simón Bolívar, conhecido como “o salvador” e considerado, por muitos, como o grande herói da independência de parte do continente latino-americano, a Nova Granada.
Só que, nesse livro, o que emerge das páginas é um personagem de carne e osso, com todas as suas contradições humanas, ressaltadas ainda mais pela idade avançada, que faz com que esse herói dispa de sua imagem de mito, mostrando toda a sua decrepitude de um fim de vida melancólico, aumentada por sua dependência física de seu criado pessoal.
Guardadas as devidas e distantes diferenças entre esse personagem e o nosso, já famoso e notório, general Pazuello, que caiu nas graças do presidente, o que nos resta, em termos de analogia entre o protagonista do romance famoso e o nosso estrelado militar, pode ser resumido apenas no sugestivo título do livro. É justamente nessa espécie de labirinto à brasileira que, de repente, ganhou destaque nacional o referido general Pazuello.
Não por suas proezas e façanhas, que inexistem, mas por sua absoluta falta de vontade própria a transparecer no seu desânimo e apatia acentuados, e que o levou a afirmar que se submetia às ordens de um simples capitão, expulso do Exército. Surpreendentemente, foram essa sua inércia e subserviência cega que acabaram por deflagrar, ao menos, duas severas crises internas ao governo que serve.
Realmente Pazuello está enclausurado em seu labirinto, mas não está sozinho. Depois de sua passagem caótica no Ministério da Saúde, numa ocasião em que os brasileiros morriam como moscas nas portas dos hospitais superlotados, fato que o levou a ser o principal depoente na CPI do Covid e que, muitos apostam, pode lhe custar a liberdade, mais uma vez, esse nosso às avessas, por seu esmorecimento, subiu inadvertidamente em um palanque político, esquecendo-se de que esse gesto é vedado a militares da ativa, conforme inciso V, parágrafo 3º do Art. 142 da Constituição e o Estatuto das Forças Armadas.
Mesmo contrariando o que dizem essas normas, o general, por interferência direta do próprio presidente, não foi punido, como era a expectativa geral da maioria absoluta do oficialato. Com isso, o presidente da República, uma vez mais, fez valer sua vontade pessoal, como várias autoridades do país.
Trata-se aqui de uma crise e tanto, cujos os desdobramentos podem ser lançados para o futuro, mas que, por certo, virão para, quem sabe, romper com essa ideia estapafúrdia de denominar essa Força de “meu exército”.

A frase que foi pronunciada:
“Somos muitos pequenos fantoches movidos pelo destino e fortuna por meio de cordas invisíveis; portanto, se é assim como penso, deve-se preparar-se com bom coração e indiferença para aceitar as coisas que vêm em nossa direção, porque não podem ser evitadas, e opor-se a elas requer uma violência que rasga muito nossas almas, e isso Parece que tanto a fortuna quanto os homens estão sempre ocupados em assuntos de nossa antipatia, porque o primeiro é cego e o segundo só pensa em seus interesses.”

Marcello Malpighi, foi um médico, anatomista e biólogo italiano. Pioneiro na utilização do microscópio, sendo considerado por muitos um dos fundadores da fisiologia comparativa e da anatomia microscópica. (Wikipédia)

Marcello Malpighi. Imagem: wikipedia.org

TV Comunitária
Amanhã e segunda-feira, a TV Comunitária, canal 12 da NET DF, apresenta tudo sobre as eleições presidenciais no Peru e outros assuntos de interesse da América Latina.

Publicação no perfil oficial da TV Comunitária no Instagram

Franciscano
Assim como o Feng Shui trabalha a harmonia do espaço, a forma de o senador Girão se dirigir aos seus ouvintes cativa com as primeiras palavras: Paz e Bem! Seguir as regras dos frades menores é tudo o que esse país precisa.

Senador Girão. Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Perda
Deixa-nos Octaciano Nogueira, analista da política brasileira com vários livros publicados, verdadeiros tesouros sobre a história do Brasil. Seu acervo, além de registro importante, é uma alternativa para consulta para os líderes que desejarem um norte para o país, com caminhos menos tortuosos evitando os mesmos erros.

Octaciano Nogueira. Foto: Moreira Mariz / Agência Senado

História de Brasília
O problema da Asa Norte tem que ser visto sem o lado político. Há, de fato, prédios merecendo reparos sérios, e o IAPC os havia notado antes de receber a construção. (Publicado em 02/02/1962)

Refazendo os caminhos

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Charge: Oficina do Sinistro

 

Com a polarização política que se anuncia para as eleições presidenciais de 2022, curiosamente antepondo dois extremos que, de tão apartados um do outro, tocam-se em suas radicalidades, o que fica de certeza concreta é a imagem de um país que insiste em permanecer preso no tempo, como quem não conseguiu estabelecer as pazes com um passado conturbado. É nessa fronteira da irracionalidade ideológica que multidões parecem ir em busca de remendar algo, como uma xícara de fino alabastro esmigalhada. A exemplo do que ocorreu com outros países em tempos diversos, quando a opção final de um pleito desembocou para a encruzilhada bifurcada entre o ruim e o pior, qualquer dos caminhos escolhidos conduziu sempre ao precipício.

A tão esperada imunidade de rebanho, pretendida agora por especialistas em medicina sanitária, poderia, com muita propriedade, ser aplicada e estendida também ao rebanho formado por eleitores, conferindo-lhes a capacidade de manter-se distantes e infensos aos apelos encantatórios desses seres das profundezas.

A oportunidade para que os eleitores reflitam é dada pelas consequências auferidas ao final, nos governos de um e de outro, o que, em si, pode se constituir em um poderoso alerta do que virá. O problema aqui é colocar na mesma balança a baixa qualificação dos eleitores e, por inércia, de seus candidatos. Em país algum, submetidos no passado aos rigores e traumas, seja de uma extrema-direita ou extrema-esquerda, candidatos com esse perfil jamais ousariam apresentar-se ao público.

Mas, em se tratando de Brasil e sua estranha mania em autoflagelar-se em penitências inócuas, tudo parece possível. A opção entre candidatos tão assemelhados em seus vícios, com os mesmos perfis anacrônicos, moldados num personalismo populista e vazio e que já não deveria ter lugar em pleno século XXI, faz do Brasil um laboratório aberto não apenas para o estudo epidemiológico do Covid, mas também para um estudo dos efeitos colaterais de uma democracia jamais levada a sério neste país.

Exemplo desses extremos a se tocar nas pontas pode ser facilmente constatado nas semelhanças que unem o negacionismo científico e desdém apático pela pandemia de um, e a defesa feita pelo outro, da importância maior que teriam a construção de gigantescos e dispendiosos estádios de futebol, em comparação aos hospitais. Não por ironia do destino e, talvez como um alerta aos eleitores, muitos desses estádios fantasmas, a relembrar a derrota vexaminosa da seleção para a Alemanha, servem hoje como espaços surreais para a instalação dos hospitais de campanha, numa tentativa de suprir a deficiência histórica de nossos centros de saúde, sucateados e constantemente lotados.

Até mesmo a escolha racional baseada num caminho do meio, de consenso e de concertação, e que parece não existir no horizonte, tem mostrado como é difícil, neste país, sair do impasse e das opções pelo caos. Quem poderia, dentro das possibilidades que temos à mão do eleitor, apresentar-se como tal, certamente, viria sob uma roupagem ou um cavalo de Troia a esconder um Centrão sempre pronto a tudo em troca de vantagens. É nesse ponto que vamos sentir o desejo de voltar atrás, em busca, quem sabe, de refazer todo o trajeto, a começar por uma profunda reforma política e eleitoral.

A frase que foi pronunciada:

Se vais sair à frente para descrever a verdade, deixa a elegância para o alfaiate.”

Einstein

Arthur Sasse/Nate D Sanders Auctions/Reprodução

#EuLiParaVocê

Osmar Arouck, da Biblioteca do Senado, gravou um pequeno trecho da obra “O Carnaval dos Animais”, de Moacyr Scliar. Postamos o link no Blog do Ari Cunha para você ouvir. Que boa ideia Arouck! Inclusive o lado social e inclusivo dessa iniciativa.

Correios

Com administração eficiente, o resultado mostra a retomada dos Correios. R$ 1.53 bi que representam 84% de aumento no patrimônio líquido em relação a 2019. No início de julho do ano passado, divulgamos a intenção do general Albuquerque de implementar os lockers em Brasília. Já foram inaugurados na Agência Central dos Correios, da Administração do Paranoá, no Conjunto Nacional, no Shopping Popular de Ceilândia, no Home Center Castelo Forte, em Vicente Pires e no Jardim Botânico, no Shopping Plaza Alto do Sol. Lockers são armários onde os clientes contratam para receber a correspondência ou produtos fora do domicílio.

Foto: L.C. Leite/Folhapress

Elo

Pneu de Ferro é o nome da operação da PF para desmontar o tráfico internacional de armas. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os mandados de prisão temporária fecharam as investigações que se iniciaram desde 2019. Tudo começou no Galeão, quando fuzis e outros apetrechos foram apreendidos. A ligação com as cidades de Kissimmee, Orlando e Tucson nos Estados Unidos era o elo que deu a partida nas pesquisas investigativas.

História de Brasília

O ponto de táxi da Igrejinha está sem telefone. Presta relevante serviço a uma área muito grande, e bem que merecia um aparelho. Merecia, também, a fiscalização de Serviço de Trânsito a propósito do uso de taxímetro. (Publicado em 02.02.1962)

 

 

Passado que não passa

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Foto: divulgação

 

Quem acompanha o noticiário nacional, mesmo superficialmente, observa que o Brasil, ao contrário do resto do mundo, parece congelado no tempo, como embalsamado numa espécie de cápsula à espera de um futuro que teima em não chegar. Chama a atenção nesse caso a foto, um tanto oportunista, mostrando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula com o já tradicional cumprimento, trazido pela pandemia, que antepõe punho contra punho.
Fôssemos analisar com mais acuidade a foto, como fazem os investigadores, em busca, quem sabe, de algumas evidências que estariam postas naquela reunião, por detrás das lentes e nos bastidores desse encontro estratégico, muitas pistas saltariam aos olhos.
De cara, é possível notar que, nesse cumprimento, FHC aparece usando o braço direito e Lula o esquerdo. Mostra ainda que FHC usa um suéter na cor vermelha e sugestiva de algum gosto, ideológico, por esse matiz, enquanto Lula parece metido num velho paletó na cor cinza azulado, indefinível como uma esfinge.
Na foto, FHC, a despeito da diferença de idade com Lula, aparenta ser mais novo e conservado, enquanto o cacique, do que ainda resta do Partido dos Trabalhadores, se mostra envelhecido e corroído pelo tempo e pelos excessos, que não foram poucos.
No olhar de ambos, também se nota uma diferença básica. Enquanto FHC parece exibir um olhar mais risonho, talvez de deboche, Lula tem nos olhos aquela expressão de desconfiança, próprio daqueles que não confiam em ninguém, talvez já nem em si próprio.
O tempo passado na prisão, deu a Lula aquele ar assustado próprio de ex-prisioneiros temerosos de que algum dia possam voltar à cela. O fato é que o tempo passou para ambos, mas apenas Lula não viu.
Em sua época, enquanto os holofotes ainda iluminavam sua figura, FHC teve a chance de ouro de fazer, como todo o presidente, seu sucessor, abrindo caminho para a consolidação de uma economia do tipo liberal, como proposta por sua equipe econômica. Preferiu seguir como um tipo de ativista universitário, dando passagem para Lula e para tudo o que ocorreu em seguida.
Nesse sentido, FHC é um dos artífices do Lulopetismo, embora tenha sido perseguido e renegado pela turma que o ajudou a colocar no poder. Há quem diga que, hoje, Lula mais se parece com um Maluf de esquerda, embora o que lhe falte em capacidade de trabalho, sobre em perspicácia e malabarismos políticos.  Nesse caso, é preciso notar que Lula, em sua época, também foi cumprimentar Maluf, dentro do que se pode conceber como um falso jogo de cintura política, já que ambos são cara e coroa da mesma moeda fundida em São Paulo.
No almoço, em que foram seladas possíveis estratégias para derrotar Bolsonaro em 2022, patrocinado pelo onipresente e ex-ministro Nelson Jobim, um sucessor de Márcio Thomás Bastos, nas táticas de livrar Lula de enrascadas com a lei, o cardápio servido foi, como não podia deixar de ser, a pavimentação para um possível retorno de Lula ao Palácio do Planalto, quem sabe, levando a tiracolo José Dirceu, Jean Willis, filiado ao PT, Gleisi e toda trupe, numa espécie de revival do inferno zodiacal do Brasil, a aprisionar o país num passado que não passa e num futuro que não chega.
A frase que foi pronunciada:
“Há heranças malditas que viram benditas e benditas que viram malditas.”
Dona Dita, achando graça no BBB da política.
Cahrge: oestenewsorg.wordpress.com
Perigo
Com todas as discussões sobre áreas verdes, bandidos estão se aproveitando para se passarem por agentes da Agefis. Pedem para entrar no terreno para averiguar a demarcação e cuidados.
Reprodução da internet
Deu no Deutch Welle
Quem pesquisou foi o pessoal do Greenpeace. Enquanto a Alemanha critica o Brasil pelos maus-tratos ecológicos, despacha para esse mesmo Brasil, que aceita tudo pelo imediatismo das vantagens, agrotóxicos proibidos na própria Alemanha. As frutas brasileiras pesquisadas eram exportadas para o país germânico.
Charge: Arionauro Cartuns
Partida
Sálvio Medeiros Costa e José da Costa Oliveira. Dois servidores exemplares do Ministério da Fazenda. Hoje, nos despedimos de Sálvio, que encontra o amigo José em outra dimensão.
Experiência
Juliana Seidl é doutora no assunto e está espalhando conhecimento para diminuir o sofrimento das pessoas com etarismo, ageismo ou idadismo. Esteriótipos e discriminação embutidos no preconceito tendo a idade como referência. Leia mais sobre o assunto no link https://www.instagram.com/p/CPJKpsxF1SU/.
História de Brasília
O que há com o ensino em Brasília é isto: Há 13 alunos para cada professora, e o prefeito mandou sustar o concurso, e as novas admissões. (Publicada em 02.02.1962)

Aconteça o que acontecer

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Ilustração: amambainoticias.com.br

 

Desde 2005, quando estourou o escândalo do Mensalão, época em que a cúpula do Partido dos Trabalhadores usou o dinheiro público desviado para, literalmente, comprar parlamentares para que votassem a favor do governo, boa parte da população brasileira, surpreendida e profundamente decepcionada com a classe política, vem acompanhando, par i passo e com atenção redobrada, o cotidiano de corrupção em que se transformou o Estado desde a redemocratização.

Os vinte anos de governos militares não foram suficientes para fazer ver, à classe política, a importância e a ligação estreita existente entre ética pública e democracia para todo e qualquer projeto que favoreça a governança e a unidade nacional. Sem essa relação de respeito mútuo entre as elites dirigentes do país e a população, governo algum é capaz de lograr êxito em administrar uma nação.

A perda de credibilidade dos políticos, de modo geral, tem efeito direto sobre a qualidade de nossa democracia. Os seguidos episódios de malversação dos recursos públicos, desde a volta dos civis ao poder em 1985, têm efeito negativo sobre a imagem do país, dentro e fora do Brasil, e mais do que isso, têm favorecido, sobremaneira, os períodos de crise institucional, que, de tão frequentes, foram transformados em cíclicos.

Prova de que o mal desempenho da classe política tem suscitado crises sociais, econômicas e mesmo políticas é o fato de que não há um único governo, nesses últimos tempos, que não tenha sofrido desgastes públicos com a sequência, sem fim, de Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs). A situação é esdrúxula em si. Há governo, há CPI. O pior com esse tipo de realidade surreal é que nem a composição dos membros dessas diversas CPIs, nem os governos investigados até aqui, conseguiriam obter a absolvição total caso fossem, de fato, submetidos aos rigores de um tribunal sério e isento.

Como cada governo que chega corresponde uma CPI específica e ruidosa, e como cada uma dessas Comissões Parlamentares de Inquérito, mesmo lavando a roupa suja em público, nada resultam em medidas práticas e realistas para sanear o Estado de modo definitivo, fica evidente que o desperdício do dinheiro público, em tantas transações suspeitas ao longo desses últimos 35 anos, é também gasto em Comissões que, ao fim e ao cabo, viram pó, tão logo são encerradas.

Ocorre que, sem elas, a coisa seria pior, se é que isso pode ainda ocorrer em se tratando de Brasil. Aconteça o que acontecer, daqui para sempre, a figura do ocupante do Palácio do Planalto, bem como dos governadores e prefeitos atuais, ficou na memória dos brasileiros como ligados diretamente à pandemia e todas às agruras que ela produziu, aconteça o que acontecer nessa CPI. Essa já é, em si, uma penalidade e tanto.

Frase que foi pronunciada:

Perguntas simplórias sem contextualização, sem a compreensão do que nós estamos falando, não vai atender às pessoas que estão nos esperando. Eu vou responder todas as perguntas, sem exceção, e coloco de outra forma. Podem ter certeza, eu não vou ficar repetindo uma palavra. Eu vim com bastante conteúdo e eu pretendo deixar claro à população brasileira e a todos os senhores todos os fatos e verdades que aconteceram sob a minha gestão. Perguntas com respostas simplórias eu gostaria até que não fossem feitas. Me perguntem coisas com profundidade.”

Ministro Pazzuello na CPI do Covid

Debate

Celeuma forte entre o youtuber e comentarista político Caio Copolla e o deputado Kim Kataguiri. Veja a seguir.

Parceria

De piscinão para prainha, o governo busca parceria para a manutenção e segurança do local. Exemplo de desobediência às práticas sanitárias em tempos de pandemia, o local fica lotado de adultos e crianças sem máscaras e vende cerveja à vontade, na beira da estrada. É diversão garantida aos frequentadores e aborrecimento total aos moradores da redondeza.

Foto: DF Legal/Divulgação

Seca

No início da seca no DF, é preciso evitar as queimadas de quintal. Ainda é possível ver motoristas arremessando cigarros no asfalto, atitude de total desrespeito e perigo.

Foto: Minervino Junior/CB/D.A Press

Trânsito

Por falar nisso, a Câmara Legislativa está com audiência pública online para debater a educação no trânsito. A chamada foi feita pelo deputado distrital Valdelino Barcelos (PP), presidente da Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CMTU).

Deputado distrital Valdelino Rodrigues. Foto: cl.df.gov.

Hackers

Aconteceu em maio de 2011. Gerou a lei 12.737/12 e uma alteração no código penal. O fato típico era a violação da intimidade e a lei ganhou o nome de Carolina Dieckmann. Às vezes, a intimidade invadida por hackers pode servir até de prova para a Justiça. Só às vezes.

História de Brasília

O que êle alegou como “forças terríveis, até agora ninguém sabe o que foi. E tem feito disto o segredo para não ficar esquecido. Disse agora que não tem medo de caretas, mas teve numa hora em que não deveria ter.” (Publicada em 02.02.1962)

Mentiras históricas

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Charge do Duke

 

Que futuro harmonioso caberia a um país que tem construído seu caminho histórico com base em mentiras, meias verdades e outras imaginações fantasiosas? Essa é uma questão cujas respostas só podem ser buscadas em exemplos, também históricos, fornecidos por outras nações, ao longo do tempo. O que se sabe, a priori, é que parece existir uma relação subjacente entre progresso material e a capacidade de dizer a verdade de modo franco e aberto.

A verdade parece também estabelecer um vínculo direto entre o que é projeto e realidade. Para os antigos, a verdade sempre esteve ligada ao conceito do belo e da harmonia, querendo significar que somente por meio do atributo da ética moral é que se obtém a evolução humana. Já os religiosos e todos os mestres da espiritualidade sempre destacaram a importância da verdade para uma vida plena de realizações. Para isso, chegavam, inclusive, a dizer que todo mal tem sua origem numa raiz comum que é a mentira.

Houvesse um ranking internacional de classificação de nações, cujo critério fosse a capacidade de seu povo e principalmente de seus líderes de dizerem a verdade, mesmo em momentos adversos e delicados, por certo, o Brasil ocuparia o final da lista. Sem mais delongas, somos o que somos. Ou seja, um país em que dizer uma mentira é tão fácil como dizer bom dia. Fomos, de fato, desde o período das capitanias hereditárias, no século XVI, construindo nossa caminhada ao longo do tempo apoiados em mentiras e outras enganações. Até mesmo antes de ocuparmos esse continente, que já possuía donos há milênios, fizemos os primeiros contados com os povos dessa terra com base em falsas promessas de intercâmbio e amizade, para depois escravizá-los de modo bárbaro, tomando-lhes o chão ancestral, sem qualquer traço de remorso.

Com as Capitanias Hereditárias, recebidas, por doação, das mãos do rei português D. João III, numa espécie de parceria público-privada, das 14 entregues, apenas duas prosperaram. As restantes malograram em falsas promessas, quando o confronto com a realidade selvagem, que nada mais era do que a verdade da situação, se antepôs às mentiras e ao pouco apreço dos donatários com uma tarefa dessa envergadura.

Só nesse período, excetuando as capitanias de São Vicente e Pernambuco, que obtiveram relativo sucesso, duzentos anos se passaram entre mentiras e enganações entre a Coroa e os donatários, com muitos, sequer, dando-se ao trabalho de aportarem por essas bandas. Com o sistema de Governo-Geral, e que resultaria na fundação da primeira capital do país na Bahia, em 1549, prosseguimos na mesma direção torta.

Desse período, o melhor retrato tirado da colônia talvez tenha sido feito por Pe. Antônio Vieira, com o “Sermão do Bom Ladrão” em 1655, onde o clérigo relata a situação de uma colônia que parecia já não ter remédio, tomados por “ladrões de maior calibre e de mais alta esfera e aos quais os reis encomendam o governo das províncias, ou a administração das cidades… e que furtam e enforcam”.

Apenas para ficar nesses primórdios de nossa história, muito antes do primeiro e segundo império, da proclamação da República e de outros fatos históricos, a maioria deles apoiados no alicerce da mentira e da enganação, que em um átimo de tempo nos conduziu ao ponto em que hoje estamos.

A frase que foi pronunciada:

Um lado interessante da CPI do Covid são as amizades impossíveis sendo desenhadas pela conveniência.”

Dona Dita, pensando enquanto monta um tabuleiro de xadrez

Exemplo

José Antonio Reguffe é o parlamentar do DF, incluindo todos senadores e deputados, que mais destinou recursos de suas emendas ao Orçamento da União para a Saúde do DF. Só este ano, foram R$ 11,2 milhões. Foram R$ 8,2 milhões para a compra de equipamentos para os hospitais públicos do DF, como tomógrafos, ventiladores mecânicos e oxímetros. E mais R$ 3 milhões para custeio e aquisição de medicamentos para a rede pública de saúde do DF. “Estou cumprindo a minha obrigação, fazendo a minha parte e dando uma contribuição prática, dentro do que é da alçada de um parlamentar, para melhorar a saúde pública que a população tanto precisa”, disse o senador Reguffe.

Senador Reguffe. Foto: senado.leg.br

Mecanismo

Faltam mecanismos, como o portal da transparência, onde a população possa acompanhar a verba destinada pelo parlamento ao executivo federal e local; onde foi efetivamente aplicada. Só esse mecanismo acompanhado por fiscais, auditores e população já bastaria como prestação de contas, atividade fundamental para quem recebe verbas. Ter as contas fechadas e aprovadas seria a condição para receber novas verbas. Simples assim.

Print: transparencia.df.gov

Campanha

Agasalhos, cobertores, lençóis, em boas condições de uso podem ser doados na Administração do Lago Norte. A campanha do GDF tem as administrações como parceiras.

Cartaz: GDF

Dúvida

Por que as pessoas que defendem a segurança das urnas são contrárias ao voto impresso?

1. Não é para substituir. Trata-se de um custo que paga a democracia. Eletrônico + online = segurança máxima. Não há o que temer.

2. O sigilo do voto é mantido porque o eleitor confere em quem votou e deposita o impresso na urna.

3. Mais valem 2 horas na fila do que 4 anos em dúvida

Foto: blogdoeliomar.com.br

História de Brasília

Veio a onda de bilhetinhos. Cometeu não cometeu o êrro de português no discurso de posse. Fica proibida qualquer luta de galo. O Jóquei Clube só funcionará aos domingos. Miss, sim, mas sem maiô. (Publicado em 02.02.1962)

Quando esse dia chegar

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Charge do Laerte

 

É certo que, em um dia, não muito distante, alguns ou muitos dos figurões envolvidos nas maiores trapaças de corrupção de nosso tempo revelarão, em suas “memórias”, todo o imenso cipoal de negócios escusos que, durante as duas primeiras décadas de nosso século, quase levaram o Brasil à falência. Principalmente os protagonistas centrais de Operações como a Lava Jato e congêneres.

Até mesmo integrantes das altas cortes do Judiciário, que nesses episódios tiveram participações contra e a favor dos delinquentes de colarinho branco, terão muito a revelar quando esse dia chegar. Basta apenas que um desses personagens, acometido pelos remorsos que a idade avançada traz em sua bagagem volumosa, venha a ter um surto de sinceridade pré morte, confessando tudo para aliviar o peso excessivo de suas lembranças para a viagem eterna.

A partir daí, como num processo desembestado de inércia, todos contarão o que viram e ouviram, até para não ficarem diminuídos nessa trama farsesca. Por certo, haverá aqueles que, por pretenso dever ideológico, nada dirão. Ou, se vierem a narrar suas façanhas, o farão não no papel de vilão, mas travestido do mais nobre dos ideais. Para esses farsantes, a idade avançada tratou de transformá-los não em velhos, mas em velhacos, com todas as suas rugas e resmungos falsos.

Esse, enfim, seria um processo natural de passar o país a limpo e expor os fatos tal como eles ocorreram e não como imaginam a justiça, a mídia e os bajuladores. O método correto para repor as coisas em seus devidos lugares, como fazem os países civilizados, expondo toda a verdade ao público, para que histórias como essas não voltem a se repetir, deveria ser feito nos tribunais, dando, a cada um desses famigerados protagonistas, a pena segundo a atuação de cada um.

Mas, em se tratando do Brasil inzoneiro e do “jeitinho”, o que parecia, num primeiro momento, uma verdadeira revolução de costumes, mandando todos os implicados direto para o xadrez, virou uma ciranda em que, aos poucos, cada um foi sendo posto em liberdade, revendo todo o gigantesco processo, como se nada tivesse ocorrido de fato.

Pelas firulas e as filigranas jurídicas, um a um foi sendo solto, de volta às ruas e, potencialmente, a novos crimes. Pelas mesmas brechas os juízes e rábulas fizeram das leis o seu avesso e hoje condenam aqueles que ousaram condenar gente tão poderosa. Quando esse dia chegar, é quase certo que muitos desses emplumados advogados de defesa, enriquecidos com os honorários oriundos do farto butim, talvez venham a revelar, ao público, as confissões inconfessáveis de seus clientes.

De certo, sabe-se apenas que, quando esse dia chegar – se chegar – a maioria dos membros dessa verdadeira quadrilha estatal já estará, para fins da justiça e da lei redigidas pelos homens, anistiada, perdoada, arquivada, prescrita e até esquecida. Mas terá, de fato, acertado as contas com o cidadão de bem que tudo acompanhou perplexo? Terá acertado as contas com a ética pública? Estará, de fato, perdoada pela história?

A frase que não foi pronunciada:

Receita perigosíssima: coloque na mesma panela de assuntos o Coronavírus, política e dinheiro. Certamente esses ingredientes juntos não salvam vidas.”

Dona Dita pensando com os botões que, na sua idade, nunca havia presenciado a doença ideológica.

Charge do Caco Galhardo

Armadilhas

São muitas as localidades no DF em que o hábito de recolher os excrementos dos animais durante o passeio ainda não existe. Há que se fazer uma campanha nesse sentido para convencer as pessoas que ainda não pensam no bem comum.

Foto: Freepik

Susto

Com um batalhão perto, não justifica assaltos acontecerem no Deck Norte. Meliantes se aproveitam da falta de policiamento para furtar transeuntes. É preciso redobrar a presença.

Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

Solidariedade

Santos inocentes é uma instituição que abriga adolescentes grávidas ou mulheres sem apoio algum para criar seus filhos. Neste momento, a necessidade é enorme. Cobertores, fraldas, alimentos… Contatos: 99437321 ou 3359287.

Colheita

Anos atrás, era comum pescadores trazerem filhotinhos de jacarés e soltar no lago. Dê uma espiada no vídeo a seguir para ver as surpresas nessas águas doces.

História de Brasília

Parece tão pouco tempo. A avalanche de carros de São Paulo dominando a cidade, a sede de vingança se espraiando por toda a parte. A solenidade de manhã no Palácio do Planalto, o pessoal da CMTC com um retrato do homem e um kepi que não chegou a ser entregue. (Publicada em 02.02.1962)

Sem futuro à vista

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Codevasf. Foto: Cássio Moreira/Codevasf

 

Assim como a noite segue o dia, todos os prognósticos feitos acerca da entrada espetacular do Centrão no governo Bolsonaro davam conta de que, mais cedo ou mais tarde, não tardariam a surgir os escândalos de corrupção pelo mau uso e até os desvios de recursos públicos na máquina do Estado. Esta é, em última análise, o que acabou se transformando a expressão criada pelo cientista político Sérgio Abranches, denominada “presidencialismo de coalizão”.

Só que com uma diferença básica: no artigo publicado, ainda antes da promulgação da Constituição em 1988, Abranches se referia à possibilidade de vir a ser formado, no sistema político nascente, uma espécie de combinação entre o modelo tradicional de presidencialismo de caráter imperial, onde o Executivo se sobressaia no comando do país, passando, depois da Carta, a se submeter, até para viabilizar o próprio governo, às diretrizes propostas por um conjunto multipartidário com assento no Congresso. Como tudo neste país tende para a deformação, com o princípio do “presidencialismo de coalizão” não foi diferente.

Na verdade, é possível afirmar que as brechas e lacunas existentes na Lei Maior, e mesmo aspectos do caráter de nossa classe política, centrada na ideia de trocas e negociação de vantagens imediatas, possibilitou o surgimento institucional do mais puro modelo fisiológico de toma lá dá cá. Junte-se essa anomalia política ao fato da existência, ainda, de uma grande quantidade de empresas estatais, e está formada a mais letal e perniciosa mistura, capaz de não só dilapidar o bem e os esforços públicos, mas, acima de tudo, facilitar a perpetuação de crises institucionais cíclicas, quer pelas ameaças de impeachment, quer pela possibilidade de o Legislativo vir a usurpar dos poderes próprios do Executivo.

Para complicar ainda mais uma situação que, em si, já é por demais delicada e instável, abre-se também, nesse desconcerto da nossa República, as seguidas intromissões do Judiciário no Executivo, por meio do que ficou conhecido por judicialização da política.

É, nesse Inferno de Dante, que o presidente Jair Bolsonaro tem que se enquadrar para governar minimamente. Ideologias à direita ou à esquerda pouco importam nesse esquema de governança do país. Todos, invariavelmente, acabam em escândalos que logo são amainados pela cumplicidade e por um nefasto espírito de corporativismo, em que todos se protegem e irmanam.

O escândalo da vez envolve a empresa estatal Codesvasf, uma das joias desejadas por nove em cada 10 políticos do Nordeste. Por isso mesmo, entra e sai governo e a empresa permanece em destaque no organograma do Estado. Obviamente que não são só os R$ 3 bilhões de um orçamento secreto a criar o mais novo escândalo. Nos governos petistas, as oportunidades estavam mais centradas na Petrobras. Deu no que deu.

Agora, está sendo a vez da empresa de desenvolvimento do Vale do São Francisco. Todas as estatais, sem exceção, sofrem por um processo tremendo de loteamento político, o que, em resumo, acaba por direcionar todas as estratégias dessas empresas aos caprichos e desejos da classe política, deixando em segundo plano os reais interesses nacionais.

Com o presidencialismo de coalizão deformado, desde sua origem, somados à política de porteira aberta das estatais para a classe política e à flagrante imiscuição de um Poder sobre outro, não surpreende que o Brasil siga aos tropeços, sem presente e nem futuro à vista.

 

A frase que foi pronunciada:
“A aprovação foi possível porque houve o mesmo balcão sujo de negócios. É vergonhoso identificar a mesma situação que acontecia no governo de FHC, com parlamentares pensando mais nos seus negócios pessoais e políticos do que nos interesses da maioria da população.”
Heloísa Helena, então senadora, em 4 de junho de 2004, no início da gestão petista. Registro da Agência Senado.

Ex-senadora Heloísa Helena. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado.

Segunda
Quem precisou do Detran não conseguiu acessar os serviços pela Internet. Sistema fora do ar.

Foto: Divulgação/Fazenda DF

Padaria Portuguesa
Na padaria da 709 Norte, um novo golpe. Confira sempre o valor da compra com o valor do recibo do cartão. Quem precisa de óculos para ler está levando prejuízo sem saber. Veja a seguir.

Mais um
Ao fazer o cartão do Atacadão, no final da Asa Norte, em busca de descontos, o cliente que pensa ser um cartão exclusivo do mercado engana-se. É um cartão de crédito, e a informação só é dada no final do atendimento.

Foto: cartaoatacadao.com

História de Brasília
Ontem, ninguém comemorou, mas todo o mundo lembrou que fazia um ano que o sr. Jânio Quadros assumia o poder, recebendo a faixa das mãos do dr. Juscelino. (Publicado em 02.02.1962)

Homeopatia

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Proposta de voto distrital é defendida por manifestantes em protesto contra Dilma. Foto: reprodução

 

Até mesmo venenos fulminantes à vida, quando corretamente diluídos, transformam-se em remédio contra a morte. Esse conceito homeopático também pode ser aplicado à natureza das dosagens, tanto do ponto de vista político quanto econômico. Também dentro desse conceito simples, alinham-se as mudanças de rumo, principalmente aquelas radicais que parecem conduzir para o abismo.

O embate permanente opondo a maioria dos governadores de estado contra o Governo Federal, na figura do presidente da República, a quem acusam de apatia e indiferença no combate ao Covid-19, surpreendentemente, pode resultar em algo de positivo para o país, caso essa rebelião se estenda também para um definitivo estabelecimento de uma República Federativa que ponha fim à centralização excessiva do Executivo. É isso ou será o veneno da radicalização.

O golpe que instaurou a República como a forma de governo, ao prometer a superação da monarquia constitucional de D. Pedro II por um governo mais moderno, não conseguiu, em tempo algum, estabelecer uma verdadeira federação de estados, mantendo um centralismo, até maior, em torno do Poder Executivo e fazendo, das unidades federativas, entes sem vontade própria, dependentes e submissos ao governo central.

É esse modelo que parece estar em vias de ser rompido para o bem do país continente. Só que, nesse caso, para que o veneno se transforme em remédio, será preciso antes retirar, dos governos estaduais, os mesmos vícios que mantém o Governo Federal distante do restante do país. O mesmo centralismo visto no Executivo Federal é reproduzido nos estados com relação aos municípios sob sua jurisdição.

Para que esse remédio venha a surtir o efeito de fazer, do Brasil, uma República Federativa, conforme manda a Constituição em seu Art. 1º, é necessário ainda a adoção de mecanismos políticos que ajustem o modelo de representação àqueles propostos pelo voto distrital, matéria essa que já foi aprovada, inclusive, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado em 2017, e que ainda não rendeu frutos prometidos.

A decisão de implementar o voto distrital, mas no seu modelo misto, inviabilizou, de forma brutal, a consolidação de uma federação de estados, uma vez que deixou aberta a possibilidade de metade dos representantes no parlamento ser ocupada por candidatos escolhidos diretamente pela lista elaborada pelos partidos ou, mais precisamente, pelos caciques partidários. Isso criou uma espécie de eleição indireta, aos moldes do antigo regime militar, com a diferença de agora essas escolhas ou imposições das siglas se fazerem em cima dos bilhões de reais dos fundos partidários e eleitorais que irrigam esses partidos.

Para uma representação política feita pela metade, restou, obviamente, uma República Federativa também pela metade. A rebelião dos governadores poderia ser uma porta de entrada para a fixação do modelo federativo, mas isso também esbarra na qualidade dos governadores eleitos, a maioria adepta fervorosa do atual modelo enviesado que temos. Por enquanto, o veneno é cem por cento veneno.

A frase que foi pronunciada:

A capacidade de problematizar significa a condição que se tem de perguntar por que certo princípio deve triunfar sobre outro.”

Clóvis de Barros Filho

Clóvis de Barros Filho. Foto: Felipe Gabriel.

Balancéu

Se sobra coragem de usar um balanço que fica a mais de 1200 metros acima da vista, a emoção é garantida. A novidade pode ser experimentada na Chapada da Contagem. Hoje será a inauguração.

Foto: divulgação
Foto: divulgação

Sensato

Enfim, a Secretaria de Obras providenciou o recuo em algumas paradas de ônibus. Não atrapalham mais o trânsito, que segue no fluxo.

Novidade

Neoenergia Distribuição Brasília é o novo nome da CEB. Por enquanto, nada de diferente para os consumidores e pouca coisa mudou para os funcionários. Os planos vêm a seguir.

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Olhos d’água

O parque instalado na Asa Norte, graças à dedicação de moradores que insistiram na importância daquela área, sofre agora com a ação de moradores de rua. Não por eles serem desordeiros, mas pela necessidade de usar o parque como única referência. Talvez o local precise de mais lixeiras para não ferir as nascentes e mais humanidade para abrandar a alma dessas pessoas abandonadas pela sociedade.

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Falta algo

Turista comenta que o Trecho de Triagem Norte parece uma obra inacabada. Pistas que são, sem ser, interrupções meio improvisadas, falta de iluminação. Quem conhece um anel viário atesta que muito ficou a desejar nessa obra.

Foto: Toninho Tavares/GDF/Divulgação

História de Brasília

Em seguida, virão as Divisões de Orçamento de todos os Ministérios. Aí, pronto. Até os deputados vão ficar aqui para acompanhar as subvenções dos seus eleitores. (Publicada em 01.02.1962)

O povo brasileiro mudou para melhor

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Charge do Quino

 

Estudiosos das comunicações e dos fenômenos das interlocuções humanas no Brasil foram, todos, sem exceção, apanhados de surpresa com a eleição de um presidente da República, consagrado pelas urnas graças ao poder de penetração e de irradiação instantânea das mídias sociais. Jornais, revistas, televisão e mesmo as rádios ficaram em segundo plano, perdendo o posto de 4º Poder. Com isso, ficam, na poeira da estrada e do tempo, os cidadãos Kane daqui e doutras bandas do mundo.

Isso é bom? É ruim? Só o tempo dirá. Colocada, desde sempre, como porta-voz da sociedade, a democracia muito deve ao papel da imprensa. Principalmente numa América Latina, acostumada a viver longos períodos com baixos índices de liberdade. De fato, o que assusta os entendidos dos fenômenos da comunicação é a chegada, repentina, de um novo player no jogo de convencimento da população. Claro que a eleição do candidato do PSL contou, também, com a enorme rejeição de seu concorrente e apoiadores, transformados, nas mídias sociais, numa espécie de quadrilha criminosa.

Mesmo o poderio fatal das fake news, que transitam no mesmo espaço das novas mídias, foi incapaz de suplantar a vontade popular, dando vitória a um candidato que é o antípoda da turma de esquerda. Esse mesmo fenômeno havia acontecido durante a campanha de Barack Obama nos Estados Unidos. Naquela ocasião, as mídias tradicionais também foram surpreendidas com esse novo poder que se anuncia.

De fato, ao disponibilizar a posse de um celular na mão de cada brasileiro, uma revolução silenciosa foi operada, inaugurando uma nova categoria de cidadão onipresente e de uma democracia direta e instantânea. Nem mesmo os maiores especialistas no assunto sabem ao certo se esse fato, no futuro, será positivo ou negativo. O certo é que essas novas tecnologias vieram para ficar e acabaram ocupando um espaço que muitos nem sabiam que existia.

Bolsonaro sempre se comunica diretamente com a sociedade e com seus apoiadores por meio das redes sociais. Utiliza esse recurso quando acha necessário ou quando um assunto passa a ocupar a preocupação dos cidadãos, o que não havia antes. Só vinha a público o recado de um presidente da República em horário nobre da TV. Era impensável ouvir a versão do comandante do país sobre qualquer assunto, em tempo real, ao alcance das mãos.

Obviamente que um fenômeno dessa magnitude, em muitas partes do planeta, tem sido estudado e esmiuçado de perto. Em coletiva recente, o presidente eleito, convencido da independência conquistada com as redes sociais, impediu, pela primeira vez na nossa história, que importantes redes de jornalismo tivessem acesso à sua entrevista. O que poucos entenderam até agora é que o poderio não é só das redes sociais.

A frase que foi pronunciada:

Não importa se o remédio é ou não farinha, o que cura é a bula.”

Luís Fernando Veríssimo

Foto: Alice Vergueiro/Abraji

E vigiai

Comunidade Cristã está de olho no Instagram. Leitora conta que, para o Ramadan, celebraram a data com ilustrações do calendário islâmico para o mês da prática do jejum dos muçulmanos. O mesmo foi feito com o novo ano chinês, e a rede social não fez nenhuma menção sobre a Páscoa.

Novidade

Hoje, o portal da Câmara Legislativa será repaginado. Com informações históricas mantidas e separação de assuntos mais abrangente. A Coordenadoria de Modernização de Informática da Casa (CMI), em parceria com os gabinetes parlamentares, trouxe sempre como objetivo facilitar o acesso da população às informações produzidas e à atuação parlamentar na CLDF.

Foto: Carlos Gandra/CLDF

Sem fundo

Por falar em Câmara Legislativa, um projeto de Chico Vigilante dispensa a cobrança de juros e multas moratórias sobre o valor total do IPVA e IPTU dos exercícios 2020 e 2021, pagos em atraso, no âmbito do Distrito Federal, em razão do estado de calamidade pública decorrente da pandemia do novo Coronavírus. O dinheiro economizado aí poderá ser usado para o aumento da gasolina, gás de cozinha, água e luz. Fora a alimentação, com preços já estratosféricos.

Deputado Chico Vigilante. Foto: cl.df.gov

Rígidos

Importante a ideia de inicialização de assuntos de trânsito nas escolas, inclusive com turmas do ensino fundamental. Ninguém melhor que um filho para ensinar comportamento no trânsito aos pais.

Foto: cpt.com

Prestação

Senador Rodrigo Pacheco instalou a CPI do Covid e ampliou o escopo de investigações, aceitando o documento do senador Girão, que quer saber, por exemplo, onde foram usados os recursos federais pelos estados e municípios no combate ao Covid-19. A qualquer dinheiro saído dos cofres públicos, a exigência da prestação de contas é o mínimo que se espera. Afinal, trata-se do uso de impostos pagos pelos cidadãos.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

História de Brasília

Resta, entretanto, que a Novacap veja, que ao lado dos mercadinhos há um barraco de madeira, o “Peixe e Gelo”, que vende camarões a 800 cruzeiros enquanto que uma peixaria, que paga impostos e aluguel, vende o mesmo produto por 650 cruzeiros. (Publicado em 31.01.1962)