A ciência em tempos de obscurantismo

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Foto: Reprodução/Facebook

 

Uma das vozes balizadas, que fala em nome da pesquisa científica no país, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) já adiantou, e em diversas ocasiões, que a ciência do país vive atualmente num ambiente de aridez semelhante ao encontrado no romance Vidas Secas, de Graciliano Ramos, que mostra a dificuldade de sobrevivência em meio ao ambiente hostil e ao descaso do governo com investimentos.

Ao contrário do que pode acreditar o atual governo, é preciso que alguém firme na cabeça do chefe do Executivo a convicção de que sem ciência não há possibilidades de haver desenvolvimento sustentável e contínuo. Sem essas premissas, qualquer governo está fadado ao fracasso. Ou ele encontra um meio de reconciliação com a ciência e os cientistas, fomentando pesquisas e apoiando o trabalho árduo desses profissionais especializadíssimos, ou o país permanecerá no limbo, exportador de matérias-primas, numa repetição do que foi o seu passado histórico, como colônia, à mercê dos humores das grandes metrópoles, dependente e à margem do mundo desenvolvido.

Alguém dentro do governo precisa convencer o mandatário que a ciência e a pesquisa representam hoje o referencial de riqueza de uma nação. Já foi dito que nenhuma nação moderna logrou experimentar o pleno desenvolvimento, abrindo mão da ciência e da pesquisa. A pecha de que o atual governo se pauta pelo atraso e pelo que chamam de negacionismo científico precisa ser posta de lado o mais rápido possível. Não em nome de ideais políticos e eleitorais, mas em nome da sociedade a quem todo e qualquer governo deve servir e se submeter. A fonte de recursos, tão necessária para as pesquisas, que não podem sofrer interrupções no processo de continuidade, já secou há tempos. Somente no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), houve recentemente um bloqueio de R$ 600 milhões.

A falta de verbas para a ciência em nosso país, de tão grave, já foi repercutida em várias partes do mundo acadêmico, sendo classificada como um “golpe na ciência”. Laboratórios, centros de pesquisa e outros ambientes onde a ciência é buscada incessantemente para a melhoria de vida das pessoas, encontram-se hoje em visível processo de sucateamento, fechados e entregues ao tempo. Também uma cadeia imensa de profissionais que torna possível o trabalho de cientistas estão sendo prejudicados. Reunir uma equipe de pessoas para fazer funcionar um laboratório de pesquisa, de acordo com as exigências atuais da ciência, não é uma tarefa que se constrói da noite para o dia. Exige preparo, desde o pessoal que cuida da manutenção desses espaços, até das equipes mais especializadas. O mais triste é constatar que, dentro do governo, há ainda indivíduos que sabem desses pormenores e estão impedidos de agir, por conta de uma ala palaciana que encara as ciências e os cientistas como um mundo averso às ideologias políticas de direita e, portanto, inimigos a serem expelidos do Estado.

Não surpreende que, diante de um estado lastimoso que se encontra a pesquisa, e mesmo aqueles estudiosos ligados à preservação do meio ambiente, a imagem do governo, perante o mundo, seja a pior possível. O que parece, para muitos, é que estamos vivenciando um replay dos anos de chumbo, quando o governo passou a enxergar, nos professores universitários e pesquisadores de ponta, inimigos a serem combatidos e expulsos do país.

A penúria de recursos a que está submetida hoje a ciência de ponta, prejudica o país e seu futuro. Condenando brasileiros ao subdesenvolvimento eterno. Numa situação dessas, em que o governo parece ter declarado guerra à ciência e aos adeptos das pesquisas, não chega a ser surpresa que os protestos, seguidos de declarações públicas desses profissionais, contra o descaso do Estado, multipliquem-se a todo momento. Cientes de que o atual governo não cederá espaço às Ciências, professores e pesquisadores de todo o país e até do exterior estão numa espécie de mobilização permanente, protestando abertamente contra a atual gestão e a politização, pouco esclarecida, de um governo avesso declarado desses profissionais.

Em outras partes do mundo, nos países ricos, cientistas e pesquisadores gozam de grande prestígio e, não é por outra razão: são eles que dão os primeiros passos para preparar o futuro material de um país, garantindo instrumentos para os cidadãos enfrentarem os desafios que a todo momento surgem. Um caso exemplar que reforça essa afirmação pode ser conferido na questão do aparecimento, em tempo recorde, da vacina contra o Covid, desenvolvida por países em que os governos apoiam a ciência.

Obviamente que a culpa desse descaso não cabe somente ao Executivo, mas pode ser partilhada com o Legislativo também, onde uma classe política e indiferente não faz esforço algum para apoiar as ciências, preocupados como estão em garantir vantagens apenas para si e para seus grupos no entorno.

Ao comprometer esse importante setor da vida nacional, o que esse governo faz, juntamente com aqueles que o apoiam, é empurrar no abismo uma parte do potencial humano do país, sufocando parte da nossa história em nome de algum propósito qualquer inominável.

A frase que não foi pronunciada:

A ciência deveria explicar a razão de Bolsonaro não usar máscara e estar tudo bem com ele.”

Dona Dita intrigada com as notícias científicas.

Foto: © Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Banalização

Diminuem as notícias sobre Coronavírus e a violência volta a ocupar as páginas dos jornais. É sinal de que as coisas começam a voltar ao normal. Quem poderia imaginar, anos atrás, que espectadores como crianças, idosos e donas de casa pudessem assistir uma tentativa de assassinato desde o começo ao fim. Facas, armas, briga corporal. Foi assim com o PM que estava no dentista e será assim sempre, já que não há instâncias da comunicação que arbitrem sobre.

 

História de Brasília

Mas o Carajá não deixa de ser um homem feliz. Mesmo em contato com o civilizado, vê o confôrto do ar condicionado, o perfume de mulheres, o ronco do avião, e anseia apenas um pano para se cobrir dos mosquitos, uma resina que lhe dê cheiro à pele, e uma piroga na qual possa trazer o peixe. (Publicada em 13/02/1962).

Consequências, tudo o que vem depois

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Foto: Presidência da República – Divulgação

 

Consequências são tudo o que vêm depois, já ensinava o filósofo de Mondubim. Trata-se aqui de um axioma, também pregado pelos budistas e hinduístas, quando falam do carma e das leis provenientes da causalidade moral a que todos nós estamos sujeitos, mostrando que, para cada ação boa ou má, há uma reação no mesmo sentido.

Também a física ensina essa mesma relação, contida na Terceira Lei de Newton, que explica que, para toda força de ação, existe uma força de reação, com mesmo modo e intensidade. Nas relações humanas, essas teses funcionam quase que como um dogma, inconteste e que não adianta ser contrariado.

Nas relações políticas então, essa é uma lei universal e que incide com maior ou menor força sobre o indivíduo, na medida de sua importância no organograma do Estado e do Poder. Há que ter cautela em certas posições, pois a dinâmica do mundo muda constantemente a posição dos personagens. Quem é hoje mandatário, amanhã pode acordar e se ver em desgraça, esquecido e cobrado por suas ações pretéritas e impensadas.

O caso do ex-presidente Lula é bastante ilustrativo dessa lei do carma. Um dia você sai do governo com altos índices de aprovação. Noutro dia você se encontra sentado numa cama-beliche, dentro de uma cela da Polícia Federal. A questão aqui é saber quantos desses demiurgos atuais, que pululam em nossa República malfadada, passaram do Olimpo às trevas num átimo e, agora, amargando o desterro do esquecimento, aprenderam de fato essa preciosa lição. Praticamente nenhum!

Nada aprenderam e nada esqueceram. Também aqui, a trajetória do ex-presidente Lula é ilustrativa quando se verifica que, apesar dos entreveros que levaram todos à sua volta para a prisão, segue ele impávido, envergando uma fantasia que não retira nem para dormir.

O problema com presidentes que se sentem como monarcas é que são traídos até pelo próprio ouvido. Acumulam carma sobre carma. Agem com força e destempero desmedido, gerando ações deletérias e danosas para muitos, em benefício de poucos. Aliam-se aos maus, que também infestam a República e com isso irão colher, cedo ou tarde, as consequências dessas ações.

Se foi assim com o ex-presidente Lula, também será assim com o atual presidente Bolsonaro. Escravo de uma língua que parece dominar o cérebro, cria, dia após dia, sua poupança cármica, amealhando intrigas, aliando-se à gente que, como ele, age pelo imediatismo e sem espírito público. As consequências desse atual governo já começaram a ser devidamente elaboradas, quando a CPI da Covid finalizou seu volumoso relatório. O que virá depois, não só desse documento, independente do fato dele ser empurrado ou não para dentro do arquivo morto da Procuradoria- Geral da República, trará seus resultados na forma de um currículo e de uma folha de serviços prestados à nação e cujo saldo, em mortos, todos conhecem.

Não bastasse ter contra si a opinião de artistas, produtores de cultura, professores, ecologistas e outros, inclusive com a apresentação de inúmeros manifestos, de todas essas áreas, escritos, e tornados públicos, o atual presidente colhe, muito antes de deixar para trás o primeiro mandato, o repúdio unânime também do conjunto de cientistas, por meio de uma carta que, no futuro, irá engrossar a lista de desserviços prestados por esse governo ao país.

No documento, os cientistas renunciam a homenagem por meio da Medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, afirmando que essa comenda, “oferecida por um governo que não apenas ignora a ciência, mas ativamente boicota as recomendações da epidemiologia e da saúde coletiva, não é condizente com nossas trajetórias científicas.”. São documentos oficiais que ficarão nos anais da história de nossa República, como prova de que as consequências são tudo o que vem depois.

A frase que foi pronunciada:

A esperança tem um braço no céu e outro na terra.”

Araújo Porto Alegre

Araújo Porto Alegre. Foto: academia.org

Respeito ao patrimônio

Até o dia 30 de novembro, a embaixada dos Estados Unidos e consulados receberá propostas que serão remetidas ao Ambassadors Fund for Cultural Preservation (AFCP), que financiará projetos individuais de preservação do patrimônio cultural do Brasil. Veja os detalhes no link Fundo dos Embaixadores para a Preservação Ambiental.

Imagem: usembassy.gov

Eles voltaram

Com uma característica peculiar, Brasília foi projetada para transporte sob rodas. Aos poucos, o transporte pirata toma espaço na cidade. A principal razão é o tempo perdido aguardando o transporte público. Longas distâncias e passageiros nas horas de pico, o que contribui para o transporte alternativo. O resultado são passageiros que precisam correr sérios riscos para chegar mais cedo no trabalho ou em casa.

Foto: correiobraziliense.com

História de Brasília

As bonecas são fabricadas em série pelas mulheres, que fazem tudo dentro e fora de casa. Os homens apenas pescam, porque é divertido, e fazem os “contatos” com os brancos, que rendem dinheiro. (Publicada em 13/02/1962).

Em nome do inominável

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Foto: Ana Volpe/Agência Senado

 

Quando um governo, sozinho e em pouco mais de dois anos de gestão, consegue o feito impensável e histórico de ter contra si a unanimidade dos produtores de ciência e de cultura de todo o país, é indício forte de que sua administração, além de prejudicial ao desenvolvimento da nação, possui um caráter reacionário, revelador, talvez, de uma má formação intelectual.

Pode ser também, quem sabe, decorrente de uma aversão típica esse tipo peculiar de governante decorrente de alguma ideologia política do tipo centralizadora, o antídoto ou remédio pode estar nas urnas e nas próximas eleições. Se for algum tipo de desvio psicológico, a situação adquire um certo grau de gravidade e só pode ser resolvido no âmbito da medicina.

De toda a forma, esse é o cenário atual que acomete tanto a classe artística como os cientistas e pesquisadores, praticamente, desde o primeiro dia de mandato do atual chefe do Executivo. A questão parece ter extrapolado o simples corte de verbas para essas importantes áreas do país, atingindo níveis de perseguição pessoal a uma classe de cidadãos que, normalmente, possui opiniões próprias e contundentes e muitas vezes contrárias a dos governos.

Mas, analisando a questão material do corte nos orçamentos para a ciência e cultura, o que se verifica, logo de saída, é que esses setores da vida nacional foram duramente penalizados, de uma forma jamais vista em outras épocas. A lista desses setores que sofreram cortes drásticos em seus orçamentos é extensa e reveladora de uma fase negra vivida tanto por pesquisadores como por artistas nas diversas áreas da cultura brasileira.

A frase que foi pronunciada:

“Para a maioria das pessoas, nenhuma notícia é uma boa notícia; para a imprensa, uma boa notícia não é uma notícia.”

Gloria Borger, jornalista americana, 1952

Gloria Borger. Foto: edition.cnn.com

Amanhã

Albertina era uma máquina supermoderna dos parques gráficos que imprimia em cores heliográficas. Isso há 60 anos. Vendo o desenvolvimento tecnológico, como você imagina que as notícias chegarão em 60 anos?

Países Unidos

Nenhuma vacina está pronta antes de 5 anos de testes. Tanto que anunciaram, aos quatro cantos do mundo, que a Janssen seria uma dose só e já estão ventilando ordens diversas. Outras vacinas não são aceitas em alguns países. Foi explicado que a razão não é a falta da eficácia contra o vírus. Quem pensou, não compreendeu. É impossível que o mundo se dobre dessa forma aceitando passaporte de uma vacina que não completou o ciclo de cientificidade. A Austrália já não aceita.

Foto: Sezer Ozger/Getty Images

À sorrelfa

De uma forma sorrateira, a China está se infiltrando em universidades para se apoderar de criações nascidas no mundo acadêmico. A NBC News anunciou que o professor chinês Bo Mao, da Universidade do Texas, foi acusado pelos promotores de pegar a tecnologia de uma start-up do Vale do Silício para entregar à Huawei, a rede de telecomunicações chinesa.

Foto: washingtontimes.com

Lamentável

Perto do setor inventado de galpões do Paranoá, está virando depósito de lixo. Mais umas semanas assim e a administração perderá o controle.

Como proteger

Divulguem a campanha do Ministério da Saúde ensinando as pessoas a tossir ou espirrar. Parece bobagem, mas veja, a seguir, a velocidade e o material orgânico espalhado no ambiente durante um espirro. E mais: O lenço não adianta, nem as mãos para aparar o espirro. Por uma razão simples: sem limpá-las com eficiência onde elas encostarem, levarão consigo o material espirrado. Só a dobra do braço funciona. Mas poucos sabem disso.

Boa ideia

Em legislação local, São Paulo obriga qualquer instituição comercial a doar água potável para quem solicitá-la. Excelente iniciativa!

Prevenção

Antes que a chuva chegue para ficar, seria sensato reforçar a tinta das faixas de pedestre. No Plano Piloto, as que ficam nas entrequadras estão em péssimo estado.

Foto: samambaiaempauta.com

História de Brasília

Há um ano, aproximadamente, falamos na numeração das quadras da W-3, e houve a promessa de que isto seria feito. Chegou-se a fazer um estudo procurando corrigir anormalidades, que tiveram resultados excelentes. (Publicada em 10/02/1962).

Cara ou coroa

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Charge do Duke para otempo.com

 

Dizer que os extremos se tocam, formando, no final, um círculo ou uma aliança a unir falsos antagonismos, equivale a afirmar que ambos compõem e consolidam as duas faces de uma mesma moeda. Moeda essa que, ao ser examinada de perto, revela não possuir lastro algum, pois, no seu valor de face, a soma dos lados é igual a zero. Com isso, o que se pode depreender é que qualquer que seja a direção tomada por aqueles que pregam posições extremadas, cedo ou tarde, todos irão se unir no mesmo ponto, formando um composto homogêneo que, pelo cheiro e toxidade, logo sabemos se tratar de algo danoso à sociedade brasileira.

Tal é a semelhança na articulação política, entre o atual governo, que se autoproclama de direita, e a turma que, a partir de 2002, subiu a rampa do Palácio do Planalto, pregando um programa de esquerda. Lá como aqui, dentro do que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão, todos têm agido, no trato da coisa pública, seguindo as mesmas cartilhas que afrontam os mais comezinhos princípios da ética, o que em outros termos equivale a dizer que cometem os mesmos crimes para alcançar vantagens para si e para os seus.

Para ficar apenas no ponto relativo ao que seria essa cooptação remunerada dos congressistas, uma prática já formalizada, desde a redemocratização nos anos oitenta, e que, segundo o Executivo, objetiva tão somente a aprovação das teses e propostas do governo, ontem, como hoje, os métodos seguem idênticos e, notem bem, sempre prejudiciais aos contribuintes, que arcam com esses desperdícios que nada mais são do que verdadeiros desvios de recursos públicos.

No passado, como agora, todos esses acordos, fechados a preço de ouro, retornam, para a população, na forma de inflação ou recessão. No passado, foi o chamado mensalão, alcunha dada pelo ainda presidiário Roberto Jefferson, aos pagamentos feitos pelos lulistas para a aprovação de suas pautas. Dinheiro que era entregue inclusive em pacotes até para os próprios correligionários. Agora, o que a nação assiste é a reprise desses pagamentos, à sorrelfa, na forma mais sofisticada das chamadas emendas do relator ou RP9. Trata-se aqui dos mesmos mecanismos de outrora, com os mesmos propósitos e cujo os meios são igualmente contrários à lei e a ética pública.

Por isso mesmo, foram taxados de secretos e sempre desmentidos pelo governo e pelos congressistas. Ocorre que a situação, de drenagem de bilhões de reais, sem fiscalização dos órgãos de controle chegou a um tal ponto de escândalo escancarado, que o próprio Supremo, sempre letárgico, teve que agir, atalhando, o quanto antes, essa sangria criminosa, jogando um balde de água fria no fervilhante mundo político da Praça dos Três Poderes.

Como pano de fundo dessas tramoias republicanas, o que se descortina é o pleito de 2022 e as possibilidades de reeleição desses mesmos personagens. Assim como era antes, é agora, nesse cara ou coroa, que tem engabelado toda uma nação por séculos.

A frase que foi pronunciada:

O demônio sempre se infiltra entre os políticos. Então, eles começam a brigar entre si. O poder se transforma em uma questão de orgulho. Não tem mais nada a ver com vivermos juntos e acabarmos com a guerra.”

Bob Marley

Bob Marley durante um show em 1980. / GETTY

Prata da Casa

Graças a Alexandre Dias, CEO do Instituto Brasileiro do Piano, os brasilienses tiveram a oportunidade de acompanhar ao vivo um dos últimos concertos de Nelson Freire. A paixão de Dias pela boa música tocou o coração de Freire.

Temporada

Vejam a Chácara Horizonte Maior, que está pronta para ser alugada. Perto do Poço Azul, a primeira chave que o inquilino recebe é a da porteira. Dê uma olhada, a seguir, nas fotos do paraíso.

Instituto Campos Fidei

Um solitário Tiffany em Platina com diamante de 0,21 CT, com classificação de cor F e Pureza VS1. Esse é o material que vai salvar as obras do Campus Fidei. A joia doada está à venda. Acesse a página oficial do instituto no Instagram em https://www.instagram.com/campus_fidei/.

Arte

Alan Silva, do Museu do Senado, explica, na página do parlamento, que a campanha de conscientização sobre as obras de arte expostas na casa pretende chamar a atenção para a riqueza que esse patrimônio cultural representa e mostrar a importância histórica das peças. A iniciativa da campanha é da Secretaria de Comunicação Social em parceria com as Relações Públicas e o Museu.

Foto: senado.leg

 

História de Brasília

Não sei porque, também, qualquer pessoa paga telegrama, e deputado não paga. O resultado é o abuso que tem sido denunciado seguidas vêzes, de deputados que utilizam o DCT como serviço particular. (Publicada em 10/02/1962).

Moderna Bastilha

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Deltan Dallagnol — Foto: Reprodução/TV Globo

 

Que relações de causa e efeito poderiam haver entre a decisão, tomada agora, pela 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), anulando todas as buscas e apreensões anteriormente adotadas pelo Juiz Marcelo Bretas, na Operação Esquema $, e a saída, também divulgada agora, do procurador Deltan Dallagnol do Ministério Público Federal? Aparentemente, são duas decisões distintas e longe de quaisquer causalidades diretas. Mas, examinando com lupa esses dois fatos do momento, e tendo como base a miríade de outras decisões passadas, proferidas pela mesma Suprema Corte, transformando, em pó, inquéritos rumorosos, desacreditando, de uma penada, o trabalho árduo de procuradores, de juízes da 1ª instância e da própria Polícia Federal, a conclusão a que se chega é que lutar contra os crimes do colarinho branco é uma batalha vã e até perigosa.

Não são poucos os procuradores e outros verdadeiros operadores da Justiça que têm demonstrado desânimo e desalento no exercício da função. Não têm sido poucos também os ataques feitos, diretamente por ministros do STF, ao trabalho da forças-tarefas, acusadas, sem provas e de forma caluniosa, de agirem como organizações criminosas. Com a saída de Deltan Dallagnol do Ministério Público, um jovem e incansável profissional, admirado por seus pares e que muito ainda podia fazer pela instituição e pelo Brasil, quem perde é a parcela da sociedade formada por pessoas de bem.

Foi graças à atuação destemida de procuradores combativos como Dallagnol e Bretas e tendo à frente o ex-juiz Sérgio Moro, que a população chegou um dia a sonhar que o Estado Democrático de Direito finalmente iria surgir das cinzas, fazendo valer o que determina a Constituição em seu artigo 5º. No entanto, no meio do caminho desses corajosos juízes e procuradores havia uma pedra chamada STF, intransponível como a Bastilha era para os franceses antes de 1789.

A escolha política dos ministros que compõem o Supremo, com todo o ritual que antecede a sabatina, incluindo o périplo dos indicados por gabinetes e conversas ao pé do ouvido, entre o candidato e aqueles que irão votar em sua aprovação, empresta, a essa instância da Justiça, quer se queira ou não, todos os vícios e algumas poucas virtudes que também permeiam a nossa atual classe política.

Para um país como o nosso, onde a credibilidade tanto da classe política como da Justiça tem sido historicamente baixa, não surpreende que os males vistos em um sejam observados também em outro. Na verdade, o ativismo judicial, constantemente presente nessa Corte, ao refletir os vícios do mundo político, embaça a vidraça da Justiça, impedindo que ela exerça o que seria de seu mister: fazer justiça ou, ao menos, impedir que injustiças sejam cometidas em nome de outros propósitos estranhos à cidadania e à República.

A frase que foi pronunciada:

Nunca perca de vista o fato de que não há democracia com a fome. Não há desenvolvimento com a pobreza e muito menos justiça com desigualdade.”

Papa Francisco

Foto: Paul Haring/CNS.

Fiocruz

Carlos Machado de Freitas, Débora da Silva Noal e Maria Fabiana Damásio Passos, da Fiocruz, organizaram dezenas de textos sobre cuidados, perigos e recomendações durante a pandemia. Acesse o rico material no link RECOMENDAÇÕES E ORIENTAÇÕES EM SAÚDE MENTAL E ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NA COVID-19.

Absurdo

Em viagens pela Bahia, entre cidades, pelo mar, de catamarã, é comum ver estrangeiros com meninas nativas, crianças que trocam o corpo por comida. Por mais que as autoridades advirtam com cartazes no aeroporto, pedófilos continuam buscando o Brasil.

Turismo sexual – Ilustração: Ministério do Turismo

Leitor

Todo erro cometido por cartórios não deveria ser arcado pelo cliente. É muito fácil cometer erros atrasando o planejamento do consumidor e ainda cobrar mais por isso. Aconteceu no cartório JK.

Consome dor

Não fosse um dos IPTUs mais altos do país, seria inútil apontar esse tipo de falha. Na rua do INDI, escuridão total; no trecho 9, a escuridão segue até a Casa da Dinda. A partir daí, a noite parece dia.

História de Brasília

Por mais que queiram, os médicos do Ministério da Aeronáutica pouco oi quase nada poderão fazer. As consultas são dadas às centenas por semana, mas cada doente que sai, deixa no médico a certeza de que voltará depois, com a situação agravada em virtude da dificuldade de alimentação. (Publicada em 13/02/1962)

Digna e legítima representante dos brasileiros na COP26

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Enquanto a elite da classe política mundial, formada toda ela por homens brancos e essencialmente urbanos, buscavam na COP26 uma fórmula de consenso, capaz de parar o relógio que marca o fim de um planeta habitável, quando ele indica faltar me nos de um minuto para o apocalipse total da meia-noite, uma pequena índia, representante do povo Paiter Suruí, de Rondônia, as sumia a tribuna, com seus trajes típicos, para pronunciar o que tal vez seja o mais importante discurso ouvido em toda essa reunião.

Para muitos, essa foi a melhor representante que o Brasil poderia ter no encontro, por sua clareza de propósitos, seus ensinamentos diretos e por ser parte integrante do drama vivido, atualmente, pelos indígenas que habitam este continente. Suas credenciais profissionais e sua luta pessoal contra o fim das florestas merecem um destaque à parte.

Com apenas 24 anos, a índia Txai Suruí, cujo nome completo é Walelasoetxeige Suruí, é estudante de direito, trabalha no Departamento Jurídico da Associação de Defesa Etnoambien tal Kanindé, em Rondônia.

Ela é líder e fundadora do Movimento da Juventude Indígena no estado e considerada referência em assuntos relacionados à causa indígena na região. Txai é representante da Guardians of Forest, uma aliança de comunidades que protege as florestas tropicais em todo o mundo, além de conselheira da Aliança Global Amplificando Vozes para Ação Climática Justa e voluntária da organização Engajamundo. Foi representante de seu povo na Conferência do Clima na Organização das Nações Unidas (ONU)-COP25-, realizada em Madri.

Consta ainda de seu respeitado currículo a participação como primeira reitora indígena do Centro Acadêmico de Direito da Universidade Federal de Rondônia. Txai Suruí exerce também atividades e lutas em prol da justiça ambiental e social para todos, integrando o Conselho Deliberativo do WWF-Brasil.

Com um cartão de visitas desse porte, Txai estava mais do que credenciada para o tema ambiental e as calamidades, provocadas pela má atuação do homem branco do que a maioria dos chefes de Estado presentes à COP26.

Essa coluna toma a liberdade de apresentar na íntegra o discurso certeiro de Txai na abertura da COP26, por sua importância e por suas lições que devem, neste momento grave da humanidade, ser apreendido e respeitado, como um sinal de que há ainda esperanças de nos redimirmos do nosso comportamento errático nesse planeta, bastando, para isso, seguir o conselho de quem mais entende de florestas, que é o povo indígena ou, como bem chamados, povos da floresta.

“Meu nome é Txai Suruí, eu tenho só 24 anos, mas meu povo vive há pelo menos 6 mil anos na Floresta Amazônica. Meu pai, o grande cacique Almir Suruí, me ensinou que devemos ouvir as estrelas, a Lua, o vento, os animais e as árvores. Hoje, o clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo, nossas plantações não florescem como antes. A Terra está falando. Ela nos diz que não temos mais tempo. Uma companheira disse: vamos continuar pensando que, com pomadas e analgésicos, os golpes de hoje se resolvem, embora saibamos que amanhã a ferida será maior e mais profunda? Precisamos tomar outro caminho com mudanças corajosas e globais. Não é 2030 ou 2050, é agora! Enquanto vocês estão fechando os olhos para a realidade, o guardião da floresta Ari Uru-Eu-Wau-Wau, meu amigo de infância, foi assassinado por proteger a natureza. Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso, devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui. Nós temos ideias para adiar o fim do mundo. Vamos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis; vamos acabar com a poluição das palavras vazias, e vamos lutar por um futuro e um presente habitáveis. É necessário sempre acreditar que o sonho é possível. Que a nossa utopia seja um futuro na Terra. Obrigada!”

A frase que foi pronunciada:

“No começo, pensei que estava lutando para salvar as seringueiras, depois, pensei que estava lutando para salvar a floresta amazônica. Agora, eu percebo que estou lutando pela humanidade.”

Chico Mendes

 

Choro

Já deveriam ter tomado as providências burocráticas necessárias para tornar o Chorinho do Grão em evento cultural e tradicional da cidade. Na última comercial do Lago Norte, as apresentações eram alegres, saudáveis e até educativas, trazendo a boa música brasileira. Uma autuação foi feita no horário em que se pode ser feliz, e a polícia acabou com a festa depois da reclamação de um morador. Onde está a polícia que não passeia pelo píer do Lago Norte, às 4h da manhã, para autuar os carros com som potentes que tocam funk?

Foto: José Viana, em fevereiro de 2018

 

Enfim

Havíamos tratado desse assunto e, agora, o deputado federal Júlio César, representante do DF, apresentou um projeto de lei para mudar o pictograma referente aos idosos em todo o país. Uma pessoa encurvada, com a mão nas costas, usando uma bengala é um exagero para representar o idoso versão 2021. Clique aqui e acesse o texto do Chico Sant’Anna que fala sobre o assunto.

Imagem: reprodução

 

História de Brasília

Os remédios são amostras grátis, e não pode ser de outra forma, porque ninguém tem dinheiro para comprar. É constrangedor o quadro de saúde da tribo Carajá, mas as doenças em maior número provêm de deficiência alimentar. (Publicada em 13/2/1962)

Natal, Carnaval, São João made in China

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Imagem: portal.fgv.br

 

Vem aí mais um Natal. Depois de quase dois anos de pandemia e de mais de 5 milhões de mortes em todo mundo, não há muito o que comemorar, ainda mais quando se verifica que a velha inflação, nossa conhecida, está de volta com força total para a alegria somente daqueles que sempre lucraram com a desvalorização de nossa moeda.

O único papai noel que este ano teria motivos para comemorações é aquele que vem de trenó, com os olhos puxadinhos, diretamente da Ásia Oriental. Ele tem sido o maior e talvez o único beneficiário em termos econômicos de todo esse longo período de pandemia que vem assolando o mundo. O Noel asiático tem saído não só praticamente ileso de todo esse processo, mas com ganhos astronômicos, advindos das vendas de mate rial hospitalar e de saúde de emergência, além de outros insumos que não são fabricados no Ocidente. Tanto desempenho e desenvoltura, numa crise planetária dessa magnitude, tem levado muitos a considerar essa doença providencial para a economia chinesa. Não podemos especular sobre tão séria questão, que só o tempo e a persistência nas investigações poderão dizer. Por enquanto, ficamos com os fatos e o que eles dizem.

Em meio à pandemia, a economia da China foi a única que cresceu, cerca de 11,5% no segundo trimestre em 2020, enquanto os índices do mundo registraram decréscimo no crescimento que só era visto em tempos de guerra. Em média, houve uma que da, no ano passado, de 9,5% nas maiores economias do planeta, com Bolsas de Valores no vermelho e retrocesso no emprego.

Com isso, a economia chinesa, friamente calculada, deve superar a americana nos próximos cinco anos. É um desempenho e tanto em meio à maior crise sanitária experimentada pelo mundo moderno. Se os números explicam uma parte dessa história, o que pode realmente esclarecer, na prática, essa diferença entre as economias da China e do Ocidente pode ser confirmado numa simples ida às lojas de departamento.

De cada 10 itens que as pessoas compram no Natal, ou ocasionalmente, pelo menos nove são made in China. De roupas a eletrodomésticos, todos os produtos oferecidos nas grandes lojas de departamento vêm daquele país. O Brasil que produzia os melhores calçados e os melhores têxteis do planeta, praticamente desapareceu. Fala-se em concorrência e preços mais baixos. Mas seria mesmo que vem ocorrendo e que tem sepultado vários setores de nossa economia desde que o governo petista, numa estratégia de mestre, reconheceu a China como economia de mercado, escancarado as portas do país para a invasão dos produtos chineses?

O fato é que, apesar de todos os investimentos feitos no Brasil, superiores a US$ 66 bilhões, nossa produção é incapaz de concorrer com os preços ofertados pelos chineses. Essa disputa tem feito desaparecer das prateleiras, quase por completo, os produtos made in Brasil. Ainda assim, muitas empresas brasileiras foram se instalar na China, fabricando por preços menores e qualidade idem, ajudando no desmonte de nossas indústrias e no desemprego nesse setor.

Está na hora de surgir grandes lojas de departamento especializadas na venda de produtos fabricados no Brasil, melhorando a qualidade dos produtos e gerando empregos internamente. Ou os brasileiros acordam para essa questão, ou, nos próximos anos, voltaremos à condição de colônia, tendo a China como metrópole central e com todos os problemas e malefícios que essa relação de dependência econômica causa e que a história nos ensinou a duras lições.

 

A frase que foi pronunciada:

“Tudo o que aumenta a liberdade aumenta a responsabilidade. Tudo o que diminui a liberdade extingue a vontade.”

Dona Dita, dando um empurrãozinho em Victor Hugo

 

Sim ou não?

Você apoia a proposição a favor de tornar crime o ensino de ideologia de gênero nas escolas? Então vote! A seguir, o link para a consulta pública em votação criada pelo e-cidadania do Senado Federal.

–> SUGESTÃO nº 24 de 2018 (SUG 24/2018)

 

Festival do Japão 2021

Culinária japonesa da melhor qualidade à disposição dos brasilienses neste fim de semana. De 5 a 7, no Clube do Congresso. Veja, a seguir, como retirar os ingressos. Levando 1kg de alimento não perecível, o ingresso é reduzido pela metade. Será necessário apresentação da carteira de vacinação.

–> Feira do Japão Brasília 2021

Cartaz publicado no perfil oficial do Festival do Japão no Instagram

 

História de Brasília

O Ministério da Aeronáutica, por sua vez, não dispõe de verba que chega a cinco milhões mensais, para cobrir, em toda a extensão, as despesas do hospital. (Publicada em 13/2/1962)

É preciso abrir o verbo

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: COP26

 

Uma das muitas dúvidas que aflige os chefes de governo presentes, na COP26 em Glasgow, é saber, ao certo e sem “pedaladas ambientais”, que rumos irá tomar o Brasil com relação à redução das emissões de gases de efeito estufa nesses próximos anos. O não comparecimento do presidente da República na COP26, ainda mais quando se verifica que ele próprio estava na Europa nessa ocasião, deixou, segundo observadores presentes na reunião, a má impressão de que a ausência do chefe de Estado nessa Cúpula sobre o clima pode ser usada como pretexto para não assumir pessoalmente qualquer compromisso taxativo diante de seus pares, que prejudiquem suas pretensões com relação às próximas eleições e, sobretudo, que venham comprometê-lo com seus apoiadores, no caso de um provável segundo mandato.

Por certo, o agronegócio, que apoia incondicionalmente seu governo, está comemorando esse desdém do presidente com a COP26 e uma possível restrição à expansão de seus empreendimentos no Brasil. Com sua decisão em não comparecer à COP26, quem perde é o Brasil, que passa a ser incluindo entre as nações com pouca ou nenhuma credibilidade perante o mundo, num momento delicado para o planeta e para o futuro da humanidade.

É preciso ter em mente que o problema ambiental, com todas as variantes climáticas que estamos assistindo no dia a dia, chegou ao seu limite extremo, não sendo mais toleradas indecisões com base em questões internas de cada país, muito menos questiúnculas do tipo eleitoral. É sabido que a maioria dos países desenvolvidos já vêm correndo contra o tempo e adotando, em ritmo acelerado, tecnologias que valorizam a produção de energia renováveis e limpas.

Com isso, já está previsto até uma queda surpreendente na demanda por petróleo, o que pode levar, empresas como a Petrobras e outras a se tornarem obsoletas e desvalorizadas em pouco mais de três décadas. A queima de derivados do petróleo está assinalada como uma das maiores inimigas do planeta.

A segunda maior ameaça vem por conta do desmatamento e da queima de vegetação nativa, questão que diz respeito direto ao Brasil. Embaixadas de todo o mundo, com sede em Brasília, enviam diariamente informações aos seus governos sobre a situação ambiental no Brasil, e sobre as medidas adotadas internamente nessas questões.

São informes, reforçados por imagens de satélites e por ONGs que atuam no Brasil, dando um quadro geral da situação do momento. Mentir em tentar apresentar dados falaciosos sobre a situação ambiental é desnecessário porque vai contra os fatos. Hoje já é possível dizer que, nessas questões, ninguém mente impunemente. Os dados de que dispõem os cientistas confirmam que o governo brasileiro vem dando informações diferentes, desde os primeiros encontros do clima, a não cumprir nem um terço dos acordos que vem estabelecendo.

É preciso entender ainda que a maior preocupação, não só do mundo como de muitos brasileiros que assistem essa destruição de perto, é com a Amazônia, com o Cerrado e com biomas como o Pantanal e a Floresta Atlântica. Trata-se aqui de um problema de todos os habitantes da Terra, porque, ao contrário do que acreditam governos mal informados e mal intencionados, a questão do aquecimento global, como o próprio nome diz, não conhece fronteiras, afetando igualmente países ricos e pobres, pretos e brancos, incluindo, nesse conjunto, governos negacionistas ou cientes do problema.

A frase que foi pronunciada:

O sistema de energia no DF piorou anos luz.”

Rosimeire Eloi Antunes

Foto: Renato Alves/Agência Brasília

Faz o que gosta

Celma Diaz é profunda conhecedora da arte, com um especial carinho pelos artistas da cidade. Na feira do Gilberto Salomão, que acontece no último final de semana de cada mês, lá estava ela. Explicando gravuras, pinturas, esculturas e biografias.

Celma Diaz. Foto: Blog do Ari Cunha

Esperança

Se as quadras de Brasília foram projetadas com comércio, escolas, postos de gasolina, esqueceram do apoio espiritual no Noroeste. Até hoje não há igreja naquela comunidade.

Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

Leia no link Santa Cecília, um texto histórico assinado por Laércio Silva Filho sobre a santa, a padroeira dos músicos, publicado no informativo da igreja Nossa Senhora do Lago.

Santa Cecília, Cândido Portinari, 1954. Uma releitura da clássica e sublime representação renascentista de Rafael.

História de Brasília

A Fundação Brasil Central acha, e com muita razão, que assistência médica a índio só se presta com remédio dado de graça. Alega, entretanto, que os altos encargos não possibilitam verba para isto. (Publicada em 13/02/1962)

De volta aos bancos escolares

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Foto: reprodução

 

Tivessem os presidentes brasileiros, com algumas exceções, sido bons alunos de história, principalmente do Brasil, muitos dos equívocos na gestão da coisa pública seriam evitados. E por um motivo claro: conhecendo erros e acertos do passado, em questões que são corriqueiras e repetidas na maioria dos governos, independentemente do tempo, fica mais fácil seguir por uma trilha já experimentada e mais difícil se embrenhar por caminhos arriscados, impulsionado por voluntarismos do momento.

Correr riscos desnecessários é uma característica comum aos governos imprevidentes. O problema é que por essas más escolhas, toda a nação acaba prejudicada, inclusive as futuras gerações. Desnecessário mencionar aqui a importância do estudo da história para a formação de cidadãos conscientes, conhecedores de seu passado e, portanto, preparados para os desafios vindouros.

Infelizmente, história é uma disciplina que tem sido relegada a segundo plano nas grades curriculares de nossas escolas. O banimento gradual dessa importante disciplina e sua substituição por outras, chamadas “matérias mais concretas”, tem tido o poder de fazer diluir o que deveria ser o principal objetivo do ensino: fazer o indivíduo pensar e refletir sobre o mundo à sua volta. Não se iludam: as crises institucionais que assistimos hoje, até de modo enfadonho, têm suas raízes lá atrás nos bancos escolares, época em que as atuais lideranças políticas do país iam para as aulas, não em busca de conhecimento, mas para fazer dentro dos estabelecimentos de ensino o que fazem agora dentro do governo.

Se lá prejudicavam a aprendizagem da turma, da mesma forma hoje prejudicam milhões de cidadãos. Eis aí o que poderia ser um resumo frio e sem psicologia de nossas mazelas cotidianas, obrigados que somos a suportar que esses maus alunos do passado assumam agora funções para as quais o currículo pretérito aponta como não habilitados.

Sobram, nesse rebotalho, aqueles indivíduos que eram bons alunos, ao menos em história, e que demonstraram, desde cedo, apresentarem bons princípios éticos. Isso por uma razão também singela: é por demais sabido, e a história da humanidade tem confirmado isso, que uma má pessoa jamais será um bom profissional. Somos o que somos e carregamos esse fardo leve ou pesado ao longo de toda nossa vida, distribuindo-o ao redor.

Dessa longa digressão fica, ao menos, algumas razões a serem buscadas quando se deseja entender o Estado brasileiro, sobretudo suas lideranças do passado e do presente. Fica ainda a perspectiva de que, pelo o que temos visto até aqui, ainda teremos pela frente governos que necessariamente nos levarão ainda a saborear o gosto amargo de nossas escolhas. Melhor um pessimista, com os pés findados na realidade, do que um otimista a acreditar em promessas e ficções vindas de nossa astuta classe política.

A falta que uma boa escola faz, tanto para eleitores quanto para os eleitos, está aí bem na nossa frente, para quem tem olhos de ver. Desperdiçamos nosso futuro ao não darmos atenção a escola do presente. Estamos condenados a sermos assistidos por toda a classe de aventureiros e embusteiros. Tudo isso porque deixamos de aprender o certo, no lugar certo e no tempo certo. É preciso aprender que só existe um lugar onde é possível reverter esse ciclo maléfico. Esse lugar, como um ponto de inflexão de nossa história malsã está na escola e, se quiserem ir mais atrás ainda, nas famílias. Temos que olhar para trás se quisermos ir adiante com segurança. Ou é isso ou é o que temos agora.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Vocês, americanos, são tão crédulos. Não, você não aceitará o comunismo de uma vez, mas continuaremos alimentando-o com pequenas doses de socialismo até que você finalmente acorde e descubra que já tem o comunismo. Não teremos que lutar com você. Vamos enfraquecer sua economia até que você caia como uma fruta madura em nossas mãos.”

Nikita Khrushchev, primeiro secretário do partido comunista de 53 até 1964.

Foto: wikipedia.org

–> Tragédia Americana

“Professor reprova a turma inteira”

Um professor de economia em uma universidade americana disse que nunca havia reprovado um só aluno, até que certa vez reprovou uma classe inteira.

Essa classe em particular havia insistido que o comunismo realmente funcionava: com um governo assistencialista intermediando a riqueza,
ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e justo.

O professor então disse:
“Ok, vamos, experimentalmente, “socializar” nesta classe.
Ao invés de dinheiro, usaremos suas notas nas provas.”

Todas as notas seriam concedidas com base na média da classe, e portanto seriam ‘justas’. Todos receberão notas iguais, o que, teoricamente, ninguém será reprovado, assim como também ninguém receberá um “10”.

Após calculada a média da primeira prova todos receberam “7”.

Quem estudou com dedicação ficou indignado, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado.

Quando a segunda prova foi aplicada, os preguiçosos estudaram ainda menos porque, de qualquer forma, tirariam notas boas, beneficiados pelas notas dos que haviam estudado bastante.
Como resultado, a segunda média das provas foi “4”.

Ninguém gostou.

Os que tinham estudado se sentiram injustiçados e os que não tinham estudado, ficaram revoltados porque não foram beneficiados.

Depois da terceira prova, a média geral foi um “1”.

As notas não voltaram a patamares mais altos mas, as desavenças entre os alunos, a busca por culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela classe.

A busca por ‘justiça’ era a principal causa das reclamações, das inimizades e das brigas que passaram a fazer parte daquela turma.

Ninguém mais queria estudar para beneficiar os outros …

Resultado: Todos os alunos foram reprovados naquela disciplina …

O professor então explicou:

“O experimento comunista falhou porque quando a recompensa é grande o esforço pelo sucesso individual é grande”.
Mas quando são eliminadas todas as recompensas tirando-se dos que produziram para dar aos que não batalharam para tê-las, então ninguém mais vai querer fazer seu melhor.

Tão simples quanto o exemplo de Cuba, Coréia do Norte, Venezuela…

E o Brasil e a Argentina, estão chegando lá”…

1. Você não pode levar o mais pobre à prosperidade apenas tirando a prosperidade dos mais ricos;

2. Para cada um que receber sem ter que trabalhar, há uma pessoa trabalhando sem receber;

3. Não se consegue dar nada a quem não produziu, sem que se tire de quem produziu;

4. Ao contrário do que prega o comunismo, é impossível multiplicar as riquezas tentando dividi-las;

5. Quando metade da população perceber que não precisa trabalhar, porque a outra metade irá sustentá-la, a outra metade percebe, também, que não vale mais a pena trabalhar para sustentar a primeira metade.
Chegamos então ao começo do fim de uma nação.

Esse é o mais puro exemplo do que querem fazer no Brasil.

Não acabe com o nosso país.

Faça a sua parte, repasse esta informação.

Ensine a aqueles que não entendem, o que realmente é o comunismo….

É um buraco sem volta!!!
Leu com atenção?
Então repasse … para o bem do país !!!

 

Como ninguém

Pode ter qualquer defeito, mas numa coisa a senadora Katia Abreu é uma fera: ela defende o que acredita. E é tão boa nisso que deixou os alemães encantados com os produtos da agricultura brasileira. Aqueles mesmos alemães que tanto rangem os dentes com o desmatamento. Na comitiva, também foram o senador Irajá Abreu, e os deputados: Marília Arraes, Evair de Melo, Isnaldo Bulhões Jr., Hugo Mota e Sergio Souza

Kátia Abreu. Foto: Leopoldo Silva / Agência Senado

 

Imperícia

De Alto Paraíso para São Jorge, são mais de 10 quebra-molas na estrada. São tão mal estudados que há quebra mola até numa curva.

 

História de Brasília

Foi construído, e não funciona porque ninguém é responsável, não se definiu sôbre quem o manteria. A Fundação Brasil Central acha, e com muita razão, que assistência médica a índio só se presta com remédio dado de graça. (Publicada em 13/02/1962)

A máquina de moer esperança

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Charge do Duke

 

Tal como fazem os ursos, depois de uma longa hibernação no inverno, os proprietários das legendas políticas, aqui no país, vão despertando lentamente, um a um, depois de quase quatro anos em estado de cataplexia profunda, que geralmente ocorre entre uma eleição e outra. Agora partem famintos em busca da manutenção do mecanismo que, mais uma vez, possibilitará a interlocução entre os eleitores e o Estado, de modo a dar continuidade a nossa peculiar engrenagem democrática.
Somente os partidos são autorizados a estabelecer essa ponte entre o cidadão e o Estado, de modo que a eles é conferido todo o protagonismo político que resulta nas eleições. É esse o poder que dá às siglas e aos seus dirigentes um aspecto questionável que extrapola todo e qualquer sentido de cidadania. Os mais de trinta partidos que hoje parasitam o Estado, num autêntico papel de despachantes, utilizam dessa faculdade legal, para, em nome da democracia, auferirem lucros fáceis que depois são rateados entre a cúpula tal como fazem outras empresas privadas.
Eis aqui, em linhas gerais, como funciona a nossa máquina de fazer democracia. O eleitor entra no sistema como matéria-prima bruta a ser processada e refinada pela engrenagem partidária, resultando, adiante, num produto que é a imagem e semelhança da legenda. Muito distante daquilo que desejava o eleitor.
Terminado o pleito, os eleitores, pela falta de um recall, que poderia corrigir falhas desse produto, e que é tão comum hoje nas montadoras de automóveis, é descartado como resíduo ou sucata. Diante de uma situação tão surreal como essa que experienciamos calados, e em que os donos das legendas, mais do que mestres de cerimônia da festa da democracia, se tornam os verdadeiros senhores de todo esse processo, pouco ou nada se pode esperar em termos de evolução e amadurecimento do nosso distorcido modelo de representação.
A questão é saber até quando esse processo enviesado, que coloca a nossa jovem democracia no colo desses velhos magnatas políticos, prosseguirá. O pior é que a nossa jabuticaba, representada pela disléxica Justiça Eleitoral, nada vê de anormal em todo esse processo. E pensar que todo esse degenerado processo eleitoral poderia ser dissipado movendo-se apenas algumas pequenas peças nessa engrenagem perversa. A começar pela possibilidade de eleição com candidatura avulsa, sem vínculos e amarras partidárias. Ou, quem sabe, pela extração de um pequeno parafuso que hoje impede a máquina de cumprir a cláusula de barreira.
Pequenos ajustes nessa máquina de moer esperanças poderiam fazer toda a diferença, como é o caso da introdução da ficha limpa. Melhor ainda seria obrigar todo esse robô gigante a caminhar com seus próprios pés, retirando-lhe as muletas representadas pelo fundo eleitoral e partidário públicos. Talvez, quem sabe, por meio de uma profunda reforma eleitoral, fossem criados apenas quatro partidos com assento no Congresso, distribuídos entre esquerda, direita, centro-esquerda e centro-direita.
São ajustes que o eleitor consciente gostaria de ver implementados, dando um basta definitivo nessa pantomima, que faz das nossas eleições uma festa apenas para os dirigentes partidários e seus grupos.
A frase que foi pronunciada:
“É preciso exigir a democratização dos partidos políticos, porque eles são oligarquizados, constituem propriedade de grupos ou pessoas que lá estão há anos, conhecem todos os segredos partidários e não respondem aos militantes de base. Nossos partidos políticos não são democráticos.”
Roberto Romano
Foto: Antoninho Perri / Unicamp
Torto
Daqui a pouco, chegam as chuvas, e a Rua dos Eucaliptos, na Granja do Torto, está sem conservação na jardinagem. Com as copas das árvores baixas, à noite, a visibilidade é péssima para os pedestres e motoristas, que andam sempre com temor.
Foto: cidadestransbordadas.jaca.center
DER
Não há a menor razão para que moradores das primeiras quadras pares do Lago Norte sejam impedidos, por piquetes, de fazer o primeiro retorno, calculado e projetado para isso. Ter de dar a volta, todos os dias, depois do posto de gasolina, é a coisa mais sem nexo que pode acontecer no início das manhãs.
Reprodução: Google Maps
Bom humor
Por falar nisso, o administrador do Lago Norte, sempre em sintonia nas mídias sociais, é chamado pelos moradores de Marcelo Trator Ferreira.
Cuidado
Golpistas atacam clientes do Banco do Brasil. Perguntam se reconhecem ou não a compra. Com a orientação de que liguem novamente para o 0800 do BB, número atrás do cartão para ter segurança de que se tratava de uma ligação idônea. Um protocolo foi dado ao cliente. Ligação feita, a telefonista confirmou todos os dados que tinha, sem pedir nenhuma informação do cliente. Falou da mesma compra não reconhecida e pediu que o cliente digitasse o número do cartão, o que foi feito prontamente. Pediu para digitar a agência e conta. Como o extrato foi consultado pelo cliente no celular que não viu a suposta compra não feita, a desconfiança o impediu de continuar. Escapou.
Charge do Thyagão
História de Brasília
Lamentável, isto sim, é o hospital. Mal construído, sem obedecer a técnica de arquitetura hospitalar (opinião dos técnicos) pouco ou quase nada pode oferecer. (Publicada em 13/2/1962)