Proibido proibir

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Charge: Gilmar Fraga / Agencia RBS

 

         Com a decisão tomada ontem pela Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), mantendo a punição de cassação ao deputado paranaense Fernando Francischini (União), mantendo-o inelegível pelos próximos oito anos, reacende, entre os cidadãos brasileiros de bom senso, a certeza de que, cada vez mais, vai se fechando o cerco ao Estado Democrático de Direito.

         Não chega a ser surpreendente que tal medida tenha partido justamente daqueles, que por seu mister, deveriam defender, com unhas e dentes, o regime democrático, uma vez que se observa, de fato, a irrupção no horizonte de uma lenta e velada ameaça autoritária, representada aqui pela juristocracia e pela burocracia do Judiciário, que vai se espraiando e ganhando viço dentro das instituições do país, seguindo o que pode ser entendido, em sentido mais amplo, como a emergência do globalismo do século XXI.

          É todo um mega sistema que vai sendo construído seguindo os meandros e as filigranas jurídicas, códigos inalcançáveis e ininteligíveis pelos cidadãos comuns e que, por isso mesmo, escapa de críticas e até de contestações. Tudo cabe e é permitido na novilíngua do “juridiquês “, inclusive a cessação das liberdades, feitas em nome daquilo que esses togados passaram a eleger como proibidas.

         Não se trata aqui de uma defesa, pura e simples, de um político, cassado pelo humor daqueles a quem as leis se vergam e dos mais de quinhentos mil votos que recebeu nas urnas, mas de punições que, se comparadas com outras, como por exemplo as que couberam ao ex-presidente Lula, “descondenado” por essa mesma Corte, por crimes infinitamente mais graves, deixam no ar a certeza de que há, de forma inconteste, dois pesos e duas medidas, fixadas de acordo com a foto política em 3×4 na capa do processo.

         É preciso que o leitor entenda que a liberdade de expressão não pode prescindir do fato de que alguém vá estabelecer, per si, o que se pode e o que não pode ser dito. Ou é liberdade de expressão ou não é. Não cabem aos ministros decidirem o que é liberdade de expressão e quais os seus parâmetros. O que os ministro entendem e classificam – como faziam os antigos funcionários do departamento de a censura federal – como “ataques a democracia”, até de forma subjetiva e de acordo com seus interesses extra Corte, refletem, de forma clara, uma tentativa de cerceamento de opinião, sobretudo imposta àqueles indivíduos que não gozam de bom trânsito dentro da Corte. Outros personagens, do lado oposto, promovem verdadeiros ataques às instituições e à própria democracia e nem por isso são penalizados ou pesados na mesma balança.

         Quando Lula afirmou, em rede nacional, que os ministros da alta Corte estavam flagrantemente acovardados diante dos avanços da Operação Lava Jato aos seus crimes, esses magistrados nada fizeram para desmentir esse ataque. Esse sim foi um ataque direto à democracia, pois atingia, indiscriminadamente, toda a instituição. Ataque à democracia, como bem lembram alguns juristas de bom nome, é permitir que condenado em três instâncias participe da corrida presidencial e de vir a praticar os mesmos crimes. Ainda mais quando esse candidato, de acordo com os ideais do comunismo, prega o fim da democracia e o governo exercido apenas por um partido, dentro da visão da ditadura do proletariado.

         Ataque a democracia é esse candidato afirmar que irá promover a regularização da mídia, ou seja, estabelecer a censura e o banimento da livre manifestação de pensamento. O que ocorre, de fato, é que essa Corte, ao lançar Lula, de volta ao páreo das eleições, mesmo com todo o currículo de crimes que praticou, perdeu a credibilidade perante a opinião pública e a isenção, atributo tão necessário aos juízes e tribunais.

         Estamos todos marchando por um caminho pedregoso e cheio de armadilhas, à mercê de um conjunto de jurisconsultos que se arvoram em ser mais realistas que a própria Constituição, reescrevendo-a ao seu alvitre, dizendo o que pode ou não ser dito dentro de uma ideia de liberdade e democracia que eles mesmos se deram ao trabalho de traçar.

         Ao colocarem as urnas eletrônicas no alto do pedestal de adoração do Estado, afirmando que ela não pode ser contestada, abre caminho para que, num futuro próximo, ninguém possa dizer que o “ministro fulano de tal” é careca. Francischini é apenas o primeiro atingido por essas novíssimas interpretações e critérios, o próximo será a imprensa e você mesmo. Um dia, quem sabe, será proibido até de pensar.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Posso e desejo ser maior do que a soma total de minhas experiências, mas aceito minhas limitações. Aceito de bom grado que nós que julgamos não devemos negar as diferenças resultantes da experiência e da herança, mas tentar, como sugere a Suprema Corte, julgar continuamente quando essas opiniões, simpatias e preconceitos são apropriados.“

Sônia Sotomayor

Sonia Maria Sotomayor. Foto: retrato oficial

 

Reestabelecimento

Brasília sofre com a falta de educação no trânsito. Aquela cidade, onde buzinar era um absurdo, já começa a dar sinais de mudança. Principalmente os motociclistas, que carecem de uma boa aula antes de terem a autorização para fazerem parte do trânsito da capital. São uns irresponsáveis! Ultrapassam pela direita, nas comerciais jamais usam as tesourinhas, fazendo a volta no meio da rua, andam pelas calçadas nas quadras. Alguma atitude precisa ser tomada para cortar o mal pela raiz.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

 

História de Brasília

Há, em particular, a informação, segundo a qual o “Chez Willy” seria despejado, porque alterou a planta da loja ocupada, e sublocou a sobreloja, auferindo lucros de um próprio que não lhe pertence. (Publicada em 01.03.1962)

Frankstein

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Charge do Jindelt

 

Nada como eventos imprevisíveis e incontroláveis pelos seres humanos para mostrar a viabilidade de outros caminhos, renovando e empurrando velhos conceitos para fora da estrada. Foi assim com a pandemia. De repente, o home office, uma opção de trabalho puramente racional e adequada a um mundo congestionado e superpopuloso, e que parecia longe da realidade brasileira e mundial, ao menos na visão dos antigos modelos burocráticos impostos aos trabalhadores, tornou-se o novo normal, com pessoas cumprindo suas tarefas diárias sem sair de casa, economizando recursos, para si e para o país.

Em certo sentido, essa mudança na direção dos ventos pode ser aplicada também, guardada as devidas proporções, à chamada Federação de Partidos. Instituída pelo Congresso Nacional em 2021, dentro da meia-sola que foi a reforma política, em plena pandemia, permitiu que as legendas pudessem atuar unificadamente em todo o país, no que se pretende ser uma futura fusão de partidos.

Na verdade, a federação foi uma gambiarra feita, de modo improvisado, para impedir que as pequenas legendas naufragassem no quesito representatividade, atraindo-as para as legendas maiores e, com isso, aumentando o tempo de propaganda e de recursos oriundos dos fundos eleitorais e partidários.

Mesmo sendo obrigadas a permanecerem coligadas depois das eleições, não há, evidentemente, afinidades programáticas entre os elementos que formam o conjunto de federações. De fato, ninguém, nem mesmo os eleitores, conhecem os novos estatutos dessas Federações. O que importa aqui é saber que as Federações, mesmo antes do pleito de outubro, demonstram, na prática, a possibilidade concreta de que se estabeleça um novo modelo de representação, em que quatro ou cinco forças políticas, no máximo, tenham assento no Congresso, acabando com a miríade de legendas, a grande maioria, siglas de aluguel e sem importância alguma.

A pandemia, a possibilidade de trabalho remoto dos próprios congressistas, a polarização política, os atentados, como o sofrido pelo então candidato Bolsonaro em Juiz de Fora, e a insegurança geral vão empurrando as campanhas para fora das ruas, longe do contato direto com o público. Nesse novo modelo, as redes sociais ganharam terreno e parecem ditar o jeito atual de fazer campanhas. Todas essas alterações radicais seriam impensáveis até três anos atrás. É a política a reboque da ocasião.

Se, por um lado, a pandemia forçou o aparecimento de novos modelos políticos, no que pode ser chamado de reforma política pandêmica, a reclusão forçada e o medo da doença e mesmo a luta pela vida forçaram os cidadãos a se distanciar do dia a dia da política. Foi justamente, nessa ocasião de recolhimento geral, que ministros do Supremo encontraram, nas filigranas jurídicas, o caminho que desejavam para empurrar, goela abaixo da sociedade, a candidatura de um ex-presidiário, embaralhando e conspurcando as eleições, criando um factoide surreal, que ameaça o próprio futuro democrático do país.

Lula é, de fato, o candidato que os ministros, das altas Cortes, querem de volta à Presidência. Não apenas eles, mas os banqueiros, os empresários, que sempre tiveram no Estado seu cliente mais rentável e outros que enxergam e anseiam pela volta do país ao período pré Operação Lava Jato. Como candidato favorito nas pesquisas pouco detalhadas, Lula afirma que não irá participar de debates. Quando estava na prisão, fez o que pôde e o que não pôde para participar dos debates. Agora diz que não vai se expor. Ao eleitor, que a lei obriga o comparecimento às urnas, não é dada a faculdade de se eximir.

A legislação precisa obrigar os candidatos a participar dos debates. Afinal, essa é a maneira do eleitor conhecer o caráter e as propostas de cada um desses postulantes. Com altíssima intenção de votos, mas sem poder caminhar livremente pelas ruas, e sem participar de debates com outros adversários, Lula tornou-se o candidato de laboratório que, à semelhança da criatura, trazida ao mundo, pelo cientista Victor Frankenstein, no romance de Mary Shelley, de 1818, sonha em reacender os tempos sombrios da era petista.

 

A frase que foi pronunciada:

“Qual a diferença entre o capitalismo e o comunismo? O capitalismo é a exploração do homem pelo homem. O comunismo é o inverso.”

Piada polonesa

Charge: Rayma

 

Sonegação

Com menos R$10,1 bilhões de impostos arrecadados sobre o ISS nos últimos seis anos, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sonegação Fiscal do Sistema Financeiro do Distrito Federal, da Câmara Legislativa, encaminhou o documento final assinado pelo relator deputado Delmasso. Foi encaminhado ao TCDF e ao Ministério Público do DF para as tomada de providências. O deputado distrital Delmasso lembra que esse é praticamente o mesmo valor do orçamento destinado à Saúde.

Foto: jornaldebrasilia.com

 

Reguffe

Por falar nisso, mais uma vez o único representante do DF que encara os planos de Saúde vai ao plenário do Senado criticar a ANS por mais um reajuste. A previsão é que o valor seja incrementado em quase 16%. A decisão já foi publicada no Diário Oficial da União. Para quem não sabe, o senador Reguffe abriu mão do Plano de Saúde do Senado, que, como parlamentar, teria o direito vitalício.

Senador Reguffe. Foto: senado.leg.br

 

Agência Senado informa

Controle da poluição e defesa da sustentabilidade. Essas são as razões do Senado Federal estar iluminado pela campanha Junho Verde. A proposta foi dos senadores Jaques Wagner Confúncio Moura e Fabiano Contarato.

Foto: Roque de Sá/Agência Senado

 

História de Brasília

Pensei em fazer uma campanha, mas num deles encontrei uma coisa que ninguém encontra noutra parte a não ser em camelôs: barbatanas para camisas. (Publicada em 01.03.1962)

Vampiros e sanguessugas

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Charge do Bira

 

          Veneno para uns e remédio para outros. O fato é que a empresa nacional de derivados de combustíveis, Petrobras, tem sido, dentro do modelo paquidérmico de estatismo, um tóxico para alguns governos e um bálsamo para outros, principalmente para o pessoal de esquerda, que enxerga, no Estado empresarial, o figurino ideal para a implementação de um populismo charlatão, que é feito com uma mão e retirada com a outra. Quem quer que tenha acompanhado a performance dos governos petistas com relação apenas à Petrobras, e que culminaria no chamado Petrolão – note-se, o maior escândalo de corrupção já ocorrido no planeta -, por certo, terá entendido as razões que levam essa gente a defender “patrioticamente” essa e outras estatais, sob o pretexto de que são empresas necessárias para o “desenvolvimento” do país.

          Não fosse pela possibilidade de vir a obter fabulosos ganhos diretos e indiretos com a manipulação das estatais, e fosse, o Brasil, um Estado blindado às investidas interesseiras e corruptas dos partidos, é certo que haveriam poucos candidatos disputando as eleições de outubro próximo. O que temos são candidatos de olho no maná propiciado pelo Estado empresarial, sendo que esse modelo, pelos seus efeitos deletérios e de longo prazo sobre a população, já demonstrou, de sobra, que estamos diante de um tipo muito peculiar de economia, feita para o enriquecimento de grupos muito específicos em detrimento da população.

          Por serem avalizadas pela nação, essa e outras estatais jamais conheceram o regime de falência ou bancarrota, ficando os passivos gerados por elas ao encargo da sociedade. Do mesmo modo, os possíveis bônus jamais são divididos com a população, ficando restrito aos seus dirigentes e acionistas. A própria indexação dos preços dos produtos produzidos por essas estatais ao dólar foi uma fórmula encontrada para impedir que a sociedade participasse dos lucros dessas empresas.

         Somados os 28,7%, que a União detém em ações da Petrobras, com outros 7,9%, pertencentes só ao BNDES, chega-se a 36,6% ou algo em torno de R$ 4,7 bilhões em ações dessa empresa, que poderiam muito bem serem vendidas na Bolsa, livrando o Estado de ser acionista majoritário dentro de uma empresa em que ele, não apenas não manda de fato e age em nome da nação, como é frequentemente afrontado pelas regras draconianas de um mercado oligopolizado por cartéis e dominado por verdadeiras máfias do petróleo.

         O que caberia ao governo é regular, de modo muito criterioso, toda a cadeia de produção dos combustíveis, terminando a construção de refinarias como Abreu e Lima e outras em Campos, vendendo-as à iniciativa privada, cobrando e taxando todo esse ciclo, para o Tesouro Nacional, usando dos mesmos indicadores que transformaram esses produtos em commodities com seus valores vertidos em dólar.

         Fosse possível vender essas e outras estatais antes de um possível retorno dos petistas ao poder, não seria de todo uma surpresa se as esquerdas viessem a repensar as eleições, desistindo do pleito, por falta de incentivo ou desânimo. Fechando-se a porteira da grande fazenda Brasil às sanhas dos políticos e de suas legendas de aluguel, poucos se arriscariam a disputar o governo e os cargos públicos, já que as tetas enormes do Estado, outrora tão fartas em leite e mel, estariam secas e murchas, impossíveis de serem mamadas pelas hordas de vampiros e outros sanguessugas.

A frase que foi pronunciada: 

“Muitas vezes se esquece que o dom da fala, tão centralmente empregado, foi elaborado tanto com o propósito de ocultar o pensamento pela dissimulação e mentira quanto para elucidar e comunicar o pensamento.”

Wilfred Bion

Wilfred Bion. Foto: integranbdh.com

 

História

Rádio MEC e Rádio Nacional fazem um resgate das experiências do padre Roberto Landell de Moura, mais um cientista brasileiro brilhante com pouco apoio do Brasil. Aconteceu, em 1899, a primeira transmissão de rádio no país feita graças aos estudos do padre brasileiro.

Fotografia do padre Landell de Moura (Foto: Reprodução)

 

Boa

Positiva a mobilização do Detran, Polícia Militar e DER protegendo os motoristas e familiares que não bebem. Foram mais de 256 motoristas, flagrados pela embriaguez no volante, que poderiam ter causado acidentes fatais.

–> Veja a postagem no Detran DF Oficial

Reprodução da página oficial do DETRAN DF no Instagram

 

Até tu?

Questionável a posição da Unicef em relação à educação domiciliar. Os pais têm direito de escolher de que forma os filhos serão instruídos e educados. Está tudo previsto na nova lei. Às exigências de formação do responsável, seja ele o pai ou a mãe, a criança será matriculada na escola e fará os mesmos testes que os alunos presenciais farão. Não há razão de contestar o progresso nessa educação engessada há centenas de anos.

Imagem: Envato Elements

 

História de Brasília

Mas é sempre: assim: o govêrno cala, os distribuidores se escondem, e o povo paga. (Publicada em 01.03.1962)

Fingindo-se de morta para sobreviver

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Charge do Genildo

              Credibilidade é todo o capital que uma instituição necessita tanto para exercer com eficiência seu mister, como para ganhar a confiança e aprovação daqueles que buscam seus serviços. Sem essa qualidade, nada pode ser levado adiante. No caso das instituições públicas, essa é uma virtude fundamental, que uma vez perdida, dificilmente pode ser recuperada.

             O problema com a perda de credibilidade de algumas, ou de boa parte das instituições do Estado, é que isso não fica restrito apenas no âmbito da avaliação da sociedade, sendo que seus efeitos deletérios acabam se estendendo e ganhando terreno, contaminando toda a máquina pública, prejudicando o cidadão e, por tabela, gerando crises que, de uma forma ou de outra, acabam afetando a qualidade da própria democracia.

            Por essa visão, fica explícito que democracia e credibilidade são irmãs siamesas. Onde uma está, está também a outra. No caso do Brasil, em particular, esse é talvez um dos maiores problemas a afetar a qualidade do nosso almejado regime político. A população em geral não deposita confiança nos homens públicos e na maioria dos que estão à frente das instituições em nosso país. Diversas pesquisas de opinião comprovam a perda de confiança da população não apenas com relação às instituições, mas com relação também aos três Poderes da República.

            No ano passado, segundo pesquisa realizada pelo Datafolha, cerca de 50% dos entrevistados diziam não confiar no desempenho da Presidência da República. A mesma baixíssima avaliação era apontada com relação ao Legislativo e ao Judiciário. Até mesmo o Ministério Público entrou nessa lista, considerado como instituição que goza de pouca ou quase nenhuma confiança por parte dos brasileiros.

            Reparem aqui que confiança e credibilidade são sinônimos diretos, sendo que a perda de uma ou de outra traz prejuízos incalculáveis para a população, afetando de modo drástico a vida de todos, criando um fosso irreparável entre a nação, de quem, segundo o artigo 1º da Constituição, “todo poder emana”, e o establishment. É na perda de credibilidade das instituições que está o nascedouro das desigualdades, do qual somos campeões mundiais. “O país real, esse é bom, revela os melhores instintos; mas o país oficial, esse é caricato e burlesco”, já afirmava o escritor Machado de Assis, em 1861.

            De lá para cá, e no sentido contrário do que induz a evolução e o progresso, esse modelo perverso ganhou ainda mais ímpeto e maiores proporções, ao ponto de hoje estarmos diante de uma situação anômala, em que a população se vê forçada a trabalhar, de modo compulsório, para sustentar todo esse edifício em ruínas e sem credibilidade, recebendo em troca as migalhas que caem das mesas fartas.

             Não causa espanto que todas as pesquisas de opinião pública acabam por apontar os partidos políticos com os maiores índices de desconfiança ou credibilidade. Em 2021, ainda segundo o Datafolha, 61% dos ouvidos disseram não confiar nas legendas. Também o Congresso Nacional é visto com desconfiança por 49% da população. O Judiciário alcançou, em 2021, 31% de desconfiança dos brasileiros. Melhor avaliação ficou com as Forças Armadas, que conta com 76% de confiança por parte da população. A questão aqui é saber que nação pode almejar algum futuro ou melhora nos índices de desenvolvimento humano, quando seus cidadãos torcem o nariz para suas instituições, porque reconhecem a pouca credibilidade que possuem?

            Essa perda paulatina de credibilidade interna provoca estragos também fora do país, forçando o Brasil a ir se afastando de outras nações desenvolvidas do planeta. Sobretudo no quesito combate à corrupção. A impunidade, que a população reconhece que vigora para as elites, juntamente com os mecanismos que tornam a classe dirigente blindada aos rigores da lei, tem sido um fator a catalisar fortemente a desconfiança da população em suas instituições.

            Os ricos e poderosos estão totalmente não apenas imunes às leis, como recebem proteção e prioridades nas altas Cortes. Há quase mil dias, repousa, nos labirintos infinitos do Congresso, o projeto de condenação já em segunda instância, o que coloca nosso país numa posição sui generis perante os 194 países que fazem parte da ONU. Aproveitando essa brecha, que veio a calhar, o Supremo tem livrado da cadeia os maiores corruptos deste país, gente que desviou bilhões de reais e nem por isso perdeu seus direitos políticos.

             São benefícios a atingir apenas os poderosos, que podem, com o dinheiro que roubaram, pagar os mais caros escritórios de advocacia deste país. O desmanche da Operação Lava Jato e a colocação do ex-presidiário para disputar o mais alto cargo da administração pública falam por si e traduzem o trabalho hercúleo que as altas Cortes vêm fazendo para tornar a corrupção, nas altas esferas, crimes eleitorais de menor importância.

             Leis como a Ficha Limpa, que a população chegou a creditar um dia, que teria vindo para impedir que verdadeiros delinquentes ocupassem cargos públicos, foram estraçalhadas, o mesmo acontecendo com a Lei de Improbidade Administrativa. Na percepção da população, há todo um arcabouço meticulosamente engendrado para que os três Poderes mantenham o status quo de intocáveis, fora do alcance, inclusive, da própria Constituição. É o Brasil oficial ou perniciosamente oficioso e que medra como erva daninha, dilapidando o país por dentro. O mais espantoso em todo esse processo de dilaceração do Estado é que, nesses últimos cinco séculos, a população vem conseguido sobreviver, aos trancos e barrancos, mesmo a despeito de suas instituições e, apesar delas, de suas tiranias.

            Não surpreende sermos considerados uma nação ímpar que, há séculos, vive num autêntico sistema anárquico de governo. De fato, o povo não confia, mas também não aposta um níquel furado em suas instituições, preferindo viver à parte, porque sabe que essa é a melhor receita para sobreviver num país desigual e injusto. A fórmula é simples: fingir-se de morta.

A frase que foi pronunciada:

“Quando estamos fora, o Brasil dói na alma; quando estamos dentro, dói na pele.”

Stanislaw Ponte Preta

Stanislaw Ponte Preta. Foto: reprodução

 

História de Brasília

Para que depois ninguém venha por a culpa em ninguém, o aumento foi autorizado pelo Conselho Nacional do Petróleo, que cedeu, assim, à pressão do Sindicato dos Distribuidores de Gás Engarrafado no Brasil. (Publicada em 01.03.1962)

A Hidra da Praça dos Três Poderes

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Ex-juiz Sérgio Moro. Foto: ISAAC AMORIM/MJ

            Em algum lugar muito recôndito deste pais, a verdade e sua coirmã, a justiça, parecem ter se abrigado, fugindo desse momento presente de incertezas e em que  a inversão de valores se transformou, da noite para o dia, no novo normal, com os tribunais agora protegendo e inocentando notórios criminosos, ao mesmo tempo em que condenam e perseguem inocentes, sobretudo aqueles que ousaram, um dia, mandar para a cadeia, poderosos e influentes políticos e empresários, todos eles metidos até a ponta do cabelo, no mais profundo e fétido lodaçal de corrupção já visto pelos brasileiros.

             É nesse ambiente, onde já não é possível, sequer, distinguir o chão do teto, que os autênticos operadores da justiça, aqueles que buscaram verdade, em nome da sociedade, vão se transformando em réus, apenas pelo fato de que cumpriram com o que ordena o dever profissional e a ética, mandando para a cadeia os principais membros dessa bem estruturada quadrilha, que dilapidava o Estado, por dentro do coração do Estado, num esquema tão surreal, que nem mesmo os mais inventivos escritores de ficção policial imaginariam.

             É tudo tão absurdo, que nem mesmo o uso das expressões correntes da nossa língua conseguem traduzir o que se passa nesse momento. Felizmente, aqui e ali, ainda despontam alguns personagens, dotados de digna coragem, para denunciar esses e outros descalabros, que assistimos todos, entre mudos e inertes.

            Um caso aqui, digno de nota, foi trazido pela coluna de JR Guzzo, publicada na revista Oeste, nessa última semana, intitulada “Estão querendo virar a mesa”. No artigo, o jornalista diz, textualmente, que há um golpe de Estado, sendo preparado e organizado em câmera lenta, pronto para ser executado, na frente de todos. Não se trata, segundo o articulista, de um golpe nos moldes tradicionais, comandado pelas forças militares, mas levado a cabo por aqueles que se arvoram defensores da democracia, mas que, no íntimo, estão angustiados com a perspectiva de perderem seus privilégios. “É gente que vem com uma doutrina destes nossos tempos”, diz. Gente que, segundo consta no artigo, está disposta a “salvar” a democracia, destruindo as regras da própria democracia, disposta, inclusive, a anular os resultados das eleições de outubro, caso vença o demiurgo de Garanhuns, aquele mesmo, que apareceu no centro das imagens de slides apresentadas pelo então procurador Deltan Dallagnol e que identificado e apontado, naquela ocasião, como o chefe mor dessa mega “orcrim”.

            O que fica evidenciado nesse artigo, que inclusive mereceu ampla divulgação feita pelo presidente Bolsonaro em sua live semanal, é que tanto a cúpula do Poder Judiciário como parte do atual Congresso estão se articulando para governar o país, afastando todas as pautas consideradas, por essa turma, como conservadoras e contrárias aos seus propósitos. Para tanto, alerta Guzzo, não se intimidarão em bloquear, degenerar ou falsificar as eleições para fazer prevalecer suas regras. Quem acompanha e conhece  a longa e prestigiosa trajetória de JR Guzzo, considerado hoje o mais brilhante e incisivo jornalista do nosso país, deve ter ficado de orelha em pé com esse artigo.

            O próprio presidente foi um desses. A ideia final desse grupo, continua o artigo, é dar a vitória ao único adversário real do atual presidente. Guzzo, em seu texto, dá o nome aos bois. Logo em seguida, vêm os políticos do Brasil velho, bichado e inimigo do progresso – “dos  túmulos do PSDB, dos que querem roubar e estão em síndrome de abstinência, dos parasitas da máquina estatal, dos fracassados que precisam voltar ao governo e afastar o risco de perderem o resto de suas carreiras. O golpe é apoiado abertamente pela maior parte da mídia – tanto jornalistas como seus patrões. Traz consigo, ainda, o consórcio nacional formado pelos empreiteiros de obras públicas, os empresários-pirata, os ladrões em geral, as classes intelectuais, as empresas aflitas com as questões de gênero, a raça e a sustentabilidade, os artistas de novela e os banqueiros de esquerda.” Como diz o jornalista, esse golpe vem sendo preparado em variadas frentes e feito em pequenas doses, incluindo nessa artimanha o próprio Superior Tribunal Eleitoral na figura de seu atual presidente, Edson Fachin, que anulou as quatro ações penais contra Lula, mesmo contrariando a decisão de outros nove juízes, tornando esse ex-presidiário apto para disputar as eleições de outubro próximo.

            Na avaliação do articulista, a chave de todo esse processo está no Supremo, onde, dos onze ministros que lá estão, sete foram nomeados por Lula e Dilma. A reforçar o teor desse artigo, é possível elencar um calhamaço de sentenças oriundas das altas cortes que vão de encontro às suspeitas do articulista de que há, de fato, um golpe em preparação. Só para ficar na mais recente dessas decisões, o Superior Tribunal de Justiça acaba de anular, por quatro votos a um, uma série de sentenças condenatórias proferidas pelo ex-juiz Sérgio Moro contra membros do Grupo Schahin e contra ex-dirigentes da Petrobras, no âmbito da Operação Lava Jato, com todos esses processos sendo encaminhados, pasmem, para a Justiça Eleitoral.

             Agora, também, o próprio ex-juiz Sérgio Moro foi tornado réu em ação popular que foi aceita pela Segunda Vara Cível da Seção Judiciária do Distrito federal (SJDF), acusado de ter provocado prejuízos de mais de R$ 172 bilhões à Petrobras por conta de seu protagonismo frente à Operação Lava Jato, e que teria resultado em graves danos à estatal e a diversos entes da administração pública. Um dos signatários dessa ação é ninguém menos do que o notório deputado José Guimarães, do PT.

             Pelo o que se tem visto até aqui, todos os elos desse esquema vão sendo montados um a um, diante de todos nós, com a cumplicidade de muitos, o silêncio de outros e a covardia daqueles que, mesmo sabendo dessa trama, fingem-se de mortos.

 

 

A frase não que foi pronunciada:

“Uma pesquisa com 1.200 entrevistados é capaz de retratar a intenção de voto dos brasileiros?”

Dúvida que não quer calar

Charge do Thiago Rechia

 

Caesb vs consumidor

De um lado, a Caesb anuncia, com antecedência, o dia em que será feita a próxima leitura; de outro, o consumidor reclama que não sabe a hora, então precisa ficar disponível durante o horário comercial. O fato é que se a Caesb não tiver acesso à leitura ela está amparada, por lei, a cobrar pelo o que não foi consumido, indo contra o Código do Consumidor.

Caesb. Foto: destakjornal.com.br

 

Impasse

Aconteceu com consumidor que conseguiu diminuir a conta para 30 reais por mês. Como não havia gente em casa, no dia da leitura, o cálculo feito com a média dos últimos 12 meses somou 70 reais. Mais que o dobro dos últimos meses de economia.

 

Amparo por lei

Ao mesmo tempo em que isso ocorre, a Caesb anuncia que vai devolver, em 2022, mais de R$ 11,5 milhões aos consumidores que economizaram. Nesse caso, os consumidores estão amparados pela Lei Distrital e pela Resolução da Adasa.

Foto: brasiliaagora.com

 

História de Brasília

Para que depois ninguém venha por a culpa em ninguém, o aumento foi autorizado pelo Conselho Nacional do Petróleo, que cedeu, assim, à pressão do Sindicato dos Distribuidores de Gás Engarrafado no Brasil. (Publicada em 01.03.1962)

Re Evoluções

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Imagem: Envato Elements

 

             Nada como uma crise de grandes proporções, como a estabelecida pela pandemia mundial de Covid-19, para provocar uma série de reviravoltas nas relações sociais, econômicas e políticas, virando tudo de cabeça para baixo, decretando o fim de um ciclo e anunciando o começo de um outro. Há muito se sabe que, incrustada na palavra crise, está também o termo criar, e é isso que parece estar acontecendo não só em nosso país, como no restante do mundo.

             É nessa eterna dualidade, entre perecer e sobreviver, que a humanidade vem se debatendo, inventando novas estratégias para driblar as ameaças à sua existência, num planeta aparentemente indiferente ao destino das espécies. Nesse contexto, a pandemia passou a exigir, além dos novos modelos de comportamentos e maneiras de encarar o mundo, alguns outros ajustes no modo como são produzidos certos bens econômicos, com influência direta no funcionamento do terceiro setor da economia, incorporando inovações que podem ser observadas agora pela introdução dos chamados home office e o home schooling, no dia a dia das pessoas.

             O que parecia ser impossível, até três anos atrás, hoje vai se mostrando uma realidade que veio para ficar, com milhões de pessoas, em todo mundo, cumprindo jornadas de trabalho, sem sair de casa, evitando deslocamentos desnecessários, reduzindo custos com combustível, luz, água e uma infinidade de outros insumos que os antigos locais de trabalho exigiam para o cumprimento de metas.

            O home office é hoje um fator positivo dentro do conceito de poupança de energia e de aumento de produtividade, demonstrando, mais uma vez, que toda grande crise é capaz de fazer aflorar, cedo ou tarde, novas e benéficas estratégias para todos. Como toda grande revolução, e diante do conhecimento de que o ser humano se mostra sempre avesso a mudanças ou a sair de sua zona de conforto, o home office, embora ainda gere polêmicas,  tem se mostrado eficaz, bastando alguns ajustes aqui e ali na legislação, de modo a tornar, esse, um caminho sem volta.

            Se o home office vai, a cada dia, tornando-se um modelo consensual, o mesmo não se pode dizer de seu coirmão o homeschooling ou a educação domiciliar. A prática, mesmo já tendo sido aprovada na Câmara dos Deputados, ainda gera polêmicas entre educadores e políticos, principalmente com relação ao desenvolvimento do que seria uma educação voltada para a integração e socialização dos indivíduos. Essa é, de fato, uma longa e importante discussão, mas que em nada irá modificar sua prática, já que o apoio de parcela significativa da população ao novo modelo é hoje impressionante.

            Surpreende é que, mesmo sendo o ministério da Educação a pasta que conta hoje com um dos maiores orçamentos da história, algo em torno de R$ 140 bilhões, não tenha sido capaz de fazer da escola pública uma vitrine e um exemplo de excelência a atrair alunos e a empolgar os pais. Pelo contrário, o que se vê é o afastamento, cada vez maior, daquelas famílias que enxergam, na escola pública, um perigo tanto para a formação de suas crianças como um risco de vida.

            Vídeos que correm na Internet mostram a decadência e o descontrole que parece ter tomado conta de nossas escolas, com alunos se drogando dentro de salas de aula, agredindo professores e quebrando cadeiras e mesas, que são jogadas contra as paredes, tudo num ambiente que parece ter decretado o fim desse modelo.

            Não há autoridade capaz de frear esses alunos. Até mesmo as escolas com gestões partilhadas com militares, o que em si já é um sinal dos tempos nebulosos em que vivemos, pouco têm dado conta do recado, sem recorrer a violência e outros métodos anti-didáticos.

            Nas universidades públicas, o caos é o mesmo. Não bastasse esse ambiente distópico e que remete a uma verdadeira revolta estudantil contra o atual modelo de ensino em todos os níveis, preocupa também, aos pais, o aspecto de doutrinação política, ideológica e pedagógica a que são submetidos os alunos, com professores desprestigiados e revoltados contra o sistema, insuflando a revolta contra tudo e contra todos, inclusive contra a família e seus valores, taxados de conservadores, burgueses e opressores.

            Há, na realidade, toda uma metodologia gramsciana, erradamente apropriada de seu autor, para destruir, por dentro, toda a estrutura social vigente, incluindo nessa estratégia niilista, a família, os costumes, a religião e outros aspectos da vida como a conhecemos, de modo a atingir-se o caos e desses escombros fazer erguer o falso altar do “pai da pátria”, representado pelo grande guia que nada mais é do que o ditador comunista, a quem todos devem agradecer por libertá-los de um caos, por ele mesmo criado e do qual ninguém jamais sairá livre.

            O que muitas famílias têm buscado, até de modo desesperado, é se livrar desses escombros, que parece ter se transformado grande parte de nossas escolas públicas. Nesse ambiente de destruição por dentro, nem mesmo as escolas privadas têm escapado. Banheiros para alunos que não se enquadram dentro do conceito de homem ou mulher, ou a adoção de expressões inexistentes nos dicionários da língua portuguesa, com palavras como “todes”, mostram o grau de decadência que tomou conta das escolas, com o incentivo aberto para que meninos e meninas confundam até a que gênero pertençam.

            É o vale tudo e que pode ser resumido tanto na apropriação distorcida da obra pedagógica de Paulo Freire, como na imagem mostrando a cara de satisfação do ex-presidente Lula ao ver alunos nus beijando-se ou enfiando o dedo no ânus dos outros para uma plateia de “autoridades” que a tudo assistia, eufórica e babando como cachorros com hidrofobia.

A frase que foi pronunciada:

“Se algum dia vocês forem surpreendidos pela injustiça ou pela ingratidão, não deixem de crer na vida, de engrandece-la pela decência e de construí-la pelo trabalho.”

Edson Queiroz

Edson Queiroz. Foto: unifor.br

 

Homenagem

Terça feira que vem, no dia 24, a Câmara dos Deputados vai homenagear os 50 anos da Fundação Edson Queiroz em sessão solene, às 10h. A fundação tem sido importante na comunidade cearense desde as áreas de ensino e pesquisa à arte, cultura e consciência social. Lenise Queiroz Rocha deu entrevista à Agência Câmara, onde declarou que “Por meio da Unifor, a fundação tem condições de levar seus programas e benefícios nessas áreas a diversos públicos, das mais diferentes classes sociais e faixas etárias. E uma vez que o Congresso Nacional é a Casa do Povo, não temos dúvida de que essa homenagem é um reconhecimento de toda a população cearense ao trabalho que começou há 50 anos, pelas mãos de meus pais, Edson e Yolanda Queiroz”.

Fundação Edson Queiroz. Foto: unifor.br

 

História de Brasília

Sobradinho, com 22 mil habitantes, possui apenas duas escolas primárias, e os alunos estão reivindicando, agora, a ampliação, e a construção de um ginásio. (Publicada em 01.03.1962)

De costas para a realidade

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Charge: umbrasil.com

 

          Prejuízo fabuloso tem sido acumulado por quase todas as lideranças políticas deste país ao longo de décadas, apenas pelo fato de não se cercarem de pessoas de bom senso, capazes de enxergar para além da carapaça do poder, entendendo as coisas como elas são, e não como querem que sejam os mandatários. Mesmo em monarquias, onde os poderes estão concentrados apenas nas mãos dos reis, exemplos diversos, ao longo da história da humanidade mostram que não eram descartadas as ponderações dos bons conselheiros. E isso, e apenas isso, livrou o mundo de muito derramamento de sangue.

         O ego hipertrofiado tem sido a causa da ruína de muitos políticos da cena nacional, assim como a falta de ilustração, trazida pela leitura atenta dos clássicos da literatura mundial que abordam a arte de bem governar, dentro dos parâmetros da ciência política, fugindo assim dos perigos e incertezas trazidas pelos desejos e pelas paixões egoístas. O problema com a pouca ou nenhuma bagagem cultural daqueles que ousam se colocar como faróis de lideranças, é que pela própria deficiência de luz interior, acabam por levar a todos à beira do abismo escuro.

          Essa tem sido a principal causa a amarrar o país na rabeira das nações desenvolvidas, mesmo aquelas que começaram sua jornada para o primeiro mundo depois do Brasil. A questão toda cai no labirinto sem saída quando se observa que a capacidade limitada daqueles indivíduos que são alçados ao poder dificulta e até impede que eles determinem o comportamento de outros indivíduos.

         De que adianta aos indivíduos a quem os eleitores delegam o poder, se não sabem como ordená-lo em benefício dos cidadãos, restringindo toda a sua atuação nesse posto, em obter vantagens pessoais, fazendo valer sua vontade, mesmo em prejuízo de todos?

         Por outro lado, a hegemonia absoluta dos partidos em nosso país impõe uma arquitetura de democracia que é desenhada exclusivamente pelos donos desses partidos, com a finalidade de servir-lhes. Nessa construção em que inábeis indivíduos chegam ao poder, como resultado de uma orquestração arranjada pelos partidos, a existência de excrescências, representada pelos tribunais eleitorais, faz-se necessária para impedir que o jogo de cartas marcadas seja contestado.

         O bom senso e o auxílio de conselheiros dotados de razão estão exilados da política nacional. A voz da razão foi substituída pela paixão pelo poder. Não há espaço para gente de experiência e isso se reflete nas ações políticas destrambelhadas. Tampouco há condições para princípios básicos da ética, quando se verifica o desprezo por precondições como a certidão negativa dada pela Lei da Ficha Limpa para aqueles que buscam o poder.

         De tão arraigada na política e mesmo na vida nacional, a corrupção, que resulta dessa pouca qualificação de nossas lideranças, é vista hoje por boa parte de população como um mal menor, quando se sabe que esse vício é a maior corrente a nos prender num subdesenvolvimento eterno e cíclico. Desde sempre se soube e Maquiavel já pontuava que “O primeiro método para estimar a inteligência de um governante é olhar para os homens que tem à sua volta”.

         Também Bobbio esclarece a necessidade de bons conselheiros ao afirmar: “Acreditamos saber que existe uma saída, mas não sabemos onde está. Não havendo ninguém do lado de fora que nos possa indicá-la, devemos procurá-la por nós mesmos .” É nesse ponto em que o dirigente, a quem foram delegadas altas responsabilidades, não tendo o devido preparo e não tendo ao seu lado um bom conselheiro, resolve seguir a direção apontada pelo próprio nariz.

          É nessa direção, traçada a partir da ponta do nariz daqueles que nada sabem, que rumamos todos para o buraco. É como diziam os antigos:“ quem segue apenas a direção apontada pelo nariz, sem ligar para as vozes da razão em volta, dá de cara contra a parede da realidade premente, quebrando o nasal e o dente.”

A frase que foi pronunciada:

“Qual será nossa escolha: degradação ou recuperação, escassez ou fartura, compaixão ou cobiça, amor ou medo, tempos melhores ou piores?”

Carl Safina

Carl Safina. Foto: M. Minocri

 

Levantamento

Passado um ano, GDF inicia ciclo de apresentações do resultado da pesquisa por amostra de domicílio. As novidades da pesquisa estão no questionário que registrou respostas sobre preferência sexual, existência de animais domésticos nos domicílios e questões relacionadas à insegurança alimentar.

Foto: Arquivo/Agência Brasília

 

Brasileiros em NY

Uma ópera transforma o filme Sétimo Selo. A adaptação musical estreou nesse mês em Nova York sob o comando do brasileiro João MacDowell, compositor e diretor artístico da ópera. O coro e 16 instrumentos foram preparados pelo maestro também brasileiro, de Brasília, Néviton Barros. Obra de Ingmar Bergman está sob o comando de profissionais brasileiros muito competentes.

O compositor brasileiro João MacDowell em imagem de seu perfil no Facebook —  Foto: Divulgação

 

História de Brasília

Na terceira página, o jornal que traz, ainda, o nome do sr. Carlos Lacerda no expediente, noticiava atividades sociais do sr. Samuel Wayner, que almoçara com diversas figuras da administração nacional. (Publicada em 01.03.1962)

Ventos de outubro

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Charge publicada na estanciadeguaruja.com

 

       Com ou sem eleições, com ou sem a possibilidade de aferição pelo voto impresso, o fato é que, dentre as lideranças políticas deste país, incluídos nesse rol os ministros do Supremo e do Tribunal Superior Eleitoral e todos os candidatos que aí estão se apresentando para o pleito de outubro deste ano, ninguém, dentro desse imenso grupo, parece reunir condições ou capacidade de deter o quadro de decadência institucional do Estado Brasileiro.

        Aos eleitores que, em tese, deveriam caber essa capacidade de mudar os rumos do país, seguem indiferentes, como bois rumo ao matadouro. Não se iludam! As eleições nada mudarão no dia a dia dos brasileiros. A inflação continuará aumentando, a corrupção, dentro da máquina do Estado, e que está na raiz de todos os nossos problemas, continuará da mesma forma ou, talvez, com mais intensidade. Também a indiferença dos políticos e dos altos escalões da República, com todos os seus privilégios e mordomias e toda a sua capacidade de manterem-se imunes às leis, permanecerá ou, quem sabe, ganhará ainda mais fôlego.

        As injustiças sociais e a concentração de renda, que faz de nosso país o campeão mundial das desigualdades, permanecerão as mesmas ou, talvez, até cresçam ainda mais, aumentando o fosso entre ricos e pobres. Da mesma forma, permanecerão os programas ditos sociais, que escondem em seu interior, mecanismos viciados de perpetuação do voto de cabresto. Programas formulados às custas dos pagadores de impostos apenas para dar projeção aos anseios pessoais de políticos sem escrúpulos e sem projetos para o país.

        Esses e outros programas, desenhados de última hora, e sob a pressão das eleições, permanecerão intactos, justamente porque impossibilitam que largas parcelas da população encontrem meios de tomar posse de seus destinos, libertando-se, de vez, do jugo populista. Do mesmo modo, ficarão os aumentos cíclicos dos fundos bilionários eleitorais e partidários, assim como as emendas secretas e todo um conjunto de benefícios vetados aos cidadãos comuns.

        O que haverá, de fato, nessa dança das cadeiras, são mudanças cosméticas, em que os donos das legendas milionárias e seus caciques, todos eles amasiados na mais rendosa e segura empresa que existe, designarão aqueles que irão para esse ou aquele posto, para que tudo permaneça como está.

        Também ficarão os modelos perversos de reeleição, assim como a possibilidade de parlamentares elegerem para uma função e abrir mão dela, em troca de um outro cargo mais vantajoso, jogando fora os votos recebidos. Ficarão onde estão, ainda, a malandragem dos suplentes a deputados e senadores, cabendo, nessa função, até mesmo o pai ou a mãe. Os campeões de emendas secretas permanecerão onde estão.

        A impunidade para os poderosos, amigos, parentes e agregados, incluindo nessa lista até as amantes, permanecerá a mesma. Só poderosos ganharão, na Justiça, causas contra o Estado. O mesmo vale para a impossibilidade de prisão em segunda instância, tudo igual. A dúvida quanto à lisura das eleições permanecerá intacta, do mesmo modo que permanecerão inexplicáveis as tentativas dos ministros supremos de explicarem esse mecanismo.

        Ficarão as ameaças de um retrocesso, apenas com uma possível vitória de Lula da Silva, salvo do presídio, na undécima hora, por ministros amigos e por ele e seu partido indicados. É que as coisas poderão mudar, tornando o que já está ruim para calamitoso, com toda uma perigosa e bem articulada quadrilha subindo, de volta, a rampa do Palácio do Planalto, de onde darão prosseguimento ao projeto de saquear o país, interrompido, brevemente, pela Operação Lava Jato.

        É isso ou aquilo, numa mistura eterna e mal cheirosa entre passado e presente, e onde o futuro é sempre adiado. Marchamos para as urnas, como condenados marcham em direção ao laço da forca, que balança com os ventos de outubro.

 

A frase que foi pronunciada:

Se a lei defender a propriedade, muito mais deve defender a liberdade pessoal dos homens, que não podem ser propriedade de ninguém.”

José Bonifácio de Andrada e Silva

José Bonifácio. Imagem: josebonifacio.sp.gov

 

Direitos Humanos

O capixaba Jean Carlos Gomes Gonçalves projetou uma gaiola, atendendo a ideia do vereador petista Adriano Pereira, que fez um projeto prevendo que todos os caminhões de coleta de lixo tenham grades e assentos para os profissionais, proibindo que fiquem pendurados sem segurança no trânsito. A experiência foi testada no Rio de Janeiro.

 

Força Tarefa

Agaciel Maia lembra os colegas que Câmara Legislativa recebe projeto da LDO para 2023 com previsão de 14 mil nomeações. Concursados serão chamados para preencher vagas desde a Secretaria de Educação, Secretaria da Saúde a Segurança Pública.

Foto: cl.df.gov

História de Brasília

Quem leu ontem a Tribuna da Imprensa, estranhou, certamente, a alteração na orientação do jornal. (Publicada em 01.03.1962)

O poder de fogo da caneta

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Ministro do Supremo, Edson Fachin. Foto: Nelson Jr./STF

 

         Se por detrás de cada palavra, isoladamente, esconde-se um mundo infinito de interpretações, que dirá de frases inteiras ou mesmo de discursos. A insistência dos políticos em fazerem discursos intercalados de parábolas, quer para fugir do efeito direto da verdade dos fatos, quer para não dizer o que dizem, não apenas confunde os interlocutores, como deixam uma série de interrogações soltas no ar. Deixem as parábolas com Jesus, porque Ele sim sabia do que estava falando e para quem falava. Foi justamente esse modo apropriado de analogia que fez, dos ensinamentos de Cristo, um modelo que se perpetua até os dias de hoje. O perigo em discursos feitos de improviso, quando o cérebro tem que trabalhar mais rápido do que a língua, é que muitos dos boquirrotos que infestam o mundo da política nacional acabam entregando, de bandeja, o que pensam realmente sobre determinado assunto, bastando para o ouvinte atento, uma leitura mais acurada do que estão falando.

         Por certo, o mais fácil paciente num divã de psicanálise é o político profissional, bastando, ao especialista, fazer uma leitura de cada palavra escondida, trocando-lhes o sentido. Parafraseando Millôr Fernandes, como são éticos e sábios os políticos que não conhecemos. Pesado na balança da honestidade, nada do que dizem vale um pataco. O pior é que, mesmo com toda essa mímica verbal, o que esses personagens políticos anunciam acaba por interferir negativamente na vida de cada um. É preciso, pois, ficar atento ao que dizem e não deixar passar nada. Caso contrário, corre-se um risco grande.

           Nesse sentido e tendo como pressuposto o que acaba de dizer o ministro do Supremo, Edson Fachin, que, quer queira ou não, também adentrou no mundo pantomímico da política, juntamente com seus pares, é preciso analisar com cuidado sua afirmação: “quem cuida das eleições são as forças desarmadas.”

          Primeiro, quando diz que não quer mandar recado, o que pretende é justamente o contrário, mandar um aviso a todos aqueles que buscam colocar interrogações, pertinentes ou não, ao sistema eletrônico de votação. Essa não é uma discussão encerrada e nem será, enquanto personagens da política, nesse caso de toga, insistirem em falar por parábolas. Ora, que forças desarmadas seriam essas as quais o ministro se refere?  Para uns, poderiam ser as forças desarmadas de bom senso. Ou desarmadas do devido recato que o cargo requer. Ou, pior ainda, seriam essas forças desarmadas as mesmas que cuidaram de desarmar todo o volumoso e custoso processo da Lava Jato? É preciso lembrar ao ministro, indicado pela notória e destrambelhada Dilma Rousseff em 2015, que a caneta capaz de fazer “descondenar” um criminoso do naipe de Lula da Silva, condenado em três instâncias por liderar a maior quadrilha que este país já presenciou, é muito mais poderosa e mortífera do que a metralhadora lurdinha, que Tenório Cavalcanti escondia sob a capa que envergava. Recolocar, num pleito político, por meio da mais clara manobra jurídica e chicaneira, um criminoso, para que ele volte ao poder ou ao lugar do crime, pode ter o efeito de uma bomba atômica, com repercussões totalmente imprevisíveis e perigosas. Sim, ministro, por debaixo dessa toga se esconde uma arma com o potencial de destruir toda a nação, entregando-a inerte em mãos de um grupo que acende o lampião.

A frase que foi pronunciada:

“É bom ficarmos atentos porque esse exemplo da pandemia mostrou que “em nome da segurança abrimos mão da nossa liberdade. Aceitamos pacificamente a dominação.””

Emília Soares dos Santos

Passageira de máscara em estação do metrô de Londres em 12 de junho de 2020 – AFP

 

Arte

Que iniciativa enriquecedora. Com o apoio do Sebrae, Hélvia Paranaguá, secretária de Educação, e Alice Simão, diretora da Kingdom School, homenageiam o artista plástico Carlos Bracher. Quase 100 alunos cegos ou surdos participaram da oficina “Arte e Cores”, pintando com Bracher dois quadros. Um, em homenagem aos 200 anos da Independência do Brasil, e outro, hoje, em homenagem aos 62 anos de Brasília. Às 19h, na Qi 11, Entrequadras 2 e 4, área especial B, no Lago Sul. A presença deve ser confirmada no número 9 9643-1828.

Carlos Bracher. Foto: Daniel Ferreira/CB

 

Alegria, alegria

Hoje começa também o 7º Festival de Teatro de Bonecos do Gama, com a presença internacional do Chile, da Argentina, do Peru, do Uruguai e das regiões brasileiras. Veja, a seguir, detalhes das apresentações.

Cartaz: divulgação oficial

–> 7º FESTINECO- Festival de Teatro de Bonecos do Gama
Dez dias de alegria (18 a 27/05) com grupos do Distrito Federal, Argentina, Chile, Peru e Uruguai e de mais três regiões brasileiras

O riso, o brilho nos olhos e o encanto dos bonecos vão abrir suas asas da quarta (18/05) até a sexta (27/05), em palcos e horários variados, no Teatro SESC Paulo Gracindo (Setor de Indústria Quadra 2), no Parque do Setor Leste (Parque infantil da Praça do Cine Itapuã ) e no Espaço Voar (SMA conjunto k lote 5 Gama – no Pró DF perto do Detran) em algumas escolas públicas, pelo 7º Festival de Bonecos do Gama – Festineco. Desta vez, serão 11 grupos do DF, cinco de outras unidades da federação (GO, PB, RJ, RS E SP) e mais quatro de outros países da América do Sul (Argentina,Chile, Peru e Uruguai). Tudo gratuito e aberto a todos os públicos., com exceção do espetáculo “Viejos”,de Sergio Mercúrio, cuja classificação indicativa é 14 anos. Este projeto conta com patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura do DF (FAC-DF).

 

Etarismo

Com autoria de Candice Pomi, Cléa Klouri, Juliana Seidl, Marco Antonio Vieira Souto, Maria Sanches, Ricardo Pessoa, Ricardo Mucci e Viviane Palladino, o “Movimento Atualiza!” convida a comunidade a visitar o guia de Boas Práticas de Combate ao Etarismo. Basta buscar na Internet digitando o seguinte: bit.ly/guiaatualiza.

–> Queridos(as) seguidores(as),
Há 6 meses, o Movimento Atualiza! compartilhou o Guia de Boas Práticas para Combate ao Etarismo em parceria com a ABA e foi o maior sucesso!! 😍

Neste mês de abril fizemos uma releitura e realizamos pequenos ajustes para aperfeiçoamento do seu conteúdo. Agora compartilhamos com vocês o Guia atualizado do #Atualiza
Link: bit.ly/guiaatualiza 🧡📙

Um conteúdo necessário e de fácil leitura para começarmos a lutar contra o preconceito e a discriminação etária nas empresas e no nosso dia a dia! 🙌 Vamos lá? Baixe e compartilhe! 🙂🚀
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Autoria: Candice Pomi, Cléa Klouri, Juliana Seidl, Marco Antonio Vieira Souto, Marilia Sanches, Ricardo Pessoa, Ricardo Mucci e Viviane Palladino.

História de Brasília

É uma deformação completa da planta daquelas casas, que cada dia é mais mutilada. (Publicada em 01.03.1962)

Estação da Luz

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Charge do Alpino

 

          Para o abade francês Jean Meslier (1664-1729), o homem só se tornaria verdadeiramente livre quando o último monarca fosse enforcado nas tripas do último clérigo. Não é necessário ir tão longe, nem mesmo usar de tanta perspicácia e espirituosidade radical para observarmos que nessa sentença, atribuída erroneamente ao seu conterrâneo Voltaire (1694-1778), há elementos suficientes que podem nos ajudar a começar a desconfiar que existe também, em nosso modelo de governo, um sério e nefasto fenômeno, incrustado dentro da máquina do Estado e de suas instituições, que impede o gozo pleno de uma cidadania universal conforme estabelecem teoricamente a própria Carta Magna.

         Trocando-se os sujeitos dessa sentença, por personagens mais condizentes com nossa realidade política atual, poderíamos dizer, parafraseando Meslier que o brasileiro só se tornará verdadeiramente um cidadão, quando o último oligarca corrupto for enforcado nas tripas do último juiz ou magistrado que ousou colocá-lo em liberdade. Obviamente que nessa sentença, um tanto extremada, para os dias modernos, iríamos substituir o termo “enforcado” por preso ou sentenciado exemplarmente. Tal é a situação em que nos encontramos hoje quando somos obrigados a assistir, todos os dias, em todas as mídias possíveis, a verdadeira aberração que é um notório condenado e chefe de organização criminosa, acusado por desvios de bilhões de reais dos cofres públicos, e recém saído da prisão, por uma decisão afrontosa às leis e à ética, em seu périplo pelo país, em frenética campanha para a reeleição, falar em futuro para os brasileiros. Não há futuro algum para um país e, principalmente, para uma nação, quando aqueles que se auto denominam “homens públicos”, não passam de autênticas ratazanas, prontas para mais uma sessão de rapinagem, dado o alto grau de impunidade em que vivemos.

         A situação de elegibilidade alcançada por esse candidato, depois de centenas de interpelações e outras chicanas, permite-nos concluir que já não há mais justiça, digna do nome, pelo menos contra a elite política e econômica deste país. Há sim um arremedo, que funciona muito bem apenas contra aqueles que, com justiça, a criticam.

          Como diz a deputada, espivitada, dessa mesma legenda que ousa lançar tal candidato: O que é isso? Respondendo a ela, diríamos: Isso é o que nos é empurrado, goela a baixo, e que temos que engolir, mesmo reconhecendo ser venenoso, sob pena de virmos a ser objeto dos olhares da espada dessa justiça, pronta a cortar os sem colarinhos brancos.

         Houvesse não justiça, mas apenas juízo, na cabeça daqueles que mandam, haveria, de imediato a instalação de uma Comissão Popular, digo, Parlamentar de Inquérito (CPI), a investigar o próprio Estado, colocando toda a República no banco dos réus. Não seria surpresa se alguém na plateia gritasse: Parem o Estado Brasileiro, que quero descer. Melhor descer na Estação da Luz, do que prosseguir nesse trem desgovernado e fora dos trilhos.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Os reis são para os seus ministros como os cornudos para as esposas: nunca sabem o que se passa.”

Voltaire

Foto: reprodução da internet

 

Inzoneiro

De um lado, a claque de sempre querendo a privatização dos Correios, Petrobras, Eletrobras. De outro, os Correios, por exemplo, venceram, pela quinta vez, o World Post & Parcel Awards, Oscar da indústria postal. Indo mais a fundo nessa agonia pela privatização, conclui-se que o medo é de que algum candidato desonesto vença as eleições e venha dilapidar o patrimônio dos brasileiros novamente. Assim funciona um país onde não há punição para os desonestos.

Imagem: correios.com

 

Menores

Delta e American Air Lines só se responsabilizam pelos próprios voos quando transportam menores de idade desacompanhados. Se houver conexão e o próximo avião for o da TAM, criança com mais de 12 anos desacompanhada não tem o apoio da companhia aérea para embarcar.

Foto: Divulgação/Delta Air Lines

 

Elogios

Toda a celeuma do concurso da SEDESTMIDH (hoje, dividido em 3 secretarias: Desenvolvimento Social, Mulher, e Justiça e Cidadania) foi resolvida. Candidatos que passaram pelo transtorno de verem o edital modificado, mudando as regras do jogo no meio do caminho, foram chamados e tomaram posse. A Justiça foi feita!

Governador Ibaneis Rocha. Foto: Ed Alves/CB/D.A Press

 

Perigo

Brasilienses são pessimamente servidos pela mão de obra que cuida das piscinas. Sem capacitação, os trabalhadores usam até produtos cancerígenos. Não dosam o PH, não usam equipamentos certos, esvaziam parte da piscina sem necessidade. Veja, a seguir, um vídeo sobre os cuidados necessários.

De olho

Mais uma vez, chega em nossas mãos reclamação sobre serviços oferecidos em clínicas veterinárias. Sem exames prévios para uma cirurgia, o cão da família teve uma parada cardíaca. Medicamentos são aplicados por estagiários que não têm o devido cuidado com os animais. O pior dessa história é que ninguém consegue laudos comprovando as barbeiragens. O corporativismo vence!

Foto: petz.com

 

História de Brasília

Embora não seja ministro, tenho direito ao menos aos meus vôozinhos. Até à volta, quando aqui estaremos novamente. AC. (Publicada em 23.02.1962)