Linha do horizonte

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

 

          Por anos a fio, este espaço vem fazendo críticas vigorosas, além de sérios alertas sobre a delicada situação em que se transformou a ocupação de terras em todo o Distrito Federal. Ninguém precisa ser um especialista e técnico em assunto fundiário para perceber que, desde o estabelecimento da nefasta maioridade política da capital, uma excrescência vinda a luz a fórceps, apenas para favorecer propósitos inconfessáveis de grupos muito específicos locais, tal medida provocaria, em curto espaço de tempo, a desfiguração de todo o quadrilátero da grande Brasília, transformando-a em mais uma unidade da federação em que os problemas sobejam e as soluções, quando existem, minguam.

          É o que vamos assistindo a cada ano. A transformação das terras públicas em moeda de troca, dentro do conceito finório, um voto um lote, que antes tinha como lastro promessas eleitorais da classe política local, hoje ganhou status de uma bem articulada estratégia em que verdadeiros espertalhões, dentro e fora da máquina pública da capital, agem para garantir vantagens e ganhos de todo o tipo, tornando, esse negócio rendoso, uma fabulosa commodity, em que quem perde é apenas o cidadão de bem, pagador de impostos.

         O pior é que os recursos volumosos, desperdiçados para manter uma máquina pública, burocrática e inchada, criada para alojar esses novos personagens trazidos pela emancipação política, fazem muita falta aos cidadãos. Não bastassem os envolvimentos de grupos formados por políticos, empreiteiros e outros empreendedores da capital nesse esquema, agora o negócio escuso vai se espraiando para outros nichos, conforme publicações, com envolvimento de policiais, servidores da própria secretaria que deveriam cuidar desses assuntos, além de marginais, que agem diretamente em muitos assentamentos, expulsando e ameaçando moradores, tomando imóveis pela força das armas, criando o que já se pode classificar como um pandemônio a ameaçar o futuro da capital.

         Nessa sanha por lucros, nem mesmo áreas de grande segurança para os brasilienses, representada pelo Parque Nacional de Brasília, por seus recursos hídricos e naturais, são poupadas. Áreas de amortecimento em torno desse Parque e mesmo internamente estão, aos poucos, sendo cercadas e pressionadas por loteamentos, ameaçando seu delicado equilíbrio.

         Os livros de história estão repletos de exemplos que mostram o apogeu e decadência de civilizações inteiras, em que a causa de seu desaparecimento é creditada, sobretudo, à escassez de recursos hídricos. Não há, pelo menos que se saiba, qualquer projeto consistente por parte do Governo do Distrito Federal, que estude, analise e projete cenários possíveis para o que pode vir a ser a capital do país, na virada do próximo século. Trata-se aqui de um estudo necessário e urgente e que pode traçar algumas perspectivas para o futuro. Para isso é preciso, antes de tudo, frear as ocupações aceleradas de terras públicas dentro de todo o quadrilátero, sob pena de vir a instituir-se a decadência precoce e mesmo a extinção de todo o projeto que começou ainda com a transferência da capital para o Planalto Central do país, no final dos anos cinquenta.

         Especialistas nesses assuntos são unânimes em concordar que a distribuição de terras públicas, nos moldes em que são feitas hoje, por cada governo que chega, seguido de um conjunto de parlamentares locais e federais, é um processo sem fim, semelhante a enxugar gelo. Políticos com visão de futuro, como o próprio idealizador da nova capital, Juscelino Kubitschek, fazem falta.

         O que temos hoje são políticos cujo horizonte se estende apenas até as próximas eleições, e isso é, para todos nós, um grande e sério problema. Não é preciso dizer aqui que homens públicos, com visão limitada, e que parecem olhar apenas para o próprio umbigo, por suas ações irrefletidas, encolhem o horizonte de vida de milhões de outros seres, ameaçando-os de existirem. Não é pouca coisa.

A frase que foi pronunciada:

“Pela primeira vez na história do Brasil os eleitores não vão consultar a plataforma dos partidos para votar, muitas são notoriamente falsas. A vida pregressa dos candidatos é o que interessa.”

João Damasceno

 

Homem bom

Lenda ou não, há uma história curiosa sobre o cearense Edson Queiroz. Surpreendido com um ladrão dentro de casa, resolveu a situação da seguinte forma: reconheceu que a vida estava difícil para muita gente, então ofereceu os eletrodomésticos da casa para serem levados. Pediu que o rapaz voltasse porque seria contratado como segurança da mansão. Ganharia um bom salário e não precisaria mais arriscar a liberdade. Assim mudou mais uma vida.

Edson Queiroz. Foto: unifor.br

 

Homenagem

Por iniciativa do deputado federal Idilvan Alencar, a Câmara dos Deputados, no dia 24 às 10h, homenageará os 50 anos da Fundação Edson Queiroz.  Depois da sessão solene, a comitiva do grupo será recebida para um almoço na Casa do Ceará.

Fundação Edson Queiroz. Foto: unifor.br

 

História de Brasília

Com esta ultima medida, evitar-se-ia o deslocamento diário de dezenas de alunos para o Plano Pilôto, e possibilitaria, ainda, a muitos outros que não podem se deslocar, cursarem o ginasial. (Publicada em 01.03.1962)

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