Quando o Estado é de carne e osso

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VISTO, LIDO E OUVIDO – Quando o Estado é de carne e osso

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

 

Mesmo sendo enquadrado como uma abstração política, ou um fantasma a pairar sobre a cabeça de todos, o Estado é bem real, pois age direta e teoricamente de modo impessoal na vida cotidiana dos cidadãos, regulando as relações entre governantes e governados. Fosse comparado a uma pessoa de carne e osso e com um cérebro, diríamos que o Estado é aquele indivíduo desprovido de coração e sentimentos.

Para aquelas democracias firmemente consolidadas essa é a personalidade adotada pelo Estado. Noutros cantos do mundo, onde a democracia é também uma abstração e um sonho distante, é comum vermos o Estado adquirir uma persona – e aqui mora o problema- apenas para garantir e defender o poder aos governantes. Quando isso acontece, o Estado é desvirtuado ou tornado sem aquelas virtudes necessárias e pensadas para o bem comum.

Como consequência, a população é tornada, contra sua vontade, em elemento passivo, sem condições de interagir, saudavelmente, com o Estado, sendo por ele abusada e transformada em um formigueiro disforme a quem cabe apenas alimentar poderosa máquina do Estado e aqueles que estão em seu comando.

Para que essa deformidade passe a ocorrer, basta que os Três Poderes governarem para dentro, excluindo a população, que só é chamada, em tempos de eleição, para dar uma máscara de legitimidade àquilo que não é, absolutamente legítimo. Sem a efetiva soberania popular, o Estado é apenas uma fantasia a perpetuar injustiças e explorar as massas.

Para que haja o poder das leis e não dos homens, é preciso, a princípio, que as leis sejam desenhadas para se fazer cumprir por todos indistintamente. Com isso, a igualdade perante as leis torna-se o principal pilar a dar sustentação ao Estado. Quando vemos um Estado, rendido a interesses pessoais, o que se tem é o arbítrio e todas as suas consequências que vão desde a desigualdade social até a ruptura abrupta da paz e da harmonia.

Crises institucionais são comuns em Estados disfuncionais e hão de prolongar-se até que o Estado volte a sua condição primária de defesa do bem comum. Não por outra, Estados que deixaram de lado sua condição básica de elemento fomentador da paz social, estão hoje imersos em corrupção, desmandos, violência generalizada, entre outros pesadelos, preocupados em se fazer proteger pela força e pela repressão contra os descontentes, que só aumentam em número.

Não surpreende também que entre os motivos de muitas guerras civis, contrapondo irmãos contra irmãos, tenha sua origem na funcionalidade obtusa e cruel do Estado. Somente um Estado que consegue limitar o poder dos governantes, enquadrando-os todos na impessoalidade das leis, pode almejar algum êxito.

No caso do desenvolvimento econômico da nação é também impossível, a um Estado dominado por paixões pessoais, propiciar uma melhora duradoura e real para seus cidadãos. Mesmo no caso das relações políticas, tão necessárias, a partidarização e o fomento de polarizações entre grupos são num Estado desvirtuado, elementos para a chantagem política, perseguições e outras mazelas.

A política deixa de desempenhar seu papel de interlocução entre governados e governantes, transformando-se  em elemento de fortalecimento de uma casta, que passa a parasitar o Estado, completando assim o ciclo de decadência, que irá atingir a todos, mais cedo ou mais tarde.

 

A frase que foi pronunciada

“Não estatize meus sentimentos. Para o seu governo, o meu estado é independente.”

Renato Russo

 

Memória

Em 1º de setembro seria aniversário de Dom Helder Câmara, aquele que como disse Antônio Teixeira, jamais se defendeu das calúnias aventadas contra si. Jamais acusou os seus acusadores. Jamais usou sua eloquente palavra apara defender as posições que heroicamente assumiu. História repetida com diferentes personagens.

 

Atitude

Verdadeiros palácios, as embaixadas do Brasil pelo mundo podem muito bem receber nossas autoridades. Já que a hospedagem é paga com o dinheiro público e a manutenção desses prédios das representações brasileiras também sai do bolso do contribuinte, a deputada federal Rosana Valle (PL-SP) achou por bem protocolar um projeto de lei que prevê a hospedagem de autoridades em embaixadas durante viagens internacionais. A medida tem o objetivo de reduzir gastos do governo federal e garantir maior transparência na utilização de recursos públicos.

 

Curiosidade

Por falar nisso, o palácio da Embaixada do Brasil em Roma chama-se Caetani, porque pertenceu ao cardeal Bedetto Caetani, que passou a história como papa Bonifácio VIII (1294-1303) . Dante Olighieri cita Bonifácio VIII na Divina Comédia.

 

 

História de Brasília

Já que falamos no coronel Cairoli, lembramos ao DVO que os postos de Assistência e Segurança Publica das superquadras ainda não têm via de acesso, apesar de já haver sido preparada pela DUA. (Publicada em 23.03.1962)

Pensamentos, palavras, atos e omissões

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VISTO, LIDO E OUVIDO – Pensamentos, palavras, atos e omissões

Criada por Ari Cunha desde 1960

jornalistacircecunha@gmail.com

com Circe Cunha e Mamfil

 

A República, que todos deveriam entender como uma forma de governo em que cabe ao Estado ou coisa pública, atender e trabalhar em prol dos interesses da população, guarda, entre nós, alguns cacoetes perigosos, herdados, quem sabe, de nossa formação social e histórica.

O mais visível desses vícios e que tornam nossa República capenga e carente de elementos éticos básicos pode ser conferido na apropriação do Estado, por uma elite governista, que não acredita na existência de uma fronteira cerrada e legal entre o público e o privado. Com isso, apoderar-se de tudo e como bem quiser, segundo um conjunto de falsas premissas, como a de o fazer, em nome de um governo que paira acima das leis e conta, para isso, com o apoio da população.

Conforme a organização da Justiça, como está entre nós, não só colabora com esses cacoetes, como repreende aqueles que insistem em clamar pelo respeito à coisa pública. Não por outra razão, nos casos de corrupção e de malversação do dinheiro público, mesmo de fabulosas somas, seus protagonistas, encontram na derradeira instância dos tribunais o lugar certo da absolvição. Exemplos dessa apropriação indébita e desse Estado aberto e sem porteira ocorrem todos os dias.

Enganam-se os que acreditam que a colocação, à disposição dos Três Poderes, de orçamentos próprios e vultosos ajudaria na melhor repartição e fiscalização dos recursos públicos, fazendo com que cada um apresentasse o melhor emprego do dinheiro em caixa. Não é o que ocorre. A desculpa é que a máquina é cara, e que os encargos para a administrar o país são mais caros ainda.

É entre essas meias verdades que os deficits se prolongam, a inflação resiste e a economia mostra os gráficos em linhas descendentes. A questão, que foge aos economistas, é saber entre as alternativas a que mais se aproxima de nossa realidade. Afinal, é o Estado que não cabe no orçamento? É o governo? Ou seria a população que reclama por contrapartidas em serviços públicos, sempre insuficientes ou mesmo inexistentes?

Talvez, para ficar no meio do caminho, diriam que é o Brasil que não cabe no orçamento. Quem sabe com um pouco de parcimônia, probidade e respeito à coisa pública, o orçamento encontraria um meio de atender àqueles que mais precisam e que, por acaso, não são aqueles que comandam o Estado.

Para o leitor, atento ao que se passa, basta observar bem para se certificar de um fato corriqueiro, desses que muitas vezes passa despercebido. Sempre que as autoridades são fotografadas ou filmadas, nas muitas solenidades que se repetem a cada momento, dois os mais personagens sentados próximos põem-se a confabular, olhando para todos os lados e com o cuidado de colocar a mão escondendo o gestual da boca, para ninguém entender do que falam por leitura labial.

Por certo e pela mímica desconfiada, não tratam de assuntos republicanos. O mesmo ocorre com as agendas de visitas. Em caso de visita pouco recomendada, essas agendas deixam de existir. Também, nesse mundo moderno, verdadeiro Big Brother, as filmagens e captação de cenas embaraçosas, somem ou são deletadas para sempre, sem deixar rastros.

É o cacoete de esconder da opinião pública o que não é republicano. Agora, em tempos de controle social da mídia, ou que quer que isso signifique, a questão é censurar, desmonetizar ou o que seja, tudo aquilo que pode vir a ser interpretado como conduta não republicana. De fato, não é escondendo ou camuflando esses cacoetes que a coisa mudará. O mais correto e barato seria mudar aqueles que insistem nesses cacoetes.

 

A frase que foi pronunciada

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.”

Friedrich Nietzsche

 

Mais dedicação

O senador Izalci Lucas mostrou preocupação com parlamentares que chegam rapidamente para votar e votam de qualquer jeito, sem preocupação com as consequências. A iniciativa do senador Eduardo Braga é promover debates nessas matérias importantes com grupos de discussão na CAE, CCJ o que será bom inclusive para a população acompanhar os discursos de seus parlamentares.

 

História de Brasília

Seria um grande serviço prestado à coletividade, e nenhuma repartição está tão bem aparelhada para essa tarefa, faltando apenas a determinação, já que boa vontade não falta. (Publicada em 23/3/1962)

Pensamentos, palavras, atos e omissões

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Criada por Ari Cunha desde 1960

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com Circe Cunha e Mamfil

Pensamentos, palavras, atos e omissões

         República, que todos deveriam entender como uma forma de governo em que cabe ao Estado ou coisa pública, atender e trabalhar em prol dos interesses da população, guarda, entre nós, alguns cacoetes perigosos, herdados, quem sabe, de nossa formação social e histórica.

         O mais visível desses vícios, e que tornam nossa República capenga e carente de elementos éticos básicos, pode ser conferido na apropriação do Estado, por uma elite governista, que não acredita existência de uma fronteira cerrada e legal entre o público e o privado. Com isso, apoderar-se de tudo e como quer, segundo um conjunto de falsas premissas, como a de    o fazer em nome de um governo que paira acima das leis e que conta para isso, com o apoio da população.

         Conforme a organização da Justiça como está entre nós, não só colabora com esses cacoetes, como repreende aqueles que insistem em clamar pelo respeito à coisa pública.  Não por outra razão nos casos de corrupção e de malversação do dinheiro público, mesmo de fabulosas somas, seus protagonistas, encontram na derradeira instância dos tribunais, o lugar certo da absolvição. Exemplos dessa apropriação indébita e desse Estado aberto e sem porteira ocorrem todos os dias.

         Enganam-se os que acreditam que a colocação, à disposição dos três Poderes, de orçamentos próprios e vultosos ajudaria na melhor repartição e fiscalização dos recursos públicos, fazendo com que cada um apresentasse o melhor emprego do dinheiro em caixa. Não é o que ocorre. A desculpa aqui é que a máquina é cara, e que os encargos para a administrar o país, mais caros ainda.

         É entre essas meias verdades que os déficits se prolongam, a inflação resiste e a economia mostra os gráficos em linhas descendentes. A questão aqui e que foge aos economistas, é saber entre as alternativas a que mais se aproxima de nossa realidade. Afinal é o Estado que não cabe no orçamento? É o governo? Ou seria a população que reclama por contrapartidas em serviços públicos, sempre insuficientes ou mesmo inexistentes?

         Talvez para ficar no meio do caminho diriam que é o Brasil que não cabe no orçamento. Quem sabe com um pouco de parcimônia, probidade e respeito à coisa pública, o orçamento encontraria um meio de atender àqueles que mais precisam e que por acaso, não são aqueles que comandam o Estado.

         Para o leitor, atento ao que se passa, basta observar bem para se certificar de um fato corriqueiro, desses que muitas vezes passa despercebido. Sempre que as autoridades são fotografadas ou filmadas, nas muitas solenidades que se repetem a cada momento, dois os mais personagens sentados próximos põem-se a confabular, olhando para todos os lados e com o cuidado de colocar a mão escondendo o gestual da boca, para ninguém entender do que falam por leitura labial.

         Por certo e pela mímica desconfiada, não tratam de assuntos republicanos. O mesmo ocorre com as agendas de visitas. Em caso de visita pouco recomendada, essas agendas deixam de existir. Também, nesse mundo moderno, verdadeiro Big Brother, as filmagens e captação de cenas embaraçosas, somem ou são deletadas para sempre, sem deixar rastros.

          É o cacoete de esconder da opinião pública o que não é republicano. Agora, em tempos de controle social da mídia, ou que quer que isso signifique, a questão é censurar, desmonetizar ou o que seja, tudo aquilo que pode vir a ser interpretado como conduta não republicana.

         De fato, não é escondendo ou camuflando esses cacoetes que a coisa irá mudar. O mais correto e barato seria mudar aqueles que insistem nesses cacoetes.

A frase que foi pronunciada:

“Um político divide os seres humanos em duas classes: instrumentos e inimigos.”

Friedrich Nietzsche

Mais dedicação

Senador Izalci Lucas mostrou preocupação com parlamentares que chegam rapidamente para votar e votam de qualquer jeito, sem preocupação com as consequências. A iniciativa do senador Eduardo Braga é promover debates nessas matérias importantes com grupos de discussão na CAE, CCJ o que será bom inclusive para a população acompanhar os discursos de seus parlamentares.

História de Brasília

Seria um grande serviço prestado à coletividade, e nenhuma repartição está tão bem aparelhada para essa tarefa, faltando apenas a determinação, já que boa vontade não falta. (Publicada em 23.03.1962)

VISTO, LIDO E OUVIDO – Entre o urso e o dragão

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VISTO, LIDO E OUVIDO
*Criada por Ari Cunha DESDE 1960
 Circe Cunha E Mamfil
Depois de ter reconhecido a China, em 2004, como economia de mercado, apesar das muitas advertências feitas naquela ocasião por especialistas de diversas áreas, o mesmo governo que celebrou aquele acordo, quase duas décadas atrás,  com base mais em identidade  ideológica e política  do que em termos econômicos, propriamente dito, volta a agora com a cereja do bolo para comemorar aqueles tratados desastrosos, que entre outras consequências ruins,  sufocou  e acabou destruindo boa parte da indústria nacional.
 Contra todos os vaticínios  também e  com olhos postos num bloco do outro lado do mundo, composto por duas ditaduras nucleares e que  por esse motivo possuem diretrizes nacionalistas próprias e imutáveis, o governo brasileiro segue com o plano político adotar a moeda chinesa Yuan nas transações comerciais com esses países, apenas para fazer frente contra os Estados Unidos.
 Por ações como essa é que indústrias têxteis, calçadistas, de auto peças, e inúmeras outras fábricas nacionais, simplesmente foram a falência por não suportarem a concorrência desleal com os produtos chineses. Com isso, milhões de brasileiros perderam seus empregos, numa onda de invasão de produtos que afetaria também as cadeias varejistas e de atacado.
Nos alfarrábios de economia não existe explicações racionais  para essa obsessão permanente do atual  presidente  tanto em investir bilhões de reais dos contribuintes brasileiros em economias de outros países, mesmo a despeito da  crise econômica interna, como em substituir o Real e o Dólar nas transações com outras nações.
Depois da moeda única do Mercosul, agora é a vez da introdução do Yuan, transformando o Brasil em uma espécie de laboratório para experiências comerciais, sem lastro e com futuro incerto.
O objetivo é isolarem os Estados Unidos, mesmo desprezando fatores naturais e históricos que ensinam sempre  que geografia é destino. Comprar briga alheia, no caso envolvendo disputas comerciais sino-americanas não é um bom negócio, e pode prejudicar o Brasil, caso os americanos resolvam boicotar os produtos nacionais, interrompendo acordos antigos e pondo todo o tipo de dificuldade para o Brasil.
 O estrago provocado na economia nacional ainda está longe de ser reparado e pouco interessa aos chineses contorna-lo.  A opção de 2004, retirou oportunidades de o Brasil em avançar com maior independência  em relação produtos importados, impondo ao país uma total dependência dos produtos made in China.
Trocar a economia de um país democrático e liberal, por outro de partido único e cujo o capitalismo é traçado segundo as anomalias de um capitalismo de Estado, só pode ser bom negócio para aqueles que possuem mentes e corações congelados.
 A países como a China e Rússia interessam relações econômicas que unam estratégias militares a desenvolvimento com base em ideias nacionalistas e mesmo expansivas. É o comércio da dominação e da supremacia e não da igualdade de vantagens. Pensar em se aliar ao urso russo e ao dragão chinês, e ainda querer levar vantagens nessa união é um pesadelo que só acreditam os tolos ou mal intencionados.
A frase que foi pronunciada:
“A derrota só será uma bebida amarga se concordarmos em tragá-la.”
Provérbio chinês
Sem resposta
Gabaritados dois jogos da Mega Sena no DF. Falando nisso é bom que não se apague da memória uma denúncia nunca respondida com seriedade sobre possíveis fraudes nessa modalidade de aposta. O ex-senador Álvaro Dias foi bastante corajoso em enfrentar o caso afirmando décadas atrás que havia suspeita de fraude para lavagem de dinheiro do narcotráfico e crime organizado.
Empatia
Sem evitar a vizinhança dos catadores de lixo, a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias no final da L2 Norte abriu as portas para visitação da comunidade em geral. Chegou com simpatia.
Mistério
Por volta das 16h a página do Twitter que divulgava o encontro do Ministro Mauro Vieira com o Ministro da Cooperação para o Desenvolvimento e Política Climática Global da Dinamarca, Dan Jørgensen, caiu.
História de Brasília
Nós gostaríamos de apelar para o coronel Cairoli, no sentido de que cada guarnição de rádio patrulha seja uma vigilante da cidade, evitando, também, as invasões dos barracos. (Publicada em 23.03.1962)

Nesse ponto, concordamos

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VISTO, LIDO E OUVIDO – Nesse ponto, concordamos

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com Circe Cunha e Mamfil

 

Exemplos vindos de todos os lugares do mundo, em todos os tempos, têm comprovado que políticas econômicas de governo — feitas em cima do laço, com vistas a tapar rombos nas contas públicas — construídas em cima de propostas que visam a taxação dos investimentos dos super ricos não funcionam.

O que surpreende é que mesmo, com a comprovada inutilidade dessa estratégia, ainda há aqueles que insistem nessa medida. No fundo, o que essas estratégias querem passar para a população é que medidas como essa são para corrigir injustiças, ao atribuir aos ricos a causa das desigualdades econômicas do país. Nada mais falso e mais manjado que isso.

Tudo o que ocorre, da porta do Palácio do Planalto para fora, atingindo a população como um todo, é consequência de ações tomadas da porta do Palácio para dentro. Aos ricos, que entendem essa mecânica, melhor que a maioria da população, cabe proteger seu patrimônio. Essa proteção natural, pode ser feita aqui ou alhures, uma que o capital não possui pátria e o que não faltam são instituições desejosas de captar esses investimentos, venham de onde vier.

Mesmo a previsão, sempre falha, de que haverá, por meio dessa medida, uma captação de algo em torno de R$ 54 bilhões é pífia e incerta, diante da gana gastadora do governo. Volta e meia, e se vê por essas bandas, governos perdidos, sem metas ou planos consistentes, insistindo nessa tecla. Não há como negar que são os ricos, empresários ou investidores, os maiores geradores de empregos aqui e em outras partes do mundo, exceto nas economias centralizadas de países comunistas.

Para esses, a culpa deve ser pespegada aos ricos. Abrisse o governo a cartilha da ética pública, na página referente probidade administrativa, veria, logo no preâmbulo, a recomendação que diz: reconhecer sinceramente os erros, é a primeira tarefa a ser feita, antes de empreender medidas e muito antes de quaisquer ações concretas.

Os ricos pela influência que dispõem em todos os meios, inclusive na máquina do Estado, sabem de antemão, por conexões, ou  por inside information, todos os movimentos que serão adotadospelo governo. Nessa altura dos acontecimentos, cuidaram de salvar seus rendimentos da sanha arrecadatória do governo.

Para tributaristas há, além da fuga de capitais, a possibilidade de os ricos transformarem seus investimentos em produto de previdência. Na prática, o que se tem com essa taxação de super ricos, é apenas uma teoria sem lastro na realidade e nas análises. A questão central aqui é que essa taxação jamais irá se reverter em benefício dos pequenos contribuintes, aliviando-os com menores tributos.

Se, em vez de  taxar os super ricos, o governo mirasse naquela porção dos muitos ricos dos que dirigem o país, pagos com o trabalho dos contribuintes, a medida talvez surtiria mais resultados. Outro meio de aumentar a arrecadação para os cofres do Estado, é por meio do combate a corrupção. Nesse ponto não há o que discutir.

 

 

A frase que foi pronunciada

“Para bem conhecer o caráter do povo, é preciso ser príncipe, e para bem conhecer o do príncipe, é preciso pertencer ao povo.”

Maquiavel

 

Inteligente

Projetos de sustentabilidade, como o da UnB, com a geração de energia fotovoltaicam, e o do Senado, com o reaproveitamento da água da chuva, são exemplos a serem seguidos pelas instituições públicas do país. O desperdício é enorme na esfera municipal, estadual e federal.

 

Agenda

Por falar em UnB, o campus do Gama comemora 15 anos e a organização está a todo vapor preparando a festa para a comunidade em 1º de setembro.

 

Atitude

Deputada Paula Belmonte incentiva a Semana da Primeira Infância na Câmara Legislativa do DF. A iniciativa da parlamentar traz à comunidade um seminário hoje, além de atividades recreativas e educacionais para crianças. Quinta-feira, lançará a Frente Parlamentar da Primeira Infância.

 

IHora do boicote

Um passeio pelos supermercados da Asa Sul e Asa Norte é o suficiente para se atestar a diferença abissal de preços. Parece que o boicote aos comerciantes exploradores é coisa do passado. E funcionava mesmo que as donas de casa não tivessem naquele tempo as poderosas ferramentas de comunicação como Instagram, Telegrama ou WhatsApp.

 

História de Brasília

A Cidade Livre voltou a ser livre outra vez. A área devastada pelos incêndios está sendo invadida livremente por barracas uniformes e postas em filas, formando pequenas ruas. (Publicada em 23/3/1962)

Fênix

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VISTO, LIDO E OUVIDO – Fênix

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Pelo andar da votação no Supremo Tribunal Federal (STF), faltando apenas um voto para sua aprovação, o governo pode comemorar o renascimento das cinzas do novo imposto sindical, declarado morto desde 2017, por ocasião da então  reforma trabalhista, feita durante o curto período do mandato de Michel Temer. Na sua nova versão, o imposto sindical virá mais turbinado, graças a  super taxação  fixada em 1% do rendimento anual do trabalhador.  Pelas contas feitas por alguns economistas, o novo imposto representará uma cobrança de mais de três dias de jornada de cada trabalhador, mesmo daqueles que não são filiados. A contribuição será obrigatória. Há quem afirme que nem mesmo os aposentados  escaparão dessa cobrança. O ministro do Trabalho, um notório sindicalista, é quem está articulando o renascimento do imposto sindical. Com o apoio dado pelo Supremo, não há, à primeira vista, quem duvide de que esse imposto retornará, mesmo que desagrade a grande maioria dos trabalhadores.

O Brasil tem nada menos do que 80% de todos os sindicatos existentes no planeta, ou seja de cada 10 sindicatos presentes no planeta, o país tem oito. Pudera, a criação de sindicatos, a exemplo do que ocorre também com partidos políticos, é hoje o melhor e mais fácil meio de enriquecimento para seus proprietários. Com o sinal verde vindo da Justiça, a  intenção do governo  é enviar ao Congresso um projeto de lei, não sem antes de darem início às negociações , que, no atual jargão político, significa a perspectiva de novas e fartas  liberações na emendas de relator, ou como era chamado outrora, emendas secretas.

A ideia é que nova taxação seja vinculada aos acordos de reajuste salarial a cada ano, obviamente, resultante de negociações entre sindicatos e empresas. A simples menção ao retorno do imposto sindical tem provocado uma avalanche de protestos. Ao tomar ciência dos protestos contra esses impostos, o governo cuidou logo de negar que esteja discutindo essa possibilidade e passou a confeccionar essa medida sob total sigilo. Assim que as bases estejam “amolecidas” com a liberação de emendas, o projeto ganharia a tarja de emergência  e entraria na pauta, sendo votado no meio de outras propostas, tarde da noite.  Estratégias como essas foram adotadas  em diversas oportunidades, sendo que,  na maioria das vezes, a aprovação foi tranquila. Lula e Luiz Marinho, dois personagens que fizeram carreira no sindicalismo, têm no retorno desse imposto um ponto pacífico. A questão é levar esse projeto em segredo e  longe dos olhos da opinião pública, esperando o momento ideal para revelá-lo.

Para os trabalhadores, que, anteriormente, tinham de ceder, a contragosto, o rendimento de um dia de trabalho para os sindicatos, com essa nova proposta terão seus rendimentos taxados compulsoriamente equivalentes a três dias de trabalho. A existência de um grupo de trabalho dentro do ministério discutindo formas de financiamento ligados ao processo negocial bem como de alternativas para o fortalecimento dos sindicatos e do sindicalismo, corroboram e dão, como certa, a volta desse imposto, agora com valor triplicado. É preciso destacar que o fortalecimento das bases sindicais passa, necessariamente,  por uma injeção de recursos. O fim do imposto sindical fez desaparecer muitas entidades sindicais, a maioria vivendo apenas desse dinheiro sem sequer prestar serviço algum ao trabalhador. Tratava-se de uma classe parasitária, dominada por uma elite de sindicalista que enriqueceu nessa pseudo atividade.

Para o governo, o fortalecimento e a volta dos sindicatos aos seus tempos áureos é necessário, uma vez que essas instituições, como ponta de lança do Partido dos Trabalhadores, faz o trabalho essencial de arregimentação e de doutrinamento das massas trabalhadoras, o que representa, ao lado dos recursos públicos, os principais meios de sustentação dessa legenda. Que, diga-se de passagem, há muito tempo se  desligou de toda e qualquer interação direta com o mundo do trabalho e com os trabalhadores.

» A frase que foi pronunciada

“O ladrão rouba para comprar drogas, mas por que ele não rouba logo à droga? Simples. Os traficantes, andam armados.”

Eneas Carneiro

 

Política pública

» Falta um programa em Brasília para amparar esquizofrênicos que perambulam pelas ruas. Por falta de tratamento e medicamentos, estão fora da sociedade, marginalizados. Nem sempre pedem esmolas. Às vezes, reviram o lixo para matar a fome. Poderiam ter uma vida normal, se houvesse política pública voltada para essas pessoas.

 

Segurança

» Tenha sempre em mãos o número do telefone de seu gerente no banco. Os crimes por celular estão aumentando com argumentos como compras feitas no seu cartão para confirmar para números estranhos com bandidos supereducados.

 

Proatividade

» Lição tirada pelo incêndio na vegetação em Águas Claras é que os bombeiros tenham um plano de atendimento a emergências. Os prédios altos, as ruas estreitas são problemas para enfrentar no atendimento.

» História de Brasília

O Departamento de Parques e Jardins mandou capinar as quadras da Fundação e não retirou o mato arrancado. Agora, na fase de sementeira, poderá nascer muito mais forte. (Publicada em 23/3/1962)

Novo ensino médio e a ruptura com a universalidade do saber

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Criada por Ari Cunha desde 1960

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com Circe Cunha e Mamfil

Novo ensino médio e a ruptura com a universalidade do saber

         Em meio à uma pandemia, que daqui há pouco estará completando dois anos, muitos brasileiros confessam estar não só cansados da clausura forçada, como se sentem alienados da realidade do mundo à sua volta. Para muitos, o mundo que conheciam antes da pandemia do covid, está definitivamente morto. É em meio à esse sentimento que mistura a síndrome da caverna , provocada pelo isolamento social, que pais, alunos e professores, pressentem que o futuro que planejavam para si e para os seus começou a ruir, sem que algo novo e seguro tenham sido colocados em seu lugar.

         A incerteza quanto ao porvir tem trazido insegurança e desconfiança à essa parcela da sociedade, tornando ainda mais incerto que caminhos a educação de seus filhos irá tomar daqui para frente, num mundo em acelerada e tumultuada transformação. É nesse cenário em que as dúvidas sobram, que vai sendo implantado em todo o país, a toque de caixa, os currículos do Novo Ensino Médio (ENEM), proposto pela Medida Provisória nº 746 de 2016.

          É preciso lembrar que a prolongada pandemia e as incertezas quanto ao real calendário de retorno às aulas, ocasionou um outro fenômeno físico nas escolas públicas. Muitos desses estabelecimentos, ou ficaram abandonados ou entraram num processo indefinido de reformas, sendo que boa parte desses edifícios, simplesmente não estão preparados para receberem os alunos.

         Quanto à implantação nessas escolas do novo material didático exigido pelo ENEM, como é o caso de computadores e rede de informática, nada ainda foi feito. É nesse ambiente de incertezas e improvisações que os alunos, quando retornarem, de fato, às escolas, terão que conviver. De cara terão que aceitar que a tal reformulação do ensino médio, no que pesem as possíveis boas intenções do legislador, excluiu universidade, docentes, escolas, país e alunos de todo esse processo de renovação, o que pode, conduzir toda essa estratégia à um ponto de inflexão, forçando toda as mudanças ao ponto original de partida.

         Alheios a toda essa transformação dos currículos, pais e alunos poderão se ver em meio a um novo modelo, elaborado para funcionar na prática, sobretudo quando se verifica que a ausência de protagonismo dos professores é o que mais tem pesado para fazer dessas mudanças algo que vá de encontro à realidade do ensino público e acabe atropelando toda a política educacional proposta pelo ENEM.

         Apenas para se ter uma ideia sobre o assunto, a página do Congresso Nacional, que trata do assunto, apurou, por meio do quesito de consulta pública, já encerrada, que dentre os cidadãos que foram ouvidos pela pesquisa 73.554 disseram não ao ENEM. Somente 4.551 aprovaram as novas propostas para o ensino médio. Trata-se de um retrato pequeno, para o universo nacional, mas diz muito sobre essas inovações relâmpagos. Também a exclusão dos alunos de todo esse processo, tem pesado sobre sua aceitação e contradiz o que prega o próprio eixo do ENEM que afirma serem os alunos os principais protagonistas dessas alterações. Com relação aos professores a situação é ainda mais incerta. Para muitos deles o ENEM deveria ser precedido de formação de professores, que ainda é feita por áreas de conhecimento e não, como prega o novo currículo, por competências e habilidades. Muitos professores alertam ainda para o perigo do aumento do distanciamento entre as escolas públicas e privadas, já que essas continuaram a oferecer itinerários formadores com vistas ao ensino superior, ao passo que as escolas públicas correm o risco, por falta de recursos, de se transformarem em estabelecimentos voltados para a formação de mão de obra para o mercado de trabalho e para o ensino profissionalizante. É tal história, mal contada pelo atual ministro da educação, de que as universidades são para poucos brasileiros. Há inda muito chão pela frente a ser percorrido por essa proposta, caso queira o governo, que ela tenha um mínimo de aceitação e longevidade.

S.O.S – S.U.S

Hoje é dia de as clínicas de hemodiálise apagarem as luzes em protesto relacionado ao baixo valor pago pelo SUS aos serviços prestados. Enaltecer o SUS é de fato uma ação meritória. Mas hospitais e clínicas que se desdobram para que tudo funcione a contento não são devidamente reconhecidos.

Sem neura

Difícil não estranhar o vermelho compartilhado nas bandeiras verde e amarelo espalhadas pela Esplanada dos Ministérios. Quem lê jornal logo pensa que a esquerda resolveu aprontar alguma antes de 07 de Setembro. Nada disso. Agora todos conhecemos a bandeira de Guiné Bissau, mesmo que a estrela não esteja visível. Até o dia 28 Umaro Sissoco Embaló, presidente daquele país estará em visita na capital.

Duas vias

Bela matéria no Globo Rural mostrava uma fazenda com um cultivo diferente: água. Depois de muitos anos, resolveram estimular a volta das águas que secaram pelo mau uso da terra. E a natureza respondeu de braços abertos. No DF um projeto incentiva produtores rurais a reflorestar áreas e criar cobertura vegetal que aumenta a infiltração da água na terra. Também está dando certo.

Valores

Financiado pelo governo federal, o Consultório de Rua é uma  boa ideia. Andarilhos, pedintes e pessoas vulneráveis podem ser assistidas pelo programa. Cabe aos governos a inscrição para acesso à verba. Dona Maria do Barro, se estivesse viva, ficaria feliz com a iniciativa. Estava sempre pensando em uma forma de tornar a vida dos moradores de rua menos sofrida. Foi uma pessoa que Brasília nunca deverá esquecer.

História de Brasília

Como já faz muito tempo que foi inaugurada, e ninguém se lembra mais, é tempo de inaugurar novamente a Creche da 108, desta vez acrescida de mais oito portas. (Publicada em 07/02/1962)

Democracia sem emoção e com razão

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Democracia sem emoção e com razão

Criada por Ari Cunha desde 1960

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         Para um país que, ao longo da maior parte de sua história, nunca deu a devida atenção à educação e ao ensino público de qualidade, assimilar lições e torná-las praticas usuais do cotidiano é também uma tarefa difícil, senão impossível. reter lições do passado e do presente é fundamental para evitar o cometimento dos mesmos erros e ter alguma previsibilidade quanto ao futuro. E é também uma das lições que se prende nas escolas.

          Com isso, fica evidente que um povo devidamente instruído não se torna presa fácil nas mãos dos prestidigitadores políticos, muito menos se deixa levar pelos discursos encantatórios de demagogos e populistas da hora. Ensinar a pensar, talvez seja a primeira e mais importante missão que cabe a educação. A segunda, talvez seja ensinar a pensar de modo próprio, depois de perscrutado o ambiente em volta. Sem essas premissas um povo se torna alvo fácil para a investida para dos chamados “peritos em habilidades”, os mascates de vãs esperanças.

          Essa talvez seja a principal característica que falta à média dos cidadãos desse país, sobretudo aos eleitores. O que a prática demonstra é que desde a redemocratização não parece haver sinais de que o eleitorado venha aprendendo com as seguidas eleições. E isso é ruim, pois traz reflexos negativos para toda a nação, mesmo para aqueles que dizem desprezar a política. Pelo menos é o que as atuais urnas mostram.

         No embate em que nos vemos metido agora, açulado de modo proposital pelo chefe do Executivo, contra parte das altas cortes do Judiciário, a parte ser o que se dizia ser: “briga de cachorro grande”, deveria render lições proveitosas para a elevação na qualidade de nossa democracia.

         Não basta a um Estado ser democrático, é preciso que essa democracia tenha um mínimo de qualidade. Ocorre que essa melhoria na qualidade só pode advir de eleitores cônscio de sua importância nesse sistema. Ou a população aprende com erros cometidos por seus representantes, banindo-os definitivamente da vida política, ou estaremos fadados a experienciar crises e mais crises, com efeitos danosos sobre todos.

         É nesse contexto que se insere a atual crise, gestada no Palácio do Planalto e ampliada no supremo. Trata-se de uma contenda em que nenhuma das partes possui razão. Fôssemos julgar essa querela atual à luz da racionalidade e dos episódios que foram se sucedendo num crescendo insano, o veredito, por certo levaria a condenação de ambas as partes. Apenas à guisa de exemplo tomemos a faxina ou o remendo ilegítimo, feito à meia sola, no currículo de Lula, de forma apenas a torná-lo apto a concorrer às próximas eleições.

         De cara trata-se aqui de um acinte contra o cidadão de bem e uma violação contra à própria democracia. Caso a população não entenda, de uma vez por todas, que o desmanche forçado da Operação Lava Jato foi um atentado contra a democracia e um crime de lesa pátria, mais uma vez estaremos sendo impelidos a repetir erros sérios.

         . É esse upgrade que nos falta e que só poderá vir por meio das boas escolas públicas e de um ensino que leve o brasileiro a reconhecer, em qualquer ocasião, o valor preciosíssimo de uma democracia de qualidade em que a razão suplante a emoção.

A frase que não foi pronunciada:

“Por falar nisso, o finado Bruno Maranhão arrebentou o Congresso Nacional. O que aconteceu com ele?”

Dona Dita, enquanto tricota

Ordem e progresso

Se existe um colégio que desperta a ira dos maus professores e administradores escolares, esse é o Colégio Militar. Primeiro porque as crianças que o frequentam já são educadas em casa, só vão para a escola pela instrução. Segundo, porque em qualquer olimpíada de conhecimento, o Colégio Militar é imbatível. Essa ira de alguns, deveria se transformar em humildade para copiar a fórmula. Essa celeuma sobre a filha do presidente estudar no Colégio Militar é inútil. A escola é ótima e quem pode, pode.

Divulguem

Veja no blog do Ari Cunha as obras da afegã Shamsia Hassani. Descreve bem a situação da mulher no atual Afeganistão. As fotos foram enviadas para um grupo de jornalistas pelo colega Fernando Ladeira. Veja também como seguir a artista no Instagram.

Á flor da pele

Uma das sequelas dessa fase pandêmica é a falta de paciência de pais que não estavam acostumados a conviver com os filhos. Outro dia uma mãe gritando com o pequeno o obrigava a colocar a máscara antes de entrar no carro. É o mesmo que obrigar alguém a passear à pé atado em um cinto de segurança.

História de Brasília

No supermercado UV-1 faltavam, ontem: cebola, carne, batata, verdura, arroz e álcool. Muitos outros produtos faltavam, igualmente. Estes, porém, são de um rol de uma dona de casa. (Publicada em 07/02/1962)

De mal com você

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VISTO, LIDO E OUVIDO – De mal com você

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Não é de hoje que a parcela da população brasileira mais atenta ao que se passa no governo tem observado, para decepção geral, que nas nomeações para os ministérios e  aos postos de segundo escalão, ao escolhido cabe apenas dizer sim ,ou não, o resto é feito automaticamente pelo governo. Não há um candidato que venha com propostas ou projetos próprios. Mesmo que os tenha, jamais poderá pô-los em prática. Com isso, um dos primeiros requisitos exigidos dos escolhidos é que ele concorde em aceitar todas as condições para o exercício do cargo. A começar por abrir mão de quaisquer traços de amor-próprio e outras exigências do ego.

A condição imposta para essa posição é que as possíveis humilhações públicas, que virão, não afetam ou ferem o orgulho do empossado. Estar no cargo apenas por questões de apoios políticos é o bastante. Mesmo diante de condições dessa natureza, em que o caráter e a personalidade pouco valem, muitos aceitam as condições. Não são raros os que sofreram na pele e na alma situações de humilhação pública escancarada. Fora do núcleo duro do governo, não há considerações maiores com membros da equipe. Ainda bem que muitos políticos de casca grossa não se intimidam ou sentem-se desprestigiados com as medidas tomadas pelo governo, que contrariam frontalmente suas posições.

Antigamente, dizia-se que políticos não têm alma e agem como zumbis, indiferentes a questões banais do mundo dos vivos. Diante da situação surreal em que o indivíduo está, mas não é, de fato, quem acredita ser. É preciso engolir o que vem pela frente. Dessa forma, muitos são os ministros e secretários que tomam ciência de mudanças em suas pastas por meio da imprensa. Outros ficam sabendo de demissões ou nomeações para suas equipes, por intermédio de terceiros. O governo, nesses casos, nem se dá ao trabalho de informar ao titular da pasta as alterações que fez. Consideração é coisa para pessoas normais e simples.

O chamado jogo político, ou o conhecido jogo de cintura, vale apenas para o período pré-eleitoral. Passada essa fase, as mentiras diminuem, as máscaras caem e entra em cena o verdadeiro candidato eleito. Vimos isso acontecer dezenas de vezes.

O Ministério do Planejamento, outrora uma importante pasta, ocupada pelos mais sofisticados economistas, secundados por equipes formadas com o que de melhor havia em material humano no país, hoje é uma sombra pálida do passado. Pudera, para quê Planejamento se não há plano de governo prévio a ser implantado? Pois foi nessa pasta que o Palácio do Planalto achou por bem nomear, sem o conhecimento da ministra, para o cargo de diretor do IBGE, um militante que já se mostrou disposto a cumprir ordens, dentro ou fora dos padrões técnicos, como fartamente publicado em jornais e revistas. Vai que os números desandem.

O mesmo se repete agora com o Ministério do Meio Ambiente, esvaziado previamente de suas principais funções, com relação à exploração de petróleo na bacia da foz do Rio Amazonas. A Advocacia-Geral da União, em comum acordo com o governo, ao considerar que as argumentações contrárias ao empreendimento feitas pelo Ibama não são indispensáveis, deu sinal verde para que o licenciamento ambiental permita o prosseguimento de exploração e produção de petróleo nessa que é uma das áreas mais ambientalmente sensíveis do país.

Se isso não é mais uma humilhação pública e um descaso com a questão do meio ambiente e ao que pensa a própria ministra, então estamos no mundo do faz de conta. Desde o início dessa discussão, sabia-se que essa controversa exploração aconteceria. A ministra Marina Silva sabia dessa possibilidade. O mais surpreendente é que a titular da pasta de fantasia não tenha ainda pegado seu boné. Ao contrário de outros ministros, Marina não precisa do governo e, nem tampouco, de se submeter a humilhações. É o caso aqui de dizer: desculpe, Marina, mas estou de mal com você.

 

A frase que foi pronunciada

“Não se pode fazer acordos com questões técnicas.”

Ministra Marina Silva

 

Loucura

Virou um balaio de gatos na W3 Sul. Se um carro ocupar a faixa do ônibus é só aguardar a multa. Só que os ônibus que têm faixa especial para trafegar fogem dela e ocupam todos os espaços causando um verdadeiro transtorno em horário de pico.

 

Solidariedade

É realmente muito triste, um professor de Música na capital federal precisar que os amigos se reúnam para fazer uma vaquinha para ajudar no tratamento de câncer. Professores, bombeiros e policiais deveriam ter o melhor plano de saúde do país. A Camerata de Brasília e convidados, com a participação de Érika Kallina, Janette Dornellas, Ariadna Moreira, Myrlla Muniz, Vilma Bittencourt e Alberto Sales fizeram um verdadeiro concerto na Escola de Música pelo amigo professor Ricardo Baptista.

 

História de Brasília

O departamento de Alojamento da Novacap precisa saber dos absurdos que estão ocorrendo nos apartamentos Do-Re-Mi. Houve invasão em apartamentos, e pertences dos hóspedes foram transferidos para outros blocos, à revelia, desaparecendo valores na operação mudança. (Publicada em 23/3/1962)

A não ser que…

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VISTO, LIDO E OUVIDO – A não ser que…

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com Circe Cunha e Mamfil

 

Avaliações erradas levam, necessariamente, à tomada de decisões, no mínimo, equivocadas e que, ao final, não resultam na esperada estratégia, bem como podem aprofundar problemas, tornando-os, enfim, incontornáveis. Quando se trata de instituições públicas, dois problemas maiores se apresentam de difícil solução.

O primeiro diz respeito à credibilidade pública, fator fundamental para a uma boa avaliação por parte do cidadão.  Se a credibilidade é quebrada por tomadas de decisões que vão contra a vontade da população ou que contrariam o bom senso e a lógica dos fatos, dificilmente essa credibilidade e confiança é restabelecida a curto e médio prazos.

O segundo é a confiança que, uma vez rompida, não há meios de repará-la. Pelo fato de fazer grandes apostas no bom funcionamento das instituições públicas, o cidadão se vê, com a quebra de confiança, no mesmo sentido, a expressar grande decepção. A confiança e a credibilidade são os dois grandes capitais de uma instituição.

Ações de marketing ajudam, mas não resolvem o problema, mesmo quando as avaliações e pesquisas sobre a quebra de confiança deixam claro que há o surgimento de uma espécie de divórcio litigioso entre o público e a instituição. Indagar de forma honesta e sincera sobre a razão desse litígio seria o primeiro passo para corrigir caminhos erráticos. Quando não há a intenção de ir com sinceridade à raiz do problema, elegendo falsas causas para o afastamento do público, a situação se torna quase irreversível. É como costurar pano novo para reparar rasgo antigo. Outra questão é achar que a credibilidade e confiança não precisam ser totais. Nesse caso, erra-se também, pois confiança e credibilidade ou se tem ou não. Não pode haver meio termo.

Em países, onde as instituições públicas existem com o único propósito de servir ao cidadão, em caso de queda ou quebra de confiança por parte do público, todo um novo caminho é traçado, a começar pela troca dos cargos de direção e comando. Não há curativo pela metade. Agora essa situação precária tende a decair ainda mais quando não é só o público externo que perde a confiança na instituição, mas toda a cadeia humana que nela trabalha. O que se dirá de uma firma em que os seus próprios empregados não acreditam, ou não confiam, no desempenho dessa empresa. Nas instituições, a quebra de confiança interna é um grande perigo, talvez mais danoso que o descrédito externo. Tentar contornar essa queda de credibilidade com agrados, promoções, auxílios e outros itens de materiais, podem amenizar o problema apenas para aqueles que têm nessas benesses o objetivo central de suas vidas, pouco se importando com questões como ética.

 

» A frase que foi pronunciada

“O humor é irmão da poesia, o humor é quem denuncia, eu não tenho possibilidade de consertar nada, mas eu tenho a obrigação de denunciar tudo, o humor é tudo, até engraçado.”

Chico Anysio

 

Amor de pessoa

Dona Emília de Araújo, pioneira, vai deixar saudades. É dela a criação do macaquito, crepe de queijo com banana. Foi proprietária do Truc’s, uma das primeiras lanchonetes da cidade. O velório será hoje, das 13h30 às 15h, no Cemitério Campo da Esperança.

 

Lupa

Um índice apontado pelo Escritório Nacional de Pesquisa Econômica dos Estados Unidos mostra que 43% dos estudantes brancos em Harvard são filhos de ex-estudantes e 70% desses candidatos, são brancos; a taxa de aceitação para candidatos de filhos de ex-alunos brancos é superior a 61%, o que é uma taxa notavelmente alta para um grupo demográfico.

 

Boa ideia

Por falar em educação, o aplicativo Minha Escola SP, desenvolvido em 2018 pelo governo de Márcio França, permite que pais e alunos tenham acesso aos boletins escolares e ausências registradas.

 

» História de Brasília

Nesta história da Asa Norte, a garantia está nas fundações. Foram feitas pela Geotécnica, e a informação é a de que o prédio pode balançar o que quiser, mas não cairá por causa do serviço bem feito embaixo da terra. (Publicada em 23/3/1962)