Ministro Barroso e o mapa astral do Brasil        

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

Hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Definitivamente, não estamos, aqui no Brasil, em tempos de racionalidade ou sob a égide de elites políticas movidas pela sanidade mental. Mesmo para o leitor e eleitor, o cenário atual do país é confuso e a realidade parece distante dos discursos. Até aqui nenhuma novidade. O que surpreende o cidadão de bem, e olhe que eles existem em grande número, é ver, dia sim e outro também, os mais perigosos e escorregadios personagens da política local e nacional ocupando páginas inteiras dos principais jornais e de mídias importantes.

Para os brasileiros que ainda acreditam na ética e na justiça, ver esses personagens de triste passado, envoltos nos mais estrondosos casos de corrupção e de desvio do dinheiro público, falando abertamente de seus projetos futuros e do quanto foram prejudicados politicamente pelo açodamento das leis e da Justiça, dói no fundo da alma.

Nessas entrevistas, que inclusive ocupam manchetes de primeira página, esses avatares do colarinho branco desfilam um rosário de lamúrias, mostrando o quanto foram injustiçados e o quando custou, para cada um, vagar solitário pelo deserto do banimento. A carinha do Maduro, baixando a cabeça enquanto o amigo declarava que a Venezuela era “vítima de narrativa de antidemocracia e autoritarismo” foi a gota d’água. Não se enganem! São raposas a lamentar o fato de terem sido apanhadas com os dentes prontos a devorar os incautos cidadãos, retirando-lhes o pão de cada dia e as chances de um futuro mais digno.

Cara do bom moço, com aquele ar de senhor arrependido, só engana os desavisados. Há também os que mentem tão bem para si que não encontram espaço no ego para arrependimentos.

Todo o cuidado com esse tipo de gente é pouco. A revoada desses personagens da política policial do país, de volta aos ninhos ou “à cena do crime”, só tem sido possível graças ao desmanche providencial e maquiavélico da Lei de Improbidade Administrativa, elaborado à luz do dia, justamente por indivíduos que foram ou seriam atingidos por esse antigo e justo dispositivo.

 

De fato, o caminho de meio e do bom senso aponta, com propriedade, que lugar de corruptos, de toda a espécie, é nas malhas da lei interpretada com decência e longe dos cofres públicos.

Já foi bem lembrado que a corrupção é tão ou mais letal que as ações violentas do crime organizado. Basta rever no Youtube o discurso do ministro Barroso tecendo dos números da Lava Jato (Segundo Barroso, foram 179 ações penais, 553 denunciados, 174 condenações em 1ª instância e confirmadas em 2ª instância, 209 acordos de colaboração e 17 acordos de leniência e mais de R$ 4 bilhões devolvidos aos cofres públicos.) Dizia também que a Lava Jato foi “uma operação que revelou um quadro impressionante e assustador de corrupção de norte a sul e de leste a oeste no Brasil. Criou-se um mundo paralelo de esperteza e desonestidade que naturalizou as coisas erradas no país”.   A diferença entre o corrupto e um chefe de quadrilha que assalta e mata está nas armas que utilizam. Os empolados criminosos do colarinho branco, apesar de não usarem armas de fogo em suas ações, causam males infinitamente maiores ao cidadão, sendo que seus crimes repercutem por décadas e podem ser conferidos nas filas dos hospitais, na falta de remédios, na precariedade dos serviços públicos e por aí vai.

O ministro Barroso previa o que vinha pela frente. Foi de uma lucidez quase assustadora. “Quem acompanhou o que aconteceu na Itália conhece o filme da reação à corrupção: 1- a mudança na legislação ou jurisprudência; 2- a demonização de procuradores e juízes; e 3- a tentativa de sequestro da narrativa e de cooptação da imprensa para mudar os fatos e recontar a história. Na Itália, a corrupção venceu e conquistou a impunidade. (…) Aqui entre nós ela quer mais, ela quer vingança, quer ir atrás dos procuradores e dos juízes que ousaram enfrentá-la para que ninguém nunca mais tenha a coragem de fazê-lo.”

 

Dadas as possibilidades infinitas de recursos e a leniência de nossas leis, sempre em benefício dessa gente e contra o cidadão talvez seja o momento de a imprensa cumprir o seu papel para mostrar às novas gerações que ainda há remédio para esse país. Nem tudo está definitivamente perdido.

 

A frase que foi pronunciada:

“A política em sentido verdadeiro, a busca pela realização do bem público com idealismo e dedicação, essa sim, é uma das atividades mais nobres a que alguém pode se dedicar. Desde a Grécia isso é reconhecido assim.”

Ministro Luís Roberto Barroso

História de Brasília

E há coisa pior: o delegado do TAPFESP em Brasília, sr. Aracaty Marques Ferreira, tem contratado funcionários na verba de “fichamento” de operários, e para comprovar, basta saber quantos mestres de obras há, quantos encarregados, e até desenhistas foram contratados. (Publicada em 21.03.1962)

        Sendas tortuosas

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o L que foi sem nunca ter sido. Que L é esse?

Dallagnol, o deputado agora cassado pela segunda vez por uma Mesa Diretora medrosa, omissa e com pendências muito mais sérias junto à Justiça, é hoje a imagem acabada de uma República totalmente rendida ao ativismo político, de um Judiciário que fechou a Constituição e abriu um manual próprio do obscurantismo.

Em resumo o que se obtém com essa cassação dupla tanto dos direitos políticos de um cidadão de bem, como a subtração ligeira de 350 mil votos soberanos, é a consolidação, pura e simples de um Estado de exceção, regido por um partido de esquerda, que contaminou mortalmente as instituições republicanas. Ficar aqui com meias palavras e com eufemismos enganosos, querendo apresentar essa situação esdrúxula como normal e plenamente aceitável, não só não elucidam os fatos correntes como contribuem, pela omissão, para que essa contra reforma infame ganhe ainda mais viço.

Não se trata aqui de açular embates entre esquerda e direita, pelo menos entre aqueles que prezam a ética pública, mas tão somente de denunciar os perigosos desvios tomados pelos três poderes, sobretudo no que diz respeito ao afastamento, cada vez maior, das linhas mestras traçadas pela Constituição Federal. Fora da Carta maior, não há salvação para o país. Também usá-la de forma distorcida em chicanas políticas, tão pouco.

Como naquela antiga propaganda de vodka que dizia: eu sou você amanhã”, Dallagnol é hoje os que serão amanhã todos aqueles que se insurgirem contra o arbítrio. Quem diria que um simples tribunal eleitoral, uma corte que muitos sempre consideraram uma excrescência no organograma do Estado, viria, um dia, a ditar normas e, pior, enfeixar em suas mãos, o destino de uma nação? Nem mesmo nos romances fictícios do gênero surrealista, essa possibilidade jamais seria crível.

A falta de atitudes e mesmo a indisposição mofina daqueles que poderiam, por suas posições, fazer frente a esses desatinos, nos leva a essa encruzilhada triste de nossa história . Faltam heróis e sobram políticos. Falta justiça e sobram juízes.

Desde outubro do ano passado, estamos pouco a pouco submergindo, atolados no parece ser uma areia movediça que vai engolindo o Estado Democrático de Direito. Vivemos tempos absolutamente anormais e não há como desenhar a paisagem que se mostra nesse horizonte, sem recorrer a tintas pesadas.

Cassam-se aqueles que agiram de forma correta como quem caça animais, enquanto nomeiam-se outros que deveriam estar banidos e caçados pela polícia. Na foto, feita em Paris, em que aparecem um notório e rico advogado de avatares do colarinho branco, festejando ao lado do também notório Zé Dirceu, a cassação de Dallagnol, diz muito e resume bem esses tempos trevosos em que tudo parece de cabeça para baixo.

Amanhã, quando vierem buscar também aqueles que se omitiram, já não será mais possível reverter a situação e fazer recuar a noite. A lista daqueles que não torceram pelo candidato do sistema é longa e ocupa hoje, em tempo integral, uma justiça de há muito deixou de ser justa.

Para aqueles que possuem um poder maior de observação, basta ver quem são aqueles que estão ganhando e festejando com toda essa inversão atual de nosso país, para se assegurarem de que estamos seguindo por sendas tortuosas e que não há nada para comemorar.

 

A frase que foi pronunciada:

“Enquanto viver a vingança cave duas covas. Uma será sua.”

Douglas Horton

 

Cifras

De volta à Brasília, os indígenas acampam até que saia a decisão sobre o marco temporal. É muita coisa em jogo.

 

Empreendedorismo

Leila Rodrigues, diretora do CEF 11 no Gama pelo projeto Energia Solar Fotovoltaica, conseguiu que a escola economizasse R$5 mil de energia. O projeto foi apresentado na feira de ciências da escola.

 

Voltas do mundo

Havia um professor do ensino médio que sempre dizia aos alunos. Estudem para não precisarem encher a lage de cimento. O tempo passou e hoje, quem enche a lage de cimento recebe muito mais que um professor. O mestre de obras mais simples, ganha o salário de um professor, por semana.

 

História de Brasília

E há coisa pior: o delegado do TAPFESP em Brasília, sr. Aracaty Marques Ferreira, tem contratado funcionários na verba de “fichamento” de operários, e para comprovar, basta saber quantos mestres de obras há, quantos encarregados, e até desenhistas foram contratados. (Publicada em 21.03.1962)

Deitados na lei

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divulgação CNJ

Vivêssemos realmente numa República, digna do nome, os conchavos, as negociações, as entabulações e todas e quaisquer tratativas realizadas pelos homens e mulheres no poder, deveriam ser gravadas, filmadas e postas em atas e tornadas públicas de imediato. As exceções ficariam por conta dos assuntos relativos à segurança nacional e aos interesses do país com relação ao mundo em volta. Mesmo assim todos esses assuntos deveriam ser gravados para posterior conferência e para equipar os arquivos históricos do país. Mas não é assim que funciona. Pelo contrário.          Todos os assuntos tratados entre os chefes de poderes e mesmo entre si, e que são, em última análise, de interesse da nação soberana, são discutidos e mesmo acertados longe das luzes e da transparência, sendo que em muitos casos, a população só vem a saber a respeito, quando as consequências, muitas vezes nefastas, já estão à vista de todos.

Em decorrência dessa distorção vivemos em uma espécie de “República dos Segredos de Estado”, onde as decisões são tomadas a portas fechadas, longe do escrutínio público e muitas vezes acertados contra a vontade majoritária da população. É óbvio que não se pretende aqui uma democracia do tipo direta, na qual não há a necessidade de representantes eleitos para isso. Mas o que ocorre com o Brasil foge completamente do aceitável e minimamente republicano. Nesses casos a população que é sempre a última a saber, e também a primeira que é penalizada, tributada e o que quer que venha a ser decidido.

Dentro de um sistema dessa natureza, destorcido e alheio, não chega a ser surpresa pois que os brasileiros passem a ser tratados como cidadãos de segunda classe, chamados apenas para pagar tributos e impostos e a apertar o botão da urna eletrônica a cada quatro anos. Com isso a cidadania e o próprio Estado Democrático de Direito passam a ser somente ficção. Cidadania colocada num papel, mas que não existe e não é exercida de fato.         A opacidade do Estado, diz muito sobre a qualidade de nossa democracia e de nossas liberdades. Mesmo parte da imprensa, que poderia furar esse muro fechado, não tem ajudado muito a clarear os fatos, preferindo uma posição, mas militante do que investigativa e isenta.

Essa é uma situação, que embora não muito discutida, é gravíssima e atenta contra o que chamam de direitos. Não chega ser espantoso que muitos chefes do Executivo usem a tarja preta de “segredo por cem anos” sobre suas ações, gastos e outros atos duvidosos. No caso do Estado, o segredo é inimigo da ética pública, pois esconde e escamoteia para frente, atos condenáveis e até criminosos.

Num ambiente assim, onde o público é mantido a distância, não é raro que os atos no poder venham a beneficiar sobretudo aqueles que estão próximos ao poder. Outro fenômeno que pode ser observado num ambiente sem transparência cristalina, é a articulação entre os três poderes para blindar uns aos outros contra as bisbilhotices da população. Ao tradicional e odioso toma lá dá cá, foi associado agora a proteção e o silêncio mútuo. Em muitos casos, observa-se inclusive a ocorrência de chantagens do tipo: “faça o que eu quero e você não terá problemas”.

Numa fauna com essas características, onde todos possuem o “rabo preso”, e por isso mesmo estão irmanados num mesmo e obscuro propósito, o silêncio e o segredo são peças fundamentais nesse jogo. A questão aqui é saber que futuro terão as próximas gerações, já que a atual se mostra imersa numa perfeita desilusão.

Segredos de Estado se impõem em casos especialíssimos de guerra interna generalizada, mortandade e violência incontidas. De outro modo servem apenas para acobertar aqueles que vivem à margem da lei ou acima delas.

A frase que foi pronunciada:

“A glória da justiça e a majestade da lei são criadas não apenas pela Constituição – nem pelos tribunais – nem pelos oficiais da lei – nem pelos advogados – mas pelos homens e mulheres que constituem nossa sociedade que são os protetores da lei, pois eles próprios são protegidos pela lei. ”

Robert Kennedy

Tem sim sinhô!

Com visitas na área rural do DF o Circo Travessia mostra para a criançada que ainda é possível sonhar. A alegria, o sorriso, a satisfação ao voltar para casa é o resultado da experiência circense. Dia 8 será a apresentação no acampamento Margarida Alves, em Sobradinho.

História de Brasília

Foram, de fato, fichados 400 candangos, e nenhuma obra fol reiniciada. Milhões foram jogados fora, e continuam, ainda, porque tem sido pequeno o numero de demissões. (Publicada em 21.03.1962)

 

Frouxa fiscalização

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Todos e quaisquer problemas, que hoje são de difíceis soluções, quer pela dimensão que tomaram, quer pelos profundos estragos que geraram, foram, no seu início, pequenos e de fáceis resoluções. A questão é reconhecer esses problemas a tempo, quando ainda estão surgindo e prontos para serem debelados. Com isso, fica claro que os problemas, quando não reconhecidos quando deviam, crescem, ganham vida própria e se tornam maiores do que os recursos usados para saná-los.

É o caso aqui do consumo de álcool por menores de idade em Brasília, um problema que desde sempre tem sido alertado nesse espaço e que já pode ser considerado, hoje, como uma questão de saúde pública, tamanho o contingente de crianças e adolescentes que está imerso nessa tragédia. Sabe-se, por pesquisas, que quanto menos idade um indivíduo tem ao consumir  álcool, menos chances ele tem de se recuperar e mais chance de vir a se tornar um adulto com sérios problemas de saúde física e mental.

O alcoolismo é uma doença grave e, em seus graus mais elevados, ocorre, na maioria, em indivíduos que foram expostos ao álcool ainda jovens. Os estragos feitos pelo consumo de álcool no corpo de um indivíduo, em que a maioria dos órgãos ainda está em formação, são imensos e de difícil recuperação. Em todos os países desenvolvidos e onde as autoridades temem pelo uso do álcool, as penalidades para os infratores, que vendem bebidas alcoólicas para menores ou oferecem o produto são pesadas e não raro terminam com o fechamento definitivo do estabelecimento comercial.

No Brasil e em Brasília, é um pouco diferente. A fiscalização corre frouxa, e isso contribui para o aumento no consumo de álcool pelos mais jovens. Não se vê também campanhas educativas e de alerta sobre os malefícios das bebidas alcoólicas no organismo humano. Outro fator a colaborar para essa verdadeira calamidade pública é a existência de número absurdo de estabelecimentos que vendem bebidas. Em todas as quadras e endereços da cidade, há botecos e, agora, as distribuidoras de bebidas estão presentes. Vendem livremente desde as inocentes cervejinhas em lata até bebidas com alto teor de álcool como as cachaças. As autoridades sanitárias fazem cara de paisagem para o problema que só cresce a cada dia.

Os casos de dependência em álcool abarrotam as clínicas de psiquiatria. É sabido que o álcool leva os menores de idade a experimentar outras drogas, e isso contribui para o aumento do problema. A Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE) vem, desde 2009,  se debruçando sobre o problema. Em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), fez, em 2019, uma coleta de dados em mais de 4.360 escolas em todo o país, chegando à conclusão de que 34,6% do total de estudantes consultados havia experimentados bebidas alcoólicas pela primeira antes dos 14 anos. A pesquisa mostrou ainda que as meninas consumiam mais álcool do que os meninos, 36,8% contra 32,3%.

Outras pesquisas mostram que menores que convivem em seus lares com parentes que bebem, têm mais propensão ao uso do álcool. Mesmo sabendo que a Lei nº 13.106/2015 tem tornado crime servir bebidas para crianças e adolescentes, o consumo nessa faixa etária não tem diminuído. Não se conhece um caso sequer de estabelecimento fechado por venda de bebidas a menores. O pior é que os educadores têm constatado que as crianças estão procurando esse perigo e bebendo cada vez mais e cada mais precocemente. É nas escolas públicas que o problema é maior e mais recorrente.

A Secretaria de Educação não dá conta da tarefa. Não é raro encontrar bares próximos às escolas e não é raro também observar maiores de idade comprando bebidas para menores de idade. Apreensões de bebidas alcoólicas dentro das escolas são comuns. Bebidas, cigarros e drogas são ofertados em cada esquina. O número de policiais é insuficiente para conter o consumo e para reprimir a venda. Com isso, o problema tem crescido e adquirido um grau de grave ameaça para a sociedade. Se não for combatido com severidade agora, mesmo sabendo de suas dimensões, chegaremos a um ponto em que não será mais racional falar-se em futuro para esses jovens. O futuro determinado pelo consumo precoce de álcool é aquele que se vê hoje nos presídios e nos manicômios judiciais.

 

» A frase que foi pronunciada

“Como o álcool é incentivado pela nossa cultura, temos a ideia de que não é perigoso. No entanto, o álcool é a mais potente e tóxica das drogas psicoativas legais.”

Sebastian Orfali

 

» História de Brasília

Mais uma do “Gavião”: falta água quase todos os dias. Os reservatórios construídos não foram inaugurados. Ou melhor, foram, e não aprovaram, por causa da infiltração. As especificações da construção estavam erradas. (Publicada em 11/3/1962)

Estado e ética

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Congresso Nacional. Foto: EBC

 

          Dizer que todos os cidadãos de um país estão aptos para a participação política é uma coisa. Outra diferente é afirmar que todos os cidadãos estão aptos para assumir o governo e de lá adotar as políticas que a nação anseia. A construção de uma democracia requer, desde seus primórdios, que haja, no seio da sociedade, uma comunidade moralmente boa.

         Esse pré-requisito é ainda mais cobrado daqueles que, por ventura, vierem a manifestar o desejo de governar. E é aí que a porca torce o rabo. É impossível se alcançar uma pacificação social, pressuposto necessário para toda democracia, quando se verifica que aqueles grupos que apoiam cidadãos sem escrúpulos políticos e que recorrem a instrumentos imorais, possuem os mesmos direitos políticos que quaisquer outros grupos dentro da sociedade.

         Tal impasse só parece ter solução adequada, quando os instrumentos da justiça entram nessa questão em busca de balizamentos legais que tornam uma e outra vontade, favoráveis ao estabelecimento da paz e da harmonia. Mais do que coerção, o Estado deve buscar e fazer prevalecer os valores e virtudes democráticas, porque sem elas não pode haver coesão social. O Estado, em si, é uma construção amoral e não imoral como pregam alguns. Isso quer dizer que as virtudes e vícios encontradas no indivíduo não podem e não devem ser transferidas para essa instituição. Para alguns, o Estado, mesmo sendo uma construção humana, é um ente inumano e indiferente a sentimentos e outras manifestações de ordem moral. Nesse sentido, qualquer um aceito no leme do Estado, desde que seu comportamento não afete a harmonia e a serenidade entre os cidadãos. Mas, em se tratando da correlação entre o ser humano e o Estado, é preciso estabelecer antes, alguns parâmetros que façam os cidadãos perceberem que as ações do Estado são justamente aquelas que escolheriam para decidir fatos corriqueiros em seu cotidiano.

         Os princípios da Declaração dos Direitos Universais do Homem, aceitas mundialmente, não devem ser o ponto de partida e a essência a ser buscada quando da construção de um Estado moderno e eficiente. De alguma forma essa capacidade do ser humano em cuidar de si e dos seus, deve ser também transferida ao Estado, dando a essa entidade de agir conforme esperam os homens, amparando-os e defendendo cada um quando necessário. Claro que isso é o ideal. Mas o Estado desconhece o que seja ideal e age segundo o desejo daqueles que estão com a mão no leme. E é aí, que a porca torce o rabo pela segunda vez. Nesse ponto temos que os vícios e as virtudes, quer queiramos ou não, são repassados ao Estado e deste para os cidadãos. Aqui verificamos que um mau Estado é sempre aquele que é comandado por indivíduos maus. O que não pode ser descartado aqui, à despeito de um Estado sem alma ou sentimentos, é que a ética se constitui no principal leitmotiv do Estado. Sem ela, nem o mais avançado modelo de Estado não possuirá forças para avançar e ser o que deve ser.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“Na longa história do mundo, apenas algumas gerações receberam o papel de defender a liberdade em sua hora de perigo máximo. Eu não me esquivo dessa responsabilidade – eu a aceito. Não acredito que nenhum de nós trocaria de lugar com qualquer outro povo ou qualquer outra geração. A energia, a fé e a devoção que trazemos para este empreendimento iluminarão nosso país e todos que o servem – e o brilho desse fogo pode realmente iluminar o mundo. E assim, meus compatriotas: não pergunte o que seu país pode fazer por você – pergunte o que você pode fazer por seu país.”

John F. Kennedy, 1961

John Fitzgerald Kennedy. Foto: bbc.com

 

Agência Câmara

Nessa semana, a Câmara dos Deputados terá importante reunião na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle. São denúncias entregues ao deputado Aureo Ribeiro, que, segundo ele, são “fatos de elevada gravidade”, e cabe a “envidar esforços para que os esclarecimentos sobre o conluio fraudulento sejam prestados, de maneira a coibir eventuais desvios de recursos públicos”.

Deputado Aureo Ribeiro. Foto: camara.leg

 

Firme e forte

Quando Michel Temer assumiu a Presidência da República, o Partido dos Trabalhadores parece ter esquecido de que ele era aliado e vice da chapa. Com declarações desastrosas do PT sobre alguns técnicos nomeados por Dilma e pelo vice Alckmin quando governava SP, é bom que a turma esteja preparada para uma alternativa que, por ventura, possa aparecer.

Michel Temer. Foto: Cesar Itiberê/PR

 

Tempo certo

Por falar nisso, bem lembram algumas linhas do livro As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano: “Quando as palavras não são dignas como o silêncio, é melhor calar e esperar.”

Foto: divulgação

 

História de Brasília

Com estas chuvas, a escola no barraco fica imprestável, e é até uma maldade manter as crianças naquele local. (Publicada em 13.03.1962)

Soberania pela posse efetiva

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Foto: BBC

 

        Na realidade, o mundo tem os olhos postos muito mais sobre a região da Amazônia Brasileira do que, propriamente, sobre os brasileiros. Interessam, aos estrangeiros, os destinos da Amazônia, como floresta tropical que abriga a maior biodiversidade do planeta. Nesse conjunto de interesses, há também um olhar, um tanto exótico e romântico, sobre os povos indígenas da região, descartando tudo mais que possa existir naquela parte do Brasil. Com isso, os estrangeiros que vêm a turismo para essa região ficam surpreendidos ao encontrar ali metrópoles imensas, com tudo que há em cidades de grande porte, sobretudo, milhões de não indígenas que ali vivem, em meio às turbulências de uma grande área urbana.

Fosse a Amazônia apenas uma grande e inexplorada floresta, sem a presença de outros brasileiros que ali nasceram, por certo, essa região tão rica e variada estaria nas mãos desses novíssimos defensores da natureza, descartando essa parte do país do restante e impondo sobre ela uma soberania estrangeira de fato, com regras próprias, e exigindo passaporte aos cidadãos brasileiros que desejassem visitar esse santuário natural.

O que tem impedido o avanço dessas forças alienígenas sobre essa área é justamente a presença, in loco, de milhões de brasileiros, que ali vivem com suas famílias há várias gerações. O que temos nessa questão de soberania sobre a Amazônia é dada pela população urbana que lá está e não pela presença de autóctones, erroneamente chamados de indígenas. A defesa dessa imensa porção de terras é feita por brasileiros, fardados ou não, e que ali estão em nome do restante da população.

Temos muito que investir nessa parte do Brasil, levando o progresso que se vê no Sul e Sudeste para a região. De acordo com um dos últimos dados do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os estados da Região Amazônica têm os mais baixos níveis de qualidade de vida de todo o país.

A questão é curiosa já que se trata de uma região onde estão concentradas as maiores fontes de recursos naturais de todo o Brasil. Recursos abundantes como água, minérios diversos, madeira, produtos extrativos, ouro, nióbio, terras raras e diversos outros bens naturais de grande valor comercial em nada têm contribuído para fazer, das populações locais, cidadãos com uma razoável qualidade de vida. Pelo contrário: quanto mais essas regiões são exploradas e exauridas de seus bens, mais a população se vê na condição de pobreza e de esquecimento.

A questão central que pode explicar, em parte, essa contradição na qual brasileiros em situação de miséria caminham sobre as maiores riquezas naturais do país, pode ser entendida muito além do chamado determinismo geográfico, que coloca populações em regiões distantes do poder central, às margens do desenvolvimento. É fato que, por séculos, a Região Amazônica vem sendo deixada de lado por todos os governos, não apenas da esfera federal, mas, inclusive, pela maioria dos próprios governos locais.

Segundo o Fundo das Nações Unidas pra a Infância (Unicef), a Região Amazônica, onde vivem cerca de 9 milhões de crianças, é um dos piores lugares de todo o continente para a infância. Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Roraima, Rondônia, Amazonas, Pará, Amapá e Acre, estados que formam a grande Amazônia Legal, possuem praticamente os mesmos índices de desenvolvimento humano, carecendo de moradias, sistema de educação e saúde regular, saneamento, atendimento adequado aos direitos das crianças. Nessas regiões, a existência do trabalho infantil é uma constante em grande parte dos municípios. Esses brasileiros do Norte, deixados à própria sorte por séculos, sabem que agora o mundo todo está de olho da Amazônia, não exatamente em sua população, que continua explorada por nacionais e estrangeiros, mas em suas abundantes riquezas.

Remoçando as W3

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           Bem faria o próximo governador se empenhasse a dinâmica de sua administração na revitalização das Avenidas W3 Norte e Sul. Trata-se aqui de um eixo de vital importância econômica e social não só para o Plano Piloto, mas para toda a grande Brasília e que tem sido mal direcionado ao longo de décadas.

          O renascimento dessas avenidas trará recursos preciosos para a capital, primeiramente irradiando seus benefícios para todas as áreas adjacentes, ajudando a alavancar também outras regiões distantes. Uma primeira providência, e que não custaria quase nada aos cofres públicos, seria deslocar o Eixão do Lazer, fechados aos domingos e feriados para as Avenidas W3 Norte e Sul.

         O fechamento dos eixos W3 levaria a população e todos os eventos que ali se realizam para esse novo eixo do lazer, criando oportunidades e incentivando novos negócios, ao mesmo tempo em que despertaria na comunidade uma maior atenção para essa esquecida área.

         Todos sabem que o comércio vive sobretudo graças à movimentação da população nesse local. O Eixo Rodoviário, como o próprio nome indica, poderia voltar a ter sua vocação preservada que é a de permitir a livre circulação de automóveis, interligando as pontas extremas do Plano Piloto, conforme idealizado pelos construtores da capital.

          Essa Mudança poderia, num primeiro momento, funcionar como um teste piloto, para que as autoridades e a população pudessem avaliar as consequências dessa mudança para o desenvolvimento das W3. Caso essa experiência desse certo, como acreditamos que dará, o passo seguinte seria um investimento pesado para a melhoria de toda a infraestrutura dessas avenidas, a começar por uma repaginação arquitetônica de toda essa via, capaz de trazê-la de volta aos seus dias de glória.

         Outra medida, que também pouco custaria aos cofres públicos da cidade, seria a adoção de incentivos, de ordem fiscal e outros, para que os proprietários desses imóveis aderissem ao movimento de renovação geral, através de gestos simples como a uniformização dos reclames nas fachadas de cada loja, a uniformização também dessas fachadas, de modo a preservar o conceito singelo e original da capital, acabando com a poluição visual, que tantos males causam à cidade e à saúde das pessoas.

         O poder público entraria nessa empreitada com obras pesadas de infraestrutura necessária interligando essas avenidas, dotando-as de iluminação adequada e segurança constante. Qualquer pesquisa realizada entre os proprietários e aqueles que possuem seus negócios instalados nas Avenidas W3 Norte e Sul tem mostrado que todos eles reclamam do abandono desses locais, da falta de iluminação, de segurança e calçadas uniformes.

         Também o replantio de árvores ao longo de todas essas avenidas traria conforto climático e ambiental valorizando, ainda mais esses espaços. Exemplos pelo mundo afora tem ensinado que a revitalização de antigas áreas das cidades gera benefícios incontáveis para a população e para a economia dessas metrópoles.

         Medidas desse porte, colocadas na prática em cidades como Nova York e Londres, mostram que, com poucos incentivos dos cofres públicos, é possível fazer renascer pontos essenciais dentro dos espaços urbanos. Os benefícios dessas medidas são incontáveis e se multiplicam pelo planeta.

         Aqui mesmo no Brasil, como é o caso do Rio de Janeiro, antigas áreas, como o cais do porto, depois que passaram por uma repaginação e modernização, voltaram a ganhar vida, fazendo com que essa cidade incorporasse, ao seu patrimônio, áreas que antes eram problemáticas e que traziam prejuízos aos moradores da própria metrópole.

 

A frase que foi pronunciada:

“Sempre foi fácil odiar e destruir. Construir e valorizar é muito mais difícil.”

Rainha Elizabeth II

Rainha Elizabeth II em seu casamento. Foto: Topical Press Agency/Getty Images

 

Manhã da saudade

Aos 37 anos, a escola Visconde de Cabo Frio, na L2 Norte, vai fazer um encontro no sábado entre famílias de alunos, ex-alunos e ex-funcionários. A ideia é reencontrar quem viu a instituição nascer, saber onde estão essas pessoas e o que fazem. Para provocar a memória, uma exposição de fotos será montada. O evento Manhã da Saudade, começa às 10h do dia 10, neste sábado.

Foto: cabofriodf.com

 

Kamikazes

Zebrinhas são o transporte coletivo sobre rodas mais rápido e confortável do Plano Piloto. Mas há alguns problemas. Não há paradas próprias e a velocidade que passam nos balões das entrequadas tira um lado do veículo do chão.

Foto: conteudo.ebc.com

Educação

Plataforma desenvolvida em parceria entre o Itaú Social e a Crossknowledge alcançou a marca de 140 mil usuários e mais de 80 mil certificados dos 50 cursos oferecidos gratuitamente. A iniciativa rendeu a medalha de prata do prêmio Brandon Hall – Excellence Awards 2022, na categoria “Melhor Avanço na Implementação de Tecnologia de Aprendizagem”.

Print: crossknowledge.com

História de Brasília

Na escola pública, a sala da diretoria é uma mesa jogada num corredor infecto, lamacento, caindo aos pedaços. As crianças não usam caderno dia de chuva. Á água molha tudo. (Publicada em 10.03.1962)

De sapatos vermelhos

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Lula dá entrevista ao Jornal Nacional — Foto: Reprodução/TV Globo

 

É preciso ler, com lupa grande e nas entrelinhas, a entrevista dada pelo candidato petista à grande emissora de TV, como fazem os psicólogos atentos às armadilhas do discurso. Detalhe: os sapatos vermelhos da entrevistadora. De certo que não fossem as facilidades e a ajuda camarada que ele recebeu do pessoal da própria TV, esse personagem da nossa chanchada política teria dito muito mais coisa, principalmente o que importa e interessa aos cidadãos ouvirem.

Na verdade, é preciso sempre ler e escutar, com os olhos do cérebro, tudo o que esse personagem diz. Já que ele está aí como candidato, como querem e impuseram os magistrados da mais alta Corte do país, melhor é prestar atenção no que ele disse, segundo o pré script preparado para ele. Suas ações, a sociedade, formada por cidadãos de bem, já conhecem bem. O que foi visto, nos seus anos de governo, já foi o suficiente para saber quem ele é e do que ele e sua turma são capazes. Dele é possível esperar qualquer coisa, até o fato de que possa dizer a verdade inconscientemente. E é aí que o jornalismo, aquele exercido com ética e isenção profissional, poderia ajudar a população a esclarecer um período nebuloso de nossa história recente.

Infelizmente, não foi o que se viu. A parcialidade e mesmo o sabujismo como o entrevistado foi tratado mostrou, logo de início, que essa não era uma grande e bombástica entrevista e sim um arremedo de conversa pra boi dormir. O que causa surpresa é verificar que o mesmo entrevistador desperdiçou uma chance em milhões de fazer jornalismo de verdade.

Como pode esse entrevistador, o mesmo que, durante anos, narrou, noite após noite e em horário nobre, para milhões de brasileiros atentos, uma série de reportagens mostrando as entranhas dos escândalos do mensalão e, posteriormente, do petrolão, em matérias que muitas vezes ocupavam todo o horário do jornal noturno.

São centenas de horas em que ele mesmo narrou todos os acontecimentos escabrosos, muitas vezes ao vivo e a cores. Como pode esquecer tudo o que disse, ouviu e viu, dentro daquele mesmo estúdio? Pelo menos dessa entrevista, que não houve, ficaram as certezas de que os cidadãos não podem, de modo algum, contar ou confiar nesse tipo de imprensa. Falta agora esse “jornalista” dizer que tudo foi uma ficção e que não houve nada do que foi longamente noticiado naquele programa.

É com esse tipo de imprensa e de jornalismo que o ex-presidente pode contar para, não só tentar voltar ao poder, como, principalmente, cometer os mesmos crimes. Tudo não passou de uma conversa amigável entre farsantes, de um lado e de outro da mesa. Com entrevistas como essa, que muito mais tem de propaganda do que de fatos, fica explícito que esse é o candidato que essa turma espera de ver de volta.

 

A frase que foi pronunciada:

“Meu mal-estar originou-se da certeza, personalizada por Lula, de que o Brasil se condenou a vagar num cemitério abandonado de princípios e ideias.”

Mario Sabino

Mario Sabino. Foto: Renzo Fedri/O Antagonista

 

Luz

Foi uma verdadeira aula de Pedagogia, Filosofia, História e Política o encontro no plenário do Senado durante a homenagem ao Instituto Sathya Sai de Educação do Brasil (Isseb). Bem representado pelo senador Girão, o Ceará e seu povo foram assunto na sessão especial com a presença de diretores, coordenadores e alunos.

 

Mobilidade

Outra realidade o calçamento na avenida principal do Paranoá. Largos e novos, mais seguro para cadeirantes.

Paranoá. Foto: Divulgação

 

100 Dúvida

Por falar em Paranoá, ontem a candidata ao Senado, Damares, estava em um palanque móvel com caixas de som. A ex-ministra, atacada implacavelmente pela imprensa, causou um reboliço na cidade. Virou o jogo e. pelos projetos sociais. conquistou o povo.

Sem pé nem

Orlando Silva está preocupadíssimo com a segurança dos servidores da Justiça Eleitoral e mesários que vão trabalhar nas eleições. Pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, prometeu enviar um ofício ao TSE atentando para a necessidade de garantir a segurança dos mesários. Segundo o deputado, ameaças físicas podem até colocar em xeque o resultado final das eleições. Temor que não faz o menor sentido. Durante o resultado final, os mesários já estarão no aconchego do lar.

 

História de Brasília

Bueiros sem tampões em frente ao Clube Unidade de Vizinhança causaram vários desastres durante as festas de Carnaval. Uma moça quase quebra duas pernas. (Publicada em 09.03.1962)

Fome de esquerda e esquerda da fome

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada desde 1960 por Ari Cunha (In memoriam)

hoje, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Getty Images/iStockphoto/direitos reservados

 

Aqueles que possuem curiosidade em conhecer a realidade atual vivida por alguns países vizinhos, sobretudo os que, através de eleições livres ou nem tanto, estão sendo governados pela esquerda política, de certo, já possuem, nessa altura dos acontecimentos, uma ideia aproximada do que nos espera a partir de outubro, caso parcela da população brasileira, mal informada ou mal intencionada, resolva, majoritariamente, seguir pelos mesmos caminhos ideológicos.

Um olhar sobre países como a Argentina, a Venezuela e mesmo o Chile, para ficarmos apenas em três dos países do continente que, em poucas décadas, passaram de nações prósperas e com bom Índice de Desenvolvimento Humano para Estados falidos, com suas populações vivendo na miséria e sem perspectivas, pode dar uma ideia do que está por vir.

Infelizmente, a economia real, aquela do livre mercado e da livre iniciativa, em que o mercado regula a oferta e a procura como nenhum outro mecanismo já criado pelo ser humano, não se deixa iludir por ideologias do tipo políticas e segue funcionando a despeito do que possam desejar governos de plantão.

O que ocorre, normalmente, no caso das liberdades econômicas, é a desastrosa interferência dos governos de esquerda, danificando o mecanismo e o fluxo de riqueza. Sem produção e circulação, ou seja, sem crescimento econômico, não é possível para nenhum governo conduzir adequadamente a máquina do Estado. Em outras palavras, não se pode criar riquezas destruindo o mercado e aqueles que atuam nessa área. A esquerda prega a ideia que, no íntimo, nem ela mesmo acredita, de que um Estado forte e centralizado tudo pode. A economia estatal é um engodo se formos verificar que ela necessita do fluxo de riqueza, que os pagadores de impostos e os investidores podem oferecer.

O Estado não cria riqueza. Essa é uma máxima que a esquerda não gosta de ouvir. A junção da esquerda com o populismo fez, em tempo recorde, o que nenhuma guerra seria capaz: aumentar, em mais de quase 70%, o nível de pobreza na Argentina. Tudo isso em menos de dez anos. Com uma inflação que supera os 60% ao ano, a Argentina se transformou num país, que era sinônimo de riqueza para todo mundo, em uma nação hordas de deserdados que perambulam pelas ruas em busca desesperada por alimentos. No Chile, as más notícias se repetem. Somente a inflação de junho está entre as maiores dos últimos 30 anos. A dolarização da economia interna, por conta do descontrole geral, tem levado o peso chileno e argentino a perderem valor.

Hoje, quem busca proteger seu dinheiro da crise crescente compra dólares americanos o mais rápido possível. A incerteza política e a alta dos derivados do petróleo têm feito crescer, a níveis assustadores, a insatisfação popular, com arruaças e greves se sucedendo. A Venezuela que, para alguns líderes da esquerda brasileira, vive hoje um excesso de democracia, é talvez a vitrine da gestão ruinosa das esquerdas na América Latina. Nesse país, o socialismo do século XXI fez o que nem dezenas de bombas atômicas seriam capazes. Quase um quarto da população, ou aproximadamente 5 milhões de pessoas, deixaram a Venezuela, fugindo da fome, dos conflitos internos e da perseguição política. Com isso, se tornaram um dos maiores grupos de populações deslocadas do mundo.

Mesmo sentada em cima de uma das maiores reservas mundiais de petróleo, a Venezuela amarga uma das maiores crises humanitárias do planeta. Parece um cenário surreal, mas falta, inclusive, gasolina e outros derivados nos postos do país. Há, no país, o reconhecimento da existência de um Narco Estado, dominado por criminosos do colarinho branco e de farda militar. Obviamente que o retrato atual desses países é aquele que nos chega por meio da luz imprecisa e embaçada da imprensa.

Ao vivo e a cores, a situação é bem mais complicada e danosa para essas populações que se vêm obrigadas a deixarem seus países em busca de paz e melhores chances. A questão aqui é saber até quando esses ciclos perversos que levam a América Latina a mergulhar de cabeça nos turvos rios da esquerda irão durar. Talvez nunca cessem enquanto houver possibilidade de governos charlatães chegarem ao poder e dessa posição passarem a multiplicar o número de pobres e famintos.

 

A frase que foi pronunciada:

“Quando a esquerda começa a contar dinheiro, converte-se em direita.”

Carlito Maia

Carlito Maia. Foto: Agência Senado

 

ZFM

Durou pouco tempo a alegria dos ciclistas com a redução de  35% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Não se sabe a razão, o governo anunciou a volta da alíquota de 10% também em outros produtos da Zona Franca de Manaus.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

 

Taxa demais

Agaciel Maia entende de política. Argumentou que serviços públicos e as concessões “devem se adaptar à realidade da população”. E tocou numa ferida: as tarifas de água e esgoto cobradas pela Caesb. Agaciel apresentou um projeto de lei para que os reajustes estabelecidos, desde 2021, sejam cancelados. “Precisamos reduzir as tarifas”.

Foto: cl.df.gov

 

História de Brasília

Na lista Telefônica de Brasília há um ministério a mais: Ministério Fábio Ernesto. Verifiquem, e verão. (Publicada em 09.03.1962)