Campanha da Fraternidade. Homem, mundo, Deus.

Publicado em ÍNTEGRA

VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

jornalistacircecunha@gmail.com

Facebook.com/vistolidoeouvido

Instagram.com/vistolidoeouvido

 

Cartaz oficial da Campanha da Fraternidade 2021 (Fonte: Divulgação CNBB)

 

        Desde a inauguração do século XXI, com a simbólica e trágica derrubada das Torres Gêmeas em Nova Iorque, vivemos tempos extraordinários, que mostram, desde a primeira hora, que estamos adentrando em um mundo, até então, desconhecido por nós e que, portanto, requererá, de todos, um esforço conjunto mais intenso para, ao menos, chegarmos ilesos ao final dessa nova história.

        Em tempos assim, as incertezas e o medo quanto ao futuro têm produzido uma onda de desconfiança sem par, o que tem contribuído para aumentar, em toda a parte, um ambiente de polarizações e posições extremadas, conduzindo-nos a uma espécie de Torre de Babel, onde ninguém parece se entender. Vivendo cada vez mais apertados no planeta e com recursos cada vez mais escassos, as massas humanas parecem se agitarem, num movimento em que a vida plena vai cedendo lugar para a sobrevivência diária.

        Com um cenário pintado com essas cores densas e em que a razão vai desaparecendo de vista, não surpreende que as seguidas tensões acabem por gerar um ambiente igualmente hostil para todos. Para os adeptos da escatologia e outros significados proféticos e apocalípticos, se não vivemos tempos finais para humanidade, ao menos estamos em meio a uma encruzilhada que poderá nos levar ao fim da história, pelo menos para o animal homem.

        Para os ecologistas, ao optarmos por destruir o mundo sob nossos pés, escrevemos nosso próprio epitáfio, comprovamos nosso destino trágico como as criaturas mais capazes de se elevar ao céu, ao mesmo tempo em que cava o próprio inferno. Em tempos assim, tudo tende a virar polêmica acirrada e daí, para o confronto aberto e selvagem, é um passo pequeno. Tem sido assim nos debates públicos com qualquer assunto, mesmos os mais banais.

        Em lugar algum, parece haver segurança e respeito pelo contraditório, nem mesmo no seio das famílias. É nesse ambiente de antagonismos, onde todos creem ter razão, que os oportunistas políticos, religiosos e outros de má-fé fazem a festa e angariam, cada vez mais, adeptos prontos para declarar guerra ao primeiro sinal de discordância. São aqueles que vieram com a missão de matar, roubar e destruir.

        Não causa espanto que, num tempo tumultuado assim, até mesmo a tão tradicional e pacífica Campanha da Fraternidade (CF-2021), que há quarenta anos a Igreja Católica lança regularmente, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nas quartas-feiras de cinzas, tenha se transformado num dos assuntos mais polêmicos dos últimos anos. Foi-se o tempo, no dizer da própria Bíblia, em Mateus 12:30, que se acreditava que “aquele que comigo não ajunta, espalha”.

        Hoje é cada grupo em pé de guerra contra outros. A bem da verdade, desde o Concílio Vaticano II, entre 1962 a 1965, a Igreja Católica parece experimentar uma cisão, a partir da divulgação da chamada Teologia da Libertação e suas pretensas ligações com alas mais progressistas e mais próximas das ideias políticas defendidas pelas esquerdas. Por conta dessas novas ideias, muitos religiosos foram perseguidos e excomungados, o que ensejou uma maior radicalização de alas dentro da Igreja.

        De fato, a Igreja vive, em seu íntimo, uma contradição de difícil condução, que faz com que ela tenha sua razão de ser, assentada num aceno atemporal, para um mundo espiritual e sediado no além, embora tenha que viver plenamente inserida no mundo humano e temporal, onde as razões para as dúvidas se multiplicam a cada dia.

        Com o lema escolhido para esse ano, “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, e o lema “Cristo é nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, extraído de Ef. 2.14, a CF busca sintonia da Igreja com a vida da população, especialmente os excluídos por razões diversas, o que insere também, nessa nova Campanha, os movimentos LGBTQ+ e outras minorias, vítimas, segundo apontam os Bispos, dos discursos de ódio, do fundamentalismo religioso e de vozes contra o reconhecimento dos direitos dessas populações e outros grupos vulneráveis e excluídos.

        São, de fato, questões de gênero, presentes nos debates atuais e que têm sido alvo agora dos protestos daquelas alas mais conservadoras da Igreja. Trata-se de uma polêmica, que pode ou não esconder semânticas políticas, mas que estão presentes em nossa sociedade hodierna.

 

A frase que não foi pronunciada:

Parece que a Gripe Suína foi uma espécie de comissão de frente da Covid-19 na base do se colar colou.”

Dona Dita na fila da vacina, pensando furiosa com a demora

Charge do Daniel Zuko para o Jornal de Brasília

Banco Central

Quem está atenta é a criadora da Auditoria Cidadã, Maria Lucia Fattoreli. A pergunta que ela faz é simples: O que justifica urgência para entregar o Banco Central para banqueiros? A primeira tentativa dos bancos em se apoderarem do BC foi em 1989 (PLP 200/89). Por que priorizar essa votação em plena pandemia, quando a sociedade civil não tem acesso ao Congresso? A prioridade deveria ser impedir o BC de remunerar diariamente a sobra de caixa dos bancos! NÃO ao PLP 19/2019, propõe.

Entenda os riscos da autonomia do Banco Central, clicando aqui; projeto pode ser votado nesta terça

Foto: brasildefato.com

Valorizar quem é bom

Uma injustiça sem precedentes, por absoluta preguiça de questionar. José Vicente Santini é um funcionário exemplar, capacitado, e sua competência parece estar incomodando alguém. Enquanto a notícia é Santini ter usado o avião da FAB para viajar da Índia para a Suíça, deveria estar estampado para os brasileiros que ele trouxe bilhões de reais em investimentos e acordos para o Brasil. E para finalizar, o TCU, que é o órgão competente para julgar a viagem, foi unânime. A viagem foi de interesse do país.

José Vicente e presidente Bolsonaro. Foto: reprodução.

 

Acabou assim

Aconteceu numa cidadezinha da Bahia. Um professor da classe média resolveu deixar Salvador para ensinar no interior. Os alunos que gostavam de estudar viam naquele mestre a chance de galgar degraus mais altos. Enquanto isso, a molecada acostumada com a regra da escola, de passar o aluno para apresentar na estatística números formidáveis, continuava gazeteando e aprontando nas aulas. O resultado nas provas surpreendeu. Grande parte da turma teve um desenvolvimento mais que satisfatório. Menos o filho do prefeito. O resultado foi a demissão do professor.

Charge: humorpolitico.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O dia da Previdência, transcorrido a 24 último, encontrou o IAPC em situação catastrófica. Pela primeira vez o Instituto apresentou deficit, de acordo com relatório apresentado pelo Diretor de Estatística e Atuária, dr. Severino Montenegro. Total do deficit: dois bilhões a 400 milhões. (Publicado em 26/01/1962)

It's only fair to share...Share on Facebook
Facebook
Share on Google+
Google+
Tweet about this on Twitter
Twitter
Share on LinkedIn
Linkedin