Campanha da Fraternidade. Homem, mundo, Deus.

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

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Cartaz oficial da Campanha da Fraternidade 2021 (Fonte: Divulgação CNBB)

 

        Desde a inauguração do século XXI, com a simbólica e trágica derrubada das Torres Gêmeas em Nova Iorque, vivemos tempos extraordinários, que mostram, desde a primeira hora, que estamos adentrando em um mundo, até então, desconhecido por nós e que, portanto, requererá, de todos, um esforço conjunto mais intenso para, ao menos, chegarmos ilesos ao final dessa nova história.

        Em tempos assim, as incertezas e o medo quanto ao futuro têm produzido uma onda de desconfiança sem par, o que tem contribuído para aumentar, em toda a parte, um ambiente de polarizações e posições extremadas, conduzindo-nos a uma espécie de Torre de Babel, onde ninguém parece se entender. Vivendo cada vez mais apertados no planeta e com recursos cada vez mais escassos, as massas humanas parecem se agitarem, num movimento em que a vida plena vai cedendo lugar para a sobrevivência diária.

        Com um cenário pintado com essas cores densas e em que a razão vai desaparecendo de vista, não surpreende que as seguidas tensões acabem por gerar um ambiente igualmente hostil para todos. Para os adeptos da escatologia e outros significados proféticos e apocalípticos, se não vivemos tempos finais para humanidade, ao menos estamos em meio a uma encruzilhada que poderá nos levar ao fim da história, pelo menos para o animal homem.

        Para os ecologistas, ao optarmos por destruir o mundo sob nossos pés, escrevemos nosso próprio epitáfio, comprovamos nosso destino trágico como as criaturas mais capazes de se elevar ao céu, ao mesmo tempo em que cava o próprio inferno. Em tempos assim, tudo tende a virar polêmica acirrada e daí, para o confronto aberto e selvagem, é um passo pequeno. Tem sido assim nos debates públicos com qualquer assunto, mesmos os mais banais.

        Em lugar algum, parece haver segurança e respeito pelo contraditório, nem mesmo no seio das famílias. É nesse ambiente de antagonismos, onde todos creem ter razão, que os oportunistas políticos, religiosos e outros de má-fé fazem a festa e angariam, cada vez mais, adeptos prontos para declarar guerra ao primeiro sinal de discordância. São aqueles que vieram com a missão de matar, roubar e destruir.

        Não causa espanto que, num tempo tumultuado assim, até mesmo a tão tradicional e pacífica Campanha da Fraternidade (CF-2021), que há quarenta anos a Igreja Católica lança regularmente, por meio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nas quartas-feiras de cinzas, tenha se transformado num dos assuntos mais polêmicos dos últimos anos. Foi-se o tempo, no dizer da própria Bíblia, em Mateus 12:30, que se acreditava que “aquele que comigo não ajunta, espalha”.

        Hoje é cada grupo em pé de guerra contra outros. A bem da verdade, desde o Concílio Vaticano II, entre 1962 a 1965, a Igreja Católica parece experimentar uma cisão, a partir da divulgação da chamada Teologia da Libertação e suas pretensas ligações com alas mais progressistas e mais próximas das ideias políticas defendidas pelas esquerdas. Por conta dessas novas ideias, muitos religiosos foram perseguidos e excomungados, o que ensejou uma maior radicalização de alas dentro da Igreja.

        De fato, a Igreja vive, em seu íntimo, uma contradição de difícil condução, que faz com que ela tenha sua razão de ser, assentada num aceno atemporal, para um mundo espiritual e sediado no além, embora tenha que viver plenamente inserida no mundo humano e temporal, onde as razões para as dúvidas se multiplicam a cada dia.

        Com o lema escolhido para esse ano, “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”, e o lema “Cristo é nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade”, extraído de Ef. 2.14, a CF busca sintonia da Igreja com a vida da população, especialmente os excluídos por razões diversas, o que insere também, nessa nova Campanha, os movimentos LGBTQ+ e outras minorias, vítimas, segundo apontam os Bispos, dos discursos de ódio, do fundamentalismo religioso e de vozes contra o reconhecimento dos direitos dessas populações e outros grupos vulneráveis e excluídos.

        São, de fato, questões de gênero, presentes nos debates atuais e que têm sido alvo agora dos protestos daquelas alas mais conservadoras da Igreja. Trata-se de uma polêmica, que pode ou não esconder semânticas políticas, mas que estão presentes em nossa sociedade hodierna.

 

A frase que não foi pronunciada:

Parece que a Gripe Suína foi uma espécie de comissão de frente da Covid-19 na base do se colar colou.”

Dona Dita na fila da vacina, pensando furiosa com a demora

Charge do Daniel Zuko para o Jornal de Brasília

Banco Central

Quem está atenta é a criadora da Auditoria Cidadã, Maria Lucia Fattoreli. A pergunta que ela faz é simples: O que justifica urgência para entregar o Banco Central para banqueiros? A primeira tentativa dos bancos em se apoderarem do BC foi em 1989 (PLP 200/89). Por que priorizar essa votação em plena pandemia, quando a sociedade civil não tem acesso ao Congresso? A prioridade deveria ser impedir o BC de remunerar diariamente a sobra de caixa dos bancos! NÃO ao PLP 19/2019, propõe.

Entenda os riscos da autonomia do Banco Central, clicando aqui; projeto pode ser votado nesta terça

Foto: brasildefato.com

Valorizar quem é bom

Uma injustiça sem precedentes, por absoluta preguiça de questionar. José Vicente Santini é um funcionário exemplar, capacitado, e sua competência parece estar incomodando alguém. Enquanto a notícia é Santini ter usado o avião da FAB para viajar da Índia para a Suíça, deveria estar estampado para os brasileiros que ele trouxe bilhões de reais em investimentos e acordos para o Brasil. E para finalizar, o TCU, que é o órgão competente para julgar a viagem, foi unânime. A viagem foi de interesse do país.

José Vicente e presidente Bolsonaro. Foto: reprodução.

 

Acabou assim

Aconteceu numa cidadezinha da Bahia. Um professor da classe média resolveu deixar Salvador para ensinar no interior. Os alunos que gostavam de estudar viam naquele mestre a chance de galgar degraus mais altos. Enquanto isso, a molecada acostumada com a regra da escola, de passar o aluno para apresentar na estatística números formidáveis, continuava gazeteando e aprontando nas aulas. O resultado nas provas surpreendeu. Grande parte da turma teve um desenvolvimento mais que satisfatório. Menos o filho do prefeito. O resultado foi a demissão do professor.

Charge: humorpolitico.com.br

HISTÓRIA DE BRASÍLIA

O dia da Previdência, transcorrido a 24 último, encontrou o IAPC em situação catastrófica. Pela primeira vez o Instituto apresentou deficit, de acordo com relatório apresentado pelo Diretor de Estatística e Atuária, dr. Severino Montenegro. Total do deficit: dois bilhões a 400 milhões. (Publicado em 26/01/1962)

O último bastião

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Foto: AFP/Arquivos (domtotal.com)

 

Um fenômeno preocupante e violento, que vem se alastrando como pólvora, tem deixado os cristãos de todo o mundo em estado de alerta permanente, pois parece reascender, em pleno século 21, os tão temidos e devastadores conflitos religiosos que marcaram boa parte da história da humanidade e que deixaram um número incontável de mortes e destruição. Os motivos que têm levado ao retorno das perseguições sistemáticas ao cristianismo são diversos e, em alguns casos, parecem repetir as mesmas causas equivocadas que levaram a tanto sofrimento no passado. Por outro lado, é certo que, em tempo algum, as igrejas de fé cristã viveram longos períodos de paz. Essa é, inclusive, uma condição própria e natural que faz pensar que desde o aparecimento de Cristo, em terras do Oriente Médio, seus ensinamentos ainda são capazes, dois mil anos depois, de despertar reações de ódio e de amor.

Mas, se antes, os conflitos opondo essa e outras doutrinas de fé tinham um caráter mais assentado na expansão e na consolidação de territórios e populações, por meio das missões evangelizadoras e de catequese, num tempo em que religião e Estado formavam uma só entidade jurídica, hoje, esses conflitos são de outra natureza, muito mais complexa e, quiçá, impossíveis de serem resolvidos num curto espaço de tempo.

Existe o que parece ser um movimento espalhado por todo o mundo, principalmente nos últimos anos, que tem a fé cristã como alvo preferencial de diversas vertentes políticas e religiosas, que encontram, nas igrejas ocidentais, uma espécie de última trincheira e bastião de proteção dos valores e da cultura do Ocidente. Na realidade, o que se assiste é ao avanço, em diversos flancos, não apenas do laicismo e de outros conceitos apropriados pelas esquerdas mundiais, mas que enxergam na fé cristã uma fortaleza a ser sobrepujada, para a implantação do que seria uma nova ordem mundial, obscura e incerta.

Nessa nova cruzada, elementos de uma quinta coluna, agindo dentro da igreja, deixam visível a incapacidade orgânica de a igreja cristã, sobretudo a de orientação católica, de se adaptar a um mundo nitidamente distópico e distante dos ideais espirituais. Se antes os homens eram movidos por uma força e uma esperança espiritual que parecia transcender ao mundo secular, e no qual tudo parecia valer a pena, hoje, a descrença e o materialismo dominam o cenário mundial e movem a humanidade numa direção que parece de volta ao tempo das cavernas, quando a sobrevivência, ante a um ambiente hostil, era o mote de vida de cada um.

O processo civilizatório, da forma que temos alcançado, sugere estarmos cada vez mais longe do sentido próprio do que seja civilização, principalmente daquele modelo pregado pela filosofia de Cristo. Por todo o planeta, nossas cidades, mais e mais, vão se parecendo com praças de guerra, onde a paz espiritual e harmonia entre as pessoas mais parecem sonhos distantes.

Atacar, destruir igreja e templos religiosos, mais do que um movimento que se quer crer iconoclasta, parece, nas suas entrelinhas psicológicas e paranoicas, um pedido de socorro feito por multidões de cegos nessa Babel moderna, em que ninguém mais se entende ou possui referências com o sagrado e com a luz.

 

 

A frase que foi pronunciada:
“Os demônios saíram do inferno! Não é a primeira vez que um movimento totalitário queima locais sagrados. Os nazistas queimaram as sinagogas da Europa. Hoje, são as igrejas do Chile que estão sendo destruídas. A bandeira de ambos movimentos continua sendo vermelha”
Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação

Foto: Abraham Weintraub e Ricardo Vélez-Rodriguez, ao fundo (Divulgação/MEC)

 

Escritora
Conta a escritora Lira Vargas que, lançados 11 livros de sua autoria, o trabalho de vendê-los no Brasil é insano. Quem quer ler não tem dinheiro e quem tem dinheiro compra jogos ou livros recomendados pela mídia. Seu trabalho foi compensado depois que a Horizonte Azul, na Book Fair em Miam, serviu como ponte para os leitores. Vendeu pelas ruas e feiras em Dambory, além de ter sido admitida na biblioteca da cidade. Depois disso, dos 1.000 exemplares, hoje restam 12.

 

 

Teoria da vidraça quebrada
Quem sobe no trevo para o Paranoá, a caminho da Rodoviária daquela cidade, vê que as margens da pista se transformaram em lixão. Se a administração do Paranoá não fizer nada, é o que vai acontecer na pista toda.

Reprodução: globoplay.globo.com

 

PT&PT
A coisa está feia nas eleições para a Prefeitura de João Pessoa. Anísio Maia avisou a Gleisi Hoffmann que as acusações feitas a ele não passarão em branco. A briga dentro do partido está extrapolando. Ricardo Coutinho era o preferido da presidente do PT.

Iamagem: reprodução

 

Há tanto tempo
Parlamentares e especialistas pressionam por votação do fim do foro privilegiado. Manchete, quando é repetida por mais de 3 anos, é sinal que não vai vingar.

Charge da Lane

 

História de Brasília

Está terminando o período de férias, e nenhuma conservação vem sendo feita nas escolas. Normalmente, quando termina o ano escolar, todas as escolas são pintadas novamente, e passam por uma reforma total. (Publicado em 19/1/1962)