Catequese se escreve com s. Catequizar com z. Por quê?

Publicado em português

Os professores repetem e repetem. O sufixo -isar não existe. Mal eles falam, a meninada se lembra de paralisar, analisar, pesquisar. As quatro letrinhas lá estão, firmes e fortes. Também se lembram de civilizar, organizar, catequizar & cia. Como explicar a aparente contradição? É simples. A chave da resposta se encontra no nome que dá origem ao verbo.

Vale o exemplo de analisar. Ele é derivado de análise. Ora, se análise tem s no radical, ele se mantém no verbo. É o caso de bis (bisar), catálise (catalisar), pesquisa (pesquisar), análise (analisar), liso (alisar), improviso (improvisar). O is faz parte da palavra primitiva. O verbo se formou com o acréscimo do -ar. Palmas pro professor. -Isar não existe. O que existe é -ar.

Como explicar a presença do -izar em  amenizar, capitalizar, humanizar e simbolizar etc. e tal? Os coitados não têm o s onde o –ar possa se agarrar. Precisam de uma ponte. Construíram o iz: civil (civilizar), catequese (catequizar), canal (canalizar).

Alguns são privilegiados. Têm o z no radical. Nada mais justo que respeitar a família. É o caso de cicatriz (cicatrizar, cicatrização), deslize (deslizar), juízo (ajuizar, ajuizado), cicatriz (cicatrizar, cicatrização), raiz (enraizar, enraizado).

Moral da história: o emprego de -isar e -izar é questão de família.