Palavras mágicas: eufemismos

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

Muita gente não pronuncia a palavra morte nem a pedido do Senhor. Um deles é Manuel Bandeira. Ele falou em “a indesejada das gentes”. Guimarães Rosa disse que a gente não morre. “Fica encantada”. Álvaro Moreira escolheu “ir na frente”. O povo não se aperta. Apela para ocaso, partida, passamento, trânsito, viagem, passar desta pra melhor, ir para a companhia do Senhor. O malandro esconde […]

Dossiê: origem, história e curiosidade

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

Parecia boato. Aqui e ali, falava-se em um tal dossiê. Estariam  coletando dados sobre funcionários antifascistas. Verdade? Mentira? O ministro da Justiça confirmou a informação, mas disse que não era dossiê, era relatório. No debate, pintou a curiosidade. Qual a origem de dossiê? Francesinha Dossiê veio do francês dossier. Quando nasceu, tinha conotação neutra. Significava série de documentos referentes a uma pessoa, ou a um […]

Privatizar se escreve com z. Por quê?

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

 Privatizar se escreve com z porque -isar não existe. O sufixo formador de verbos é -ar. Ele se cola ao radical: martelo, martelar; casa, casar; trato, tratar; retrato, retratar. Às vezes, o radical tem s. O -ar não tem preconceitos. Cola-se a ele: pesquisa (pesquisar), bis (bisar), análise (analisar), catálise (catalisar), liso (alisar), paralisia (paralisar), improviso (improvisar). Privado não conta com o s onde o […]

Páscoa: derivados

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

O substantivo Páscoa sentiu-se solitário. Para formar família, recorreu ao sufixo –al. Com ele, formou os adjetivos pascal e pascoal. As duas letrinhas aparecem em montões de adjetivos. Em todos, têm o mesmo significado. Querem dizer relacionado com, pertinente a. Pascal e pascoal são relacionados com a Páscoa (festa pascal, Monte Pascoal). Campal, com campo (batalha campal).

Beligerante, belicoso, bélico & cia.: origem

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

Belona se casou com Marte. Tornou-se a deusa guerreira. Nos campos de batalha, mistura-se aos soldados. É valente que só. A língua portuguesa, que lhe reconhece o valor, criou várias palavras para homenageá-la. Todas começam com bel. Beligerante é a pessoa que está em guerra. Ou faz guerra. Belicosa, a criatura louca por uma guerrinha. Bélico é o que se refere à guerra. Material bélico, […]

Fobia & cia.: etimologia

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

Uiiiiiiiiiiiiiiiiiii! Que medo! Fobos está no pedaço. O moço, filho de Marte, não usa roupa. Em cima do corpo nu, joga uma pele de leão. Todos tremem de pavor ao ver figura tão esquisita. Fobos assusta os combatentes. Ao vê-lo, os soldados pensam que é fantasma. Fogem apavorados. Fora do Olimpo, Fobos não assusta nem passarinho. Mas o nome do moço vestido de leão deixou […]

Filhotes do carnaval

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

O carnaval deitou e rolou nesta terra mestiça. Deu filhotes. Dele nasceu carnavalesco. O sufixo –esco é velho conhecido nosso. Aparece em adjetivos. Mas não qualquer adjetivo. Só nos derivados de substantivos. Quer dizer semelhante, parecido. Carnavalesco é semelhante a carnaval. Dantesco, a Dante. Burlesco, a burla (zombaria). Momesco, a momo. A família cresceu. Veio o neto — o advérbio carnavalescamente. Reparou? Ele é filho […]

Megarroubos: por que rr?

Publicado em Deixe um comentárioportuguês

“DNA e digitais ligam bandidos envolvidos em megarroubos milionários”, escreveu o site do Estadão. Leitores ficaram com a pulga atrás da orelha. Por que rr? Por questão de pronúncia. Com um r, a pronúncia muda. Compare caro e carro. A dobradinha tem uma única função — respeitar o jeitinho de dizer. A mesma regra vale para o ss: minissaia, multissistema, macrossolução.