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Conselheiro espiritual de líder da extrema-direita de Portugal é afastado por suspeita de pedofilia

Publicado em Economia

O padre Mário Rui Pedras, conselheiro espiritual do presidente do Chega, André Ventura, líder da extrema-direita de Portugal, foi afastado do comando da Paróquia de São Nicolau, em Lisboa, acusado de abusos sexuais contra menores. Ele consta na lista de pedófilos entregue ao Patriarcado da capital portuguesa pela Comissão Independente que investigou os crimes cometidos dentro da igreja católica.

 

“Fiquei chocado, como fico em todas essas circunstâncias. É sabido que o padre é próximo a mim, me casou e esteve comigo quando fui estudante na universidade”, disse Ventura. Ele ressaltou, porém, que, apesar de ser uma notícia que particularmente o chocou, nada muda na vida dele e na visão que ele tem em relação aos fatos. “A Justiça tem de ser aplicada para todos, seja em que circunstância for, seja com pessoas próximas que forem, seja com quem for”, afirmou.

 

Ventura, que seguia religiosamente o processo de confissão com o pároco, reforçou que, no direito, aprende-se que a lei é dura, mas deve ser cumprida. “E é assim que faço na minha vida, na política, com amigos, familiares. A notícia me abala profundamente, mas a Justiça tem de ser feita, o que tenho defendido para todos os casos”, destacou.

 

Ele reforçou: “Sou líder de um partido, mas tenho de pôr acima disso o interesse nacional e o da Justiça. Que se apure tudo até o fim, sem interferências políticas. Que a justiça seja feita, mesmo que os casos que sejam pessoais choquem e doam”. Segundo Ventura, em nenhum momento, durante o logo período de proximidade com o padre Mário Rui, viu algo que pudesse remeter a abusos sexuais.

 

“Estudei num seminário, casei-me na igreja e sempre fui religioso e continuo a ser. Faço parte, continuo a ir à igreja. Nunca fui alvo de nenhuma espécie de abuso, de tentativa de abuso ou de algo parecido. Nunca assisti, enquanto estive no seminário ou na igreja, a qualquer ato impróprio ou que me levantasse suspeita por parte de alguém ou desse sacerdote”, assinalou, destacando que soube das denúncias contra o pároco quando os casos se tornaram públicos.