Agressão Brasileira Grazielle Tavares leva um soco na boca e um chute na barriga de um português na Universidade do Minho

A real de Portugal: deputados questionam ministra sobre agressão a brasileira em universidade

Publicado em Economia

Um grupo de deputados do Partido Socialista (PS) questionou a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato, sobre a agressão sofrida pela brasileira Grazielle Tavares, 49 anos, há três semanas, na Universidade do Minho. Como revelou o Blog, ela levou um soco na boca e um chute na barriga, desferidos pelo português João Bernardo Mendes, colega de sala dela.

 

Os parlamentares, entre eles, Paulo Pisco, Francisco César, Susana Amador e Edite Estrela, vice-presidente da Assembleia da República, querem saber o que foi feito até agora pela universidade sobre a agressão. No dia seguinte ao caso de violência, a instituição informou ao Blog que havia aberto um procedimento disciplinar, mas nada de efetivo foi revelado até agora.

 

Havia a expectativa de que João Bernardo fosse suspenso das aulas ou mesmo expulso da universidade. Contudo, ele continua frequentando o curso de pós-graduação em Comunicação Social como se nada tivesse acontecido. Ele compartilha as aulas com a vítima, numa clara demonstração de que a violência contra mulheres e a xenofobia são crimes irrelevantes em Portugal.

 

Situação absurda

 

A situação é tão absurda, que, recentemente, uma professora teve de dividir a turma em dois grupos para a execução de um trabalho em classe, mas colocou metade dos estudantes em uma sala e metade, na outra. Grazielle ficou em um grupo e seu agressor, em outro. A origem da violência contra a brasileira foi justamente um trabalho em grupo.

 

Para os deputados, o professor Rui Vieira de Castro, reitor da Universidade do Minho, sediada em Braga, Norte de Portugal, deve prestar contas do que foi feito para averiguar como se deu a agressão a Grazielle e para evitar que casos como o dela não se repitam. A universidade deve ser um lugar plural, de debates de ideias, não de violência, seja ela de que tipo for.

 

Em entrevista ao Blog, o português João Bernardo admitiu que deu um “soco direto na boca e um chute na barriga” de Grazielle. Portanto, não há o que duvidar em relação à violência contra a brasileira. Além de esperar que a universidade haja com rigor, Grazielle entrou com uma queixa-crime contra o agressor.

 

Os ataques de xenofobia contra brasileiros têm se tornado cada vez mais frequentes em Portugal. Um casal gay foi espancado na porta de uma boate em Lisboa. Três brasileiros, sendo uma mulher, foram agredidos por policiais dentro de uma delegacia. Policiais tratam brasileiros por “macacos”, como se fossem animais.