De acordo com Lavínia Springmann, consultora de Amamentação da NUK, empresa alemã especializada em produtos para bebês e mães, os traumas mamilares mais frequentes são eritema, edema, fissuras, bolhas, marcas brancas, amarelas ou escuras e equimoses. A causa mais comum acontece pelo posicionamento ou pega inadequados. Outros fatores incluem mamilos curtos, planos ou invertidos, disfunções orais na criança e a não interrupção da sucção do bebê antes de retirá-la do seio, além das reações alérgicas causadas pelo uso de óleos e cremes nos mamilos.
A prevenção inclui amamentar com a técnica correta, manter os mamilos secos por meio do uso de protetores, amamentar em livre demanda e não utilizar produtos que retirem a proteção natural do seio. Se for preciso interromper a mamada, é aconselhável introduzir o dedo indicador ou mínimo pelo canto da boca do bebê, de maneira que a sucção seja interrompida antes de a criança ser retirada do seio.
O tratamento pode ser realizado por meio de compressas e uso de conchas de amamentação que ajudam a evitar o atrito da área afetada com a roupa. Também é importante que a mãe inicie a mamada com o seio menos afetado e ordenhe um pouco de leite antes do início para facilitar a pega correta.
O ingurgitamento mamário, popularmente conhecido como “leite empedrado”, ocorre quando há acúmulo de leite, causando dor e aumento do volume das mamas. Neste caso, o leite acumulado torna-se mais viscoso, dificultando a saída.
Uma vez gerado o ingurgitamento, é importante ordenhar um pouco de leite (manualmente ou por bomba) antes da mamada, massagear as mamas delicadamente, bem como usar compressas de água morna para ajudar na liberação do leite. Também é necessário que a mãe use com frequência sutiãs com alças largas e firmes e faça compressa de água fria logo após ou durante os intervalos das mamadas, que ajudam a diminuir o edema, a vascularização e a dor.
Um dos traumas mais conhecidos entre as mães é a mastite, que consiste em um processo inflamatório de um ou mais segmentos da mama, podendo progredir para uma infecção bacteriana. A lesão ocorre com maior frequência na segunda e na terceira semana após o parto e, por esse motivo, o leite acumulado e o dano tecidual resultante favorecem a instalação da infecção.
Quando há mastite, a parte afetada da mama se encontra dolorosa, hiperemiada (com aumento do fluxo de sangue no local), quente e com edemas. Em caso de infecção, ocorrem manifestações, tais como mal estar, febre alta e calafrios. Geralmente, a mastite sucede em apenas uma das mamas e seu tratamento se dá pelo esvaziamento adequado por meio da amamentação e se necessária, a retirada do leite após as mamadas.
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