Mais de 2 milhões de crianças brasileiras não estão em creches, diz estudo

Sandy Millar / Unsplash
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Em todo país, cerca de 2,3 milhões de crianças de 0 a 3 anos, ou seja 20% dos brasileiros nessa faixa-etária, não estão em creches por alguma dificuldade de acessar o serviço, seja por falta de vagas ou outros impedimentos, como distância da escola. Cerca de seis em cada 10 famílias gostariam que seus filhos frequentassem a creche, mas apenas quatro são atendidas.

Esses são os destaque de um levantamento realizado pela ONG Todos Pela Educação e divulgado nesta segunda-feira (8/4), a partir de dados da Pnad Contínua Educação 2023, pesquisa feita pelo IBGE.

“Nossa atenção está voltada para quem quer a vaga e não encontra, para essa demanda não atendida, porque essa é uma etapa não obrigatória da educação, mas é direito da criança e um dever do estado. A partir do momento que a família demanda essa vaga, é preciso que o Estado ofereça”, explica Daniela Mendes, coordenadora de politicas educacionais do Todos.

O estudo demonstra que as barreiras de acesso atingem de forma diferente as crianças mais pobres e as mais ricas. Dentre as famílias mais pobres, 28% das crianças não estão nas creches por dificuldade de acesso. Já entre as mais ricas, esse número cai para 7%.

“É preciso um pacto nacional”, diz Daniela Mendes, coordenadora de políticas educacionais. Créditos: Divulgação/Todos Pela Educação

Daniela afirma que as desigualdades de acesso à vagas em creche vão impactar toda trajetória escolar dessas crianças, alimentando um ciclo intergeracional de pobreza, por isso, a “expansão das vagas precisa priorizar critérios de equidade. O benefício maior da educação infantil é percebido, justamente, para essas crianças mais pobres, porque o que elas não recebem em casa, vão receber na creche. Um espaço seguro, amplo, apropriado para brincar, acesso à livros, brinquedos estimulantes, alimentação, a interação com outras crianças, enfim, uma série de oportunidades que vão estimular seu desenvolvimento. As crianças mais privilegiadas já recebem isso em casa”.

A especialista defende que uma forma de enfrentar essas diferentes realidades sociais e superar a heterogeneidade da oferta de ensino em creches e pré-escolas, em especial, nos estados do Norte e Nordeste, é estabelecer uma política nacional de educação infantil. A proposta do Todos é que, com a criação da política pública, municípios, estados e União unam esforços para expansão das vagas e também para o atendimento das crianças pequenas nas redes de saúde e assistência social, como forma de garantir uma abordagem integral.

“O país vem evoluindo, o acesso à creche vem aumentando em curva crescente, principalmente ao longo das últimas duas décadas. Pórem, o desafio não é equitativo pelo territorio. A capacidade financeira e administrativa de fazer a expansão que atenda demanda por vagas varia muito de município para município. É preciso garantir a oferta de apoio orçamentário, mas também técnico para as cidades. E tudo começa pela vontade política em priorizar essa pauta”, aponta.

Para mais informações, acesse o site do Todos Pela Educação.

Projeto Caravana de Histórias leva literatura a escolas públicas do DF

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Nesta terça-feira (2/4), o projeto Caravana de Histórias, que visa difundir a contação de histórias e a música em escolas de educação infantil e creches da rede pública de ensino do Distrito Federal, pousa em Taguatinga. Participam das apresentações os contadores e músicos Mônica Papa e William Reis, com participação especial de André 14 Voltas e Maristela Papa.

O dia começa com apresentações no Centro de Ensino Infantil (CEI) 2 de Taguatinga, às 8h. Os artistas seguem, depois, para o CEI 5 de Taguatinga, entre 10h30 e 13h30. Fechando o dia, às 16h, os contadores retornam ao CEI 2 de Taguatinga para a última intervenção do dia.

A circulação do Caravana de Histórias acontece até 16 de abril. Idealizado pela Associação Amigos das Histórias, realizado pela Cia Voar, os eventos são executados por meio de um Termo de Fomento da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do DF.

Para William Reis, um dos idealizadores do projeto, as apresentações levam “encantamento, afeto da palavra contada e valorização da arte de ouvir e contar histórias de maneira lúdica e diferenciada”.

A iniciativa acontece, anualmente, há 13 anos e pretende favorecer a circulação de contadores de histórias no Centro-Oeste e posicionar Brasília como uma referência cultural no incentivo à leitura.