Brasil tem 59% de suas crianças pequenas fora da creche

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O Censo Escolar 2023, divulgado nesta quinta-feira (22/2), revelou que apenas 41% das crianças de 0 a 3 anos no Brasil estão matriculadas em creches. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) era ter, no mínimo, 50% das crianças na faixa etária atendidas por instituições de ensino públicas e privadas até 2024. Apesar de registrar uma melhora — em 2022, o patamar era de 36% — o país ainda está distante do objetivo.

Mariana Luz, presidente da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, pondera que o avanço de 5% no índice de oferta de vagas em creches é uma conquista planejada e alcançada por meio de políticas públicas, porém, ainda insuficiente, especialmente quando se leva em conta as demandas regionais e as desigualdades sociais. “A gente precisa olhar para quem está fora desse número. Infelizmente, a partir de todos os estudos que a gente tem, podemos concluir que as crianças que estão fora tanto da creche como da pré-escola são as de mais baixa renda, são as crianças pretas e pardas, e a gente não tem o direito de tirar o direito delas”, afirma.

A escolarização nessa etapa, apesar de não ser obrigatória, traz benefícios para o desenvolvimento infantil e oferece a oportunidade de as mães voltarem ao mercado de trabalho após a gestação.

“A formação nessa idade é tão estruturante que vai possibilitar benefícios diversos, do ponto de vista da jornada educacional dessas crianças, porque melhora o desempenho ao longo de toda vida, melhora a aprendizagem em si e também a permanência na escola, ou seja, a conclusão do ensino fundamental e do médio”, diz Mariana.

Volta às aulas: como preparar as crianças para o primeiro dia na escola

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Por Ana Luísa Miranda — Especial para o Correio

Com a aproximação do período de volta às aulas, muitos pais se preocupam em como preparar os pequenos para essa grande mudança na rotina, após uma temporada em casa. Os novos horários, ambiente e atividades podem se tornar um evento estressante, tanto para as crianças como para os pais.

De acordo com a pedagoga Bárbara Nascimento, a ansiedade dos pais, muitas vezes, é o que acaba impactando as crianças. Por isso, ela reforça a importância de buscar maneiras de aliviar a preocupação de ambas as partes. “Acho interessante conhecer bem o ambiente escolar com antecedência e conversar com tranquilidade com os filhos sobre o que os aguarda”, sugere.

A pedagoga Bárbara Nascimento indica conhecer bem o ambiente escolar com antecedência e conversar com tranquilidade com os pequenos

Individualidades

Renata Romana, 42 anos, tem dois filhos e conta que cada um deles reage de maneira muito diferente ao ambiente escolar: “Enquanto o Lucas é organizado, tranquilo e gosta de ir à escola, o Gabriel precisa de um cuidado mais próximo e fica muito ansioso nessa época.”

Gabriel, de 7 anos, precisou de muita conversa para se tranquilizar no início do ano letivo, mas Lucas, agora com 9 anos, se acostumou muito rápido. “Os dois são bons alunos, mas aprendem de formas totalmente diferentes”, diz.

Dicas

Luciene Siccherino, pedagoga da Universidade do Cruzeiro do Sul, reforça que a postura dos cuidadores é fundamental. “Há a necessidade de que os pais mostrem firmeza, calma e dialoguem com a criança que não há motivos para o sofrimento, que aquele sentimento vai passar e que a criança está entrando em um ambiente protegido e de acolhimento”, esclarece.

“Ao acordar mais cedo, a criança já começa a entender os novos horários e a estabelecer hábitos”, sugere a educadora Luciene Siccherino

A especialista dá, ainda, uma dica para tornar a volta às aulas um evento divertido para as crianças: apresentar as brincadeiras que terá na escola, os materiais que ela vai usar, o uniforme escolar, e tudo mais que possa estimular a curiosidade dela pela sala de aula.

Além disso, Luciene sugere criar uma rotina prévia que torne a troca de ambiente menos súbita e evite que ela associe a escola a algo ruim. “Ao acordar mais cedo, a criança já começa a entender os novos horários e a estabelecer hábitos. Isso já vai facilitar bastante”, afirma.