Reforma previdenciária abre janela para mudar do mercado de trabalho dos jovens

Publicado em Governo Bolsonaro

 

 

  A proposta de reforma previdenciária em estudo pelo governo traz embutida uma mudança na legislação trabalhista para aqueles que entrarem no mercado de trabalho depois de sua aprovação. Quanto à idade mínima para aqueles que já estão no mercado de trabalho, ainda há dúvidas. Se depender do ministro da Economia, Paulo Guedes, será de 65 para homens e mulheres. Porém, mulheres com filhos poderão descontar alguns anos, de acordo com o número de filhos. A ideia é que, quem tiver um filho, por exemplo, possa reduzir um ano na idade da aposentadoria e assim por diante. Agora, se for para colocar 57 para mulheres e 62 para os homens, será necessário abrir mão de período de transição.

 

  O projeto, porém, ainda precisa ser aprovado pelo presidente Jair Bolsonaro, antes de ser encaminhado ao Congresso. O presidente não está convencido de que homens e mulheres devam se aposentar na mesma idade. Ele, entretanto, orientou a sua equipe que a proposta a ser encaminhada pelo governo será defendida na íntegra, ou seja, não terá “um bode na sala”, expressão usada no jargão político para definir dispositivos que são colocados nos projetos apenas para serem retirados.

 

 A ideia de embutir mudanças mais profundas na reforma trabalhista dentro da previdenciária agradou, porque, além da questão fiscal __ preocupação central do projeto __, o  texto em gestação ajudará na geração de empregos, outro problema grave do país no curto prazo.

 

  “Daqui a um, dois anos, teremos dois sistemas funcionando: Um com muitos direitos e poucos empregos. O outro com poucos direitos e muitos empregos”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, na noite de terça-feira, durante jantar de um portal de notícias, em Brasília.

 

 A ideia é que os jovens, ao ter o seu primeiro emprego, possam fazer a opção. “A porta da esquerda tem ‘carta de Lavoro’, sindicatos e por aí vai. A porta da direita não tem nada disso”, afirmou. “Se o patrão fizer besteira, o funcionário vai na Justiça comum, câmara de arbitragem”, completou.

 

 Apesar das mudanças na legislação trabalhista, o governo não pretende usar a palavra “trabalhista” ao encaminhar a proposta de emenda constitucional que irá tratar da reforma previdenciária. Porém, o ministro foi claro, ao se referir aos jovens que ainda vão entrar no mercado de trabalho: “O novo regime previdenciário não tem legislação trabalhista”, diz ele, referindo à série de benefícios que existem hoje. Porém, os benefícios constitucionais, como adicional de férias e 13 salário devem continuar.

 

  As alterações na lei terão que ser aprovadas pelo Congresso, que costuma resistir a mudanças profundas na lei trabalhista. Porém, a dificuldade na geração de empregos e a necessidade de uma nova previdência servirão de combustível para que o governo insista na aprovação do texto na íntegra.

 

  A aposta da equipe do ministro é que as oportunidades de emprego para quem optar pelo novo regime acabarão por fazer com que a maioria prefira essa opção. Na avaliação do governo, é possível inclusive que quem está no regime antigo queira migrar para melhorar a perspectiva de permanência no mercado de trabalho.

 

   Guedes foi direto ao dizer que sua meta é deixar de gastar R$ 1 trilhão. “Eu faço conta e, se não chega a R$ 1 trilhão fico aborrecido”, disse ele. A reforma chegará ao Congresso em duas semanas e meia.

 

Bolsonaro avalia usar pacotão de Moro para afirmar que cumpriu promessas de campanha

Bolsonaro
Publicado em coluna Brasília-DF

O pacote de medidas entregue pelo ministro da Justiça, Sérgio Moro, ao Congresso foi visto no governo e no PSL como a forma de resgatar a pauta que o presidente Jair Bolsonaro levou à campanha. A avaliação é de que será difícil aprovar os temas mais ideológicos elencados pelo então candidato, mas o da segurança, inclusive com a permissão para as ações policiais e a prisão em segunda instância, estará assegurado. Assim, o presidente terá o discurso de que cumpriu suas promessas, além das reformas na economia. Se conseguir avançar nessas duas áreas, terá cumprido seu papel.

Eles sempre dizem sim

É bom o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, não tratar a presidência nacional do MDB como favas contadas. Afinal, José Sarney, Romero Jucá e Michel Temer jamais dizem não. A eleição é apenas em setembro e quem conhece as coisas dentro do partido garante que não está nada fechado. Até lá, vai passar muita água sob a ponte.

Toffoli e Guedes

O jantar do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi mais um preventivo. O governo teme que as reformas terminem solapadas por ações judiciais. A ordem é abrir o diálogo desde já para não ter problemas lá na frente.

Põe logo no colo

Do Palácio do Planalto vem a mensagem de pacificação do parlamento. Os ministros “da casa” são unânimes em afirmar que os adversários são o PT e o PSol, portanto, a hora é de atrair o MDB. No Senado, a conversa será com o líder da bancada, Eduardo Braga (AM), e com a senadora Simone Tebet (MS). Na Câmara, a relação também será institucional, com o líder Baleia Rossi. Isso não quer dizer que o PSL e o MDB ficarão em paz no Congresso. O primeiro embate será pela Comissão de Finanças e Tributação.

MDB versus PSL

Em entrevista no estúdio do Correio Braziliense (veja abaixo)— disponível no Facebook do jornal —, a deputada Bia Kicis (PSL-DF) foi taxativa ao dizer que seu partido ficará com a Comissão de Constituição e Justiça e com a de Finanças e Tributação. Ocorre que, o acordo do MDB para entrar no blocão de Maia incluiu o direito de ser o segundo partido a escolher uma comissão da Casa. E, se o PSL escolher mesmo a de Constituição e Justiça, o MDB pegará Finanças e Tributação. É ali que passará a reforma tributária.

Nosso negócio é poder

O MDB mirou a comissão como forma de garantir um polo de poder. São nesses colegiados que a briga dos congressistas será grande nesse início de legislatura, enquanto não chega a hora de votar a reforma da Previdência.

Ganhou fôlego

A avaliação dos políticos é de que a vitória de Davi Alcolumbre no Senado serviu para dar uma revigorada no poder do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. A jogada foi arriscada, mas deu certo. Logo, vai demorar mais um tempinho até os pseudos aliados retomarem os ataques ao ministro.

E o Renan endoidou/ O post do senador Renan Calheiros (MDB-AL) no Twitter com menções nada honrosas ao pai, já falecido, da senadora Simone Tebet, do MDB-MS, terminou por tirar dele apoio de muitos colegas de partido. Até seus aliados ontem comentavam à boca pequena que o senador alagoano parece ter deixado de ser um profissional da política.

 

Muita calma nessa hora/ Os aliados de Renan no partido apostam que ele não terá condições de brigar com o governo. Pelo menos, não neste início de mandato. A hora deve ser de pensar em Renan Filho, governador pra lá de bem avaliado em Alagoas.

Por falar em Simone…/ Ela só não vai representar contra Renan Calheiros por quebra de decoro por causa da família. Mas a convivência com o alagoano não será retomada na bancada com um ramalhete de flores, como fez Kátia Abreu com Davi Alcolumbre no sábado. Depois de pegar a pasta da Mesa Diretora na sexta-feira, ela chegou com flores para Alcolumbre no dia seguinte.

Depois dos grupos de WhatsApp…/ O MDB na Câmara vai substituir o grupo de discussão da bancada por lista. Assim, a resposta vai apenas para o líder do partido, no caso, Baleia Rossi, e não fica aquela discussão interminável. Sabe como é: depois das brigas do PSL se tornarem públicas, ninguém quer arriscar essa sina.

Renan sai da disputa. Pior para o governo

Publicado em Congresso

A abertura de votos de uma série de senadores levou Renan Calheiros a desistir da disputa. A guerra, entretanto, está apenas começando. Agora, não é apenas a sessão preparatória que dará trabalho. Mas o ano será problemático. E o governo que se prepare. O MDB, conhecedor do regimento e do funcionamento da Casa, não vai deixar por isso mesmo. Davi venceu Renan. Agora, terá a tarefa de unir o Senado. Candidatos, como Ângelo Coronel e Esperidião Amin querem os votos de Renan Calheiros. “Agora é outra eleição”, diz Amin.

Toffoli “matou no peito”, mas o Senado…

Publicado em Congresso

… Continua enroscado em seu labirinto. Davi Alcolumbre voltou mais calmo neste sábado. Não insistiu em presidir a sessão, e fez um discurso enfático pela mudança. Está com jeitão de vitorioso em plenário. Entretanto, os 82 votos encontrados na urna onde 81 senadores votaram levaram a uma nova votação. Neste momento, a Mesa chama os senadores para votar novamente, um a um.

 

A novidade nesse caso foi o senador eleito Flávio Bolsonaro, que acaba de declarar o voto em favor de Davi Alcolumbre (DEM-AP). O PSDB combinou que, agora, todos os seus senadores vão abrir o voto, para mostrar que estão fechados com Davi Alcolumbre. Renan, pelo jeitão da Casa, corre o risco de ter sua primeira grande derrota no plenário do Senado.  A maior dúvida agora é se terá segundo turno. E já ficou pacificado entre os senadores que, se nesta votação ninguém atingir 41 votos, haverá segunda rodada entre os dois finalistas. Isso, se Renan Calheiros não for ao Supremo Tribunal Federal para reclamar que os senadores estão sendo constrangidos a abrir o voto.

A dor de tratorar

Publicado em coluna Brasília-DF

    O governo que se prepare. A forma como o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) conduziu a sessão preparatória para escolha do comandante do Senado promete virar um problema para o presidente da República, Jair Bolsonaro. Alcolumbre irritou vários partidos. O PSDB está constrangido em votar nele. Essa encrenca vai parar no colo do DEM e do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que, conforme esta coluna publicou em 13 dezembro, tem a mulher trabalhando no gabinete de Alcolumbre. Dentro do MDB, já há quem diga que se o governo quiser votos para seus projetos, melhor “procurar o DEM”.

   E, vale lembrar, o DEM tem seis senadores, o PSL,4. Os demais não se sentem tão governo assim, ao ponto de ficar ao lado de Bolsonaro para o que der e vier. A construção da base voltará à estaca zero ali.

Ou um ou outro

  Não vai demorar 30 dias para que senadores aliados de fora do DEM e até do PSL pressionem Jair Bolsonaro para substituir Onyx Lorenzoni na Casa Civil, especialmente, se Davi Alcolumbre mantiver a candidatura e for eleito.

O medo de Alcolumbre

  O receio de Davi Alcolumbre ao suspender a sessão para retomar apenas hoje era perder o embalo para ser presidente da Casa. Ainda mais agora que Rodrigo Maia, do mesmo partido, foi eleito com uma vitória estrondosa para presidir a Câmara. Para completar, os demais partidos saíram do plenário direto para se rearticular e tentar encontrar um tertius entre o MDB de Renan e o DEM.

O jeitinho de Alcolumbre

   Davi Alcolumbre, entretanto,  paralisou a sessão sem fechar as inscrições para presidente do Senado para que possa continuar presidindo ainda hoje e registrar a candidatura em seguida. Assim, pretende impedir outras candidaturas da ala governista. O PSL de Jair Bolsonaro não está nada satisfeito com isso, motivo pelo qual Major Olímpio permanece candidato.

Não o subestime

   Dois dias antes da votação para escolha do presidente do Senado, deputados do DEM avisaram que Renan Calheiros (MDB-AL) teria um adversário capaz de ser tão “trator” quanto ele na disputa pela Presidência do Senado. Não estavam mentindo. Alcolumbre tirou o voto aberto na marra.

Rodrigo, o sustentáculo

   Enquanto o Senado pega fogo, o governo se prepara para ter no presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o grande articulador das reformas no Parlamento. Não por acaso, tanto o presidente Jair Bolsonaro, quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, cumprimentaram Rodrigo pela vitória ontem. Diante da bagunça no Senado, a Câmara será o suporte.

CURTIDAS

A força da bancada feminina/ A primeira Secretária eleita, deputada Soraya Santos (PR-RJ), derrotou o deputado Fernando Giacobo (PR_PR) com uma votação tão expressiva quanto a de Rodrigo Maia para presidir a Casa. Foi a maior surpresa na Câmara.

Na mosca!/ Quem ficou na maior alegria com os 50 votos que obteve foi o PSol de Marcelo Freixo (RJ). Minutos antes da abertura do painel, ele disse à coluna que esperava ter 50 votos. “Para um partido de dez deputados, tivemos cinco vezes mais”, disse ele.

Enquanto isso, no PT…/ Os petistas não estavam tão felizes assim. Afinal, pela segunda vez consecutiva, o partido ficou fora da Mesa Diretora, embora tenha a maior bancada. Culpava o PDT.

Daqui não saio/ Jorge Kajuru já conseguiu se tornar no primeiro dia o senhor simpatia ao dizer que Davi Alcolumbre devia estar “usando um fraldão geriátrico, porque desde 14h30 está na cadeira de presidente da Casa, sem sair sequer para ir ao toalete”. Foi, talvez, o único momento de descontração no plenário do Senado. A novela continua hoje. E ninguém sabe dizer se será o último capítulo.

Flávio Arns alerta: “O voto será aberto e isso não pode mudar”

Publicado em Congresso

A novela da eleição para presidente do Senado terá novos capítulos. O senador Flávio Arns (Rede-PR) diz estar resolvido e que a votação será aberta, conforme decisão no plenário por 50 votos a dois. Só tem um probleminha: Houve um recurso regimental, dizendo que essa votação feita agora no plenário teria que ser unânime e não por ampla maioria. Isso está escrito no artigo 412 do regimento interno, inciso III.

O receio de Arns é que o senador mais antigo assuma e anule a votação que estabeleceu o voto aberto para escolha do presidente da Casa. Há espaço regimental para isso, uma vez que a posição dos senadores não foi unânime. O clima permanece tenso no plenário. Ninguém confia em ninguém.

A bagunça está instalada no Senado

Kátia Abreu
Publicado em Congresso, Política

A forma como o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) conduz a sessão nesse momento, forçando a votação aberta para presidente do Senado, levou a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) a subir as escadas e tirar todos os papéis da frente de Alcolumbre. A confusão está grande. “Me devolve os papéis”. “Não. Você não pode presidir essa sessão. Você é candidato!”. “Eu posso! me dá os papéis para eu decidir as questões de ordem!”.

Davi está passando o trator no maior estilo da velha política. Respondeu as questões de ordem e, na hora, abriu a votação para que os senadores decidissem se a votação para escolha do presidente seria decidida mediante voto aberto ou secreto. Não quis ouvir ninguém. A gritaria começou. Dos 81 presentes, 52 votaram, dois contra e 50 a favor do voto aberto. Ocorre que, pelo artigo 412 do regimento, inciso III, a votação deveria ser unânime para alterar o regimento. Aí, começou a guerra. Kátia Abreu subiu nas tamancas. De dedo em riste, disse que Alcolumbre não poderia presidir a sessão. Alcolumbre tenta seguir a sessão de qualquer jeito. Alguns pedem que se suspenda a sessão para retomada do diálogo.

 

 

Comentário do blog: A noite será longa. E o fim de semana também. Cego pela perspectiva de vitória no voto aberto, Alcolumbre extrapola. E toda essa confusão vai sobrar para o governo. Podem apostar. A boa convivência ali? Difícil. Vai demorar para o Senado engrenar.  Pior para o Brasil.

 

 

“Tendência da bancada é apoiar Alcolumbre”, diz Tasso

Publicado em Congresso

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) retirou sua candidatura a presidente do Senado. Ele acaba de dizer ao blog, ao sair da reunião da bancada, que o partido tende a apoiar Davi Alcolumbre (DEM-AP). “Temos um estilo de fazer política implantado aqui há muitos anos e que está superado. A rua pede renovação”, afirmou.

Perguntado se considerava correto o DEM presidir as duas Casas legislativas com apenas seis senadores, Tasso respondeu assim: “Temos que ter uma reorganização partidária este ano. Os partidos estão destroçados, há uma fragmentação muito grande. precisamos reorganizar a política”, disse ele, enquanto se encaminhava ao plenário. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) também não será candidata. Ela abriu mão da disputa, mas continua em favor da renovação da Casa. Ou seja, não votará em Renan.

Comentário do blog: Alcolumbre repete agora o que houve com o senador Luiz Henrique, em 2014. obteve o apoio do PSDB, de uma parcela do MDB, mas não levou a Presidência. Vejamos agora se terá condições de superar Renan Calheiros (MDB-AL). A briga vai ser grande. E está começando agora com as questões de ordem. A noite promete ser longa.

Querer versus poder

Publicado em Política

O grupo de senadores que se opõe a Renan Calheiros quebra a cabeça nesse momento para ver como fazer para garantir a eleição aberta. Simplesmente, não tem. A lista assinada por mais de 40 senadores pedindo voto aberto para presidente da Casa não poderá ser levada a cabo no plenário daqui a pouco. Isso porque não dá para mudar o regimento do Senado assim, por uma lista de assinaturas, nem tampouco na sessão convocada para eleição dos membros da Mesa Diretora. E como não há acordo para mudar o regimento, prevalece a norma.

Conforme escrevi na coluna de hoje, no jornal impresso, o regimento diz o seguinte:

“Art. 60. A eleição dos membros da Mesa será feita em escrutínio secreto, exigida maioria de votos, presente a maioria da composição do Senado e assegurada, tanto quanto possível, a participação proporcional das representações
partidárias ou dos blocos parlamentares com atuação no Senado.
§ 1o A eleição far-se-á em quatro escrutínios, na seguinte ordem, para:
I – o Presidente;
II – os Vice-Presidentes;
III – os Secretários;
IV – os Suplentes de Secretários.

§ 2o A eleição, para os cargos constantes dos incisos II a IV do § 1o, far-se-á com cédulas uninominais, contendo a indicação do cargo a preencher, e colocadas, as referentes a cada escrutínio, na mesma sobrecarta.

§ 3o Na apuração, o Presidente fará, preliminarmente, a separação das cédulas referentes ao mesmo cargo, lendo-as, em seguida, uma a uma, e passando-as ao Segundo-Secretário, que anotará o resultado.

§ 4o Por proposta de um terço dos Senadores ou de líder que represente este número, a eleição para o preenchimento dos cargos constantes do § 1o
, II e III, poderá ser feita em um único escrutínio, obedecido o disposto nos §§ 2o e 3o”

 

Portanto, para alterar essas regras, será preciso mudar o regimento. E a[í, entra em cena o artigo 412, que diz o seguinte:

O artigo 412 diz o seguinte:

DOS PRINCÍPIOS GERAIS DO PROCESSO LEGISLATIVO
“Art. 412. A legitimidade na elaboração de norma legal é assegurada pela observância rigorosa das disposições regimentais, mediante os seguintes princípios
básicos:
I – a participação plena e igualitária dos Senadores em todas as atividades legislativas, respeitados os limites regimentais;
II – modificação da norma regimental apenas por norma legislativa competente, cumpridos rigorosamente os procedimentos regimentais;
III – impossibilidade de prevalência sobre norma regimental de acordo de lideranças ou decisão de Plenário, exceto quando tomada por unanimidade
mediante voto nominal, resguardado o quorum mínimo de três quintos dos
votos dos membros da Casa;
IV – nulidade de qualquer decisão que contrarie norma regimental;
V – prevalência de norma especial sobre a geral;
VI – decisão dos casos omissos de acordo com a analogia e os princípios
gerais de Direito;
VII – preservação dos direitos das minorias;
VIII – definição normativa, a ser observada pela Mesa em questão de ordem decidida pela Presidência;

IX – decisão colegiada, ressalvadas as competências específicas estabelecidas neste Regimento;
X – impossibilidade de tomada de decisões sem a observância do quorum regimental estabelecido;
XI – pauta de decisões feita com antecedência tal que possibilite a todos os
Senadores seu devido conhecimento;
XII – publicidade das decisões tomadas, exceção feita aos casos específicos previstos neste Regimento;
XIII – possibilidade de ampla negociação política somente por meio de
procedimentos regimentais previstos.

   Tem mais um probleminha: Esta sessão de hoje é de instalação. Destinada à eleição dos membros da Mesa Diretora. E não para mudanças de normas regimentais. Quem poderia ter alterado o regimento era o Senado antigo, que concluiu seus trabalhos ontem. Ou esta Legislatura, se houver unanimidade dos senadores, depois da abertura oficial dos trabalhos, marcada para 4 de fevereiro, quando o novo presidente estará eleito pelas normas regimentais atuais. Ou seja, vai ter briga no plenário. E das boas.

Renan 7, Simone 5. Começa o jogo nos partidos

Publicado em Política

A decisão da maioria dos senadores do MDB, ainda que apertada, coloca Renan Calheiros como o candidato oficial do partido a presidente do Senado, mas não garante a vitória. Ele precisa obter o maior número de votos no plenário, onde a discussão regimental promete tomar conta da sessão. Simone Tebet perdeu na bancada, mas avisou a alguns senadores que será candidata avulsa na sessão de hoje. Alguns acenaram ao longo do dia com a possibilidade de retirada da candidatura para apoiá-la, mas ela teria que sair do MDB. Foram duas reuniões, sem um desfecho favorável a ela e já há quem suspeite que tudo não passou se encenação.

A proposta de deixar o MDB foi feita justamente para Simone a rejeitasse. E, para completar, o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), confiante no apoio do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse que não abrira mão da sua candidatura porque acredita ter votos para vencer qualquer um hoje no plenário. Esta noite será longa.