Tragédia em Suzano reacenderá debate sobre venda de armas

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Nos Estados Unidos, todos os tiroteios, em escolas, shows, cinemas, reacendem o debate sobre a venda de armas. Aqui, não será diferente. Já tem deputado pensando em sustar parte da proposta do governo sobre a venda de armas e colocar esse tema na “geladeira”, diante da tragédia do colégio em Suzano. É o recado do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, por exemplo, mais claro impossível, ao dizer que o dever da segurança pública cabe ao Estado.

Pelo andar da carruagem, caso o governo insista nesse assunto, só contará mesmo com a “bancada da bala”, se esse tema for colocado em pauta diante da comoção que tomou conta do país desde ontem pela manhã, com as notícias do massacre na escola paulista.

Chamou?

Não? Então, espera sentado. O DEM reuniu sua Executiva ontem e fechou que só anunciará um apoio formal ao governo quando o presidente Jair Bolsonaro pedir. Até aqui, todos os ministérios do partido foram obra de Onyx Lorenzoni e das bancadas temáticas, sem a menor consulta às instâncias do partido. Se continuar nessa batida, não haverá o “sim” institucional por parte do Democratas.

Idade mínima, único consenso

O alerta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que se a reforma for desidratada estará condenando futuras gerações ao não recebimento de aposentadorias, ainda não surtiu o menor efeito entre os congressistas. Líderes partidários são praticamente unânimes em afirmar que o único ponto pacífico do texto é a idade mínima para aposentadorias. E apenas urbanas.

É melhor já ir se acostumando

Quanto à aposentadoria dos trabalhadores rurais, a regra de transição e a ideia de desconstitucionalizar o tema para futuras mudanças não contam com o apoio fechado de nenhuma bancada. Isso, somado à falta de uma base de governo ampla, indica que o texto será desidratado.

Por falar em rurais…

A ideia das oposições é cerrar fileiras em defesa de não promover alterações no BPC (Benefício de Prestação Continuada) pago a idosos carentes nem nas aposentadorias rurais. A ordem é aproveitar esses temas para se colocarem na defesa dos mais pobres.

Se abrir uma vaga…

Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco, Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit). É por aí que moram os objetos dos desejos dos parlamentares em relação a cargos no governo.

Melhor de três / Conforme o blog registrou, o embaixador Pedro Henrique Borio, cônsul em San Francisco, entrou na lista dos indicados para a Embaixada do Brasil em Washington. Começa a ganhar apoio nas bancadas. Estão no páreo Murillo de Aragão, que tem a simpatia de investidores, e o diplomata Nestor Forster, o preferido do chanceler Ernesto Araújo.

Acordo não sai / Ao chamar Gleisi Hoffmann de chefe de organização criminosa na entrevista ao jornal Valor Econômico, o ex-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT) afastou de vez seu partido do PT.

Por falar em divisão das esquerdas… / A relação entre os partidos está um pandemônio, a começar pela ausência de consenso entre a líder da Minoria, Jandira Feghali (PCdoB-RJ), e o líder da oposição, Alessandro Molon (foto, PSB-RJ).

Juíza de futebol / A deputada Carla Zambeli (PSL-SP) inovou, ontem, ao presidir a sessão solene da Câmara: incomodada com o burburinho enquanto um orador estava na tribuna, ela levou os dedos à boca e soltou um assovio bem alto. A turma do futebol brincou: “Pode ser a juíza da nossa pelada!”

Suzano, 13 de março, e outras datas / O que está acontecendo com nossa sociedade? Candidato a presidente esfaqueado em plena campanha, vereadora assassinada, estudantes massacrados. Vale refletir. Aos familiares das vítimas, nossa solidariedade.

Pegou mal fala de Joice de que cada partido terá a sua quota

Joice
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Joice Hasselmann perdeu mais uma chance de fechar a política da boa vizinhança com os colegas que comandam os partidos. Ao dizer que cada partido terá a sua quota no Orçamento, passou a ideia de que estava “comprando” os deputados. E não é assim que eles veem a liberação das emendas.

“É nosso papel”

Diz o futuro líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), quando perguntado sobre a liberação das emendas parlamentares: “Isso não é toma lá-dá cá, é a defesa da descentralização da aplicação dos recursos, que hoje é centralizada.”

Libera dinheiro aí

A desvinculação do Orçamento delineada pela equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, vem sendo chamada de “DRU geral”, numa referência à Desvinculação de Receitas da União. E quem mais gostou dessa proposta foram os prefeitos. A ideia do governo é fazer com que a data da apresentação do texto por um senador da base aliada coincida com a Marcha deles em Brasília, de forma a permitir um embalo a favor da proposta.

Congresso formata independência e descola do governo Bolsonaro

Congresso
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A decisão de seguir com o governo como algo estanque do Parlamento pode custar caro ao presidente Jair Bolsonaro. É que os parlamentares começam a formatar uma maioria independente e estão gostando disso. Esse grupo, formado por partidos que, teoricamente, comporiam a base política do governo, nomeará Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) seu líder e, a partir daí, tratará os projetos e as emendas, de forma conjunta. O que for do agrado desses partidos — e de seus eleitores — será negociado com o governo. O que for apenas vontade do governo terá dificuldades. Ou seja, sai de cena a velha fidelidade e apoio governamental para o “que der e vier”.

Na avaliação de expoentes desse partido, o presidente perdeu o timing de composição de uma ampla base governista. Agora, terá que conviver com um Congresso independente, algo que exige paciência e muito, mas muito diálogo. Resta saber se o presidente está disposto a esse exercício. Até aqui, dizem alguns, a principal visibilidade das ações presidenciais foi o Twitter. E não é ali que o presidente conquistará os votos de que necessita para fazer valer as reformas que deseja empreender.

Ela atropelou mesmo

A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), tem chamado os líderes partidários para conversas em separado no Planalto, mais precisamente, no Gabinete Civil. A alguns diz que a liderança do governo no Congresso ganhou outro peso, porque “abarcou” a liderança do governo na Câmara.

O “Netflix” de Francischini/ O deputado Felipe Francischini (PSL-PR) passou o carnaval dedicado a assistir a todas as sessões da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que trataram da reforma da Previdência no período do presidente Michel Temer. Se ateve, principalmente, às questões de ordem levantadas pela oposição.

Não o subestime/ “Estou preparado para o que vem por aí”, diz ele, que já elencou todos os tipos de questão de ordem apresentados nas intermináveis sessões que discutiram o tema madrugada adentro. Ali, foram nove horas de sessões, ainda em dezembro de 2016, e só foi aprovada depois de um acordo de procedimentos com a oposição, de deixar a criação da comissão especial para 2017.

Pense num problema/ A reforma de Temer foi votada na CCJ uma semana depois de desembarcar no Congresso, e a rapidez pegou muitos oposicionistas desprevenidos. A de Bolsonaro está lá há 20 dias, com um carnaval no meio e início de Legislatura, ou seja, não é tão grave não ter sido votada ainda na CCJ.

CB.Poder/ A senadora Kátia Abreu, do PDT-TO, é a entrevistada de hoje do CB.Poder, na TV Brasília, logo depois do Jornal Local. A entrevista será transmitida ao vivo pelo Facebook do jornal.

Terceira via para a Embaixada do Brasil nos EUA

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Ganha musculatura o nome do cônsul-geral do Brasil em São Francisco, embaixador Pedro Henrique Bório, para chefiar a Embaixada brasileira em Washington. Enquanto muitos se dividem entre o diplomata Nestor Forster e o cientista político Murilo de Aragão, o Planalto avalia esse terceiro nome. Assim, dizem alguns aliados do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro teria mais equilíbrio entre Forster, o nome defendido pelo chanceler, Ernesto Araújo, e Aragão, que tem a simpatia dos militares no governo, inclusive do vice-presidente, Hamilton Mourão. Bório já chefiou a seção politica da Missão brasileira na ONU.

Forster daria á embaixada um viés mais ideológico. Afinal, foi ele quem apresentou o chanceler brasileiro ao ideólogo do governo, Olavo de Carvalho. Aragão, por sua vez, tem a simpatia de investidores e do mercado, enquanto Bório, o mais experiente em política externa desse trio, tem trânsito em todos os setores. O presidente ainda não bateu o martelo, mas é por aí que se inclina hoje. Resta saber se continuará nesse sentido até o momento do anúncio, previsto para ocorrer durante a viagem do presidente a Washington, na semana que vem.

Enquanto Bolsonaro tuíta… Guedes e militares tocam o barco

Guedes e militares
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Enquanto Bolsonaro tuíta… e mantém acesa a polêmica nas redes sociais, Paulo Guedes, o czar da Economia, e os militares tocam o barco. No Planalto, o vice, Hamilton Mourão, e os ministros Santos Cruz, Augusto Heleno, e o ex-comandante do Exército, general Villas Boas, tocam de ouvido e com agendas políticas intensas. No Congresso, começa a cristalizar a ideia de que a área política do governo vem sendo, aos poucos, engolida pelos ministros militares. Se essa visão prevalecer, a coordenação das negociações das reformas, que deveria ficar com o chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, trocará de mãos. É Onyx que vem pagando a conta das falhas do governo no diálogo com o Congresso.

Onde mora o perigo

A ideia do ministro Paulo Guedes, de colocar o pacto federativo em debate no Congresso, paralelamente à reforma previdenciária, corre o risco de terminar servindo de desculpa para aqueles que não querem saber da nova Previdência. Essa preocupação já foi levada aos líderes governistas, que ficaram de conversar com o ministro.

Bem longe da Casa Civil

O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), aquele que Lula criou em 2007 para projetar sua então candidata a presidente e ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, como a grande gestora, está nos estertores. Agora, o tal projeto, que não chegou a realizar metade dos investimentos previstos, ficará a cargo da área econômica, conforme decreto do presidente Jair Bolsonaro.

Por falar em Casa Civil…

É bom o ministro Onyx Lorenzoni abrir o olho. Chamou a atenção dos militares o fato de o ministro ter defendido a nomeação de gaúchos para o governo. Tudo bem que é o estado dele. Mas é que tem gente dizendo que ele só fez isso por causa da candidatura ao governo do Rio de Grande do Sul.

Mudança de hábito

Há muita gente da área de segurança se perguntando por que o PCC não reagiu à transferência de Marcola de uma prisão de São Paulo para Brasília. Até aqui, todas as vezes em que se cogitava mexer com esse bandido, seus comparsas do lado de fora criavam um caos.

Incrível

Só depois de um mês da instalação desta Legislatura é que o presidente da República, Jair Bolsonaro, teve uma conversa mais alentada com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. E foi preciso uma iniciativa da ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

Aula de Moro/ O reitor da Uniceub, Getúlio Américo Lopes, recebe nesta quarta-feira o ministro da Justiça, Sérgio Moro. O ex-juiz vai ministrar uma aula magna sobre o projeto de lei anticrime.

Os eixos de cada um/ Moro e outros sete ministros devem compor a comitiva do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos. É quase do tamanho daquela que Lula levou à China, em 2004.

E o Ciro, hein?/ Do alto de quem já foi ministro, governador, deputado e prefeito, o ex-candidato a presidente da República Ciro Gomes (foto) volta aos holofotes disposto a partir para cima do governo: “Se Bolsonaro emprestou dinheiro para Fabrício Queiroz, como disse lá atrás, cadê a Ted ou o Doc? De onde saiu o dinheiro? Isso é uma questão de ordem pública”.

Enquanto isso, nas rodas parlamentares…/ Deputados não perdem uma oportunidade de cutucar o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Ontem, numa conversa animada, um deles saiu-se com esta: “Antes de ser fritado, foi tomar uma gelada na Antártica” Tem gente no Congresso voltando a balançar Lorenzoni.

Governo prepara anúncio do pagamento de 13º no Bolsa Família

bolsa família
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Uma das notícias que o governo prepara para anunciar no início de abril, quando completará 100 dias, é o pagamento do 13º aos beneficiários do programa Bolsa Família. Quer ver se, assim, tira de cena a ideia de que não trabalha em prol dos mais pobres. Se as contas deixarem, haverá, ainda, um reajuste no valor do benefício. Porém, isso não será dito agora porque, como não está fechado, é melhor todo mundo achar que não terá reajuste e, mais à frente, o presidente Jair Bolsonaro anunciar como uma boa nova de seu governo.

A prova de Paulo Guedes

O pedido do senador José Serra para que o governo abra os cálculos da Previdência foram vistos como um teste crucial para o sucesso do ministro da Economia, Paulo Guedes. Se conseguir apresentar os números de forma convincente, Guedes se consolida como o grande economista que tem a chave para a retomada do crescimento. Se os dados forem inconsistentes, a proposta de reforma previdenciária ficará enfraquecida.

Pontos nevrálgicos

O governo terá que agir rápido no sentido de organizar a sua base política no Parlamento, a fim de evitar que venham novos recados. Até aqui, dois temas foram mapeados: A medida provisória que definiu a nova estrutura do Poder Executivo e a que modificou as regras de pagamento da contribuição dos trabalhadores a seus sindicatos.

Onde pega

Na MP do Poder Executivo, um dos pontos passíveis de mudança é a recriação do Conselho de Segurança Alimentar (Consea), extinto na formatação do governo. O Consea tem um terço do governo e dois terços da sociedade civil. Por isso, provocou um périplo dos movimentos sociais ao Congresso antes do carnaval.

Por falar em movimentos sociais…

O governo olha com muita atenção o caminhar desses movimentos sociais, do Parlamento e dos prefeitos. A ordem é não deixar que eles se unam contra as propostas do Poder Executivo.

Generais sem tropa

Considerados pelo governo peças importantes para ajudar na aprovação da nova Previdência, os governadores não conseguiram até agora mostrar quantos votos podem conquistar em prol da proposta. Há quem diga que estão vendendo “gato por lebre” ao presidente Jair Bolsonaro.

Curtidas

Prepara uma notícia aí/ O governo está de olho na Marcha dos Prefeitos, marcada para abril. A intenção é mapear desde já as reivindicações para poder apresentar algo de concreto quando houver a marcha.

Parceria/ O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) (foto), e o presidente do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, estão cada vez mais próximos. No encontro da quarta-feira de cinzas, fizeram várias análises sobre o cenário nacional. É assim que se começa a escrever o futuro.

“Esquece isso”/ Na conversa, Doria foi o primeiro a tirar de cena qualquer comentário em relação ao vídeo pornográfico que Jair Bolsonaro replicou no feriadão. Bem na linha, vamos deixar o que ocorreu no carnaval dentro do carnaval. Por enquanto, estão todos com Bolsonaro.

Por falar em esquecer…/ Tem crescido muito o número de homens que batem em mulher, e, ao serem punidos, alegam “descontrole” ou algo “fora do comportamento habitual”, que “não sou violento”, ou coisa que o valha, como fez o diplomata Leonardo Rodrigues, preso por agredir uma mulher com um tapa na cara, após um acidente de trânsito no carnaval. Essa semana, na Câmara, as deputadas estão programando vários discursos no sentido de alertar sobre a necessidade de se pensar duas vezes antes de agredir quem quer que seja.

Lives de Bolsonaro são a nova “conversa ao pé do rádio”

Lives
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A decisão do presidente Jair Bolsonaro de falar todas as semanas com os seguidores via Facebook foi tomada a fim de não deixar seus eleitores dispersos. Pesquisas internas de alguns partidos chegaram a indicar que ele vinha estreitando sua faixa de influência, ficando apenas com a direita mais radical. Bolsonaro obteve muitos votos daqueles que, embora não estivessem na primeira fila do bolsonarismo, eram anti-PT. Foi esse público que lhe garantiu a vitória e que começava a se afastar. E é com esse que o presidente deseja dialogar, quando se refere ao aumento de validade da carteira de motorista, qualidade dos serviços dos sindicatos e por aí vai.

Outros presidentes, nos tempos em que a tecnologia ainda não permitia uma conversa tão direta como o eleitorado, optaram pelo rádio para expor os projetos do governo. Sarney, Itamar Franco, Fernando Henrique e Lula tinham o chamado conversa ao pé do rádio. Nos tempos de Lula, perguntas sobre os projetos eram enviadas ao Planalto e reproduzidas no ar para que o presidente respondesse. Bolsonaro agora faz isso via Face. Quer que os eleitores tenham ali a interpretação das falas feitas por ele mesmo, sem passar pelo filtro de terceiros. O alcance é para ninguém botar defeito. 37.730 compartilhamentos na primeira hora, 709 mil visualizações.

Aonde o PSL quer chegar

A proposta da deputada Bia Kicis, (foto) do PSL-DF, sobre a redução da idade de aposentadoria dos ministros do Supremo Tribunal Federal para 70 anos começa ser bem-vista pelo entorno do presidente Jair Bolsonaro. É que a interlocução do governo com o STF ainda é tênue. Se não conseguir aprumar, o jeito será tentar emplacar a proposta de Bia no Parlamento.

Muita calma nessa hora

Só tem um probleminha: Com a reforma da Previdência na Câmara e a tributária no forno, não dá para ficar fazendo marola no STF. Afinal, é lá que as reclamações sobre a reforma vão desaguar depois da votação.

Captou a mensagem I

A defesa que Jair Bolsonaro fez da reforma da Previdência em suas redes sociais foi muito bem recebida pelo DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Ele tem sido cobrado quase que diariamente por líderes partidários na seguinte linha: “O presidente tem que entrar de cabeça na reforma previdenciária. Não dá para ficarmos aqui, com o desgaste, e ele posando em outras temas”.

Captou a mensagem II

A avaliação é a de que alguma reforma previdenciária será aprovada. A ordem agora é reduzir as mudanças no texto.

CURTIDAS

Bola pra frente / Com a live no Facebook , ontem, o presidente Jair Bolsonaro espera ter colocado um ponto final nas polêmicas que promoveu no carnaval e, de quebra, na frase sobre “democracia e liberdade só existem quando as Forças Armadas assim o querem”.

Na muda / Nunca antes na história deste país os profissionais da política ficaram tão quietos. Alguns pretendem permanecer assim ao longo do primeiro ano de governo. Depois é que será possível fazer um diagnóstico. Até aqui, a bola está com Jair Bolsonaro, apesar de todos os tropeços desses primeiros 60 dias.

Tá bem assim / Deputados dos mais diversos partidos já tratam Felipe Francischini (PSL-PR), de 27 anos, como futuro presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. É bom ele se preparar, porque a turma da oposição que conhece o funcionamento da comissão promete que não vai
ter moleza.

Dia Internacional da Mulher/ A coluna parabeniza todas as mulheres que diariamente e nas mais diversas áreas buscam transformar o mundo num lugar melhor. Vamos
em frente.

Publicação polêmica de Bolsonaro provocará barulho e dará poder a Maia

Maia
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A intenção de alguns deputados de cavar um processo de impeachment contra o presidente por causa do vídeo escatológico postado no Twitter não vai passar da espuma. Porém, se for mesmo apresentado, o DEM, do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, terá em mãos um instrumento tão poderoso quanto aquele que Eduardo Cunha sacou contra a presidente Dilma Rousseff em 2016.

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Por isso, a intenção dos governistas é cobrar que Rodrigo Maia arquive de pronto qualquer proposta nesse sentido, como prova de apreço ao governo. Se não o fizer, será visto como uma declaração de animosidade.

Assunto esquecido

Nas postagens do presidente Jair Bolsonaro no Twitter, nos últimos dias, teve Lava-Jato da Educação, Exército e até vídeo escatológico, mas nada de reforma da Previdência. No parlamento, os líderes repetem um mantra: ou ele entra, ou a Casa vai achar que a nova Previdência não é tão prioritária assim.

Afunilou

Rodrigo Maia aproveita estes dias de marasmo no Congresso para cuidar do relator da reforma. Já decidiu que não será nem do seu partido, o Democratas, nem do PSL. No DEM, para não deixar a legenda responsável pelo tema polêmico. E no PSL, comenta-se nos bastidores, por falta de gente experiente para segurar o tranco.

Sem pressa

Cresce entre os parlamentares a visão de que, se o governo apresentou um novo projeto de reforma da Previdência, é porque não tem urgência na votação do texto. Se tivesse, teria aproveitado parte da proposta que tramitou no ano passado.

O X da questão

Deputados estão convictos de que o governo só apresentou uma nova proposta porque deseja a desconstitucionalização do tema para facilitar outras mudanças no futuro.

CURTIDAS

Siga o general!/ Em conversas reservadas, os líderes partidários que não têm intimidade com o presidente Jair Bolsonaro são quase que unânimes em afirmar que ele deveria se espelhar mais no comportamento do vice, o general Hamilton Mourão, que a cada dia conquista mais simpatias.

Siga o general II/ Alguns, que demonstravam no passado recente alguma reserva ao vice, hoje o chamam carinhosamente de general “Mozão”.

A velha política impera/ Quem esperava que os novos deputados mudassem a rotina do parlamento está a caminho da frustração. Lá se vai quase um mês e meio, e as comissões não foram instaladas e sessões deliberativas só mesmo a partir de 12 de março.

Nem tudo está perdido/ Apesar da calmaria desta semana, Rodrigo Maia já avisou a interlocutores que, a partir da semana que vem, acabou a moleza. O contribuinte agradece.

Declaração de Bolsonaro sobre Lava-Jato da Educação provoca tensão com parte do DEM

Bolsonaro
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Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg

A nova defesa que o presidente Jair Bolsonaro fez esta semana da Lava-Jato da Educação soou estranha para um pedaço do DEM, partido que dominou a área no governo de Michel Temer, sem mexer em todas as estruturas de poder montadas nos tempos petistas. É que a declaração de Bolsonaro no Twitter veio logo depois de o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ter se colocado como um comandante da Casa e não um defensor incondicional do governo. Para completar a desconfiança de alguns demistas, o próprio Bolsonaro já havia dito que colocaria uma lupa nos gastos em educação há cerca de 10 dias. Em política, reza a lenda, não existem coincidências.

 

A turma de Bolsonaro, entretanto, garante que uma coisa não tem nada a ver com a outra. O presidente quer, sim, averiguar o que ocorreu com os recursos da Educação, doa a quem doer. Quem tiver o que responder, que se prepare. E, nesse ponto, Jair Bolsonaro terá todo o apoio da população.

 

O DEM, por sua vez, quer que Bolsonaro lhe faça a corte, peça apoio formalmente, o que até agora não ocorreu. Caberá ao ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, servir de ponte entre o presidente e o seu partido, que, embora não seja dos maiores da Câmara, está no comando do ritmo de votações da Casa. Até aqui, Onyx venceu todas as batalhas em que se envolveu. Suas duas apostas — Jair Bolsonaro para presidente da República e Davi Alcolumbre (DEM-AP) para presidente do Senado — tiveram sucesso. Resta agora acalmar o DEM e aprovar a reforma previdenciária para mudar de patamar na política.

 

Um novo João Alberto

Os senadores avaliam com muito cuidado a escolha do futuro presidente do Conselho de Ética da Casa. A ordem é buscar alguém que não seja suscetível a pressões de redes sociais na hora de analisar pedidos contra algum senador. Eles querem alguém como o ex-presidente João Alberto Souza (MDB-MA), que arquivou ações contra oito senadores, incluindo Gleisi Hoffmann (PT-PR), Fernando Collor (PTC-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG).

Carnaval de protestos

O presidente Jair Bolsonaro venceu por larga maioria de votos em Brasília, mas foram as críticas ao governo e o “Lula Livre” que tiveram mais visibilidade nos blocos de Brasília. Há quem atribua uma parte das críticas a grupos de funcionários públicos insatisfeitos com a reforma previdenciária.

 

Por falar em reforma…

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, só instala a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na semana que vem. Essa semana curta por causa do carnaval servirá apenas para tentar ajustar os ponteiros e definir relator. Logo, o calendário da nova Previdência ainda é uma incógnita.

 

Ganhou fôlego/ A saída de Fábio Schvartsman da presidência da Vale, ainda que temporária, e as suspeitas de que a direção da companhia sabia dos riscos da barragem de Brumadinho fará com que os partidos indiquem logo os integrantes da CPI que vai investigar a empresa, no Senado.

Acelera aí/ Se quiserem uma CPI Mista, os deputados vão ter de correr. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, avisou que vai esperar até 11 de março. Se não houver a mista, o Senado fará sozinho.

Diferenças gritantes I/ Os deputados que foram aliados de todos os governos relatam as diferenças entre Dilma Rousseff (foto) e Jair Bolsonaro: ele sabe como funciona a política e tem humildade para recuar quando percebe que
está errado.

Diferenças gritantes II/ Em relação aos filhos, Paula era para lá de discreta e não entrou para a política. Os três filhos políticos de Bolsonaro representam uma emoção a cada dia.

Maia deve usar MP 873 como moeda de troca para aprovar Previdência

MP 837
Publicado em CB.Poder
Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg

Se os deputados insatisfeitos com as mudanças no pagamento da contribuição sindical quiserem derrubar a medida provisória sobre o tema (MP 873), terão que votar a favor da reforma previdenciária. É nessa linha que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, será aconselhado a levar a negociação com os partidos dentro do Congresso.

Porém, se o presidente Jair Bolsonaro insistir que não há hipótese de voltar atrás nessa questão — e tudo indica que não haja —, ele que se resolva com os partidos e com as batalhas judiciais que virão na seara sindical. Essa negociação em troca da reforma é o máximo a que os potenciais aliados do governo na Câmara aceitam chegar.

A MP 873 é vista entre os congressistas como algo que chega ao parlamento em péssima hora, momento da negociação da reforma previdenciária. O governo sequer consultou Rodrigo Maia ou os líderes a respeito, embora tenha recebido os congressistas na semana passada.

Assim, se o governo não acha que deve dar satisfação dos seus atos, os congressistas também não se sentem na obrigação de aprová-los. Moral da história: o carnaval nem terminou e o governo já se vê em outra confusão.

Ideologia versus economia

Os parlamentares consideram que o presidente Jair Bolsonaro está chegando a um ponto em que será obrigado a fazer uma escolha: ou toca a pauta ideológica ou a econômica, leia-se reforma previdenciária. Se ficar com a ideológica, corre o risco de perder as duas.

Toma que o filho é teu

A dificuldade de diálogo no governo está afunilando a lista de partidos para relatar a reforma da Previdência. Por esses dias de folia, a aposta de muitos líderes é que o texto fique mesmo com o PSL.

Por falar em Previdência…

A avaliação geral é a de que a desconstitucionalização do tema Previdência não passa. É que o parlamento não quer perder o direito de mexer nesse assunto por ampla maioria. Além disso, essa mudança não proporciona qualquer impacto fiscal agora.

… a desconfiança impera

Entre os deputados, há a certeza de que o governo só quer a desconstitucionalização. No mais, eles consideram que o projeto é muito parecido com o do presidente Michel Temer. Logo, se fosse apenas para tratar da questão fiscal, teriam apresentado, para ganhar tempo, uma emenda aglutinativa ao que já estava no Legislativo.

Esquenta de carnaval

Esquenta 2020/ O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), tem acompanhado o circuito do carnaval acompanhado do vice-prefeito, Bruno Reis. Se alguém tinha alguma dúvida de que Bruno é o nome para a sucessão de Neto, dizem seus aliados, agora acabou.

Esquenta 2022/ O governador João Dória, do PSDB, está dedicado ao circuito do carnaval, ao lado da mulher, Bia. Ele será aliado de Bolsonaro, mas manterá uma distância regulamentar para não inviabilizar uma carreira solo rumo ao Planalto. Afinal, dizem alguns tucanos paulistas, assim como Doria deixou a prefeitura em dois anos, nada impede que deixe o governo em quatro.

Enquanto isso, os blocos pelo país…/ Até hoje, nenhum presidente da República passou o carnaval incólume a xingamentos nos blocos. A contar pelo que se vê nas redes, esse título, de não ser xingado, Jair Bolsonaro não levou.

…acirram as redes/ A diferença é que os outros presidentes deixavam seus críticos falarem sozinhos e atribuíam tudo à irreverência da festa. No caso de Bolsonaro, Carlos, o filho a quem o presidente homenageou e agradeceu o apoio, respondeu assim ao deputado Rogério Corrêa (PT-MG), que replicou os xingamentos ao presidente: “Teu ‘grito de coragem’ será respondido de outro jeito! (risadas) Prepara aí, amigão! Tudo encaminhado!” Eu, hein…