Maia deve usar MP 873 como moeda de troca para aprovar Previdência

MP 837
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Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg

Se os deputados insatisfeitos com as mudanças no pagamento da contribuição sindical quiserem derrubar a medida provisória sobre o tema (MP 873), terão que votar a favor da reforma previdenciária. É nessa linha que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, será aconselhado a levar a negociação com os partidos dentro do Congresso.

Porém, se o presidente Jair Bolsonaro insistir que não há hipótese de voltar atrás nessa questão — e tudo indica que não haja —, ele que se resolva com os partidos e com as batalhas judiciais que virão na seara sindical. Essa negociação em troca da reforma é o máximo a que os potenciais aliados do governo na Câmara aceitam chegar.

A MP 873 é vista entre os congressistas como algo que chega ao parlamento em péssima hora, momento da negociação da reforma previdenciária. O governo sequer consultou Rodrigo Maia ou os líderes a respeito, embora tenha recebido os congressistas na semana passada.

Assim, se o governo não acha que deve dar satisfação dos seus atos, os congressistas também não se sentem na obrigação de aprová-los. Moral da história: o carnaval nem terminou e o governo já se vê em outra confusão.

Ideologia versus economia

Os parlamentares consideram que o presidente Jair Bolsonaro está chegando a um ponto em que será obrigado a fazer uma escolha: ou toca a pauta ideológica ou a econômica, leia-se reforma previdenciária. Se ficar com a ideológica, corre o risco de perder as duas.

Toma que o filho é teu

A dificuldade de diálogo no governo está afunilando a lista de partidos para relatar a reforma da Previdência. Por esses dias de folia, a aposta de muitos líderes é que o texto fique mesmo com o PSL.

Por falar em Previdência…

A avaliação geral é a de que a desconstitucionalização do tema Previdência não passa. É que o parlamento não quer perder o direito de mexer nesse assunto por ampla maioria. Além disso, essa mudança não proporciona qualquer impacto fiscal agora.

… a desconfiança impera

Entre os deputados, há a certeza de que o governo só quer a desconstitucionalização. No mais, eles consideram que o projeto é muito parecido com o do presidente Michel Temer. Logo, se fosse apenas para tratar da questão fiscal, teriam apresentado, para ganhar tempo, uma emenda aglutinativa ao que já estava no Legislativo.

Esquenta de carnaval

Esquenta 2020/ O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), tem acompanhado o circuito do carnaval acompanhado do vice-prefeito, Bruno Reis. Se alguém tinha alguma dúvida de que Bruno é o nome para a sucessão de Neto, dizem seus aliados, agora acabou.

Esquenta 2022/ O governador João Dória, do PSDB, está dedicado ao circuito do carnaval, ao lado da mulher, Bia. Ele será aliado de Bolsonaro, mas manterá uma distância regulamentar para não inviabilizar uma carreira solo rumo ao Planalto. Afinal, dizem alguns tucanos paulistas, assim como Doria deixou a prefeitura em dois anos, nada impede que deixe o governo em quatro.

Enquanto isso, os blocos pelo país…/ Até hoje, nenhum presidente da República passou o carnaval incólume a xingamentos nos blocos. A contar pelo que se vê nas redes, esse título, de não ser xingado, Jair Bolsonaro não levou.

…acirram as redes/ A diferença é que os outros presidentes deixavam seus críticos falarem sozinhos e atribuíam tudo à irreverência da festa. No caso de Bolsonaro, Carlos, o filho a quem o presidente homenageou e agradeceu o apoio, respondeu assim ao deputado Rogério Corrêa (PT-MG), que replicou os xingamentos ao presidente: “Teu ‘grito de coragem’ será respondido de outro jeito! (risadas) Prepara aí, amigão! Tudo encaminhado!” Eu, hein…

Políticos presentes no velório de Arthur estão preocupados com saúde de Lula

saúde de lula PT lula livre
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Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg

Políticos que estiveram no velório de Arthur, o neto de Lula que morreu aos 7 anos de meningite meningocócica, saíram muito preocupados com o estado de saúde do ex-presidente. Ainda que o petista recuse apelos à prisão domiciliar, a defesa deverá se empenhar nessa linha a fim de tirá-lo de Curitiba para que ele fique mais próximo da família neste momento.

Esses mesmos políticos consideram que o PT deve se engajar na liberdade de Lula, mas não mais para que ele seja candidato. Uma turma acha que o petista já fez o que podia pelo partido e que cabe às novas gerações reinventar a legenda.

Porém, um pequeno detalhe no gestual de Lula, ao deixar o cemitério ontem, deu a muitos a certeza de que ele não quer deixar de liderar o PT. Ele ficou em pé à porta do carro e acenou aos militantes (foto acima). Ainda que não seja candidato, Lula quer continuar a comandar os petistas, seja na cadeia, seja fora dela.

Melhor de três

Com a escolha da nova direção nacional prevista para outubro deste ano, o PT terá três vertentes no jogo do poder interno: a da atual presidente, deputada Gleisi Hoffmann; a do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad; e a do que vem sendo chamado de “grupo do Nordeste”, em especial o governador Wellington Dias, do Piauí, e o senador Jaques Wagner (BA).

A união fará a força

Se São Paulo de Haddad e o Paraná de Gleisi continuarem divididos, o Nordeste terá espaço e força para, pela primeira vez, tirar o comando do partido do centro-sul. Além de Wellington Dias e Wagner, o partido tem os governadores da Bahia, Rui Costa; do Ceará, Camilo Santana; e do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.

Influência geral

Não são apenas os governadores que sustentam a força petista no Nordeste. Dos seis senadores do partido, quatro são nordestinos: Humberto Costa (PE), Rogério Carvalho (SE), Jean Paul (RN) e Wagner. É por essa região que muitos acreditam que o PT deve caminhar.

Onde morava o perigo / Os petistas trocaram vários telefonemas na madrugada de ontem para desmobilizar grandes atos e manifestações em defesa de Lula. Ninguém queria dar pretexto para que o ex-presidente fosse proibido de comparecer ao velório do pequeno Arthur.

Redes de ódio / Mal Lula retornou a Curitiba, começou a circular pelo WhatsApp um vídeo do ex-presidente sorrindo num local fechado lotado de militantes, que gritavam “Lula, ladrão, roubou meu coração”. Uma legenda dizia que ele fez um comício no velório. Não eram imagens do cemitério e, sim, de outro momento, pouco antes de o presidente ser preso.

Reformas dependem de um novo tipo de deputado: o “caçador de Pokémons”

pokémon
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A prioridade do presidente Jair Bolsonaro agora é fazer as contas das reformas, certificando-se de que terá os votos necessários para aprovar a nova Previdência. Nesse trabalho, seus aliados calcularam que o Congresso concentra hoje, pelo menos, 150 “caçadores de Pokémons”, deputados que passam mais tempo de celular em punho, em lives nas redes sociais, do que nas articulações políticas.

Desses, pelo menos dois terços são de partidos governistas. Logo, caberá a Bolsonaro ganhar esse grupo, mantendo as redes sociais alimentadas com propaganda favorável à proposta da nova Previdência.

Constrangedor / Dia desses, um deputado que não sai das redes anunciou a seus seguidores numa live que falaria na sessão da Câmara. O sujeito, de primeiro mandato, se aprumou, puxou o microfone de apartes e solicitou a palavra ao presidente da sessão. Ouviu na hora um “o senhor não é líder, nem foi citado; portanto, não lhe cabe conceder a palavra nesse momento”. Santo mico, Batman!

Demissão de Szabó deixa Bolsonaro em dívida com Moro

sérgio moro
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Coluna Brasília-DF / Por Denise Rothenburg

O ministro da Justiça, Sérgio Moro, não desistirá da guerra contra o crime organizado dentro do Poder Executivo por causa da não nomeação de Ilona Szabó para o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. A tendência do ministro é esperar para pedir ao presidente que o apoie nas grandes causas, que certamente virão. Agora, o presidente Jair Bolsonaro é meio que devedor do ministro, a quem prometeu dar carta branca no combate ao crime organizado e na nomeação das pessoas do governo.

Szabó fora do conselho, dizem aliados de Moro, foi constrangedor, mas não representou o fim do mundo. Moro, friamente, escolherá as batalhas que travará dentro do governo. E essa nomeação, afirmam pessoas próximas a ele, não está na lista dos embates mais importantes e decisivos de sua trajetória.

Presidente tem que resistir a pressões

Aliados do presidente Jair Bolsonaro ficaram preocupados com a rapidez com que ele cedeu aos seus apoiadores mais radicais, tirando Ilona Szabó do Conselho do ministério e também por ter pregado desde já a redução da idade de aposentadoria das mulheres. Nesse ritmo, vai ter
muito deputado pedindo mais
na hora da votação.

Por falar em pedir…

O Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit) continua como o sonho de consumo de muitos políticos. Nos partidos, não faltam “talentos” para indicações nessa seara com orçamento de R$ 8,5 bilhões.

Redes de ódio

O post de Eduardo Bolsonaro chamando de absurda a liberação de Lula para ir ao enterro do neto de 7 anos foi comparado aos de simpatizantes do PT que comemoraram o atentado a Jair Bolsonaro, durante a campanha. A política, que já havia perdido a vergonha há tempos, perdeu o respeito e a humanidade nos dois casos. Triste.

Por falar em Lula e Eduardo…

Entre os governistas, há quem diga que chegou a hora de Eduardo esquecer o ex-presidente preso e se concentrar nas reformas que o país precisa e em angariar votos no Congresso. É assim que ajudará o pai. Afinal, a eleição acabou, o tempo de Lula passou e o momento é de tocar o barco.

CURTIDAS
Ele contra elas/ O senador Ângelo Coronel (BA) conseguiu comprar uma briga com toda a bancada feminina. Ele é autor de projeto que revoga a quota de candidaturas femininas nas eleições.

Elas contra ele/ Os grupos de WhatsApp das deputadas está fervendo. A deputada Tereza Nelma (PSDB-AL) alertou o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e o Instituto de Advogados do Brasil (IAB), que ontem editou uma nota para protestar contra o projeto do deputado.

Por falar em mulheres…/ A bancada feminina no DF nunca foi tão ativa. A deputada Celina Leão (PP-DF) vai presidir a Frente Parlamentar da Mulher. Ela e Flávia Arruda (foto) farão uma tabelinha nessa pauta de gênero. Érika Kokay (PT-DF), a única veterana do grupo, segue firme na defesa dos trabalhadores.

…elas têm a força/ Paula Belmo (PPS) joga na área social e no fim dos benefícios aos políticos. E Bia Kicis, procuradora, se concentra nos temas jurídicos, como a redução da aposentadoria dos ministros do STF, e os educacionais, como a Escola sem Partido.

Ao ceder na Previdência, Bolsonaro tenta contornar o toma lá dá cá

toma lá dá cá
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Coluna Brasília/DF

Ao admitir negociar mudanças na reforma previdenciária, inclusive a idade mínima para mulheres, o presidente Jair Bolsonaro tenta contornar o toma lá dá cá a que alguns deputados e senadores insistem em pressionar o governo. A ideia da cúpula do Poder Executivo, embora haja conversas sobre cargos de segundo escalão para aliados, é negociar o mérito do projeto, dando discurso para que a futura base aliada aprove a proposta no plenário das duas Casas. Afinal, o governo sabe que, se voltar à velha batida de “ei, você aí, me dá um cargo aí”, vai perder apoio popular, o que também é fundamental para aprovar a nova Previdência.

O medo deles

Nos bastidores da reforma previdenciária e de outras prioridades do país, as excelências discutem meios de tentar jogar para escanteio o festival de candidatos laranjas detectados em vários partidos e estados na última campanha eleitoral e as suspeitas de desvios de recursos. O medo de muitos é de que as denúncias terminem forçando o fim do fundo eleitoral, e o financiamento das campanhas municipais de 2020, por exemplo, fique restrito a doações de pessoas físicas e a um pedaço do Fundo Partidário.

É por aí

Há quem diga que está pronto o caldo para extinguir o fundo eleitoral: dificuldades de recursos para investimento, uma nova Previdência que exigirá sacrifícios de todos, e, de quebra, as denúncias de desvio de recursos de campanha. O Partido Novo, aliás, dispensou o uso do fundo eleitoral e prega o fim da partilha desses valores. Agora, está com a faca e o
queijo na mão.

Quem manda…

Ao dizer que pode mudar a idade mínima para a aposentadoria das mulheres e combinar com o ministro da Justiça, Sérgio Moro, um “desconvite” à fundadora do Instituto Igarapé, Ilona Szabó, para o Conselho de Política Criminal e Penitenciária, o presidente Jair Bolsonaro assume definitivamente o comando do governo: os ministros podem muita coisa, mas a palavra final é do capitão.

Ela vai atropelar I/ É bom o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO), se preparar: a nova líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, do PSL-SP, não é do tipo que cuidará apenas da tramitação de projetos relacionados a vetos presidenciais e questões orçamentárias, temas discutidos nas sessões conjuntas das duas Casas.

Ela vai atropelar II/ Nos bastidores, os deputados citam Joice como dotada de “muita energia para uma pessoa só”. Por isso, quando Vitor Hugo acordar, ela estará cuidando de tudo: dos projetos governamentais da Câmara e do Congresso e da pré-candidatura a prefeita de São Paulo.

Guaidó sem tapete vermelho/ A recepção a Juan Guaidó no Congresso não teve o tapete vermelho destinado a visitas oficiais de chefes de Estado. Ali, foi tudo muito rápido e mais discreto do que no Planalto.

Troca de comando nos portos/ A Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP) está sob nova gestão a partir de hoje. Quem assume o cargo de presidente é Jesualdo Conceição da Silva, administrador de empresas, com larga experiência no setor. O executivo foi responsável pela condução dos projetos de concessão junto ao governo federal, que tem, atualmente, os portos como uma das prioridades da área de infraestrutura.

Poder de investigação da Receita Federal é questionado por ex-secretário

Receita Federal
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Coluna Brasilia-DF

Depois dos vazamentos de informações de relatórios da Receita Federal a respeito das declarações de autoridades e seus cônjuges, ganha corpo um movimento para que o país deixe de lado o conceito de que “pessoa politicamente exposta” deva ser fiscalizada. “Esse conceito traz uma presunção de corrupção, e isso é degradante e aviltante para o exercício da função pública. Uma pessoa não pode, em razão de função ocupada, ser tratada de forma diferente. Isso fere a Constituição, que diz que todos são iguais perante a lei”, afirma o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel.

Aliás, Everardo tem sido um dos principais conselheiros do atual secretário da Receita, Marcos Cintra. A amigos, Maciel tem dito que a Receita está desde 2009, no governo Lula, com poder de investigação criminal e considera isso algo grave. “A Receita tem que ser sempre pró-ativa no exercício de sua competência, que é arrecadar. Em caso de suspeita de crime, que encaminhe ao Ministério Público, que é a quem cabe verificar o que houve e encaminhar à Justiça”, diz ele.

O serviço é outro

As movimentações do governo brasileiro a respeito da crise na Venezuela são vistas como uma cortina de fumaça para tirar do primeiro plano as dificuldades do Planalto em estabelecer sua base congressual e fazer caminhar a reforma previdenciária. Aliás, entre os congressistas, há um consenso de que o presidente precisa aproveitar o carnaval para fechar a proposta dos militares e encaminhá-la ao Congresso na semana seguinte.

Não colou

A ideia do governo de aceitar indicações dos aliados para cargos na máquina pública é vista com desconfiança na provável base governista. Isso se dá porque, conforme adiantou a coluna, prevalece a ideia de afastar todos os atuais ocupantes de segundo escalão das administrações passadas para dar um “refresh” e acabar com os feudos.

Os mesmos

O problema é que a maioria dos líderes e potenciais aliados para a votação da reforma têm cargos no governo federal. E não estão dispostos a começar a relação com a gestão Bolsonaro dizendo a seus apadrinhados que eles estão fora do jogo.

Perdeu, playboy

A frase do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, é repetida diariamente pelos deputados para se referir ao deputado João Campos (PRB-GO). Ele tinha esperanças de ser nomeado líder do governo no Congresso, cargo que foi destinado a Joice Hasselmann (PSL-SP).

CURTIDAS

Façam suas apostas/ Chegou a alguns parlamentares que Leonardo Quintão foi afastado da assessoria especial da Casa Civil porque estava tentando emplacar aliados na Agência Nacional de Mineração, antigo DNPM. Outros, entretanto, dizem que a gota d’água foi a votação do decreto sobre classificação de documentos na Câmara. O Planalto preferiu revelar motivos de ordem pessoal.

Vai dar trabalho/ Um vídeo antigo em que Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) anuncia o voto contra a reforma previdenciária é apontado internamente no governo como um grande estrago na estratégia de propaganda das reformas. Afinal, circula justamente nas redes sociais dos Bolsonaro, de onde o governo pretende alavancar o texto para pressionar o Congresso.

Contou nos dedos/ A deputada Paula Belmonte (foto), do PPS-DF, apresentou projeto para extinguir o auxílio-mudança dos deputados federais. Até aqui, só ela e outros dois abriram mão do benefício. “Não há justificativa para esse auxílio, porque os apartamentos são mobiliados”, diz.

Na Câmara…/ … Já é carnaval. Os novos deputados tomaram posse há 28 dias com disposição de mudança. Porém, estão rapidamente se adaptando a costumes antigos.

PSL desconfia que candidata da coligação do PT no Maranhão seja laranja

PSL
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Coluna Brasília-DF

O PSL está à procura de Isabel Bulhões, candidata a deputada federal pelo Pros no Maranhão, em coligação com o PT. Ela recebeu R$ 373 mil para a sua campanha, R$ 200 mil do PT e R$ 173 mil de seu partido. Para uma legenda que nunca foi generosa em ceder espaços políticos para seus aliados, há quem desconfie que os petistas cederam muito dinheiro.

.. tudo fica muito estranho…

A prestação de contas da candidata do Pros do Maranhão inclui apenas R$ 55 mil. A turma do PSL está desconfiada de que tem caroço nesse angu. Ela tem ainda duas notas fiscais, da HB Representação, de um total de R$ 103 mil, de uma firma de material elétrico que tem como atividade secundária impressão de material publicitário, em São Luís.

… Estranho demais

As notas fiscais apontam ainda outra de R$ 90 mil a uma empresa Saint German Consultoria e Administração Internacional de Bens. Também em São Luís. Os dados pessoais de Isabel no TSE apontam que ela tem ensino médio completo. Porém, a ocupação escrita ali é “advogado”. Ela obteve 1.278 votos. Ou seja, mais do que muitos classificados como “laranjas”.

Governo federal vai demitir apadrinhados dos políticos

Apadrinhados
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Coluna Brasília-DF

Ok, o presidente Jair Bolsonaro abriu o Alvorada para os líderes partidários simpáticos ao governo e que ainda não se consideram base. Mas nada vai se resolver com canapés e boca livre. Muitos líderes foram avisados de que os apadrinhados deles no governo estão para ser demitidos. É que o governo quer acabar com os chamados feudos de cada partido no Executivo, por isso, está disposto a trocar todos aqueles ocupantes de cargos de direção que tiveram indicação política. Nessa linha, Arthur Lyra, líder do PP, perderá a indicação da Codevasf de Alagoas e o próprio líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, ex-ministro da Integração, verá os técnicos que colocou na Codevasf serem demitidos.

Essa decisão, já comunicada a alguns líderes partidários, foi tomada depois que o governo sofreu a sua primeira derrota na Câmara, semana passada. Ocorre que esse sistema enfrentará resistências. Deputados querem cargos que possam fazer bonito perante as suas bases eleitorais. E quem perder começará essa temporada de votações de mau humor em relação ao governo. Há quem diga que o melhor é deixar passar a votação da reforma da Previdência na Câmara e, aos poucos, mexer nos vespeiros. O governo, entretanto, não quer saber de contornar os problemas políticos com o Congresso e sim enfrentá-los de frente.

Cheque em branco, não!

Quem acompanha passo a passo a relação do governo com o Congresso descobriu por que os deputados decidiram derrubar o decreto que ampliava o número de pessoas com capacidade para determinar sigilo de documentos oficiais. É que as indicações pelos políticos seria feita com base em uma lista tríplice de funcionários de cada repartição ou estatal que tem interesse político. Ou seja,a excelência indicaria alguém que não conhece. A revolta foi geral e deu no que deu.

O livro de Aécio/ Discretíssimo na Câmara, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) se dedica à literatura. Começou a escrever suas memórias políticas. Histórias não faltam, passando por todo o período da redemocratização do Brasil.

A moda pegou I/ Desde que Leila do Vôlei (PSB-DF) dispensou o nome de guerra e adotou o senadora Leila Barros, outros seguiram o mesmo caminho.

A moda pegou, mas nem tanto/ O senador Capitão Styvenson também tirou a patente. Agora é Styvenson Valentim (Rede-RN). O senador delegado Alessandro virou senador Alessandro Vieira (PPS-SE). E, para completar, a juíza Selma, que foi eleita assim, virou senadora Selma Arruda (PSL-MT). Um dos poucos que continua como nos tempos da eleição é o senador Major Olímpio (PSL-SP). Esse é raiz.

E a escola, hein?/ A deputada Bia Kicis (PSL-DF), defensora da escola sem partido, saiu em defesa do ministro da Educação, Ricardo Velez, ontem, no plenário da Câmara, ao dizer que ele se retratou em relação ao slogan do governo nas escolas. Foi aplaudida pelos colegas de PSL quando disse que o PT, ao colocar uma estrela vermelha nos jardins do Alvorada, só tirou mediante decisão judicial.

Por falta de diálogo, deputados iniciam “operação tartaruga” na Previdência

Operação tartaruga
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O presidente Jair Bolsonaro será alertado por líderes aliados que ele tem até 15 de março para fixar as novas bases de relacionamento com o Congresso e se posicionar na guerra da informação a respeito do texto da reforma previdenciária. Se for esperar a data da votação, o risco de perder a batalha da comunicação e de reduzir as chances de aprovar um projeto desfigurado no plenário será grande. Portanto, mãos à obra para traçar a estratégia neste período carnavalesco e colocar tudo em prática a partir de 11 de março, sob pena de não encerrar a tramitação na Câmara neste semestre.

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Já existe acordo entre alguns líderes partidários para só dar tramitação célere à reforma previdenciária depois que chegar a proposta de mudança na aposentadoria dos militares. Assim, a reforma só começará a tramitar de fato na segunda quinzena de março, isso se o texto dos militares chegar ao Congresso até lá.

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A “operação tartaruga”, como alguns estão chamando, não se deve apenas à ausência do projeto dos militares. Muitos líderes consideram que o governo errou ao não chamar os partidos para discutir o texto antes de enviar o projeto ao Congresso. Assim, não conseguiu incutir nos parlamentares que potencialmente seriam base governista alguma ideia de “paternidade” da proposta. Ou seja, ninguém se sente muito comprometido com esse texto e, quanto mais o tempo passa, a impressão de muitos líderes é de que mais distante ficará.

Pacote pronto, não vai

Ok que o governo queira escolher seus ministros sem ouvir os partidos. Mas, pelo menos, o mérito dos projetos deveria ter sido discutido previamente com os partidos que podem ser da base. Afinal, a lógica de enviar pacote pronto para votação, como o governo quer fazer com a Previdência, só poderia funcionar se já houvesse uma base aliada pactuada na formação do governo.

#ficaadica

Os potenciais governistas querem participar da formatação das propostas das outras reformas. Assim, o governo conseguirá compensar um pouco o fato de não entregar cargos de primeiro escalão.

Joice sai na frente

A atuação da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) na crise envolvendo o ex-ministro Gustavo Bebianno foi o que a credenciou para o cargo de líder do governo no Congresso. Ela é hoje o nome mais forte para essa missão.

CURTIDAS

A alegria de Ilana/ A diretora-geral do Senado, Ilana Trombka, tem do que se orgulhar. As contas de 2018 da Casa passaram sem qualquer ressalva e, de quebra, não houve contrato emergencial. Sinal de boa gestão e de ausência de imprevistos.

Feminicídio em pauta/ A deputada Flávia Arruda (PR-DF) aprovou sua primeira proposta ontem na Câmara: a criação de uma comissão externa para verificar in loco os casos de violência contra a mulher. “Temos de ir conversar com essas pessoas e dar suporte a essas mulheres. Será no contato direto com elas que poderemos ver o que precisamos fazer”, diz.

Pega o dicionário, Cabral/ Mesmo admitindo que recebeu propina, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (foto) disse que “nunca” agiu como “corrupto”. Na Câmara, os deputados cariocas se distraíam ontem no plenário em busca de uma classificação para os recursos ilícitos recebidos pelo ex-governador: molhadela, suborno. Corrupto: subornável, comprável, corrompível.

Caçadores de Pokémon/ Assim, muitos deputados chamam os colegas que passam o tempo todo nas lives dentro do plenário. Realmente, tem muitos ali que completam um mês de mandato virtual.

“Parlamentar na base quer prestígio”, diz Alcolumbre

alcolumbre
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Ao receber os jornalistas para um café da manhã, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), dispensou o papel de articulador do governo, mas dá todas as indicações de que o presidente Jair Bolsonaro poderá contar com a ajuda dele para aprovar a reforma previdenciária. “Não sei quantos votos tem, mas a maioria dos senadores quer votar a reforma. Se não votar, daqui a pouco não tem aposentadoria para ninguém”, afirmou. Alcolumbre vai inclusive criar uma comissão para acompanhar a tramitação do texto da Previdência na Câmara, a fim de deixar os senadores mais inteirados com as discussões, para que, quando o projeto chegar ao Senado, os partidos tenham familiaridade com o texto discutido na Câmara. “Se tivermos 11 partidos representados e o relator dessa comissão como o relator na Comissão de Constituição e Justiça, os partidos já vão ficar informados do texto, poderão dar sugestões e, assim, o assunto já chega ao Senado com muitos senadores conhecedores da proposta”, diz ele, prevendo uma votação antes do recesso, caso os deputados consigam votar a reforma até fim de abril.

A ajuda de Alcolumbre vai além da comissão que ele pretende montar. Ele já está conversando com o senadores para saber de que pontos do texto os parlamentares discordam. “O BPC não está bom”, diz, referindo-se ao Benefício de Prestação Continuada, hoje no valor de um salário-mínimo, pago a idosos carentes acima de 65 anos. A ideia do governo é reduzir esse valor para R$ 400. O equivalente ao salário mínimo seria destinado apenas a idosos carentes com mais de 70 anos. (Na quarta-feira, quando a reforma chegou ao Congresso, publiquei um post falando desse tema, que é visto como o “bode na sala”).

Esse trabalho do presidente do Senado, entretanto, não é visto por ele como algo capaz de lhe conferir o papel de articulador político do governo. “Não sou articulador do governo e nem o Rodrigo (Maia, presidente da Câmara). Mas sabemos da importância da reforma”, diz ele. Alcolumbre acredita que o modelo de relacionamento do governo com o Congresso ainda não está definido e será uma construção conjunta. “Parlamentar na base quer prestígio. Se tiver talento para colocar na Funasa (Fundação Nacional de Saúde, vai ajudar os prefeitos dele”, afirmou, dizendo que não vê nada de errado nas indicações politicas dentro do tal banco de talentos que o governo vai criar para receber essas indicações.

 

Relator, Renan e PT

Alcolumbre pretende entregar a relatoria da reforma previdenciária ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), mas Tasso ainda não respondeu se aceitará a missão. “Gostaria que ele ajudasse o Brasil, é muito preparado”, diz. Tasso foi seu aliado dentro da disputa para presidente da Casa. Porém, não é apenas de aliados que vive a interlocução de Alcolumbre no Senado. Desde que assumiu o comando da Casa, numa sessão conturbada, o senador tem se dedicado a estabelecer um boa relação com todos os colegas que defendiam outros candidatos. Ao PT, reservou o mesmo cargo que ocupava na legislatura anterior e fez questão de chamar o senador Jaques Wagner (PT-BA), conhecido pela facilidade de diálogo, para abrir os canais com o PT. E, por incluível que pareça, WAgner, sem querer, foi o responsável pelo primeiro encontro de Alcolumbre  com Renan Calheiros, seu maior adversário. Alcolumbre tinha ficado de conversar com Wagner, soube que ele estava na sala do líder do MDB, Eduardo Braga e foi até lá procurá-lo. Quando entrou, lá estava Renan, com Braga, a senadora Kátia Abreu (PDT-TO) e Wagner. Trocaram as primeiras palavras desde o embate: “Oi, Presidente Renan, tudo bem?”. Renan, que também é do ramo da politica, foi cordial: “Parabéns, Davi”. Eis que Alcolumbre retrucou: “Preciso do senhor, presidente, para ajudar o Brasil”. para surpresa geral, o gelo foi quebrado. Se imperou a falsidade ou um sentimento real de deixar os ressentimentos no passado, o futuro dirá.