Autor: Denise Rothenburg
Auditores fiscais solicitam trabalho remoto a governos estaduais
Po causa da pandemia de Covid-19 e o crescente número de casos no país, a Federação Brasileira de Associações de Auditores Fiscais (Febrafite) e suas 27 Associações Filiadas em todo o país emitiram nesta sexta-feira carta aberta aos governos estaduais solicitando trabalho remoto para os servidores públicos fazendários expostos às situações de contágio.”A Administração Pública deve, portanto, envidar todos os esforços com vistas a evitar a exposição os servidores que atuam no atendimento presencial nas Secretarias de Fazenda, especialmente, aqueles lotados em postos fiscais”, diz o texto, que propõe o teletrabalho como algo perfeitamente possível, porque hoje todos os processos são feitos eletronicamente. A carta foi necessária, porque, em alguns estados, os governos não liberaram esse sistema.
Eis a íntegra da Carta;
CARTA AOS GOVERNOS ESTADUAIS
A Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) e suas Associações Filiadas em todo o país, entendem que o momento pelo qual passamos é único na história. A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) está forçando agora o Brasil a determinar regimes forçados de quarentena.
O momento certamente exigirá das instituições públicas diversas e de servidores públicos de Carreiras Típicas de Estado um esforço fora do normal para que o Estado Brasileiro possa dar a resposta que o povo precisa.
A Constituição Federal define em seu Art, 37, incisos XVIII e XXII, como Atividade Essencial ao funcionamento do Estado aquela inerente à Administração Fazendária e seus servidores fiscais. Nesse sentido, os Auditores Fiscais estão aptos e disponíveis a contribuir nesse momento em que as finanças públicas serão testadas no seu limite.
Sem a participação efetiva do Estado Brasileiro, o país não atravessará essa crise sem precedentes. E é nessa linha que os Auditores Fiscais se apresentam para dar sua contribuição indispensável. Contudo, vimos solicitar atenção dos Governos Estaduais e das respectivas Administrações Fazendárias, no sentido de que medidas sejam adotadas visando preservar a integridade dos servidores públicos fazendários expostos às situações de contágio.
A Administração Pública deve, portanto, envidar todos os esforços com vistas a evitar a exposição os servidores que atuam no atendimento presencial nas Secretarias de Fazenda, especialmente, aqueles lotados em postos fiscais.
A adoção de medidas como teletrabalho é uma das alternativas viáveis e já disponíveis, já que todos os processos são desenvolvidos eletronicamente. E, para os servidores cujas atividades não possam ser desempenhadas remotamente, e com o objetivo de garantir a gestão e as receitas públicas para o Erário, sugerimos a adoção de rotinas de trabalho presencial em dias alterados, e horário reduzido, sem prejuízo das atribuições inerentes ao órgão. A utilização de sistemas inteligentes que permitam zerar o contato físico e presencial é também necessário nesse momento.
Conforme orienta a Organização Mundial de Saúde (OMS), a população em geral deve modificar os seus hábitos, restringir sua circulação e repensar suas rotinas diárias, inclusive com medidas relacionadas ao trabalho. Não é demais lembrar também que o nosso sistema de saúde (inclusive o suplementar) já opera no limite.
O Brasil e o mundo encontram-se mergulhados em uma crise sem precedentes. Precisamos, portanto, de união, esforços e prudência de todos.
Brasília/DF, 20 de março de 2020.
JURACY SOARES
Presidente da Febrafite
Filiadas à Febrafite: AFEAP/AP; AAFFEPI/PI; AAFIT/DF; AAFRON/RO; AAFTTEPE/PE; AFFEAM/AM; AFFEGO/GO; AFFEMG/MG; AFFESC/SC; IAF/PR; AFISMAT/MT; AFISVEC/RS; AFITES/ES; AFRAFEP/PB; AFRERJ/RJ; AFRESP/SP; AUDIFISCO/TO; ASFAL/AL; ASFARN/RN; ASFEB/BA; ASFEPA/PA; ASFIT/AC; AUDIFAZ/SE; AUDITECE/CE; FISCOSUL/MS; IAF/BA.
Fábio Ramalho apresentará projeto para adiar eleições municipais
O deputado Fábio Ramalho (MDB-MG) conclui hoje o texto de um projeto a fim de adiar as eleições deste ano para 2021. “É um momento de crise na saúde sem precedentes e sem limites. Por isso, é preciso deixar todos os governantes focados na solução da Covid-19. E, pelas informações que nos chegam, setembro ainda não teremos uma situação de completa normalidade, uma vez que será preciso focar na recuperação econômica e não na eleição”, diz ele, que já subscreveu o projeto do deputado Sanderson (PSL_RS) para destinar dos R$ 2,5 bilhões do fundo eleitoral aos serviços de saúde.
Fabinho Liderança, como é mais conhecido entre os parlamentares, conta com a assessoria técnica de advogados eleitorais e lança a proposta para que a Casa comece a discutir esse tema já. A coluna Brasília-DF, publicada no jornal impresso do Correio informa que o assunto é tratado nos bastidores.
Por que 2021?
Fábio Ramalho tem ouvido de especialistas e muitos consideram que a junção das eleições municipais e estaduais em 2022 sobrecarregaria todo o sistema eleitoral. Daí, a sugestão para que sejam feitas em momentos diferentes, com espaço de um ano entre uma e outra. Esse tema, entretanto, só será definido depois de muita conversa e da aprovação das medidas mais urgentes para a saúde, conforme publicado hoje na coluna.
Políticos cogitam adiar eleições e prorrogar mandatos de prefeitos
Coluna Brasília-DF
Acostumados a tentar se antecipar aos fatos, os políticos agora passam a monitorar o quadro da pandemia causada pelo coronavírus, de olho no calendário eleitoral. Há, inclusive, quem cogite adiar as eleições e jogar tudo para 2022, prorrogando os mandatos dos atuais prefeitos. O assunto será abordado assim que o Congresso resolver as ações mais urgentes relativas às medidas provisórias e a outros projetos emergenciais relacionados ao combate à pandemia de Covid-19.
Nos bastidores, há quem diga que, com o país quebrado, a prioridade deve ser a destinação dos recursos eleitorais para o tratamento de pacientes. Para completar, não será possível sequer sugerir a retomada do financiamento empresarial para custear campanhas. Portanto, o melhor é esperar tudo se acalmar para poder, mais à frente, tratar de outros assuntos.
Desconfianças federais
No show de teorias da conspiração que ronda o país, o episódio envolvendo o deputado Eduardo Bolsonaro e a China foi visto por muitos parlamentares como uma possível sinalização aos Estados Unidos. Algo do tipo, se a coisa apertar para os Bolsonaros por aqui, eles esperam contar com a ajuda de Donald Trump para permanecer no poder. Os equilibrados avisam: tudo o que o Brasil não precisa neste momento é de instabilidade democrática para salgar ainda mais o quadro causado pela Covid-19. A população espera que se cuide da saúde, deixando de lado o jogo rasteiro do poder e as disputas políticas com qualquer país.
Entre Eduardo e a China
O ultimato do presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, Fausto Pinato (PP-SP), publicado ontem no Blog, indica que mais um grande aliado do presidente Jair Bolsonaro está a um passo de seguir o caminho trilhado por Santos Cruz, Alexandre Frota, Joice Hasselman e outros.
Nada é para já
Pinato, entretanto, não tomará qualquer atitude mais contundente em meio a essa crise do coronavírus, com as pessoas adoecendo e a economia em frangalhos, nem tampouco a Frente Parlamentar de Agricultura. A ordem é esperar.
Por falar em esperar…
Antes da crise do coronavírus, deputados já falavam em dar um puxão de orelhas em Eduardo Bolsonaro. Agora, quando esse furacão terminar, alguma sanção virá.
..o embaixador ajusta a mira
Em seus tuítes ontem à noite, o embaixador chinês, Yang Wanming, disparou contra o deputado Eduardo Bolsonaro, a quem o governo de Xi Jinping ainda não perdoou nem ao ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Eleição por videoconferência/ Pela primeira vez em seus 30 anos de história, a Federação Brasileira de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite) fez uma assembleia e elegeu a sua diretoria por videoconferência. O uso da tecnologia em conferências, que já é uma realidade em audiências em diversos estados e poderes da República, agora vai se espraiar diante da realidade do coronavírus. O auditor fiscal de São Paulo Rodrigo Spada (foto) estará no comando da Febra no biênio 2020-2022.
Hoje tem mais #Aplausosnajanela/ Via redes sociais, a população combina um gesto de apoio aos profissionais da área de saúde. Hoje, às 20h30, vamos novamente usar as mãos para aplaudir médicos, enfermeiros, agentes de saúde que trabalham diuturnamente por todos nós. Algumas cidades começaram ontem mesmo com esse gesto que representa muito. A eles, nosso muito obrigada.
Enquanto isso, em Paris…/ Quem for às ruas sem motivo expressamente autorizado está sujeito à multa de 135 euros. Esperamos que o Brasil não chegue a esse ponto. Por isso, quem puder trabalhe de casa.
“Votei em Bolsonaro, não nos filhos. Ou ele dá um castigo no filho ou será castigado junto “
A crise que o deputado Eduardo Bolsonaro criou com a China deixa o governo brasileiro a um passo de perder o apoio da poderosa Frente Parlamentar de Agricultura e do setor que, em meio à crise econômica causada pelo coronavírus, ainda dar pode dar algum respiro à economia. O recado, acompanhado de uma espécie de ultimato a Bolsonaro, foi levado ao governo pelo deputado Fausto Pinato (PP_SP), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara, da frente parlamentar Brasil-China e também da Frente dos BRICS Brasil-Rússia-India-China e África do Sul. Pinato diz que foi informado pelo governo chinês que não haverá retratação por parte do embaixador Yang Wanming porque quem foi ofendida foi a China. A nota do Ministério das Relações Exteriores, diz o deputado, só piorou as coisas. “O pior agora e se acovardar, se esconder atrás do do Ministério de Relações Exteriores”, diz Pinato, referindo-se ao presidente Jair Bolsonaro. Pinato vai mais além: “Ou ele está passando a mão de um menino mimado ou é chantageado pelos filho. Votei em Bolsonaro, não nos filhos. Ou ele castiga o filho ou será castigado junto”, diz Pinato ao blog.
O deputado é aliado de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro. É amigo, de frequentar inclusive o Palácio da Alvorada. Participou da comitiva de Bolsonaro à China e hoje, entro da frente parlamentar Brasil-China, ajuda a fazer ponte para investimentos. Durante toda a tarde, o deputado tentou falar diversas vezes com o presidente, para, na camaradagem, apelar pela retratação. Enviou mensagens para o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Até agora, não obteve resposta. “Sou amigo do Bolsonaro, gosto dele, gosto muito do Flávio. Mas, sou deputado federal e tenho que pensar no país”, diz ele, cobrando uma retratação do presidente, a fim de restabelecer o bom clima com os chineses que atualmente preparam uma série de investimentos no Brasil, em especial, na área de infraestrutura.
“Aplaudo a aproximação com os Estados Unidos, mas quem investe aqui é a China. Politica internacional não tem ideologia. Se a China errou ou deixou de errar é o que menos importa agora. Temos uma parceria forte com a China e precisamos manter-la pelo bem do Brasil. Temos que acabar com o ‘coronaestupidez’, que faz parte da família do presidente e do entorno que serve ao insano Olavo de Carvalho”, comenta.
A internação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, por causa dos sintomas da Covid-19 e realização tomografia, levou todos os senadores a buscarem o teste de coronavírus e a ficarem em casa. Até aqui, 30 que tiveram contato mais próximo com o presidente da Casa, Davi Alcolumbre, já fizeram o teste e aguardam resultados. Até a semana passada, senadores se cumprimentavam bem ao estilo da política abraços, apertos de mão e tapinhas nas costas. As medidas de “social distancing” começaram apenas esta semana. Alcolumbre já voltou para casa e, de lá, continuará trabalhando, ainda que em isolamento.
Os líderes nesse momento buscam meios de votar o decreto de Calamidade ainda hoje à tarde e, assim, dar ao governo mais instrumentos para enfrentar a pandemia.
Para congressistas não é hora de impeachment, é hora de trabalho
Coluna Brasília-DF
Esse é o espírito dos congressistas, mas sem cenas de “amor” para com o presidente da República. A avaliação dos líderes partidários que, inclusive, levou Rodrigo Maia a recusar a participação na reunião com Jair Bolsonaro é de que não dá para “passar a mão na cabeça presidencial”, depois de o Planalto levar quase 15 dias se esquivando de uma crise de saúde pública grave. Agora, é trabalhar nas soluções a serem enviadas pelo governo, sem dar palco para o capitão aparecer bem na foto. Porém, nenhum líder vai tocar pedidos de impedimento de Bolsonaro ou tentar surfar neste momento gravíssimo definido pelo próprio ministro da Defesa, Fernando Azevedo, como uma situação de guerra.
Eles já calculavam a explosão…
Em 7 de março, o fim de semana depois do carnaval, as informações na área da Saúde, conforme publicou esta coluna, eram de que o número de casos aumentaria exponencialmente, dada a quantidade de voos da Europa para o Brasil no período pré-carnaval. No Planalto, entretanto, a ação demorou a ocorrer, uma vez que a gestão se mostrava mais focada em outros temas.
… mas a ação demorou
Agora, depois de perder um tempo precioso em manifestações, e em não querer alarmar a população para segurar a economia, o presidente Jair Bolsonaro entra atrasado e vai tentar recuperar o tempo perdido. Segue o ditado “antes tarde do que nunca” e torce para fazer valer o “tardo, mas não falho”. Terá de combinar com o povo, que, agora, percebeu a gravidade do que está por vir.
Onyx anuncia medidas
Ausente na coletiva do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, anunciará, hoje, um conjunto de medidas para os idosos e os mais vulneráveis, além do que já foi dito ontem por Paulo Guedes na coletiva. “Vamos atender idosos do BPC (Benefício de Prestação Continuada), Bolsa Família e informais. Atenção e proteção total”, disse o ministro à coluna.
Termômetro I
Em outubro de 2018, moradores de condomínios de luxo de Brasília vibraram e comemoraram a eleição do presidente Jair Bolsonaro com fogos de artifício e muitos “fora, ladrões”. Ontem, nesses mesmos condomínios, o panelaço foi o do “fora, Bolsonaro”. Houve também panelaço a favor, segundo moradores isentos, mais sonoro que o primeiro.
Termômetro II
Na SQS 108, assim como nos bairros nobres do Rio de Janeiro e de São Paulo, onde Bolsonaro ganhou de lavada em 2018, o “fora” predominou. A ira da população registrada nos panelaços foi detectada também por quem faz medições de redes sociais. Sinal de que a coletiva do presidente não foi suficiente para reverter a situação. Se Bolsonaro vai se recuperar, só o futuro dirá.
CURTIDAS
Segure os seus pit bulls/ A forma como o senador Flávio Bolsonaro (foto) se referiu ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pesou na recusa do deputado em posar para foto numa reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Flávio foi às redes dizer que o deputado queria ser presidente do Brasil e ameaçava a democracia com ataques contra o Executivo. Quem atacou o Congresso foram os manifestantes de 15 de março.
Mandetta, o novo queridinho do Brasil/ Depois da live de quinta-feira, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, foi o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, quem puxou as reuniões e pontes com outros Poderes, Congresso, Supremo Tribunal Federal, Procuradoria-Geral da República e Tribunal de Contas da União (TCU).
e da política/ O ministro ganhou nos meios políticos e empresariais a tarja “se sair, piora”, que hoje acompanham o cartão de visitas de Paulo Guedes e Sérgio Moro.
Por falar em Guedes/ O mercado em pleno ataque de nervos com a economia derretendo começou a entoar o “chama o Meirelles”. Do Planalto, entretanto, vem a sensação de que Bolsonaro jamais pedirá alguém que trabalhou com Michel Temer no comando da economia e hoje é secretário de Fazenda do Estado de São Paulo, comandado por João Doria.
Prepare-se/ A confirmar-se as notícias de que o aumento de casos continuará exponencial, o período de permanência em casa será prolongado. Pode esperar.
Se Bolsonaro não enquadrar 03, o cenário econômico (e político) vai piorar ainda mais
Como se não bastasse a crise do coronavírus, o deputado Eduardo Bolsonaro criou mais uma confusão ao se referir a China “uma ditadura que preferiu esconder algo grave a expor tendo desgaste, mas que salvaria inúmeras vidas. A culpa é da China e a liberdade seria a solução”. O embaixador chinês no Brasil reagiu, dizendo que Eduardo Bolsonaro deve ter adquirido um “vírus mental” em Miami.
O bate-boca sino-brasileiro não tem precedentes na relação entre os dois países. Um deputado federal, filho do presidente da República, usar o seu Twitter para atacar um parceiro comercial do Brasil. Um parlamentar ficou tão chocado que achou que era tudo fake news, inclusive a resposta do embaixador chinês, Yang Wanming. Alguns procuraram diretamente na Embaixada e confirmaram a declaração do diplomata.
Já se passaram mais de duas horas do post de Eduardo e até agora o presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou. Quem tentou conter o estrago até aqui foram os parlamentares. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, pediu desculpas ao embaixador em nome da Câmara dos Deputados pelas palavras irrefletidas de Eduardo. Outros dispensaram os punhos de renda e optaram por declarações mais contundentes.
“Depois da crise diplomática criada com a China, precisamos usar a portaria do ministro Sérgio Moro e colocar no isolamento compulsório e sem Twitter os filhos do presidente, sob pena de eles seguirem espalhando o vírus da imaturidade e da irresponsabilidade e prejudicando o pais”. O presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato, foi direto “Eduardo Bolsonaro, por certo orientado pelo seu “grão mestre” Olavo de Carvalho (americano de araque) certamente tentando desviar a atenção do povo brasileiro neste momento de crise, comete um grande crime contra a nação brasileira.
A China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil. E nesse momento em que a economia desacelera e as projeções de crescimento do PIB desabam, o governo brasileiro precisará dos chineses para manter suas exportações e tentar segurar parte do emprego e renda. No mercado, há um consenso de que, se Jair Bolsonaro não despender energia logo mais para enquadrar 03 e tentar retomar suas relações com a China, os reflexos do coronavírus na economia brasileira vão se agravar.
Na politica, a situação não é diferente. Há um consenso de que não é hora para impeachment, a hora é de cuidar da saúde das pessoas e de salvar vidas (veja detalhes na coluna Brasília-DF), no jornal impresso desta quinta-feira. Mas, se os Bolsonaro continuarem nessa toada de geração de crises, vai ficar difícil. Até o embaixador Yang vai bater panela na turma das 20h.
Atualização: Até aqui, 10h07, não se tem notícia de resposta do presidente ao governo chinês
A coletiva que terminou há pouco no Palácio do Planalto apresentou poucas novas medidas em relação ao que já estava em curso na equipe do presidente Jair Bolsonaro e foi apresentado nos últimos dias, tanto na longa coletiva no Ministério da Economia e nas constantes informações divulgadas desde o primeiro caso no Brasil pelo Ministério da Saúde. Nesse sentido, a leitura da política é que foi um evento sob medida para inserir o presidente Jair Bolsonaro na foto daqueles que, já na primeira semana de março, trabalhavam com foco nos reflexos do coronavírus __ leia-se o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o da Economia, Paulo Guedes, e suas equipes. “Se o time está ganhando, vamos elogiar o seu técnico, e o seu técnico é Jair Bolsonaro”, disse ele, na entrevista em que procurou justificar sua participação na manifestação no último Domingo, dizendo que não convocou e nem incentivo e que pediu que repensassem, mas queria estar perto do povo. Daqui para frente, dizem aliados de Bolsonaro, é tratar da saúde das pessoas e, ao mesmo tempo, tentar recuperar os eleitores que largaram o presidente, decepcionados com a falta de seriedade com que ele tratou da pandemia quando o número de casos era pequeno.
O discurso do presidente também mudou, com Bolsonaro se desdobrando em agradecimentos ao Congresso, atacado nas manifestações. Porém, caiu numa contradição ao dizer que ninguém se surpreenda se ele “entrar num metrô lotado” _ atitude desaconselhável pelas aturdirdes de saúde, Mas, ao mesmo tempo, disse que a situação é grave e que, como líder, tem que se antecipar aos problemas, levar a verdade à população brasileira.
Bolsonaro seguiu na linha do que fizeram desde a semana passada líderes de outros países.O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump no Domingo __ enquanto Bolsonaro estava na manifestação cumprimentando as pessoas __ anunciava medidas do Federal Reserve. Na Europa, os líderes de vários países fizeram pronunciamentos alertando para a necessidade de recolhimento e reforçaram apelos já na segunda-feira, quando o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou uma parte das medidas. Bolsonaro, agora, entrou no governo. Antes tarde do que nunca.
Coronavírus: Ministros e assessores trabalharam para conter Bolsonaro
Coluna Brasília-DF
O presidente Jair Bolsonaro começou a terça-feira chamando as recomendações para conter o coronavírus de “histeria”, criticando os governadores que agem com rigor para tentar manter as pessoas em casa, anunciando uma festa de aniversário. Terminou pedindo a decretação de calamidade pública, união nacional, falando, inclusive, em reunião com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia; do Senado, Davi Alcolumbre; do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli. Personagens atacados nas manifestações de domingo, aquela que contou com a participação de Bolsonaro distribuindo apertos de mão, em desacordo com a orientação de seu próprio ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
A mudança da atitude presidencial foi trabalho que começou com amigos, assessores e alguns políticos que, com muito jeito e habilidade, disseram a Bolsonaro que ele precisava liderar essa crise de uma maneira diferente daquela demonstrada no domingo. O que funcionou, entretanto, foi a mudança de clima nas redes sociais. As críticas ao comportamento presidencial diante do vírus, esse inimigo pouco conhecido, levaram Bolsonaro a passar o dia colocando nas redes as ações do governo para conter a Covid-19. Resta saber se ele continuará nesse caminho, ou, daqui a alguns dias, acionado pelos radicais, voltará ao estágio anterior. A ordem, no momento, é recuperar apoiadores.
A realidade bate à porta
A conclusão do secretário da Receita, Mansueto Almeida, de que, diante da crise que ainda está por vir, o governo terá que desistir das metas fiscais em 2020 foi o que levou o presidente Jair Bolsonaro a optar pela decretação de calamidade pública. Agora, falta combinar com o Congresso, em especial com Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, que, até aqui, é visto como um inimigo pelos bolsonaristas.
Por falar em Maia…
Na noite de segunda-feira, o presidente da Câmara reuniu os líderes e a palavra “calamidade” chegou a ser utilizada por alguns dos presentes. Dos mais simpáticos ao governo até os oposicionistas, ninguém apostava nas rusgas políticas. Tirou-se dali somente declarações de que era preciso trabalhar para que a crise não se agrave.
Gestores garantidos
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, prepara em conjunto com a Advocacia Geral da União, Procuradoria Geral da República, Controladoria Geral da União (CGU) e Tribunal de Contas da União um protocolo para evitar que gestores públicos da área de saúde sejam processados por compras rápidas a fim de atender a população. A proposta será fechada hoje.
Incerteza eleitoral
Com a Covid-19 na avenida, ninguém vai arriscar entrar em disputa política mais ferrenha nesse momento. A ordem é esperar a crise passar e só tratar de eleição quando a curva de casos se inverter. Resta saber se as excelências vão se segurar até lá, uma vez que a previsão, se tudo correr bem, é lá para o final de maio.
Trilha 03// O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) foi às redes reforçar as ações adotadas pelo governo. Não é hora de briga política com gente morrendo pelo coronavírus,
Trilha 01// Já o senador Flávio Bolsonaro foi para as redes criticar Rodrigo Maia, dizer que o TSE deveria declarar se Maia havia sido eleito presidente do Brasil, que o deputado provocava instabilidade política, dificultava investimentos e geração de emprego.
Não colou// O senador, dizem até ministros do governo, errou feio ao tecer esse comentário. Afinal, quem foi a manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, apostando no consenso e desrespeitando orientações para conter o coronavírus, foi o presidente da República.
Faz sentido// O deputado Daniel Freitas (PSL-SC), mais um integrante da comitiva de Jair Bolsonaro a ter o teste positivo para o coronavírus, sugere que se adie o prazo de filiação partidária que se encerra no início de abril. No meio dessa pandemia, é impossível fazer reuniões políticas com muitos apoiadores e festas de filiações. O momento é de recolhimento.
Mais um parlamentar da comitiva de Bolsonaro está com coronavírus
O deputado Daniel Freitas (PSL_SC), que integrou a comitiva de Bolsonaro aos Estados Unidos, acaba de informar por intermédio de sua assessoria que está com infectado pelo coronavírus. Eis a íntegra do comunicado, enviado pela assessoria:
Nota Oficial
“Após apresentar alguns sintomas do COVID-19, o Deputado Federal Daniel Freitas realizou a contraprova que detectou resultado positivo para o novo coronavírus.
Na última quinta-feira (12), Daniel Freitas havia realizado o exame no Laboratório SABIN de Brasília, mesmo não apresentando nenhum sintoma. No dia seguinte (13), o exame havia atestado como negativo.
Mesmo com assintomático, o Deputado manteve-se em isolamento durante os últimos dias, tomando todas as precauções e monitorando os sintomas, os quais, acabaram por se manifestar no último final de semana.
Hoje, ao acessar de forma online o resultado do novo exame pelo site do laboratório e estar a par do novo resultado, o Deputado começou imediatamente o tratamento e se manterá em quarentena até seu pronto restabelecimento, seguindo todas as recomendações médicas para sua rápida melhora, priorizando a proteção da sua família e de todas as pessoas que o cercam.
Daniel Freitas está em Brasília, onde permanece após integrar a comitiva do presidente Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, e teve contato com o secretário de Comunicação da presidência da República, Fábio Wajngarten, primeiro a ser diagnosticado com o COVID-19.
Não há previsão de retorno para Santa Catarina.”