Senadores do MDB a favor dos vetos

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Com dois líderes do governo em sua bancada, Fernando Bezerra Coelho e Eduardo Gomes, o MDB no Senado anunciou há pouco que irá votar favoravelmente à manutenção dos vetos orçamentários. A decisão foi unânime. O líder da bancada emedebista, senador Eduardo Braga (AM), mencionou em sua fala que a posição tomada reconhece a “importância do equilíbrio entre os Poderes, do estado democrático e, acima de tudo, a necessidade da governabilidade do Brasil”.

A tendência da maioria dos partidos é semelhante à do MDB, dono da maior bancada da Casa. Logo, como dito na coluna Brasília-DF de hoje no Correio Braziliense, os senadores se preparam para ajudar o governo na tarefa de continuar no comando de parte dos recursos orçamentários. Ou seja, tudo caminha para distensionar os ânimos a fim de dar continuidade ao processo de reformas que o Brasil precisa. O Senado, ao que tudo indica, não pretende ser empecilho ao bom relacionamento entre os Poderes. Nos bastidores, alguns senadores dizem que resta saber se da parte da Câmara e do Poder Executivo também existe essa boa vontade.

Acordo entre Bolsonaro e Alcolumbre tem vetos em troca do respeito aos Poderes

Bolsonaro e Davi Alcolumbre
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Coluna Brasília-DF

A conversa entre Jair Bolsonaro e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-RJ), ficou mais ou menos assim: o Congresso mantém os vetos às leis orçamentárias, que davam um poder quase imperial ao relator da proposta, e, em troca, o presidente da República se desdobrará em mensagens de respeito à independência dos poderes, e jogará para colocar a manifestação de 15 de março num tamanho ajustável. Ou seja, em defesa do governo e não em ataques diretos ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Congresso Nacional.

Falta, obviamente, combinar o jogo com a ala radical dos bolsonaristas e com os congressistas. É isso que será feito hoje, até a hora da votação. A manutenção do veto é vista como um ponto nevrálgico para se distensionar o ambiente político, e passar à discussão das reformas de que o país necessita. Num ano curto por causa do período eleitoral, a tensão só reduzirá ainda mais o tempo de se agarrar no serviço de tentar salvar alguma coisa, em termos de crescimento econômico.

Suspeitas

Nos bastidores do Congresso, há quem diga que toda a tensão na política vem sob encomenda para que a população não perceba que o governo federal, até agora, não entregou o serviço prometido — leia-se, um crescimento econômico sustentável. No Planalto, porém, a ordem é “deixa falar”, porque “a data-limite” para essa entrega é o fim do mandato, que, nos cálculos palacianos, é 2026.

Heleno na mira

A distensão com Bolsonaro não significa que o Congresso esteja disposto a esquecer a forma como foi tratado, numa conversa vazada, pelo chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. Se for ao Congresso, entretanto, o general terá a chance de acenar a bandeira branca. Afinal, o conflito hoje não interessa a ninguém.

O que eles pensam

Os líderes do governo fazem a seguinte conta para a votação de hoje: “Na Câmara, a derrubada do veto balança. No Senado, essa possibilidade está morta”.

Onde mora o perigo

O Projeto de Lei 550/19, conhecido como a nova lei de segurança de barragens, provocou um último apelo do setor, no que se refere à remoção obrigatória dos rejeitos. Em Minas Gerais, houve vários alertas aos parlamentares, no sentido de
lembrá-los de que mexer em barragens que estão consolidadas pode aumentar o risco geotécnico. Isso sem contar o desemprego. É melhor aumentar a segurança do que mexer no que está feito.

Vem mais/ Paralelamente ao projeto para incluir as milícias como organizações criminosas, e aumentar as penas dos crimes desse segmento, senadores estudam algo parecido para as milícias digitais patrocinadoras das fakes news, que estão na mira da CPI presidida pelo senador Ângelo Coronel (PSB-BA)

É só o começo/ Não se espante, caro leitor, se Ciro Gomes (foto) passar a polemizar quase que diariamente com o ministro da Justiça, nas redes sociais. Há quem diga que o ex-ministro, ex-governador e ex-deputado cearense sonha com Sérgio Moro no papel de seu adversário, na próxima eleição presidencial.

Em movimento/ Considerado um adversário por Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Dória, trabalha incansavelmente na busca de parcerias com outros estados. Ontem, por exemplo, esteve com o governador Romeu Zema, de Minas Gerais, para troca de experiências na área de defesa civil, a fim de buscar saídas conjuntas para as tragédias provocadas pelas fortes chuvas que castigam Minas e São Paulo.

Mês da mulher/ A forma como as redes sociais se referiram à primeira-dama Michelle Bolsonaro e à deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), no último domingo, reforçam a imagem de um país mal-educado, dividido e desrespeitoso. Triste Brasil.

Aliados de Bolsonaro querem Eduardo na presidência da Câmara

Eduardo Bolsonaro
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Nas rodas políticas ao longo do carnaval no Rio de Janeiro, aliados do presidente Jair Bolsonaro falaram em lançar o deputado Eduardo Bolsonaro para o comando da Câmara, de forma a evitar que os mais fiéis terminem ajudando a eleição de um candidato apoiado pelo atual presidente da Casa, Rodrigo Maia. Nas esferas congressuais, entretanto, há quem diga que, se o presidente da República optar por esse caminho, estreitará ainda mais suas pontes com o Legislativo. Dilma Rousseff, por exemplo, seguiu nessa trilha e deu no que deu.

Em tempo: Eduardo, o 03, passa esta semana nos Estados Unidos, na CPAC (Conservative Political Action Conference), maior evento do pensamento conservador no mundo. E não pensa, no momento, em concorrer à Presidência da Câmara. Ele, aliás, falou, na sexta-feira, no CPAC, sobre os prejuízos do socialismo para a América Latina.

A briga velada

Os militares já perceberam que, com o Orçamento impositivo, dificilmente conseguirão aumentar suas verbas. Daí, a discordância com essa fórmula que conta com o apoio da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes. Guedes sempre defendeu que o Congresso tem que ser responsável na hora de lidar com a peça orçamentária.

Cobrem dele…

Parlamentares da Comissão mista de Orçamento olham com descrédito para as redes bolsonaristas que tentam transformar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em vilão do Orçamento. Rezam as normas internas da Casa que as sessões do Congresso são presididas pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre.

… e deles

Quem negociou a votação do texto que terminou vetado pelo presidente Jair Bolsonaro foram o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e os líderes no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e no Senado, Fernando Bezerra Coelho. Ou seja, foi um ato com o apoio do governo.

Como se não bastasse o coronavírus…

A imagem de insegurança jurídica para negócios no Brasil tem crescido na região de Washington, nos Estados Unidos. A JVL International, transportadora marítima com sede em Baltimore, tem apresentado reclamações em seu país e no Brasil sobre a falta de efetividade de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Nem mesmo a corte superior conseguiu que a Easylog, uma ex-sócia brasileira da JVL, pagasse uma dívida que, no fim do processo de 13 anos, foi fixada em mais de R$ 3 milhões pela ministra Nancy Andrighi. A execução, que ainda não ocorreu, está a cargo da juíza Ana Sganzerla Truccolo, em Itajaí.

Apoios de peso

Os americanos anexaram ao processo um parecer favorável a eles escrito pelo ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. Do outro lado, a Easylog também tem apoio importante, porque representa no Brasil a suíça Ceva Logistics, líder mundial do transporte oceânico. Em 2019, com a parceria, a Easylog exportou 11 mil contêineres.

Curtidas

Dele, não/ O pedido de impeachment que o deputado Alexandre Frota (PSL-SP) pretende apresentar contra o presidente Jair Bolsonaro ainda não é um dos hits da temporada. “Não tem o meu apoio. Isso é dor de cotovelo”, diz o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Por falar em impeachment…/ Os atos de 15 de março servirão para o presidente Jair Bolsonaro mostrar ao Parlamento e ao Judiciário que é melhor não dar vazão a essas propostas de apeá-lo do cargo. Afinal, ele tem apoio popular.

… o vento é pró-Bolsonaro/ Nem a oposição hoje deseja o afastamento do presidente. Ninguém se sente seguro de optar por esse caminho, em especial o PT. Afinal, depois de dizer que o impeachment de Dilma foi um golpe, um contra Bolsonaro não seria diferente.

Governo tem problema interno e externo no acordo do PL de Orçamento

Congresso e planalto
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Parlamentares avisam que caberá ao governo afinar a sua orquestra, se possível antes de enviar para o Congresso o projeto de lei fruto do acordo sobre o Orçamento. No ano passado, quando a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) foi aprovada, a área econômica chancelou o Orçamento Impositivo, diz o deputado Hildo Rocha (MDB-MA), que presidiu o colegiado.

Porém, não estava no script dar ao relator — hoje, o deputado Domingos Neto (PSD-CE) — poder de deliberar sobre os R$ 30 bilhões, nem punir os agentes públicos que não liberassem algumas das emendas. É nessa parte que o Congresso pode mexer no acordo. Porém, as impositivas dificilmente serão revistas. E o governo que se acostume a negociar com o parlamento.

Vai trocar de mãos

Os senadores estão reclamando do fato de Domingos Neto ter o poder de definir a destinação de quase R$ 30 bilhões. Ocorre que, este ano, quem ficará responsável por essa conta, para tratar do Orçamento de 2021, será um senador, que ainda não foi escolhido. A briga maior pelo cargo será dentro do MDB, partido que tem os dois líderes do governo.

Jurisprudência & política

A decisão do presidente Jair Bolsonaro de não prorrogar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Ceará é um recado direto a todos os demais dirigentes estaduais que estão com problemas de motins de policiais militares. O prazo para solucionar o conflito é curto. Na oposição, porém, a leitura é a de que essa não prorrogação só ocorreu porque o governador do Ceará, Camilo Santana, é do PT.

Assista e comprove

Ao dizer que havia compartilhado um vídeo de 2015, o presidente Jair Bolsonaro se esqueceu de que a peça enviada a seus amigos, sábado passado, chamando para a manifestação de 15 de março, traz inclusive uma foto de sua posse, em 1º de janeiro de 2019, ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Só depende dele

Aliás, o presidente foi aconselhado a, em vez de ficar se explicando sobre o vídeo que compartilhou nas redes, promover o diálogo com o Congresso, e marcar logo uma conversa com os presidentes dos outros poderes constituídos da República — a fim de buscar uma convivência pacífica. E também abrir o diálogo com os governadores.

Enquanto isso, no Rio de Janeiro…

Com Bolsonaro se recusando a recebê-lo, o governador Wilson Witzel engrossa a voz em defesa do impeachment. Só tem um probleminha: tem que convencer os congressistas, que, na maioria, não veem motivos para isso. Eles, no geral, consideram que o país precisa é de paz para atravessar a crise econômica, que ainda não saiu de cena.

Sozinho na pista/ O deputado Capitão Augusto é o único em campanha aberta para presidente da Câmara, pedindo voto aos colegas. Entretanto, até aqui, os deputados não apostam um vintém na sua vitória.

No cenário de coronavírus…/ A Confederação Nacional de Saúde e a Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) farão dois dias de discussões sobre “os impactos da reforma tributária e da jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) sobre o setor de saúde”. O seminário abordará a necessidade da reforma e da manutenção da carga tributária, sem punir este ou aquele setor.

… o setor chama a atenção/ O segmento respondeu por 13,7% dos empregos gerados em 2019 e não pode ser desprezado. Tanto é que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), confirmou presença.

Por falar em Alcolumbre…/ Ele se mantém fechado em copas sobre o que deve ser feito para amenizar a crise em torno do compartilhamento de um vídeo por Bolsonaro, que convoca para manifestação em 15 de março. Quer manter a posição de avenida principal para o diálogo entre o Executivo e o parlamento.

Militares querem que Bolsonaro faça as pazes com o Congresso

Bolsonaro base política
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Em conversas reservadas, militares têm dito que caberá ao presidente Jair Bolsonaro buscar os políticos e arrefecer os ânimos em torno da manifestação convocada para 15 de março. Afinal, os problemas decorrentes do coronavírus, seus reflexos na economia, indicam que a tensão já estará alta demais para que a política venha a balançar ainda mais a árvore chamada Brasil.

Alguns militares de alta patente e próximos ao presidente consideram, inclusive, que o melhor para Bolsonaro seria resolver as questões do Orçamento na base da conversa e não levando seu pessoal às ruas em manifestações contra as instituições. Que saiam às ruas, mas em apoio ao presidente e não contra as instituições.

Hoje, no próprio Congresso, tem crescido o entendimento de que não dá para o relator da proposta orçamentária ter o poder de decidir a destinação de quase R$ 30 bilhões e que as emendas impositivas já estão de bom tamanho. Porém, se o presidente insuflar manifestações contra o parlamento, esse apoio, em vez de crescer, pode minguar. O momento é de muito calma nessa hora.

O papa está chamando

O papa Francisco convocou dois mil economistas, a maioria até 35 anos e de várias partes do mundo, para discutir um projeto econômico capaz de reduzir as desigualdades sociais. No convite aos profissionais para um encontro em Assis, no fim de março, ele diz que “não há razão para haver tanta miséria”. “Precisamos construir caminhos.”

Tutti buona genti

Entre os convidados especiais, o indiano Amartya Sen, 86 anos, ganhador do prêmio Nobel em 1998 e um dos criadores do IDH, e Jeffrey Sachs, 65, autor de O Fim da Pobreza. Dos jovens brasileiros, um dos convidados é Henrique Delgado, doutorando na Universidade de Denver, nos Estados Unidos.

Paz, porém…

… não com todos. O presidente Bolsonaro tem dito a seus aliados que não quer briga com os governadores de um modo geral. A principal exceção dessa lista é Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, onde o presidente faz política.

Versões

O chefe do Executivo recebe hoje de manhã, em audiências separadas, os ministros da Defesa, Fernando Azevedo, e, logo depois, o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Ambos foram a Fortaleza conferir a paralisação dos policiais e tentar acabar com a greve. Ele quer ouvir o que cada um tem a dizer sem que combinem as impressões sobre o conflito.

Presidente na lida/ Bolsonaro avalia apoiar alguns candidatos a governos municipais, ainda que o Aliança pelo Brasil não tenha saído do papel. É coisa para a partir de julho, quando a campanha começar a esquentar.

Agora, vai!/ Brasileiro faz piada com tudo. Ontem, um gaiato num restaurante de Brasília falava alto. “Quem vai conseguir que a turma não gaste dinheiro no exterior é o ministro da Saúde (Luiz Henrique Mandetta). E só precisou citar um vírus”. É, pois é.

Novo escritor na área/ Felipe Dantas, um jovem brasiliense de 14 anos, lança, neste sábado, seu primeiro livro, A Vila dos Magos, com sessão de autógrafos na Leitura do Terraço Shopping, a partir das 16h.

Novo escritor na área II/ Desde pequeno, Felipe sempre dizia que sua profissão seria “escritor de livro grosso”. O primeiro chega às livrarias com 204 páginas e conta a história de quatro amigos que caem numa cilada ao entrar numa casa velha, embarcando num mundo mágico. Brasília chega aos 60 anos com seus jovens filhos em franca produção. Que venham outros!

Partido de Bolsonaro tem 500 mil assinaturas e só depende da Justiça Eleitoral

Aliança pelo Brasil
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O que dependia diretamente dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro já foi feito para a formação do Aliança pelo Brasil — ou seja, a coleta de mais de 500 mil assinaturas. Porém, eles não vão parar com essa busca como forma de demonstrar força na largada. Falta, entretanto, a parte mais difícil, a conferência desses apoios na Justiça Eleitoral. Essa parte foi, inclusive, a que evitou a formação do partido de Marina Silva a tempo de colocar a ex-senadora como candidata na eleição de 2014 — o que a levou a optar pela vice de Eduardo Campos, morto num acidente de avião durante a campanha.

Gestos que falam alto

A presença do chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, no feriadão de carnaval, ao lado do presidente Jair Bolsonaro, foi um recado direto àqueles que pretendem culpar o ministro pelas agruras governamentais no Congresso. A mensagem é: “não mexam com Ramos, ele é leal”.

Fim de festa

A reforma administrativa que o governo prepara será mais profunda do que se divulgou até agora. Ou seja, não vai se restringir à extinção de carreiras em desuso por causa da tecnologia.

Na encolha

Juntos no carnaval, os governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, têm interesse na corrida presidencial, mas vão apostar algumas fichas na reeleição. Afinal, se Bolsonaro estiver popular no final de 2021, ninguém vai arriscar entrar no confronto direto contra o capitão.

Pragmatismo eleitoral

Entre os bolsonaristas, há a certeza de que o maior adversário de Bolsonaro é ele mesmo. Porém, se a economia apresentar bons resultados, as palavras que o presidente solta aqui e ali serão esquecidas pela maioria do eleitorado.

Espuma para entreter

É assim que os bolsonaristas mais sensatos veem as manifestações de protesto contra o presidente nas escolas de samba do Rio, de São Paulo e no carnaval de rua pelo país. Numa democracia, são válidas. Mas, abertamente, nenhum bolsonarista fará esse discurso. Faz parte do show manter a polêmica em alta.

Eduardo na lida/ Enquanto a maioria curte o carnaval, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) está em Washington para participar da CPAC (Conservative Political Action Conference), a maior conferência dos conservadores do mundo, algo que ele planeja trazer para o Brasil a fim de dar embasamento teórico e planejamento estratégico para o conservadorismo brasileiro.

Eduardo no discurso/ O deputado brasileiro fala em dois painéis: O primeiro deles “CPAC exile: The Unshackled Voices of Socialist Regimes” — em tradução livre,”CPAC exílio: As vozes destemidas dos regimes socialistas”. O segundo, é “CPAC: The World is Watching” — “O mundo está assistindo”.

Eduardo no planejamento/ O deputado pretende trazer o know how do evento para o Brasil, para tentar construir uma “sociedade mais esclarecida sobre os malefícios do socialismo e as iscas que eles jogam para pescar apoios e eleitores”. A ideia é formar centros de reflexão (think tanks) em todo o país. “É um trabalho hercúleo, mas todo o verão começa com uma andorinha”, diz Eduardo. A CPAC nos Estados Unidos vai até sábado.

Eduardo na plateia/ O evento terá um painel específico sobre a China, tratada como “o perigo presente”, e vários sobre a luta contra as fake news (sim, eles também reclamam desses abusos). Os pontos altos são as palestras do presidente Donald Trump, do vice, Mike Pence, e a exposição do secretário de Estado, Michael Pompeo. Pompeo falará no jantar da sexta (com ingressos a US$ 250 ou para aqueles que compraram os pacotes premium de todo o evento, com preços entre US$ 1.200 e US$ 5.750). Os palestrantes na CPAC, obviamente, são convidados.

Greve de PMs por reajuste irá para outros estados

Greve PMs
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É bom os governadores ficarem atentos. A onda de greves de policiais militares que começou em Minas Gerais, chegou ao Ceará e irá para outros estados, repetindo o enredo de 1997, quando o então governador de Minas, Eduardo Azeredo, cedendo à paralisação da PM, concedeu um reajuste aos policiais de seu estado. O gesto terminou por estimular greves em outros estados em efeito cascata, e só estancou no Ceará, onde o então governador Tasso Jereissati enfrentou os policiais. Depois que o governador de Minas, Romeu Zema, concedeu o reajuste, outros estados seguem a mesma receita da paralisação. O pós-carnaval promete.

A diferença agora é o grau das reações. Cid Gomes tentou enfrentar os PMs com uma retroescavadeira e terminou atingido por dois disparos de arma de fogo. Em 1997, grevistas foram presos e cinco pessoas terminaram feridas num confronto entre manifestantes e a tropa de elite da PM, acionada pelo governador para acabar com a greve .

Meia-volta, volver

A frase do chefe de Gabinete de Segurança Institucional da Presidência, general Augusto Heleno, acusando o Congresso de chantagem por causa do Orçamento Impositivo, levou os congressistas a desconfiarem dos acenos por diálogo do governo.

Dos males, o menor

A salvação da conversa com o Legislativo será o presidente Jair Bolsonaro reforçar os acenos que fez na posse dos ministros, na última terça-feira. O canal que está aberto chama-se Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado.

Por falar em Alcolumbre…

Ele falou ontem por cinco vezes com o ministro da Justiça, Sergio Moro, a fim de ajudar o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), a resolver a crise da PM com forças federais. Quem está preocupado é o senador Major Olímpio (PSL-SP), que pediu uma comissão externa da Casa para acompanhar o conflito no Ceará.

… ele não vê ninguém na frente

Enquanto os deputados têm vários pré-candidatos ao comando da Casa, Alcolumbre não tem hoje um sucessor nato. Um grupo, entretanto, dentro do grupo Muda Senado, está disposto a apostar em Simone Tebet (MDB-MS), que hoje pilota a Comissão de Constituição e Justiça.

É carnaval/ Na sessão de ontem da Câmara, as excelências já tinham dispensado a gravata. A maioria foi só marcar presença, alguns inclusive de camisa polo, antes de correr para o aeroporto.

Exceções/ No final da tarde, quem ainda transitava pela Casa era Túlio Gadelha
(PDT-PE). E olha que ele vem de um estado onde os festejos de Momo começaram em janeiro.

Olha o decoro, deputado/ Pela manhã, enquanto um colega discursava, o deputado Tiririca (PL-SP) comia chocolate e falava alto. Eles sequer se respeitam.

Políticos especulam que Paulo Guedes pode ter pedido o boné

Paulo Guedes
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Bastou o presidente Jair Bolsonaro dizer com todas as letras que Paulo Guedes não havia pedido para sair, e que ficaria no governo até o último dia, para que, num instante, os políticos passassem a especular que o ministro da Economia havia pedido o boné. Ou, no mínimo, pensava em sair, diante dos ainda frágeis resultados da economia e da série de polêmicas em que se envolveu recentemente, por causa de declarações, como, por exemplo, a da farra com o dólar baixo – que teria levado até domésticas aos parques da Disney.

Guedes andava mesmo acabrunhado. Dia desses, comentou que não daria mais entrevistas ou falaria com jornalistas. Tudo por causa da repercussão de sua fala sobre as domésticas. Agora, Bolsonaro disse que ele fica até o último dia de governo. Resta saber se o ministro terá fôlego para tanto balanço do navio, caso a economia não reaja a contento este ano.

Risco inflacionário

Uma ação em pauta no Supremo Tribunal Federal (STF) promete acabar com a redução do ICMS dos agrotóxicos. O resultado logo ali na frente, se não houver alguma solução intermediária, será o aumento do preço dos alimentos, algo capaz de mexer com a inflação. O agro tentará jogar essa bola para escanteio.

Vamos conversar?

A declaração pública de Bolsonaro, de que precisa fortalecer o relacionamento com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foi vista como um gesto importante, com várias leituras entre deputados e senadores. A principal delas é a de que, no Planalto, há a certeza de que o Senado vai defender o presidente em caso de algum pedido de impeachment.

Perfil & problema

Bolsonaro não tem lá muito do que reclamar dos senadores, mas é bom ficar de olho na Câmara. Começa a cristalizar a ideia de que é preciso encontrar um nome com mais independência em relação ao Planalto para assumir a Presidência da Casa no lugar de Rodrigo Maia, no ano que vem. O primeiro da lista é o do líder do PP, Arthur Lyra. Em segundo lugar, Elmar Nascimento (DEM-BA).

Nome da cúpula

O líder da Maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), é visto até aqui como o candidato de Maia, mas não dos presidentes dos partidos.

“Pior que decisão mal tomada é uma indecisão”

A frase, do presidente Jair Bolsonaro, passou a muitos a impressão de que ele não está muito convicto da reforma administrativa

Assim, não vai/ O cancelamento do programa Brasil Mais irritou empresários. Alguns estiveram em Brasília apenas para participar do evento e prestigiar o governo. Houve quem deixasse o Planalto jurando não voltar.

O mais aplaudido/ O ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra, pode comemorar. Ao discursar no Planalto se despedindo do cargo, foi mais aplaudido que Onyx Lorenzoni, que tomou posse ontem.

Por falar em despedida…/ No DEM, na Câmara, teve festa de despedida para Gustavo Pires, que vai assumir a chefia de gabinete do ministro Luiz Henrique Mandetta depois do carnaval.

… segundo escalão, só depois/ O novo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, só deve tratar dos demais cargos da pasta após o carnaval.

Olha o decoro, presidente/ Não cabe a qualquer autoridade agredir verbalmente uma mulher, seja quem for — jornalista, deputada, senadora, esposa de adversário, educadora, ministra — com declarações de cunho sexual. Respeito deve ser a palavra-chave nas relações sociais e políticas.

Deputados acreditam que Aguinaldo Ribeiro é o nome de Maia para sucedê-lo

Aguinaldo Ribeiro
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Os gestos de apreço do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ao líder da maioria, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), levam os deputados a apostarem que Aguinaldo é o nome de Rodrigo para sucedê-lo no comando da Casa. Embora ainda falte praticamente 10 meses para a eleição, o assunto tem tomado conta das rodas de conversas dos políticos.

O último sinal foi o jantar que Maia organizou para comemorar o aniversário do líder, na semana passada. Aguinaldo também tem acompanhado todos os encontros econômicos que Maia mantém em São Paulo. Antes, inclusive, de ser indicado relator da reforma tributária. Outros pré-candidatos começam a ficar meio incomodados com essa parceria. Afinal, política é feita de gestos. E, no momento, todos os de Rodrigo levam a Aguinaldo.

Partido é uma coisa…

As apostas das excelências é de que, se houver disputa para lançar um nome à Presidência da Câmara dentro do PP, o líder da bancada, Arthur Lyra, ganha fácil. Ele é visto como um defensor dos colegas

… plenário é outra

No plenário da Câmara, entretanto, as apostas se voltam para Aguinaldo Ribeiro, que tem a simpatia também das esquerdas, uma vez que foi ministro de Dilma Rousseff e de Michel Temer. Outro que se movimenta também no plenário é Elmar Nascimento, ex-líder do DEM, que planeja concorrer a presidente da Câmara.

Bolsonaro conseguiu…

…Unir Wilson Witzel e os governadores dos mais diversos partidos, do centro à esquerda, numa carta com crítica ao presidente, por causa da insinuação de que o governo da Bahia, comandado pelo PT, queria a morte do miliciano Adriano da Nóbrega. Há quem diga que, se esses governadores se unirem também para trabalhar as bancadas, a balança da reforma tributária vai pender em favor dos estados.

Desenvolvimento Regional, a nova fronteira

É na pasta ocupada por Rogério Marinho que se concentra a maioria das apostas de deputados e senadores sobre a interlocução com o governo. A Casa Civil, avisam, é vista como uma instituição para “recepção de autoridades”. Nem a interface com os ministérios os políticos consideram que é feita ali.

O que eles pensam

Deputados e senadores consideram que quem coordena os ministérios é a área econômica, capitaneada por Paulo Guedes. E, quando alguém menciona que essa tarefa cabe à Casa Civil, a resposta é resumida numa frase sempre repetida em reuniões pelo deputado Sílvio Costa Filho (PE): “O importante não é o que se diz, é o que as pessoas entendem”.

A pressão não acabou/ A troca de comando na Casa Civil está longe de resolver os problemas do presidente Jair Bolsonaro na seara política. O ministro da Educação, Abraham Weintraub, continua sob fogo cruzado.

É só o começo/ As autoridades conseguiram contornar a paralisação no Porto de Santos, mas os problemas do governo não acabaram. Os caminhoneiros continuam insatisfeitos, bem como os petroleiros, que continuam em greve.

Cada um no seu quadrado/ O presidente da República, Jair Bolsonaro, e o da Câmara, Rodrigo Maia, ficaram distantes no jogo do Flamengo contra o Athletico-PR, no último domingo. O governador Ibaneis, que também estava lá, ficou em outro espaço. Bolsonaro ficou com seus ministros e o vice-presidente, Hamilton Mourão.

Posse antes do carnaval/ A ministra Maria Cristina Peduzzi assume, nesta quarta-feira, às 17h, a Presidência do Tribunal Superior do Trabalho para o biênio 2020-2021. Luiz Philippe Vieira de Mello Filho será o vice-presidente, e Aloysio Correia da Veiga, o novo corregedor-geral da Justiça do Trabalho.

Por falar em carnaval…/ As apostas dos próprios deputados são de que esta semana parlamentar será devagar quase parando, a próxima, então, nem se fala.