Sete e sete são 14. Três vezes sete, 21

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Você sabia? A cada sete anos as células do corpo se renovam. As pessoas também mudam. No 7º ano de vida, a criança deixa a fase da fantasia pra trás e entra na da razão. No 14º, ingressa na adolescência, período esquisito de enormes transformações. No 21º, abre as portas da maturidade. E por aí vai.

Fique de olho nos múltiplos de sete ao fazer aniversário. Soprar 7, 14, 21, 28, 35, 42, 49, 56, 63, 77, 84 velinhas signfica mais que acrescentar um ano à vida. Significa ter completado um ciclo e entrar em outro — com o pé direito, claro.

A aprendizagem também ocorre em ciclos. Começamos pelo ensino fundamental, passamos pelo médio, chegamos ao superior e seguimos para as pós. A língua não foge à regra. Um conteúdo leva a outro. Uma curiosidade satisfeita instiga outra, outra e outras. Vale o exemplo dost que apresentou armadilhas da pronúncia.

O assunto veio ao encontro das necessidades do leitor. Mas não foi suficiente. Pintaram outras questões. Uma delas: a pronúncia do e e o em certas flexões. O plural de porco é porcos, com o o aberto. Mas o de cachorro é cachorros, com o o fechado. Por quê? O e de azuleja soa fechado. O de inveja, aberto. Por quê? As perguntas pedem respostas. Vamos lá.

Ô ou ó, eis a questão

1. O primeiro o do sufixo oso tem regra. No masculino, soa fechado (charmoso). No feminino, aberto (charmosa). No plural, não faz discriminação de gênero. É sempre aberto: charmosos, charmosas, gostosos, gostosas, apetitosos, apetitosas.

2. Nomes com o o fechado no masculino e no feminino mantêm o timbre no plural. É tudo como se tivesse um chapeuzinho: lobo, loba, lobos, lobas; cachorro, cachorra, cachorros, cachorras; raposo, raposa, raposos, raposas; bolso, bolsa, bolsos, bolsas; pombo, pomba, pombos, pombas; tonto, tonta, tontos, tontas; moço, moça, moços, moças.

3. Nomes em que o o soa fechado no masculino e aberto no feminino o plural opta pelo salto alto e batom. Segue o feminino: porco, porca, porcos, porcas; porto, porta, portos, portas, torto, torta, tortos, tortas.

4. Exceções? Claro que existem. Elas confirmam a regra. É o caso de canhoto e canhota. No masculino, o som é fechado. No feminino, aberto. O masculino plural não segue o feminino. É canhotos, com o o fechado.

5. O diminutivo mantém a pronúncia do grau normal. O o de porco é fechado. O de porquinho também. O de porca é aberto. O de porquinha vai atrás. A norma não tem exceção. Vale pra qualquer nome — comum ou próprio: Norma, Norminha; Mércia, Mercinha; colo, colinho.

6. Há palavras indecisas. Pra não sair de cima do muro, adotam a dupla pronúncia. O o pode soar aberto ou fechado. É o caso de poça d`água. Que partido tomar? Prefira o da sua região. A língua lembra a mulher de César. A romana não só tinha de ser honesta. Precisava parecer honesta. A língua não tem de ser apenas correta. Tem de parecer correta.

7. Pronuncie com som fechado: abortos, acordos, adornos, agostos, alcovas, almoços, alvoroços, arrojos, arrotos, bodas, bojos, brotos, caolhos, dobros, dorsos, endossos, engodos, estojos, esboços, esposos, estornos, globos, golfos, gorros, gostos, gozos, hortos, jorros, lodos, logros, mologros, marotos, mofos, pescoços, rostos, socos, sogros, soldos, soros, tornos, toscos, tronos.

       

 Pronuncie com o aberto: aeroportos, apostos, canoros, corpos, cornos, despojos, dolo, escolta, esforços, fogos, fornos, grossos, inodoros, miolos, reforços, senhora, socorros, tijolos.