Respeite os ouvidos Quem fala quer ser ouvido, entendido e apreciado. Tem, por isso, de pronunciar as palavras como manda o dicionário. Descuidos cobram preço. Roubam vagas, adiam promoções, matam amores. Olho vivo pra não cair nas velhas e teimosas armadilhas. Dizer récord? Nem pensar. Recorde rima com concorde. Referir-se ao Prêmio Nóbel? Valha-nos, Deus. Nobel soa como anel, painel e papel. E ruim? Ruim […]
Cuide do alfabeto Que patota, hein? As 26 letras do abecedário são pra lá de solidárias. Elas se combinam e formam nossas mensagens. Vale, pois, tratá-las com galhardia . O á é a primeirona. Escreve-se assim — com acento. O plural tem duas formas: ás e aa. As companheiras também usufruem da dose dupla: bês, bb; cê, cc; dês, dd; ês, ee; is, ii. E […]
Pingue colírio nos olhos Azuis, verdes, castanhos ou pretos? Não importa. Qualquer que seja a cor das janelinhas do rosto, o tratamento se mantém. Há que tratá-las com a gentileza da correção. Enrascadas desafiam. Mas a consulta a gramáticas e dicionários iluminam as respostas. Abaixo ou a baixo? A pronúncia é a mesma. Mas a grafia não. A baixo se usa em frases como: Olhou-a […]
Economize o artigo Não bobeie. Expressões construídas com pronome possessivo se usam sem artigo: a meu ver, a meu lado, a seu pedido, a nosso bel-prazer (não: ao meu ver, ao meu lado, ao meu pedido). Olho vivíssimo, gente fina. A ponto de, no sentido de prestes a, segue o mesmo princípio: Esteve a ponto de disputar a eleição. Chegou a ponto de morrer. Mas […]
Nos títulos de matéria de jornal, procuramos, sempre que possível, empregar o presente. Podemos proceder assim mesmo que um evento ainda não tenha ocorrido? Ou, nesse caso, só podemos usar o futuro? (Gabriela Lacerda) O presente, Gabi, é tempo pra lá de versátil. Adapta-se ao presente, ao passado e ao futuro: Estudo inglês todos os dias. Viajo no fim do ano. Em 1500, Pedro Álvares […]
“É cada vez mais maior o número de artistas de rua no Distrito Federal”, escrevemos na pág. 19. Que exagero! Basta maior. Expulsemos o o excesso: É cada vez maior o número de artistas de rua no Distrito Federal.
Pode? Militar aposentado andava com submetralhadora pra cima e pra baixo pelas ruas de Porto Alegre. Circulava armado com a naturalidade de quem respira ou bebe água pra matar a sede. Num descuido do valentão, a polícia o prendeu. E, claro, foi à casa dele pra descobrir o que havia por lá. Ops! O homem tinha armas pra dar, vender e emprestar. Jornais, rádios, tevês […]
Mais do mesmo Arsenal de armas é senhor pleonasmo. Pertence à equipe do elo de ligação, habitat natural, jantar à noite e panorama geral. Ora bolas! Todo arsenal é de armas, todo elo é de ligação, todo habitat é natural, todo jantar é noturno e todo panorama é geral. Basta arsenal, elo, habitat, jantar e panorama. A informação fica completa e a língua enxutinha em […]
Por falar em pleonasmo… “O que é isso, Benedito?”, perguntou Gustavo Capanema, ministro da Educação de Getúlio Vargas ao governador de Minas. Benedito Valadares chegava para audiência no Catete usando óculos escuros. “Conjuntivite nos olhos”, respondeu. Despediram-se. Ao vê-lo, Getúlio lhe fez a mesma pergunta. E Valadares: “Presidente, o médico lá em Minas disse que é conjuntivite nos olhos. Mas o Capanema, que quer ser […]
“Catálogo é a lembrança do que a gente esquecerá.”