Mão de obra não tem hífen. Castanha-do-pará tem. Por quê?

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Por que castanha-do-pará se escreve com hífen e calcanhar de aquiles se grafa livre e solto? Discriminação? Talvez. A reforma ortográfica cassou o tracinho dos vocábulos compostos de três ou mais palavras ligados por conjunção, preposição, pronome. É o caso de pé de moleque, tomara que caia, dor de cotovelo, testa de ferro, mão de obra, mula sem cabeça.

Mas não generalizou. Deixou duas exceções. Uma: nomes ligados ao reino animal e ao reino vegetal mantiveram o elo: pimenta-do-reino, castanha-do-pará, copo-de-leite, ipê-do-cerrado, joão-de-barro, bicho-do-pé, bem-te-vi, bem-me-quer, porco-da-índia, canário-da-terra.

A outra: poucas palavras sem parentesco com bicho ou planta conservam o tracinho. São elas: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, pé-de-meia, mais-que-perfeito.