Categoria: português
“As pessoas esquecerão o que você disse, esquecerão o que você fez, mas nunca esquecerão o que você as fez sentir.”
Flagrante = evidente (injustiça flagrante) ou ato de ser surpreendido (apanhado em flagrante, flagrante de pedofilia). Fragrante = perfumado: flores fragrantes.
Substantivo usado como adjetivo, fantasma tem duas manhas. Uma: grafa-se sem hífen. A outra: flexiona-se no plural: trem fantasma, funcionário fantasma, navios fantasmas, contas fantasmas.
Atenção, navegantes. Suicidar-se é sempre pronominal. Quem conhece a origem do verbo acha estranho. O caprichoso vem do latim. É formado de sui (de si, a si) + cídio (matar). Significa matar a si mesmo. No duro, não precisaria do se. Mas o teimoso bate pé. Exige o pronome e não abre: eu me suicido, ele se suicida, nós nos suicidamos, eles se suicidam.
Há duas formas de indicar o porvir. Uma é o futuro simples (mandarei). A outra, o composto (vou mandar). Nada do pleonástico irei mandar ou do inexistente vou estar mandando.
“Escrever”, ensinam os manuais, “é 10% de inspiração e 90% de transpiração”. Em outras palavras: escrever dá trabalho. E como! A gente tem de planejar, escrever e burilar o texto. Sem preguiça. A redação nota 10 não nasce na primeira tentativa. Nem na segunda. Nem na terceira. A cada versão o autor conjuga o verbo melhorar. Corta daqui, enxerta dali, troca palavras, muda parágrafos de […]
Com x ou ch? S ou z? As dúvidas são muitas. As respostas, escassas. Há poucas regras de grafia. A escrita correta do vocábulo é fruto muito mais de fixação da forma que de memorização de regras. Escrevemos hospital com h não por conhecer a etimologia da palavra ou por termos estudado norma especial. Mas por a vermos grafada dessa maneira. Por isso, quem lê […]
O neo– está em cartaz. Neomodernismo, neocapitalismo, neoliberalismo e por aí vai. Com hífen ou sem hífen? Depois da reforma ortográfica, neo– só aceita hífen antes de h e o. Com as demais letras, vem tudo colado como unha e carne: neo-humanismo, neo-hebraico, neo-ortodoxo, neo-orleanês, neoescola, neorrealismo, neossocialismo.
Depois da reforma ortográfica, o anti- só suporta o hífen antes de h e i. No mais, é tudo colado: anti-humano, anti-histórico, anti-idade, anti-imperialismo, antirregulamento, antissinais, antitempo. Atenção, navegantes. Se o prefixozinho for seguido de nome próprio, cessa tudo o que a musa antiga canta. A intransigência põe o rabinho entre as pernas. Só dá hífen: anti-Temer, anti-Bolsonaro, anti-Trump.
Uma letra faz a diferença. E como! A modelo posa para a foto. O avião pousa na pista. O pássaro pousou no galho da árvore.