Categoria: português
Dado, dados, dada, dadas. O dissílabo concorda com o substantivo em gênero e número: dada a circunstância, dadas as circunstâncias, dado o exposto, dados os antecedentes.
Dá ou dar? Depende: Dar tem dois empregos. Um: em locução (acompanhado de outro verbo): Vera parece dar atenção ao filho. A atriz pode dar atenção ao garoto. A mãe vai dar atenção ao pequeno Gabriel. Dois: nas orações reduzidas de infinitivo. Aí, vem antecedido de preposição: trabalha para dar conforto à família. Gosta de dar esmola aos pobres. Perdeu o emprego por não dar […]
As palavras são criaturas dos homens. Como os criadores, têm manias. Algumas só se usam no plural. É o caso de anais, antolhos, cãs, condolências, exéquias, férias, fezes, núpcias, óculos, olheiras, pêsames, víveres. Os naipes do baralho também entraram na onda (dama de copas, rei de espadas, dois de ouros, nove de paus). Artigos, adjetivos, pronomes e verbos a elas relacionados vão atrás. Concordam com […]
M ou n? Quase sempre m. O português tem pouquíssimas palavras terminadas com n. Éden, glúten, hífen, hímen, líquen, pólen, sêmen servem de exemplo. Olho vivo com essa turma. Todas jogam no time das paroxítonas. No singular, ganham acento. No plural, dispensam grampinhos, lenços e documentos: edens, glutens, hifens, himens, liquens, polens.
Vamos pôr os pontos nos ii? A expressão não deixa dúvida. Refere-se ao esclarecimento rigoroso de determinada situação. Ela nasceu há muito tempo — na época em que só se escrevia à mão. Pra evitar que dois ii fossem confundidos com u, passou-se a acentuar o i. No século 16, pontos substituíram os grampinhos. Daí os pontos nos ii.
Ideias não surgem do nada, mas do acúmulo de informações. Segundo o neurocientista Henrique Del Nero, da USP, a criatividade é proporcional ao repertório. “A mente calcula qual a melhor jogada a partir da maior taxa de informações com a menor redundância”. Por isso, fique esperto. Enriqueça seu banco de dados com atividades que, além de despertar a imaginação e a fantasia, gerem novas imagens. […]
Karaokê? Existe a forma portuguesa caraoquê. Fique com ela.
No singular, era pêlo. No plural, pêlos. O chapeuzinho pretendia evitar confusão. Com ele, ninguém confundiria o substantivo da preposição (pelo). A reforma ortográfica cassou o acento. Mandou-o plantar batata no asfalto. Ele foi. Agora as duas classes têm a mesma cara. E ninguém erra: Passei a mão pelo pelo do gato. Você depila os pelos da perna?
Ele está numa roda animada. Olha em torno. Oba! Vê futuros clientes. Animado com a perspectiva de aumentar o faturamento, esbanja charme. Sorri. Circula. Público dominado, entrega o cartão. Sorrisos se recolhem. Olhares se cruzam. O silêncio grita. A razão: lá está escrito “adivogado”. Ao pisar a grafia, o bonitão ficou mal na foto. Informou ao leitor que não tem familiaridade com a língua escrita. […]
Maquilar ou maquiar? Escolha. A alternativa é acertar ou acertar. Mas a preferência recai sobre maquiar. É aí que pinta a confusão. Muitos conjugam maquiar como odiar (odeio, maqueio). Bobeiam. O verbo que embeleza se flexiona como premiar: premio (maquio), premia (maquia), premiamos (maquiamos), premiam (maquiam). É isso. Eu me maquio todos os dias. E você? Tomara que se maquie. O rosto agradece. A família […]