Álvaro Lima escreve

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“Em 18 de setembro de 2010, li, na pág. 19 do jornal, reportagem em que o jornalista citou palavras do personagem da notícia: `Eu tinha certeza de que ia morrer. Já tinha reconhecido o rosto deles e, sendo um dos bandidos do meu hall (sic) de conhecidos, só me passava pela cabeça que teria que ser executado´. Havemos de concordar que só quem tem hall de qualquer coisa são os edifícios. Não parece o caso. Ele quis dizer rol (lista, relação). Com a força da língua inglesa que anda por aí, isso virou fato frequente mesmo entre os profissionais da palavra. Veja o caso de laser (raio) e lazer (folga), duas coisas completamente diferentes que pregam peça em muita gente distraída. A próposito, quando escrevi `sic´, o fiz em latim, não em inglês, o que pareceria deboche.”   Latim, pra que te quero?

Sic vem lá do latim. Na língua dos Césares e na nossa, as três letrinhas querem dizer assim, desse jeitinho. Escrevem-se, entre parênteses, depois de uma palavra com grafia incorreta, desatualizada ou inadequada ao contexto. Com elas, damos este recado ao leitor: o texto original é bem assim, por errado ou estranho que pareça. Como Pilatos, não tenho nada com isso.