Queremos Envelhecer com Saúde Mental

Publicado em políticas públicas

Ana Castro & Cosette Castro

Brasília – Fechamos fevereiro com diferentes ações sobre envelhecimento, saúde mental e demências, entre elas o Alzheimer. E também sobre cuidado e autocuidado das pessoas que cuidam.

Marcamos presença nas ruas de Brasília  e na mídia de todo o país antes e depois do carnaval, mostrando que é possível se divertir e brincar, apesar dos desafios diários das demências. E encerramos o mês realizando a Conferência Livre da Saúde Mental e Envelhecimento com participação presencial e online de 320 pessoas.

A Conferência Livre aconteceu dia 28 de fevereiro, terça-feira, de forma semipresencial em Brasília. Uma iniciativa  do Coletivo Filhas da Mãe em parceria com o Fórum Distrital da Sociedade Civil em Defesa da Pessoa Idosa.

Após a mesa de abertura que contou com palestras, as pessoas inscritas que participavam de forma presencial e online se dividiram em 02 grupos de trabalho (GTs).

O GT 1 debateu e refletiu sobre o tema Direito à Cidade, Mobilidade e Acessibilidade baseando a apresentação de propostas e moções a partir das orientações do Eixo 1 – O Brasil que temos. O Brasil que queremos e o GT 2  trabalhou o tema Saúde Mental e Envelhecimento baseando a apresentação de propostas e moções a partir das orientações do Eixo 3 – Garantir direitos e defender o SUS, a vida e a democracia definidos para a Conferência Nacional de Saúde de 2023.

Houve participação virtual de 277 pessoas no Canal do YouTube Filhas da Mãe Coletivo (assista aqui). Foram 225 pessoas online individualmente e outras 41 pessoas idosas que freqüentam a Associação dos Idosos de Taguatinga e 11 colaboradores que acompanharam a Conferência Livre por telão.

Houve participação presencial de 43 pessoas de diferentes faixas de idade, caracterizando-se como um encontro intergeracional. Como comentamos antes,  320 pessoas participaram da Conferência Livre.

Além do caráter híbrido, uma das características da Conferência Livre da Saúde Mental e Envelhecimento foi a ampla e diversificada participação social.

Estiveram presentes de forma presencial ou virtual servidores da área da saúde com caráter multiprofissional (psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, fonoaudiólogos, médicas),  representantes da área acadêmica (professores, pesquisadores e alunos de graduação e pós-graduação da UnB e da Universidade Católica de Brasília/UCB), gestores de Instituições de Longa Permanência para Pessoa Idosa (ILPIs), representantes de hospitais do Distrito  Federal, de Organizações da Sociedade Civil (ONGs) ligadas à área da saúde mental ou ao tema do envelhecimento,  participantes do Coletivo Filhas da Mãe (cuidadoras e cuidadores familiares) e do Fórum  Distrital da Sociedade Civil em Defesa da Pessoa Idosa.

As 15 propostas e 10 moções apresentadas nos GT 1 e 2 foram aprovadas por unanimidade na plenária final realizada no final da manhã. Ainda na terça-feira, foi encaminhado o Relatório Final da Conferência Livre da Saúde Mental e Envelhecimento com as propostas e moções  (leia aqui) para o Conselho de Saúde do Distrito Federal.

No mês de março, um novo ciclo de Conferências de Saúde acontecem. Nesta fase, as  15 propostas e 10 moções da Conferência Livre  precisam ser debatidas e aprovadas em uma ou mais Conferências Regionais para chegarem até a Conferência Distrital de Saúde, em maio, e à Conferência Nacional de Saúde, a ser realizada no mês de julho.

Nem Tudo é Alegria

Começamos o mês de março com notícias tristes. 08 mulheres foram assassinadas no Distrito Federal por seus companheiros ou ex-companheiros nos 03 meses de 2023. Apenas na quinta-feira ocorreram 02 feminicídios. Rayane tinha 18 anos e deixa um filho de 01 ano e Letícia, 25 anos, deixa sonhos que nunca irão se realizar.

A situação no Brasil não é diferente.  Somos o 5o. país do mundo em casos de feminicídios, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (2021). Ou seja, é preciso urgentemente ampliar as redes de proteção e cuidado às mulheres de todas as idades. Nos queremos vivas e com direito a uma vida digna e saudável.

Pesquisa do Instituto Sou da Paz realizada em 2022 mostrou que a liberação das armas nos últimos 04 anos contribuiu para o aumento da violência contra as mulheres no Brasil, a maior parte delas, mulheres negras e pardas. A violência doméstica representa 25% dos casos de feminicídio. Mas é na rua que os feminicídios  crescem. Eles representam 45% dos casos.

Até quando as mulheres brasileiras de todas as idades sentirão medo e insegurança?

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