Todos possuem razão nenhuma

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Tropas russas próximas à fronteira com a Ucrânia. Foto: Reuters

 

         Manchetes dos principais jornais nacionais e do mundo amanheceram estampando destaques que alertam para o perigo de uma guerra, de sérias proporções, envolvendo a Rússia e a Ucrânia, no Leste da Europa. Num mundo absolutamente globalizado como temos nesses tempos, possíveis conflitos dessas proporções ameaçam a todos, tanto pelas consequências econômicas, humanitárias e políticas geradas, como pelos efeitos em cadeia que as guerras acabam gerando.

        Caso venha a acontecer, de uma forma ou de outra, sentiremos os efeitos desse embate. Não bastassem os efeitos danosos da pandemia mundial do Covid-19 e dos efeitos, cada vez mais sentidos, das mudanças climáticas e de uma previsível recessão econômica que muitos analistas veem apontando no horizonte, uma guerra de grandes proporções, neste momento, abalando boa parte do Leste europeu, pode, com facilidade, levar-nos a uma situação de grande perigo, com ameaça, inclusive, à sobrevivência da espécie humana.

        Esforços têm sido feitos, por lideranças europeias, para distensionar o ambiente e, ao que parece, não tem dado resultados. É sabido que, em guerras, a primeira vítima sempre é a verdade, o que explica a multiplicação de versões, de lado a lado, sobre o desenrolar dos fatos. Em casos de conflito, a tendência do ser humano é sempre buscar informações que levem não apenas à compreensão dos fatos, mas, sobretudo, a uma tomada de posição contra ou a favor de um dos lados.

        A situação ganha um complicador quando se entende que, nesse caso específico, ambos os lados possuem suas razões, sendo que a nenhum deles é garantida a razão plena. Como dizia o filósofo austríaco Karl Popper (1902-1994), “Se são dois que estão errados. Isso não quer dizer que os dois tenham razão, pois admitir que o outro possa ter razão não nos protege contra um outro perigo: de acreditar que todos talvez tenham razão”.

        O fato aqui é que, mais uma vez, em sua longa história, a Ucrânia vê seu território sendo espremido e invadido por potências estrangeiras. No caso atual, o povo ucraniano está no meio do tiroteio entre a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), com os Estados Unidos à frente, e a belicosa Rússia de outro. Correndo por fora desse conflito estão as grandes indústrias de armamento que fornecem, para esse cenário, os meios materiais para que tudo ocorra.

        A OTAN que deveria deixar de existir, tão logo teve fim o império soviético, vem sobrevivendo ao término do Pacto de Varsóvia, embora tenha perdido sua razão de ser. Há ainda aqui o tal do determinismo geográfico, que faz com que a Ucrânia, por sua proximidade física com a Rússia, seu passado histórico e cultural comum, encontre dificuldades enormes em se libertar de Moscou.

        O razoável, se é que se pode falar em razoabilidade em conflitos armados, seria a transformação da Ucrânia em área neutra, a exemplo do que ocorre com a Suíça, livre da influência das duas grandes potências atômicas. Mas essa é uma medida que parece não interessar nem a Putin, nem aos Estados Unidos, muito menos às indústrias de armamento, que estão na expectativa de grandes lucros com a eclosão dessa guerra.

        No meio desses verdadeiros senhores da guerra, está a sociedade civil ucraniana, constituída por mais 40 milhões de homens, mulheres, crianças e idosos, que terão que partir para outras partes ou morrer debaixo das bombas. Os únicos que parecem possuir razão nesse conflito são aqueles que não desejam esse conflito, mas que, por isso mesmo, não são levados em conta.

 

A frase que foi pronunciada:

Toda a história do mundo pode ser resumida pelo fato de que, quando as nações são fortes, nem sempre são justas, e quando elas querem ser justas já não são mais fortes.”

Winston Churchill

Winston Churchill. Foto: wikipedia.org

 

Sala de aula

Lado a lado, a história do Brasil e dos Correios andam juntas há 359 anos. Nos canais da empresa, mídias sociais, professores podem explorar o assunto em sala de aula com riquíssimos detalhes de como evoluiu a entrega de correspondências. Além de curioso, o assunto certamente despertará o interesse da garotada.

Imagem: correios.com

Haters que matam

Hoje, com ultrassom em 3D, a família pode conhecer o bebê ainda no útero da mãe. Todo formado, reage a estímulos, dorme, soluça, troca de posição, seja menina ou menino. Em 1973, a Suprema Corte Norte-Americana não tinha ferramentas para reconhecer a vida intrauterina com tanta perfeição. Hoje, a mulher tem o direito de mandar no próprio corpo, não no corpo da criança recém-formada, que também é um ser humano. Quem é a favor do aborto deve encarar os vídeos mostrando o que acontece com o embrião, feto ou criança durante o procedimento. Lastimável a decisão da Colômbia que descriminaliza o aborto.

Foto: Luisa Gonzalez/Reuters

História de Brasília

Novas passagens de nível das tesourinhas estão sendo revestidas. Já foram aprovados os esquemas de iluminação, que será dos mais perfeitos. (Publicada em 17.02.1962)

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