VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)
Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade
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Temerosos com o que possa vir a ocorrer durante as manifestações de Sete de Setembro próximo, muitos governadores já se anteciparam aos acontecimentos e estão decretando ponto facultativo para o dia anterior (6), na intenção de esvaziar possíveis agitações descontroladas. Trata-se de uma medida sensata e que pode surtir um efeito benéfico no sentido de resfriar os ânimos, levando parte da população a programar, quem sabe, um fim de semana mais esticado, de preferência longe dos centros urbanos e dos agitos.
Muitos moradores que residem próximo às avenidas onde estão previstas essas manifestações estão tratando de se ausentar dessas áreas, com medo do que possa acontecer. Essa é, até agora, a triste realidade que muitos brasileiros estão tendo que enfrentar para fugir do caos. E pensar que, no passado, essa era uma data aguardada por todos. O Sete de Setembro que, em épocas passadas, era comemorado festivamente e com certo orgulho como sendo o Dia da Independência e do nascimento de uma nação, agora teve seu propósito momentaneamente alterado de modo incidental, mas maldoso para atender a outras finalidades, obviamente não ligadas aos justos anseios do conjunto dos cidadãos brasileiros.
É preciso dizer, com todas as letras, que o Sete de Setembro não pertence a esse e nem a nenhum outro poder de passagem, e muito menos pode servir de chamariz para manifestações de claques incultas, que desconhecem o verdadeiro significado dessa data para a nacionalidade. Trata-se aqui de um oportunismo do tipo traiçoeiro, que utiliza datas nacionais para proveito próprio.
O que a história nos ensina é que nove em cada dez ditadores, que surgem pelo mundo, utilizam a datas nacionais mais importantes para deixar uma marca personalista nessas festividades, com o intuito de passar para a população uma imagem farsesca e subliminar de “pai da pátria”, a quem os filhos, no caso os cidadãos, devem, obrigatoriamente, recorrer em momentos de incertezas.
O Sete de Setembro não pode ser aviltado dessa forma, transformado numa farsa política de qualquer partido que queira baderna. Em última análise, busca tão somente o estabelecimento de um tipo peculiar e tupiniquim de manipulação das massas de todos os lados da Praça dos Três Poderes.
Para aqueles analistas já calejados com esses ciclos de instabilidade provocados por quem não está satisfeito com os rumos do país, infectados pelo veneno da picada da mosca azul, o que temos pela frente é a mais pura incitação a arruaças, instigadas por arruaceiros que querem ver o Brasil arder em desunião e desordem. Para alguns mais irônicos, o que está acontecendo deriva unicamente do excesso de ócio e de tempo vago, o que, em certas pessoas, acaba provocando um certo impulso em puxar a toalha da mesa do jantar, apenas para ter o prazer instantâneo de ver as taças de cristais e todo o resto voando pelos ares. Como diria o filósofo de Mondubim: Dá uma vassoura ou uma enxada para essa gente!
A frase que foi pronunciada:
“Melhor que o ócio criativo é o ócio construtivo.”
Alex Bruno
Simples assim
Já se transformou em padrão. O governo pede para a população economizar energia e meses depois aumenta o valor da conta, que arrasta tudo mais: carne, peixe, e por aí vai. Se houvesse política pública para a manutenção das nascentes, o problema não teria chegado a esse ponto.
Susto
Várias pistas da cidade estão recebendo pintura nova. Um local desprezado é a W5. Lá, todo quebra mola surpreende com a altura respeitável.
Mares
Os ventos levam a Família Schurmann para uma nova expedição mundial. Batizada de Voz dos Oceanos, a saga será contra poluição dos mares. Com apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, durante dois anos, tripulantes do veleiro Kat visitarão 60 destinos, entre eles, 11 cidades brasileiras.
Sensíveis
Paul Burton inspirou a Diretoria de Educação Ambiental e do Núcleo de Bem-Estar Animal (NBEA). Anos atrás, Burton tocou piano para elefantes na Tailândia e o resultado foi surpreendente. Wandrei Braga, que foi aluno de Neusa França, foi convidado para a mesma experiência no zoológico de Brasília. Os animais renderam-se ao som do piano e a experiência foi marcante. Assista nos perfis oficiais do Zoológico de Brasília e do Wandrei, no Instagram: @zoobrasilia e @wandrei.
História de Brasília
É uma repartição deficiente desde a sua fundação, ao tempo da ditadura. Ao invés de informar os atos do govêrno, fica, em geral, endeusando as pessoas, e é por isto que cada govêrno muda logo de diretor. Vem daí a política, o amigo, o compadre, o conterrâneo, e tudo mais que possa prejudicar. – AC. (Publicada em 07/02/1962)