O trovador

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VISTO, LIDO E OUVIDO, criada por Ari Cunha (In memoriam)

Desde 1960, com Circe Cunha e Mamfil – Manoel de Andrade

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Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

 

“Brasília, Brasília, Brasília, pudesse cantar-te um verso com engenho e rima, diria que tua boa sina, que antes todos previam, perdeu-se nalgum lugar ali defronte, onde jazem duas bacias, uma cheia e outra vazia.” Assim cantava, nos idos da década de 1970, direto da sacada da Rodoviária do Plano Piloto, o trovador goiano Iranildo Garça, para as pessoas que por ali passavam apressadas.

Aqueles que ouviam essas trovas, entre risadas e deboche, seguiam pensativas em suas rotinas. Afinal o que esses versos significariam? Pudesse visitar hoje a mesma Rodoviária, que conheceu há quase meio século, por certo, chegaria à conclusão de que seus versos eram, antes de tudo, uma predição do que viria de fato acontecer, não só naquela região, mas em praticamente toda a aeronave pousada que forma o Plano Piloto.

Lirismo à parte, a precoce decadência que, ao longo de todos esses anos, foi tomando conta da capital, tem, entre suas múltiplas causas, o descuido e a desatenção dos muitos administradores políticos que se sucederam a partir daí. Para agravar a realidade que parece seguir sem resposta para os moradores, quis a Constituição local, escrita por mãos forasteiras, elencar entre seus parágrafos a possibilidade de cada governador montar as equipes que formará a secretaria que cuidaria do que as cidades têm de mais delicado e vital: as instâncias que cuidam da vigilância, das condutas e postura, previstas no plano primeiro, de modo a preservar e manter o projeto urbano original.

Ao nomear, demitir e, até mesmo, extinguir secretarias e outros serviços que cuidariam de manter a cidade como um organismo e espaço sadios, o que os sucessivos governos e seus staffs têm feito é desorganizar e destruir a cidade, tornando-a igual ou pior do que a grande maioria das metrópoles brasileiras. O temor de contrariar possíveis eleitores obriga e empurra os governos locais, incluindo nesse rol, principalmente, a Câmara Legislativa a aceitar tudo o que propõem seus apoiadores.

Quem se der ao trabalho de embarcar no coletivo que circula entre as W3 Sul e Norte, fazendo todo o trajeto de ida e volta, e contar quantos barracos de latas existem hoje, entulhando as paradas em cada ponto de ônibus, verá que são dezenas, isso sem contar aqueles que se amontoam ao longo da W2 e se espalham por todas as superquadras. Trata-se de uma invasão que não para de crescer e que, aparentemente, não pode ser retirada, uma vez que desagradariam seus proprietários ou aqueles que subalugam esses espaços e que são eleitores da elite com assento no Executivo e no Legislativo da capital. São verdadeiros aleijões que enfeiam a cidade e mostram um descaso proposital das autoridades.

Pudessem os órgãos de vigilância agir livremente sem a interferência dos políticos de plantão e seus interesses escusos, a cidade seria outra, semelhante a muitas outras civilizadas do primeiro mundo, onde esses excessos não só são proibidos, como acarretam multas e até prisão. Pudesse Iranildo ver como está hoje a sua Brasília-despida de singela beleza, pelos políticos que nada entendem de beleza – constataria que a cidade também se perdeu em algum lugar, bem debaixo da Loba, onde mamam congelados, Rômulo e Remo.

 

 

A frase que foi pronunciada:

“A Justiça é “a virtude moral que rege o ser espiritual no combate ao egoísmo biológico, orgânico, do indivíduo.” ADEODATO, 1996.

 

Empodera ela

Aberto o edital para artesãs exporem no Pátio Brasil e no Alameda Shopping no projeto Empodera Ela. Mulheres unidas, conseguiram o apoio da Secretária do Turismo, Vanessa Mendonça que não tem medido esforços para mostrar à cidade o talento de tantas pessoas. Veja as fotos a seguir.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Nada é feito

Cuidado ao andar com carrinho de bebê ou com crianças nas calçadas da cidade. Sem vigilância para inibir, motoqueiros de entregas fazem os próprios caminhos colocando em risco quem está no lugar certo.

 

Largado

Parque das Garças, no final do lago norte é um local muito frequentado, que merece melhorias. Ciclovia, trilhas e mais infraestrutura.

 

Fora do ar

Está lá no portal radios.com.br/play/14746. Faltaram com a promessa. A Brasília Super FM não está mais disponível pela Internet.

 

História de Brasília

Pobre hospital, o Distrital. As encrencas nunca deixam de existir, as fofocas nunca param. Agora, inquérito no Pronto Socorro para quem recebeu o dinheiro. (Publicada em 20.02.1962)

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